Também conhecido aqui no Brasil como A Tartaruga Vermelha (originalmente La Tortue Rouge), se trata de uma produção francesa do diretor holandês, estreante no oficio, Michael Dudok de Wit. Escrito em quatro mãos com o roteirista [e diretor] francês Pascale Ferran, o filme trata-se de um diálogo que percorre as principais fases da vida de um náufrago em uma ilha tropical deserta povoada por tartarugas, caranguejos e aves. É praticamente um filme mudo, já que os únicos sons que se ouve são de grunhidos e animais; o som ambiente, sendo o diálogo formal absolutamente descartado.
Dudok de Wit utilizou desenho de carvão e aquarela utilizando a técnica Wash. Ele comentou que “o filme mostra um profundo respeito pela natureza, incluindo a natureza humana, e transmite uma sensação de paz e temor na imensidão da vida”.
A animação ficou por conta do estúdio francês Prima Linea, mas a razão pela qual A Tartaruga Vermelha vem despertando tanta atenção é pelo fato de contar com a coprodução do estúdio Ghibli*, que auxiliou na produção dos cenários. É a primeira vez que o Ghibli assina contrato com qualquer outro estúdio ocidental como um estúdio contratado (que ajuda na produção de animação) e as razões parecem ser boas o suficiente.
O longa-animado abriu com 466,321 dólares nos cinemas da França, em um total de 149 salas. Alcançou o nono lugar nas bilheterias, e para um filme deste porte o resultado é mais do que satisfatório. É realmente ótimo. Procurando Dory, da Pixar, fez um total de 4,7 milhões de doláres, mas estamos falando de um blockbuster americano, A Tartaruga Vermelha por outro lado, é um filme experimental.
Em tempo, foi o único longa de animação exibido no Festival de Cannes de 2016 e ganhou o prêmio especial do Júri, que apesar de não ser o principal prêmio na categoria (soando mais como reconhecimento e consolação), ainda é um feito notável para a produção que vem arrancando elogios por ai. O crítico de cinema Pablo Villaça assistiu na mostra de Cannes, e deu nota máxima ao filme em sua crítica.
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