terça-feira, 4 de setembro de 2012

Comentários: Sword Art Online #09


“OLHA A VAAAAAAACA” /“COOOORREEE, COOORRRE” – Quem nunca?

(“pega, pega”, eu diria, se eu estivesse de longe assistindo a cena /sádica)

Não? Nunca correram de vaca, boi bravo, cachorro vadio da rua, na “roça” ou depois de terem roubado manga em terreno proibido e o guarda vir atrás de você? Nem nunca correram da Monga no parque de diversões? Tsc, tsc, tsc...Teve uma época em que eu fazia amizade mais fácil com os meninos (e olha que nunca fui machinha, hein. Muito paty e chorona), não era raro eu estar sempre envolvida em alguma treta (sorte que eu tinha carinha de anjo) ou voltar ralada pra casa. O que isso tem haver? É que eu achei um MÁXIMO o inicio deste episódio e não pude evitar boas lembranças da infância ao ver Kirito e Asuna batendo canela e correndo a todo pulmão!

[HAHAHA eu adorei o jogo de câmera aqui e essa disformidade na animação. Achei que ficou muito legal, e a câmera girando em 180º deu um senso cinético muito forte à sequência. Claro, não resisti e fiz piadinha]

Este episódio foi puro awesomeness [em letras minúsculas mesmo], e a direção conseguiu resgatar aquilo que há de melhor em SAO, que é o senso de diversão nas cenas mais clichês e previsíveis eveeear. Seja na maravilhosa sintonia entre Kirito e Asuna, que me deixam sorrindo como uma boboca [nossa, eu sou muito mole]. Seja nele se transformando num machinho salvador e empunhando sua espada pra cima do BOSS ou qualquer um que atente contra sua amada. Ou simplesmente, nos sensacionais arranjos orquestrais com coral ao fundo da Kajiura, que conseguem se sobressair com extrema facilidade uma vez que a trama de SAO é beeeeeem light.

Uma coisa que eu já tinha percebido, mas não havia dado a devida atenção, é na forma como Kirito e Asuna se comunicam, mesmo sem nenhuma linha de diálogo. Isso foi algo que comentaram isso nos comentários do episódio passado (estou em duvidas de quem foi então não vou citar nomes), e que me fez pensar que é algo bem bonitinho. Asuna segurando em uma parte da roupa do Kirito antes de adentrarem na sala do BOSS, revela a sintonia e a confiança mutua que possuem (com Kirito, acredito que Asuna consiga abrir sua guarda – sem trocadilhos hihihihihi – e confiar totalmente nele, ela se proteger tanto em suas sombras mostra isso /visão romântica). E o jogo de câmera com foco nas expressões e olhares de ambos, foi ótimo. As entonações e nuances de voz da Haruka Tomatsu no timbre da Asuna é excelente. É provocativo, mas repleto de carinho e intimidade. E eu gosto muito do trabalho do dublador do Kirito também, o Yoshitsugu Matsuoka, que faz algo simples, mas que se ajusta perfeitamente nos momentos mais distintos da trama. A intimidade entre eles vem a nós de forma muito genuína e natural, são os típicos casais de namorados que quando se dão conta, já estão namorando, sem ao menos terem percebido.


Há também de se destacar que, por mais que Asuna seja emoldurada numa roupagem de garota forte dentro do jogo, lá fora ela é uma garota real, e ali eles estão expostos [teoricamente] a perigos, também reais. O que, claro, não justifica o fato de até agora ela não ter mostrado a que veio, sendo muito mais uma colegial histérica do que uma importante comandante, entre outras coisas injustificáveis. A única coisa que ela se destacou até aqui, foi na culinária e em ser uma idol (!!!). Isso aí, sim, poderia ser mais bem trabalhado, e no fim das contas, Asuna é apenas uma personagem rasa/fraca e subdesenvolvida, até mais do que Kirito, que também é uma casca vazia, mesmo com todo aquele build-up.

Aaahh, a batalha com o BOSS.... FOI ÓTIMA. Conseguiu me entreter, mesmo sendo bem clichê o Deus Ex-Machina utilizado (já estamos no episódio 09 e ainda tem gente que se dói com essas previsibilidades de SAO. Eu nem me importo mais). As coreografias de Kirito, os golpes, o layout, tava tudo muito bem desenhado e com um bom uso de cores e angulação. Claro, o duelo acaba esbarrando no orçamento que não possibilita uma movimentação fluída por parte dos personagens envolvidos (aquela cena da Asuna abraçada no Kirito umas meia hora sem se mexer, chegou num momento que eu achei que ela tava morta!), mas é tudo tão cinético e divertido que consegue ser sim, envolvente. Méritos para a direção, que soube trabalhar algo simples, nada fantástico, mas divertido e empolgante.


Asuna’s fags dirão que ela pouco contribuiu no duelo, ou que ficou muito de lado no episódio, mas veja bem, neste ponto está tudo bem coerente com a proposta. O play é o Kirito, e o episódio foi centrado nele e na revelação de mais uma de suas habilidades. Tudo se encaminhou para isso. Coerente. Mas, de forma alguma considero nenhum mérito para o longo build-up (aquela enrolação toda que acrescentou muito, muito pouco ao enredo linear) dos episódios anteriores, tendo efeito neste. Vejamos: O que de trabalho e desenvolvimento nos episódios anteriores, teve efeito neste? Kirito é Deus, e pronto. Sei que aconteceu dele se tornar o mais forte entre todos, mas foi apenas jogado ao ar. Asuna pouco apareceu nos anteriores. O grande amigo de Kirito teve tanto destaque nos anteriores que eu nem me lembro do nome dele. Só sei que ele faz o típico papel do amigo encalhado que baba ovo pro protagonista de série harém. A exceção, é o arco da Sachi. 

Pelo contrário, aqui nós temos algumas coisas meio jogadas e não trabalhadas, como aquela guilda que conseguiu chegar ao andar 74 sem nenhum padrão de ataque ou estratégia eficaz. Claro, conveniente, mas a trama chego num nível onde brotar personagens do nada sem um desenvolvimento prévio, deixa a narrativa mais pobre e fraca. Quer dizer, o grupo simplesmente desapareceu em meio aos 70 andares (já que não foram citados anteriormente) e reapareceram do nada neste momento. E temos a carismática Lizbeth, que parece compartilhar o segredo de Kirito, mas não me lembro de ter visto isso anteriormente. Então, o build-up do anime foi mal feito, onde a inserção de certos elementos na narrativa dá a impressão de que foi tudo jogado e que falta desenvolvimento e um ritmo minuciosamente compassado.

O cliffhanger apresentou o grande comandante da principal guilda de SAO, Heathcliff, e tudo bem que só fui usado como gancho para o próximo episódio, mas me deixou a impressão de ser canastra demais, o que não parece combinar com o seu cargo. Agora, meu lado mulher grita e anseia por isso: LOL para o argumento desse novo conflito. Novamente, temos Asuna servindo como troféu numa disputa; “se você ganhar, você pode leva-la”. Apesar disso, eu entendo o fato dela ter um papel importante na guilda (/dizem, né. Eu ainda não vi), e realmente não compreendi aquilo dela simplesmente querer pedir licença/férias do seu cargo. As atitudes de Heathcliff são MUITO coerentes, principalmente com ele podendo ganhar um grande jogador como o Kirito para o seu grupo. E claro, estou ciente que o mundo virtual é um mundo bem segregador e machista. Então, não vejo nenhum problema aí, está até muito bem representado neste ponto.

Este episódio foi ótimo, e mesmo com as ressalvas, continua sendo bem divertido. Para os que estão esperando uma crescente, eu vos digo que depois de 09 episódios, eu não espero mais nada de SAO, além de que consiga não soar muito incoerente com sua proposta e que continue ao menos, ordinariamente divertido. Vejo um caminho previsível à frente e que mesmo com sua falta de ambição em ser algo _a _mais_ou_marcante, talvez consiga encerrar sendo um razoavelmente bom entretenimento.

*sentanda com a vasilha de pipoca no chão, viro pro Kirito e falo*
"VAMOS, ME SERVE VADIA!"

Avaliação:


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[eu ri comedidamente nessa cena]