sábado, 26 de março de 2011

Perfect Blue: Um eletrizante thriller psicológico!

Em Perfect Blue, filme de Satoshi Kon, uma idol que abandona o palco da música e abre mão do seu confortável lugar no grupo CHAM para se dedicar ao seu primeiro papel na tv como atriz, começa a conviver com alucinações cada vez mais alucinantes e vai, aos poucos, confundindo o que é real com as criações de sua mente. O esqueleto da história não é novo. Este tipo de história já foi contada diversas vezes por mestres como Stephen King e Alfred Hitchcock. Mais recentemente temos o filme Janela Secreta (Secret Window), baseado na obra homônima de Stephen King,  onde mostra um escritor em crise, que acaba de se separar de sua esposa após tê-la flagrado com outro homem. Ele então decide se isolar em uma cabana à beira de um lago, em busca de tranqüilidade. Porém lá aparece um sujeito, que começa a atormentá-lo ao acusá-lo seguidamente de plágio. Esse é o inicio do suspense, onde o delírio do personagem é a peça central. A lógica é simples, a desilusão e a opressão de conseguir ser bom naquilo que escolheram é o que enlouquece os personagens e faz com que percam o sentido da realidade.



Se Perfect Blue inova em alguma coisa, é no veiculo em que Satoshi Kon escolheu para contar a sua história. Ele que queria mostrar que se pode fazer um filme de animação com um tema sério e uma linguagem adulta, conseguiu deixar sua marca registrada no mundo do entretenimento pop japonês. Ironicamente, sua obra de estréia - Perfect Blue - originalmente foi pensado para ser um filme com atores reais,  mas o filme teve sua verba cortada em 1995 (Felizmente, é difícil imaginar atores japoneses interpretando tão bem como os personagens da animação - Eles realmente não conseguiriam passar a emoção necessária) devido a um terremoto, que destruiu o estúdio em que seria rodado. Foi então que Kon decidiu levar a história para o mundo da animação, onde o projeto inicial era ser um OVA e inclusive chegou a ser rodado varias cenas, que foram utilizadas no filme. Mas Kon acreditava no potencial da obra no cinema e é assim que ele trata Perfect Blue, como se fosse um filme rodado em película, mimetizando os truques e os efeitos de câmera, criando assim uma bela fotografia sobre a cidade de Tóquio.

As idols do grupo CHAM

Satoshi Kon era um cinéfilo e as referências que ele trás para Perfect Blue são incríveis, passando pelo filme "Um corpo que cai" (Vertigo) de Hitchcock com seu intrincado suspense sustentado por uma brilhante trilha sonora. Indo de encontro a  "Suspiria" de Dario Argento, um aterrorizante Thriller psicológico. Até chegar ao chocante The Accused (Acusados) de Jonathan Kaplan , onde uma mulher é estuprada em um bar. Com roteiro de Sadayuki Murai e uma direção perfeccionista de Satoshi Kon, Perfect Blue é uma adaptação livre de um romance policial que leva o mesmo nome, criado por Yoshikazu Takeuti.

Mima reflexiva sobre seu futuro

O olhar de Kon sobre seu enredo é tipicamente freudiano. Mima Kirigoe é uma jovem garota que sai do interior, para a gigantesca Tóquio e assim tentar fazer sucesso com aquilo que lhe é descrito por sua mãe ao telefone como "a unica coisa que ela sabe fazer bem", que é cantar. Só que ela sonha ser muito mais que uma idol e logo terá que enfrentar os desafios que esta decisão irá impor. Mima terá que travar um duelo psicológico com ela mesma. Afinal, nem sempre a decisão que tomamos é aquela que gostariamos. Fracasso profissional e o medo de não conseguir vencer na vida, costuma ser o estopin para muitas crises de depressão. Pode ser psicanálise de botequim mas funciona muito bem dramaticamente.

O futuro de Mima sendo discutido Rumi e o dono da agência

Perfect Blue da pinceladas numa Mima frágil, porém ciente do que quer e vai apresentando aos poucos seu mergulho num processo de esquizofrenia cada vez mais profundo. Apartir de certo ponto, ela mal consegue distinguir o que é realidade e o que é alucinação. Sua atuação no seriado de tv "Double Bind" e as falas ditas por cada um dos personagens se encaixam naturalmente como flagmentos na trama do filme, falam a mesma língua. A força com que Kon nos apresenta esse processo  não vem de uma profundidade psicanalítica e sim de sua eficiência como diretor.

A ânsia de um papel na tv e uma carreira de sucesso

Perfect Blue se constrói basicamente em cima de uma crítica a indústria do entretenimento japonês e o tratamento - pode se dizer que muitas vezes questionáveis - dado a suas estrelas. Até 2008, data de estréia do filme, as idols aparentemente ainda não tinham a força que tem hoje, mas já se nota o inicio de uma febre através do trio de cantoras pop denominado CHAM, ao qual Mima faz parte. Perfect Blue como um filme de animação, apresentou algo que até então, era diferente de tudo que já havia saido. Robôs gigantes, alienígenas, romance e etc, estão ausentes na trama. Uma indústria onde clichê pode ser considerado uma norma e onde o que faz sucesso, geralmente tende a ser copiado, este filme pode ser sim considerado um passo ousado de criatividade. Ainda mais numa época em que mechas e mahou shoujos estavam em plena moda. O filme mostra um visão mais realista sobre um tema complicado, ficando livre das restrições anteriores e moldando um retrato da sociedade e todas as complicações e conflitos psicológicos que surgem a cada dia. Kon questiona a própria noção de identidade em uma indústria que abre mão de seus astros muito rapidamente. Depois de uma certa idade, eles não servem mais para serem idolos de uma geração ou para servirem como objetos de desejo, propriedades dos fãs consumidores desta indústria.

O modelo de perfeição e que deve se manter pura para publico - Um ídolo de barro é inaceitável

Perfect Blue funciona fantasticamente em duas frente. Enquanto a primeira metade do filme se desenrola como um angustiante thriller bem trabalhado, sobre um stalker (perseguidor) que começa a perseguir Mima e que não aceita o fato dela ter abandonado a música para se tornar atriz, a segunda metade se diferencia drasticamente desta narrativa estabelecida. Essa parte do filme apresenta a desconstrução psicológica de Mima como uma idol pop e é aqui que Kon realmente brilha, brincando e explorando em sua protagonista perturbada perguntas que hora ou outra acabamos fazendo, como quem somos, o que queremos que o mundo pense de nós, do que temos medo de nos tornamos, todos os fantasmas presentes no interior de nossas mentes. O medo de envelhecer e não servir mais para aquela profissão é retratado em Mima, que se submete a experiências que desconstroi toda sua imagem de idol. Ser violentada em cena, fazer nú, ensaios sensuais...o choque que isso causa não somente em seus fãs, como em nós também ao presenciar uma garota  kawaii como ela (olha só a imagem de idol se fazendo presente no subconsciente) entrando num mundo daqueles. Esse desconforto que nós sentimos é o que o fã sente, ao ver seu ídolo se perder e distanciar daquela imagem que criara no imaginário deles. Satisfeito Kon? Toda violência presente no filme não é o que o torna impalatável para alguém de menos idade ou que ainda não tenha maturidade suficiente pra entender certas nuances do filme e sim todo o dialogo que Kon trava com o publico, através de um roteiro habilmente construído por Sadayuki Murai.

O caminho percorrido por muitas celebridades em inicio de carreira

Transpor a linha entre o mundo real e o fictício,o filme centra se no constante declínio de Mima que questiona sua própria identidade. A experiência de se assistir esse filme pela primeira vez é algo indescritível, é como que sua cabeça estivesse próxima de explodir diante da capacidade de processar tantas informações ao mesmo tempo. Posso estar exagerando, mas foi assim que eu me senti. Em certo momento, a insanidade toma conta de tudo - detalhe para a trilha sonora crescente a cada quadro. Algo muito hitchcockiano, onde o suspense se entrelaça com a trilha sonora, deixando o espectador perdido e ansioso pelo que virá a seguir -  e os acontecimentos no seriado "Double Bind", que tem Mima interpretando uma personagem com esquizofrenia. A trama da série gira em torno de um assassino misterioso, assim como a trama de Perfect Blue, onde alguém em certo momento do filme começa a assassinar todas as pessoas envolvidas na mudança de carreira e imagem publica de Mima. Kon embaralha todas as linhas entre fantasia e realidade - isso que viria a se tornar marca registrada de Kon através de filmes como Millennium Actress e a que é considerada sua obra máxima; Paprika - onde ele corta as transições de trilha sonora e imagem, dando um claro sinal na mudança de narrativa. Há momentos que Mima parece estar presa num loop infinito e tanto a personagem como o expectador já não sabe distinguir a fantasia da realidade. O ritmo adotada nessa parte do filme é alucinante  e o resultado não é outra a não ser uma das obras mais psicóticas do cinema animado de todos os tempos. O filme segue mostrando imagens de Mima contra o fundo de espelhos,janelas do metrô e entre outras cenas, uma das mais alucinantes é quando Mima está dentro de um carro e vê sua imagem lhe provocando dentro de outro em movimento e ainda ela começa uma desenfreada perseguição ao seu reflexo no prédio da gravadora do grupo CHAM. Todas essas passagens sempre trazem de volta todo o dilema da crise de identidade que Mima está enfrentando. Simplesmente o filme não deixa espaço para que tomamos folêgo e tempo e percepção se tornam extremamente crucial durante esse período. Depois que se reassiste, é possivel perceber todos os truques usados para enganar quem assiste e diante disso é difícil não ficar encantado, tudo se encaixa perfeitamente e fica a pergunta: Por que não percebi aquele detalhe antes? Estava ali o tempo todo e de forma tão clara.

"A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais..."

No filme, os otakus tratam Mima com o sufixo "rin" (Mima-rin) que é uma variável do sufixo "chan", que é um modo carinhoso de chamar as garotas. O filme termina te dando todas as respostas e de forma surpreendente. A ultima cena, é bem no estilo dos filmes de Alfred Hitchcock, completamente Hollywoodiano. Há algumas criticas sobre essa cena final e o fato dela não ser tão arrebatadora quanto o filme foi durante praticamente todos os seus 80 minutos, mas eu gostei da forma como terminou. Satoshi Kon que já não está mais entre nós, era perfeccionista e se dedicava completamente ao trabalho, em Perfect Blue podemos ver o esboço de tudo aquilo que veriamos em seus próximos filmes - assim como em sua única série de tv, o anime Paranoia Agent - e o que ficou dos livros originais em que Perfect Blue se originou, foram a essência, mas todo o resto acabou sendo modificado por Kon. E como dito por ele em sua carta de despedida, metia a mão em tudo, modificando roteiro, personagens, tramas, esboços, fazendo com que o projeto só pudesse ser entendido por ele. Só temos a agradescer, pois do contrário, não teriamos o privilégio de assistir obras tão magníficas. E novamente, como dito por ele; Satoshi Kon foi “aquele tipo de cara”, e é por isso que ele pôde fazer anime meio estranho, um pouco diferente.

Imagem que se tornou referência do filme - O auge da loucura

Em Perfect Blue vimos uma montagem ágil, em que o universo exterior da heroína se funde a sua realidade interior, sem qualquer diferença nítida na imagem, como se os seres humanos fossem um complexo em que mundo real e mente fossem inseparáveis. Perfect Blue é um drama, um suspense, um olhar crítico sobre a sociedade. Para narrar o drama de Mima, Kon importa estratégias de um filme de terror e de certa forma, Perfect Blue acaba sendo uma obra conservadora, admite a possibilidade que o ser humano se erga a alturas impensadas, mas lembra que esse processo tem um preço, e que tal preço pode ser terrível. Melhor movie de animação do gênero psico-thriller que já pude assistir, é imperdível.

Confrontando seu reflexo, momento mais insano de Perfect Blue


De Satoshi Kon a Darren Aronofsky

-O texto abaixo pode conter spoilers. Leia por sua conta e risco.

Na primeira vez que eu vi o trailer e a sinopse de Cisne Negro (Black Swan), eu logo pensei; "inspirado em Perfect Blue?" Aronofsky que fez um filme baseado na famosa peça "O lago dos Cisnes", conseguiu fazer um filme incrível, trabalhando com o psicossexual e o suspense. O lago dos Cisnes é praticamente um conto de fadas dançado e que explorou um dos mais antigos arquétipos da humanidade, a possibilidade do duplo. No filme, Nina Sayers precisa encarnar o cisne branco e o cisne negro, mas ela tem bastante dificuldade em encarnar o lado mais sombrio, representado pelo cisne negro. Nina é uma moça construida socialmente, um cisne branco frigido, frágil e incapaz de aproveitar todo o seu potencial latente e dentro dela o cisne negro que se debate pela liberdade, agressivo, destruidor e erótico. Nina sofre um incrível pressão psicológica ao seu redor, o que acaba sendo o estopin para todas as suas alucinações e um cisne negro debatendo dentro dela, ansiando pela liberdade.


Darren Aronofsky comprou os direitos de imagem de Perfect Blue por apenas 59.000 dólares, a fim de reproduzir a seqüência da banheira para o seu fantástico filme Requiem for a Dream (Requiem para um sonho).


Mesmo que Darren Aronofsky negue até a morte, quem assiste Cisne Negro e Perfect Blue percebe as incríveis semelhanças entre os dois filmes. de forma alguma se trata de cópia ou plágio, mas a essencia de Perfect Blue esta presente em Cisne Negro desde os personagens até a forma como filme se encaminha. Então, seria muito legal da parte dele dizer que Cisne Negro não foi apenas inspirado em "O Lago dos Cisnes", como também em Perfect Blue. Um não complementa o outro, mas é uma experiência maravilhosa assistir ambos e notar como é uma versão live action inspirada livremente no primeiro filme de Satoshi Kon.

Em Perfect Blue, Nina tem como tutora, a Rumi-chan, que é o tipo de conselheira, empresária e desempenha o papel de mãe. Em Cisne Negro, Nina tem uma mãe dominadora, que a trata como uma criança frágil a quem precisa proteger do mundo. Rumi também demonstra sua insatisfação no novo caminho que Mina pretende seguir. A mãe de Nina que também foi uma bailarina, mas dita como uma bailarina medíocre que aos 28 anos de idade teve que abandonar a profissão sem ter conseguido se consagrar. Posteriormente é revelado em Perfect Blue que Rumi ainda tinha o vislumbre de ser um idol jovem e linda, ela que já tinha sido uma cantora no passado, mas não é revelado grandes detalhes, mas tudo da a entender que não conseguiu grande sucesso e nem reconhecimento, projetando então em Mima todo seu sonho.



Mesmo sem o reconhecimento, é ridículo tentar negar que Aronofsky não só bebeu na mesma fonte, como também fez uso da mesma linguagem utilizada por Kon. Existem muitas semelhanças e não apenas no enredo. Nina em Cisne Negro, repousa a cabeça contra a janela do metrô e fica chocada ao ver sua réplica e fica olhando fixamente para ela, isso também acontece constantemente com Mina em em Perfect Blue. As duas personagens se mostram bastante reflexivas nos dois filmes e isso soma bastante na linguagem visual,  assim como as sombras, fotografias e pinturas que se distorcem e tumultua a mente perturbada das personagens de ambos os filmes.



Aronofsky pegou o que há de melhor em Perfect Blue e levou para Cisne Negro, transformando em algo mais além, dando legitimidade e contando uma nova história. Mima quer ter a aceitação de todos e fazer seu melhor, por isso aceita participar da tensa cena de estupro de sua personagem. Ali não somente a personagem, mas como ela também foi abusada nas agressivas investidas do seu agressor, deixando seu lado psicológico ainda mais fragilizado e as sessões de fotos de nú total que aceitou participar foi apenas uma conseqüência disso e seu eu interior se rebela se tornando sua replica, seu desejo mais intimo.



Já a luta de Nina é mais abrangente, afetando cada aspecto de sua vida. Ela fica sem comer, sofre bulimia, se mutila e se submete a experiências impensáveis a mando de seu diretor, que deseja extrair dela o seu lado garota má.  O processo de desconstrução de Mima em Perfect Blue é instigante, o de Nina em Cisne Negro é angustiante e a câmera estar focada diretamente e exclusivamente nela é claustrofóbico, chega a ser impiedoso.


A diferença talvez esteja no desenvolvimento das personagens, em Perfect Blue nos temos uma visão geral sobre as coisas que estão acontecendo, vemos tudo de fora, Kon não nos permitiu adentrar no interior de Mima e nem deixou que ela chegasse ao extremo da loucura. Enquanto Aronofsky judiou feio de sua Nina e nos deixando participar e partilhar com o terror que ela sentia. Natalie Portman mais uma vez conseguiu se superar e se mostrou merecedora do Oscar 2011. Ambos os filmes se tornaram um marco e se Perfect Blue já é considerado um cult, Cisne Negro não precisa esperar o tempo para ser reconhecido como tal, já é tido como um clássico moderno. Há também o fato de Cisne Negro terminar quando Nina conquista a todos e recebe o aplaudo do publico, em Perfect Blue acontece a mesma coisa com Mima quando ela termina as filmagens da série de tv, sendo aplaudida e se sentindo realizada, os aplausos continuam mas a cortina não desce, pois ainda não nos foi revelado todo o segredo da trama. E está formada a dupla sertaneja; Mina e Nina. Que coisa, não!?

Azul Perfeito


Perfect Blue é baseado livremente - muito livremente, diga se de passagem - no romance policial escrito por Yoshikazu Takeuchi, que também leva o mesmo nome. O primeiro livro de Perfect Blue foi lançado ainda em 1991, seguido de mais dois lançamentos posteriormente em 1998. Achar uma detalhada review dessa série de livros é muito difícil, mas a sinopse básica é que a trama gira em torno de um misterioso assassinato de um promissor jogador de baseball, sendo que o principal suspeito é seu próprio irmão. A história é vista sobre a perspectiva de um divertido cachorro e um detetive. Sim, como eu disse é um romance policial e que lembra bastante as histórias do detetive Poirot de Agatha ChristieYoshikazu Takeuchi é um autor conhecido por escrever romances de mistério e investigação, seus livros são descritos como sendo trágicos e densos. Não é preciso ler o livro pra ver que Kon foi esperto o bastante pra aproveitar toda a idéia original do livro e transforma numa história ainda mais provocante.

Perfect Blue - Samete Nara Yume

É verdade que originalmente, Satoshi Kon tinha planejado Perfect Blue com atores reais, mas como o projeto não vingou, em 2002 Toshiki Sato resolveu levar a idéia para o cinema com o filme live action Samete Nara Yume. O fime foi baseado na versão animada, dirigida por Satoshi Kon, tendo como base a idéia chave de uma jovem estrela que começa a ter surtos psicóticos e um stalker (perseguidor) enlouquecido. Mas ao contrário do longa animado, Samete Nara Yume não conseguiu obter o mesmo sucesso, sendo um fracasso de críticas e caindo no ostracismo. Mas também, era algo obvio visto a tamanha intensidade da trama construída por Satoshi Kon e Sadayuki Murai. Eu dei uma olhada em algumas reviews do filme e foram todas críticas bem negativas, como a desse site aqui, onde quem escreve diz não saber se é certo defini-lo como suspense ou thriller por não haver momentos de tensão ou grandes reviravoltas.


Bem, a história gira em torno de Asaka Ai (Maeda Ayaka) é um jovem estrela em ascensão, esperando por sua grande chance de se tornar o centro das atenções. Na adaptação, o tutor de Ai é um homem e não uma mulher, este é Bando (Toda Masahiro), que a indica e a seleciona para diversos ensaios fotográficos, muitos deles sendo de cartazes publicitários. Através de um musica cativante, Ai consegue uma ponta em um comercial de televisão, esse é só o inicio de sua brilhante trajetória. O nome da canção é "Se este for um sonho me acorde" (Yume Nara Samete) e foi escrito pelo amigo de Ai - Hiromi - pouco antes que pulasse de cabeça do alto de um edifício. Tudo começa a se complicar quando seu caminho se cruza com o de Horibe, que trabalha em um loja de conveniência e aparenta saber tudo sobre ela.

Cenas e trilha sonora do filme


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Título Original: パーフェクト ブルー | Pāfekuto Buru | Perfect Blue
Lançamento: 1998
País: Japão
Diretor: Satoshi Kon
Roteiro: Sadayuki Murai
Estúdio: Madhouse
Duração: 80 min.

14 comentários :

borbs disse...

Não sou de assistir filmes americanos, mas graças ao seu comentário eu vou dar uma conferida nesse Cisne Negro ai. Perfect Blue do mesmo Satoshi é foderoso.

Anônimo disse...

Eu gosto de Perfect Blue, mas prefiro Paprika, acho mais genial. Mas em questão de surtos psiquicos, esse movie destroi.

Jones disse...

Ei vi Perfect Blue, é um filme realmente muito bom, porq só fui me ligar de quem era o stalker no final msm e isso garantiu ao meu ver o sucesso do filme, já Cisne Negro não cheguei a ver, alias nem tinha lido a sinopse porq estou meio farto de filmes hollywoodyanos. Mas eu nem tinha me ligado que tinha uma historia parecida com a de PB. Agora me deu uma leve vontade de dar uma conferida.
Muito bom teu post, bjocas

Unknown disse...

Ultimamente tenho visto poucos filmes americanos, alias, tenho visto poucos filmes no geral. Mas foi muita pressão pra assistir Cisne Negro e não me arrependi, acabei assistindo 5 vezes.

valkiriapura33 disse...

Realmente esse post está perfeito como otaku gostei muito e suas observações osbre Percect Blue são em si apuradas e similares ao que penso, conseguiste captar a essência do filme em palavras e cada uma delas descreve muito bem a sensação que o filme passou: intrigante, sufocante, delirante, pois é isso mesmo que move os atos de Mima o seu delírio interno que faz com que sua dualidade fique cada vez mais aparente XD.
Sobre os Comentários de Black Swan, pensei algo parecido quando vi o primeiro trailer( que em alguns momentos é tão , não igual como vc disse mas similiar a mesma idéia e essência estão lá, podemos ver e sentir o mesmo clima, de maneiras diferentes mas muito parecidas).
Acho que é muito nítido dizer que Darren Aronofsky é fã deste filme de animação tanto que usou uma cena em um de seus filmes, soube que parece que ele tentou adaptar Perfect Blue, mas não conseguiu, não sei se isso procede, mas acho que se alguém poderia captar o filme seria este Diretor, pois realmente como vc disse no anime a expressão que é usada pelas personagens é essencial para muitas cenas e nem sempre atores conseguem passar isso-mesmo que sejam bons- e em Black Swan Aronofsky consegue chegar lá, não no mesmo tom mas é nítdo e perceptível a fonte de sua inspiração, e é o que vc disse, ele pode negar mas quem é fã e conhece sabe muito bem. Esta análise está perfeita , post assim merecem toda a atenção pq poucos param para fazer e dizer algo assim, ainda mais otakus. E como otaku espero mais posts sejam assim ou mais simples, o fato é que vc escreve bem. XD

julio pq disse...

Depois das sabias palavras da Alice, fico até sem o que dizer. O filme é realmente fantástico e todo fã de anime que se diz otaku, tem que ter assistido no minimo 2 filmes de Satoshi Kon. Continue nos brindando com ótimas resenhas como essa.

A Bozoka Falando disse...

Fica obvio que Perfect Blue conseguiu ser tão bom devido a influência de Satoshi Kon. É um filme sério, adulto e envolvente, curiosamente mesmo sendo um sucesso de crítica, não conseguiu um grande retorno financeiro. Mas isso não é surpresa, Perfect Blue não é o tipo de animação pra toda familia e não foi feito pra todo mundo. É aquela velha história, de que grandes obras só são reconhecidas e se tornam referência depois de um tempo e foi assim com esse filme. Tecnicamente não é tão bom quando Paprika ou Millenium Actress. Btw, tenho uma resenha de Millenium Actress, só não sei se vou publicar.

Anônimo disse...

0.0 foi um dos melhores filmes que ja assisti...o grafico é bom...fiquei enpressionado com os movimentos...o final foi simplesmente perfeito^^

leandro paladino disse...

Eu não entendi o filme no final das contas, quem era louca de verdade?
se alguém puder me dar uma sinopse detalhada para eu entender ficaria grato, embota eu gostei muito mas muitas coisas ficaram no ar!
Ou se tiverem algum site com as informações do de que fato o escritor quer passar no anime

obrigado

Unknown disse...

Okay, vou comentar sobre o final....então cuidado povo com o spoiler ........................................................................................................................................................................................................

A Rumi sofria transtorno de personalidade e projeta a si mesmo na juventude e talento de Mima. Esta que por sua vez, sofria de esquizofrenia. Como se sabe, a Okay, vou comentar sobre o final....então cuidado povo com o spoiler ........................................................................................................................................................................................................

A Rumi sofria transtorno de personalidade e projeta a si mesmo na juventude e talento de Mima. Esta que por sua vez, sofria de esquizofrenia. Como se sabe, essa doença se desenvolve lentamente, mas a casos em que aconte bem rapido devido a uma série de fatores, como ocorreu com Mima, que ao ser perseguida pelo maniaco, começou com esse transtorno. Perfect Blue ao meu ver, trabalha com 3 tramas distintas e culmina naquele final maravilhoso. Na primeira parte do filme temos MIma sendo perseguida e tendo alucinações por causa do maniaco. Depois descobrimos que algumas coisas que vinha acontecendo eram obra de Rumi, completamente psicotica pelo fato de Mima ter seguido um outro rumo, diferente do que ela queria. No fim, ela via Mima como um impostora, que precisa eliminar. Estou com sono e não sei se expliquei bem hehehe, qualquer cosa dê um toque ai.

Anônimo disse...

Perfect Blue genial.No meio do OVA você fica meio perdido e não entende muito bem quem que é Mima. Não sei o que esse filme mostra exatamente ( não li completamente esse post, somente assisti o filme ), mas acho que mostra a loucura da sociedade e quem realmente somos. Quem realmente somos e o que a sociedade quer de nós?
Só isso...

soul-kun7 disse...

perfect blue é simplismente genial!!! além de surtos a história é incrivel com cenas tao complexisas q nao deixao vc sair da frente da téla nem pra beber agua... super legal

soul-kun7 disse...

perfect blue é simplismente genial!!! além de surtos a história é incrivel com cenas tao complexisas q nao deixao vc sair da frente da téla nem pra beber agua... super legal

junior disse...

parecido com o que esta escrito em o exorcista
"THE SCARIEST ANIME OF ALL TIMES"

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