“OLHA A VAAAAAAACA” /“COOOORREEE,
COOORRRE” – Quem nunca?
Não? Nunca correram de vaca, boi bravo, cachorro vadio da
rua, na “roça” ou depois de terem roubado manga em terreno proibido e o guarda
vir atrás de você? Nem nunca correram da Monga no parque de diversões? Tsc,
tsc, tsc...Teve uma época em que eu fazia amizade mais fácil com os meninos (e olha que nunca fui machinha, hein. Muito
paty e chorona), não era raro eu estar sempre envolvida em alguma treta (sorte que eu tinha carinha de anjo) ou
voltar ralada pra casa. O que isso tem haver? É que eu achei um MÁXIMO o inicio
deste episódio e não pude evitar boas lembranças da infância ao ver Kirito e
Asuna batendo canela e correndo a todo pulmão!
Este episódio foi puro awesomeness [em letras minúsculas mesmo],
e a direção conseguiu resgatar aquilo que há de melhor em SAO, que é o senso de
diversão nas cenas mais clichês e previsíveis eveeear. Seja na maravilhosa
sintonia entre Kirito e Asuna, que me deixam sorrindo como uma boboca [nossa,
eu sou muito mole]. Seja nele se transformando num machinho salvador e
empunhando sua espada pra cima do BOSS ou qualquer um que atente contra sua
amada. Ou simplesmente, nos sensacionais arranjos orquestrais com coral ao
fundo da Kajiura, que conseguem se sobressair com extrema facilidade uma vez
que a trama de SAO é beeeeeem light.
Uma coisa que eu já tinha percebido, mas não havia dado a
devida atenção, é na forma como Kirito e Asuna se comunicam, mesmo sem nenhuma
linha de diálogo. Isso foi algo que comentaram isso nos comentários do episódio
passado (estou em duvidas de quem foi
então não vou citar nomes), e que me fez pensar que é algo bem bonitinho.
Asuna segurando em uma parte da roupa do Kirito antes de adentrarem na sala do
BOSS, revela a sintonia e a confiança mutua que possuem (com Kirito, acredito que Asuna consiga abrir sua guarda – sem trocadilhos
hihihihihi – e confiar totalmente nele, ela se proteger tanto em suas sombras
mostra isso /visão romântica). E o jogo de câmera com foco nas expressões e
olhares de ambos, foi ótimo. As entonações e nuances de voz da Haruka Tomatsu
no timbre da Asuna é excelente. É provocativo, mas repleto de carinho e
intimidade. E eu gosto muito do trabalho do dublador do Kirito também, o Yoshitsugu
Matsuoka, que faz algo simples, mas que se ajusta perfeitamente nos momentos
mais distintos da trama. A intimidade entre eles vem a nós de forma muito genuína
e natural, são os típicos casais de namorados que quando se dão conta, já estão
namorando, sem ao menos terem percebido.
Há também de se destacar que, por mais que Asuna seja
emoldurada numa roupagem de garota forte dentro do jogo, lá fora ela é uma
garota real, e ali eles estão expostos [teoricamente] a perigos, também reais.
O que, claro, não justifica o fato de até agora ela não ter mostrado a que
veio, sendo muito mais uma colegial histérica do que uma importante comandante,
entre outras coisas injustificáveis. A única coisa que ela se destacou até
aqui, foi na culinária e em ser uma idol (!!!).
Isso aí, sim, poderia ser mais bem trabalhado, e no fim das contas, Asuna é
apenas uma personagem rasa/fraca e subdesenvolvida, até mais do que Kirito, que
também é uma casca vazia, mesmo com todo aquele build-up.
Aaahh, a batalha com o BOSS.... FOI ÓTIMA. Conseguiu me
entreter, mesmo sendo bem clichê o Deus Ex-Machina utilizado (já estamos no episódio 09 e ainda tem
gente que se dói com essas previsibilidades de SAO. Eu nem me importo mais).
As coreografias de Kirito, os golpes, o layout, tava tudo muito bem desenhado e
com um bom uso de cores e angulação. Claro, o duelo acaba esbarrando no
orçamento que não possibilita uma movimentação fluída por parte dos personagens
envolvidos (aquela cena da Asuna
abraçada no Kirito umas meia hora sem
se mexer, chegou num momento que eu achei que ela tava morta!), mas é tudo
tão cinético e divertido que consegue ser sim, envolvente. Méritos para a direção,
que soube trabalhar algo simples, nada fantástico, mas divertido e empolgante.
Asuna’s fags dirão que ela pouco contribuiu no duelo, ou que
ficou muito de lado no episódio, mas veja bem, neste ponto está tudo bem
coerente com a proposta. O play é o Kirito, e o episódio foi centrado nele e na
revelação de mais uma de suas habilidades. Tudo se encaminhou para isso.
Coerente. Mas, de forma alguma considero nenhum mérito para o longo build-up (aquela enrolação toda que acrescentou
muito, muito pouco ao enredo linear) dos episódios anteriores, tendo efeito
neste. Vejamos: O que de trabalho e desenvolvimento nos episódios anteriores,
teve efeito neste? Kirito é Deus, e pronto. Sei que aconteceu dele se tornar o
mais forte entre todos, mas foi apenas jogado ao ar. Asuna pouco apareceu nos
anteriores. O grande amigo de Kirito teve tanto destaque nos anteriores que eu
nem me lembro do nome dele. Só sei que ele faz o típico papel do amigo
encalhado que baba ovo pro protagonista
de série harém. A exceção, é o arco da Sachi.
Pelo contrário, aqui nós temos algumas coisas meio jogadas e
não trabalhadas, como aquela guilda que conseguiu chegar ao andar 74 sem nenhum
padrão de ataque ou estratégia eficaz. Claro, conveniente, mas a trama chego
num nível onde brotar personagens do nada sem um desenvolvimento prévio, deixa
a narrativa mais pobre e fraca. Quer dizer, o grupo simplesmente desapareceu em
meio aos 70 andares (já que não foram
citados anteriormente) e reapareceram do nada neste momento. E temos a carismática
Lizbeth, que parece compartilhar o segredo de Kirito, mas não me lembro de ter
visto isso anteriormente. Então, o build-up do anime foi mal feito, onde a
inserção de certos elementos na narrativa dá a impressão de que foi tudo jogado
e que falta desenvolvimento e um ritmo minuciosamente compassado.
O cliffhanger apresentou o grande comandante da principal
guilda de SAO, Heathcliff, e tudo bem que só fui usado como gancho para o
próximo episódio, mas me deixou a impressão de ser canastra demais, o que não
parece combinar com o seu cargo. Agora, meu lado mulher grita e anseia por isso:
LOL para o argumento desse novo conflito. Novamente, temos Asuna servindo como
troféu numa disputa; “se você ganhar,
você pode leva-la”. Apesar disso, eu entendo o fato dela ter um papel importante
na guilda (/dizem, né. Eu ainda não vi),
e realmente não compreendi aquilo dela simplesmente querer pedir licença/férias
do seu cargo. As atitudes de Heathcliff são MUITO coerentes, principalmente com
ele podendo ganhar um grande jogador como o Kirito para o seu grupo. E claro, estou
ciente que o mundo virtual é um mundo bem segregador e machista. Então, não vejo
nenhum problema aí, está até muito bem representado neste ponto.
Este episódio foi ótimo, e mesmo com as ressalvas, continua
sendo bem divertido. Para os que estão esperando uma crescente, eu vos digo que
depois de 09 episódios, eu não espero mais nada de SAO, além de que consiga não
soar muito incoerente com sua proposta e que continue ao menos, ordinariamente
divertido. Vejo um caminho previsível à frente e que mesmo com sua falta de
ambição em ser algo _a _mais_ou_marcante, talvez consiga encerrar sendo um razoavelmente
bom entretenimento.
*sentanda com a vasilha de pipoca no chão, viro pro Kirito e
falo*
– "VAMOS, ME
SERVE VADIA!"
[eu ri comedidamente nessa cena]