KouKane está, como sempre, muito HHNGGG<33
Discutindo sobre o episódio da semana passada com o @MT_virus (do XtremeDivider), ele comentou justamente a possibilidade do episódio dessa semana voltar para a linha temporal atual – E foi realmente o que aconteceu, e foi DEMAAAAAIS, diga-se de passagem. E aí fiquei pensando se a história agora entrou nos trilhos definitivamente, seguindo uma narrativa linear, sem arco ou casos. Porque agora, aparentemente o foco se voltou para o tema central da série, sem a necessidade de desenvolver questionamentos e estruturar um mundo (a estruturação do mundo de PP é um pouco fraca, convenhamos).
Discutindo sobre o episódio da semana passada com o @MT_virus (do XtremeDivider), ele comentou justamente a possibilidade do episódio dessa semana voltar para a linha temporal atual – E foi realmente o que aconteceu, e foi DEMAAAAAIS, diga-se de passagem. E aí fiquei pensando se a história agora entrou nos trilhos definitivamente, seguindo uma narrativa linear, sem arco ou casos. Porque agora, aparentemente o foco se voltou para o tema central da série, sem a necessidade de desenvolver questionamentos e estruturar um mundo (a estruturação do mundo de PP é um pouco fraca, convenhamos).
E onde o episódio anterior se encaixa nisto? Não acredito
que ele tenha servido apenas para substanciar personagens e solidificar mais
aquela sociedade através de uma nova perspectiva, mas também como um prólogo
que logo deverá mostrar sua importância. Assim espero. Mesmo neste episódio, é notável
como a narrativa se correlaciona com o anterior. E abrindo um parênteses, não
acredito muito numa futura união entre Shougo, que se coloca mais como um
terrorista, e a tribo da Rina, protestante.
Agora, se permitem: Este episódio de PP foi
A-LU-CI-NAN-TÊÊÊÊÊÊÊ, sem ao menos apresentar uma sequência de ação sequer! Sério,
eu me senti viva novamente somente aos 9 minutos, quando o diálogo intrínseco entre
Ginoza e a chefe da Secretaria de Segurança Pública, enfim deu abertura para a
outra linha narrativa do episódio. Se no anterior reclamávamos da falta dos
diálogos verborrágicos do Urobuchin, neste, paradoxalmente o ponto alto é
justamente eles serem dinâmicos, sem a eloquência de uma atmosfera densa,
afinal, este é um episódio que retrata o cotidiano dos personagens – Neste aspecto,
os diálogos soam naturais, como algo banal do dia-a-dia, ainda que esconda-se
uma cortina de fumaça por traz da intenção de cada personagem.
A visita de um inspetor à um psicanalista [?] que lhe
adverte sobre a crescente elevação do nível de poluição do seu Psycho-pass. A visita de uma inspetora
visualmente ainda abalada, mas disposta, à um justiceiro. Ele se surpreende por
ela ter se recuperado tão rápido, e mal imagina que a sua força em se manter de
pé se encontra em uma motivação inabalável. O episódio traz Akane e Ginoza como personagens centrais, conflitantes
e orbitando sobre uma trama paralela que promete abrir passagem para uma reta
final simplesmente orgástica. Além disso, foi um episódio sensível ao trazer a
tona o conflito entre Akane e Ginoza, dois personagens antagônicos, embora
joguem no mesmo time, e evidenciar a possível queda do tsundere mais charmoso
da temporada. Não foi um episódio obvio. A sutileza com que desenvolveu esses dois
personagens que até aqui ficavam muito à margem e o PLOT, tornam este episódio
incrível e um dos meus prediletos de PP (e
foi escrito pelo mesmo cara do episódio anterior).
Sobre o Ginoza, quando o episódio abriu com ele naquela sala
com o doutor questionando-o, eu já senti que algo não estava muto beeem. Será
que o Gino-san será a primeira vítima do time principal? Essa insinuante tensão
trabalhada sob um clima calmo e com diálogos burocráticos, me deixou NERVOSA;
mas confesso que ri quando Ginoza foi questionado com relação à um namorado e
ele vira o rosto. Eu pensei maldadezinhas,
é CLAAAAAAAARO, mas o fato dele nunca ter namorado, não ter uma família, uma
vida social, diz muito sobre o temperamento dele. A direção faz um excelente
trabalho na montagem desta miscelânea de conflitos, tornando o episódio
intenso, envolvente, e até mesmo nervoso em alguns momentos. Porém eu vou
desmontar isso para meu raciocínio ser passado de forma prática.
Pais e Filhos
O contexto em que se dá a, já obvia, relação de pai e filho
entre Gino e o velho Masaoka foi a mais apropriada possível, de forma direta e casual.
Desculpem-me, mas quem se espantou com esta revelação é porque não estava
prestando atenção na história com os crescentes indícios de afetos conflituosos
e uma intimidade que superou até mesmo as patentes quando Masaoka ergue Gino e
lhe dá uma lição de moral, com todos encarando aquilo com a maior naturalidade
[entre outros momentos onde Gino nunca se atrevesse se opor ao velhinho
simpático]. A conversa entre ambos tem um significado ainda maior ao sintetizar
a angustia transparente de Gino durante todo o episódio. Ele tem a confiança da
Chefe de Segurança Pública, age de acordo com o protocolo, mas é evidente
durante todos estes episódios o quanto ele é desconfortável com toda essa
situação.
Com o pai sendo diagnosticado como criminoso latente e uma família
já inexistente, ele parece canalizar todo seu desgosto por um sistema que lhe
tirou tudo, em sua carreira, sendo o melhor naquilo que seu pai um dia fora.
Como em “Admirável Mundo Novo” [de Aldous Huxley], nem tudo é tão perfeito como
se supõe, temos uma fuga nestas ideias de sociedade tecnológica que é do jovem
protagonista, que começa a questionar e a sentir o vazio de viver uma vida sem
muitos sentimentos, quase que a de um robô. Sufocado. E este crescente stress e
questionamentos internos, parecem ter se intensificado com a chegada de Akane,
que parece atormentá-lo com sua ingenuidade e fé na humanidade. Ginoza então
vive um conflito paradoxal por, ao contrário de Akane [uma “indisciplinada”],
executar sem questionar as ordens do sistema, mas nunca aceita-lo
verdadeiramente, guardando um profundo rancor. Isto explica o porquê ele se
irrita e retorce tanto com as atitudes de Akane, ao ponto de mesmo não sendo no
fundo sua intenção (aprendi a gostar bastante
do Gino, mesmo ele me irritando muitas vezes), querer feri-la e demovê-la
desse idealismo.
E isto tudo transborda neste episódio, que chega ser de uma
sutileza dolorosa até. Foi épico ele perguntando à Masaoka qual o segredo de
Akane (!!). Conscientemente é uma
pergunta absurda, mas quem poderá julgá-lo naquele momento? A garota não segue
o protocolo, se arrisca, vê a amiga ser morta cruelmente na sua frente, entra
em choque, e ainda continua um com psycho-pass
acentuadamente baixo. POR QUE CARALHO? Se ele é um profissional exemplar e
seu Psycho-pass se encontra em
crescente ascensão... Aparentemente a resposta se encontra no próprio pai.
Velho Masaoka: “(...) Como você estava falando...se você
questionar o seu trabalho, se você começar a sentir que falta alguma coisa,
tenha cuidado. Se você seguir por este caminho, pode ser que caia no mesmo
buraco que eu.”
Não seria curioso se o Gino acabasse como o pai, por cometer
o mesmo equivoco? E essa parece ser a diferença entre ele e Akane. Ele parece
se questionar o tempo todo (nota para o
momento onde ele questiona a precisão do Síbila frente à sua superior e esta
rebate seu argumento, explicitando os benefícios que o mesmo traz para a
sociedade), enquanto ela segue (e age
por) seus impulsos, fazendo o que considera ser certo.
Assintomáticos
Levando isto em consideração, Akane pode ser considerada uma
anomalia? Uma pessoa assintomática? Afinal, qual o segredo da Akane? E do
Shougo? E de toda a orla de criminosos que ele reuniu? O comportamento
consciente do que está fazendo lhe parecer o correto. Claro que Akane não é psicopata,
nem sociopata, mas se antes eu pensava que ela pudesse ser biologicamente
alterada, já começo a refutar dessa possibilidade. Ironicamente o síbila falha justamente
na ideia com o qual foi concebido: emoções humanas. Ele pode diagnosticar a
conformidade, mas lhe escapa as variáveis. No inicio eu questionava essa
vulnerabilidade, mas o cérebro humano nunca será uma ciência exata – E o
argumento da chefe da Secretaria de Segurança Pública foi impecável e em
extrema conformidade com o enredo.
Sobre a Akane... CHUPA HATERS! Simplesmente fabulosa e convicta!
Destaque para o bom trabalho em cima da personagem, que mesmo esboçando uma
reação positiva, ficou evidente em seu semblante e na forma de se postar, que
ela ainda estava psicologicamente fragilizada. A Kana Hanazawa deu a entonação
ideal em sua dublagem.
Um sistema perfeito
E pra fechar, gostaria de ressalvar em como o argumento da
superior de Ginoza é crível ao dizer que, não importa se o sistema é ou não,
perfeito, mas sim que a sociedade pense que ele o é. Gen Urobuchi buscou este
argumento no que se entende como “lei e ordem”, que em linhas simples, é
oriundo da anomia; um estado de coisas em que não existem ordem, leis ou normas
de conduta para as pessoas. Período presenciado, por exemplo, por Berlim nos
últimos dias da 2.ª Guerra Mundial, onde a sociedade não sabia dizer se Hitler
ainda estava vivo ou não. Neste intervalo de tempo entre uma autoridade e
outra, aquela sociedade viveu em agonia, um estado sem leis e de desordem.
Nenhum país se mantém de pé sem a lei pra garantir o direito da sociedade e a
ordem para governar. E nenhum regime totalitário nasce imposto à população. A
ditadura militar surgiu em 64 devido à um clamor popular, que pedia a
intervenção militar para combater o comunismo. O Golpe Militar era associado à
ideia de futuro, de esperança e de um tempo melhor.
Dessa forma, este argumento do Urobuchi tem muito do
conceito impregnado por Orwell através do seu Big Brother, que imortalizou a
expressão “Big Brother is watching you” (“O
Grande Irmão está a observar-te”), no célebre livro 1984. Orwell vê como o
ponto fraco do utopismo o conceito de perfectibilidade humana. E o sibila nasceu
com este com conceito, e embora não saibamos o que de certo levou à sociedade
optar por ele (o que fica subtendido é que foi mesmo a elevação do nível da água, mas será apenas isso?), sabemos que foi com sua aprovação. Em “Admirável Mundo Novo”,
vemos a sociedade viver o pesadelo da excessiva falta de ordem em seu passado,
enquanto no futuro seria o pesadelo da ordem em demasia. Desculpem ter ficado
um pouco chato, mas queria contextualizar melhor o estado sibila, que certamente nasceu da desordem buscando um
mundo “perfeito” que não abre mão para negociações. Esses regimes caem quando a
sociedade começa a perceber que ele não é tão perfeito assim, e ao que tudo
indica, veremos a gloriosa queda do Síbila. Tomara! (XDD).
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>Heart of Darkness.. Nessa referência o Urobutcher foi longe. Desconheço, mas é um livro que rendeu até game. Alguém conhece? LOL
>Só eu senti vontade de lascar uma mordida nele aqui? OWWWNN OLHA ESSE OLHAR!!!
>Que sinistrão. Andam dizendo que, assim como Senguji, ela é biônica. Será? A rapidez do processamento de informações, mais o fato dela parecer estar recebendo os dados, sem ao menos olhar para a tela, é um forte indicio. E perceberam como ela chama o Shougo? Shougo-kun. Uma forma íntima demais de o tratar, além de sua entonação de voz e feições denunciar que ela já o conhecia, embora desconhecesse o fato dele ser a pessoa por trás de todos aqueles eventos... Surpresas virão!
>Eu gostei muito do afeto mostrado neste episódio de Gino por Akane. O tapa em seu rosto para despertá-la, a sua defesa frente à sua superior. Seria bacana ver o Gino antes de morrer, em uma cena emotiva com ela. Não é spoilers, mas estou supondo que ele será o primeiro a sucumbir...
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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>Só eu senti vontade de lascar uma mordida nele aqui? OWWWNN OLHA ESSE OLHAR!!!
>Que sinistrão. Andam dizendo que, assim como Senguji, ela é biônica. Será? A rapidez do processamento de informações, mais o fato dela parecer estar recebendo os dados, sem ao menos olhar para a tela, é um forte indicio. E perceberam como ela chama o Shougo? Shougo-kun. Uma forma íntima demais de o tratar, além de sua entonação de voz e feições denunciar que ela já o conhecia, embora desconhecesse o fato dele ser a pessoa por trás de todos aqueles eventos... Surpresas virão!
>Eu gostei muito do afeto mostrado neste episódio de Gino por Akane. O tapa em seu rosto para despertá-la, a sua defesa frente à sua superior. Seria bacana ver o Gino antes de morrer, em uma cena emotiva com ela. Não é spoilers, mas estou supondo que ele será o primeiro a sucumbir...
>Novamente, sobre a OP, estava pensando sobre qual o significado destes logos que aparecem na tela. Além do símbolo da justiça que representa o síbila, e que já discutimos antes, temos o da emergência médica e o de proteção de fronteiras, que surgiram agora com esta nova OP. O de emergência médica dá pra se supor vagamente, levando em conta uma hipotética guerra cívil, e o de operações de proteção à fonteira? A provincia da cidade de PP fica num arquipelogo, e pelo que se saiba, assim é também com outras cidades. E bem, acho que quem levou fé no simbolismo do Kougami segurando uma arma sem ser uma Dominator e estilhaçando o vidro (que seria o Síbila), estava certo sobre a queda do sistema.