Saudações do Crítico Nippon!
Essa foi uma das
melhores surpresas de toda minha vida. Obviamente não estou dizendo que é um
dos melhores animes do mundo, apenas que não havia qualquer expectativa, porém
o resultado, meus amigos, foi excepcional. Se trata de uma obra em que garotas
lutam usando apenas os peitos e a bunda.
E você, jovem, talvez não entenda agora, mas com o passar dos anos, o
conteúdo ecchi cansa bastante. Torna-se um mero zorra total. Mas Keijo não.
Keijo é um anime de esporte/ação de primeira categoria. Coisas como Boku no Hero Academia não chegam aos pés de uma obra dessas.
O anime trata
sobre o esporte keijo, que ficou muito popular no Japão ficcional. Garotas
precisam derrubar suas adversárias de uma plataforma (land) colocada em uma
piscina. Isso só pode ser feito usando peitos e bundas (bacana, eu vou escrever
tanto peitos e bundas como nunca escrevi antes). Acompanhamos a protagonista Nozomi
Kaminashi, de 18 anos (importante ressaltar), e seu grupo de amigas na
empreitada de serem as melhores do mundo em peitadas e bundadas. Em suma, a
premissa de qualquer anime de esportes (no caso, a parte de serem as melhores
do mundo, não a de... ah vocês entenderam).
E por onde
diabos eu começo? Pelos peitos e pela bunda? Sem nem dar uns beijos antes?
Desculpa, eu paro. A grande virtude deste anime é se levar completamente a
sério. As garotas não estão ali para ficarem molhadas e sexy na arena. A luta
não é uma desculpa para o fan service (juro!) (bom, às vezes). Os fins não
justificam os meios, neste caso. Quando elas estão no ringue, não há momentos
kawaii e frescura, é seriedade absoluta. Elas estão ali para uma batalha e é
uma batalha que nós testemunhamos. Há closes nos olhos cerrados, câmera
mostrando o corpo delas ferido e ofegantes, igualzinho um torneio do Dragon
Ball Z.
Cada menina tem
uma habilidade particular, como ser a mais rápida, a mais inteligente, a que
faz hipnose com os seios, entre muitas, muitas outras. Ou seja, elas não ficam
esfregando seus corpos como numa banheira do Gugu (bom, às vezes), elas possuem ataques
próprios que precisam de diferentes estratégias de acordo com a adversária.
Somado com a diversidade das arenas, sempre inventivas, tornam as disputas
deliciosamente imprevisíveis. E mais, sem nunca apelar para a preguiçosa tática
de lançar poderes a distância (sei lá, dos mamilos), não, o combate é corpo a
corpo, esbanjando criatividade.
Essa
criatividade toda ganha vida através de uma animação espetacular. Sem perder
qualidade durante a série, as cores são vibrantes, os movimentos são claros e
impactantes, e há técnicas ali com as bundas e os peitos que você não
imaginaria nem em seus sonhos mais molhados (bom, talvez). Em termos técnicos,
o anime é de um preciosismo admirável. E é surreal não podermos dizer nada
disso do anime de super heróis de maior sucesso da atualidade.
Outro item que
Keijo acerta onde o cujo dito erra, é nas personagens. Apesar de não haver
grandes arcos dramáticos, todas ganham uma personalidade que oscila (pra
melhor) quando estão no ringue. A protagonista é determinada e agradável na
medida correta, querendo ser a melhor para (pasmem) ganhar muito dinheiro. Há aquela que faz o tipo tímida, mas se mostra brava nas lutas.
Tem uma que é repreendida pela família por ter largado o judô para praticar
keijo, provavelmente a única que passa por um arco dramático com seus pais. E
mesmo aquelas que derrotam a protagonista continuam partes do grupo,
conversando de maneira civilizada e simpáticas. Cada uma possui seu visual
particular e marcante, que somado com suas personalidades corretas, fica fácil
diferenciá-las.
Contando com
características essenciais do gênero ação/esporte, as personagens utilizam
roupas especiais para ficarem mais fortes; disputam com as próprias professoras;
uma adversária final vira uma espécie de Youko Kurama; fazem treinamentos
repetindo o mesmo movimento até a exaustão; correm o risco de se aposentar cedo
por repetirem o mesmo movimento perigoso ao próprio corpo. Ou seja, aquele
background de força de vontade e superação está ali. Não chega a ser tão pesado
e deliciosamente desesperador como outros do gênero, mas isso se deve a
limitação de episódios (apenas 12) e ao menos houve a tentativa que cumpre seu
papel pontual.
De qualquer
modo, o anime conta, sim, com seu fan service especialmente fora da arena. Os momentos ecchi
ganham um destaque maior do que o ideal no vestiário. Ao menos a comédia não
soa forçada em longos momentos torturantes, visto que o anime definitivamente não
precisa. Extraindo o riso de seus diálogos naturalmente, ditos com toda
seriedade do mundo ("Sua bunda nunca irá me deter!“, "A bunda dela está me
perseguindo!“, entre dezenas de outros).
Contudo, Keijo não
possui uma trama maior que tenha continuação de um episódio para o outro. Nosso
único interesse é ver novas disputas que sabemos que serão surpreendentes. O que pode ser considerado uma
faca de dois gumes. Mas isso só comprova que o anime cumpre maravilhosamente bem aquilo que ele se propõe,
com uma criatividade muito acima da média. Não se pode exigir mais de um anime.
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