domingo, 7 de agosto de 2011

[Mangá] Resenha: Basilisk Kouga Ninpouchou

As séries seinens voltadas para um público mais jovem, parecem ter encontrado seu lugar cativo no fandom e sempre que uma se encerra, podemos esperar outra seguindo o mesmo feeling da anterior. Basilisk aparecer por aqui, sem dúvidas era questão de tempo, ainda que perto de seus colegas, esta série mantém uma linguagem bem mais madura, mas possui ingredientes suficientes para chamar a atenção do publico geral. Baseado originalmente no livro (livro mesmo, e não Light Novel. Okay, amigos?) de Futaro Yamada, lançado no final dos anos 1950, Basilisk: Kouga Ninpou Chou (Basilisk: O Pergaminho Secreto dos Kougas) é um punhado de clichês que deu muito certo e caiu no gosto popular ao incidir sobre o choque de dois grandes clãs ninjas rivais e suas variadas técnicas de combates e somando ai um romance trágico, no estilo Romeu e Julieta. Desse modo, conquista tanto o publico que quer ver uma boa ação, quanto à parcela mais romântica e idealista. Isso sem mencionar o fator violência gráfica.


A história começa com um prólogo de uma tragédia anunciada, dois ninjas rivais duelam entre si, na presença de Danjo Kouga (líder do clã Kouga e avô de Gennosuke) e Ogen Iga (líder do clã Iga e avó de Oboro), representantes dos dois clãs e do xogum (comandante militar) Ieyasu Tokugawa. Diante da imparcialidade do duelo que presencia, ele decide usar a rivalidade secular entre as grandes duas famílias de ninjas, Kouga e Iga, para decidir qual dos seus dois filhos seria seu sucessor. O sucessor defendido pelo clã vitorioso seria o próximo xogum. A história é bem simples e com o prólogo, você já fica por dentro de todo o plot e a partir da ai, é só o desenvolvimento das tramas que envolvem o confronto ninja. Eis ai o inicio da história do desfecho trágico do ódio alimentado por centenas de anos por ambas as famílias e que ninguém sabe ao certo como começou. Aliás, vocês saberão assim que a história chegar ao seu final.


Mas onde é que fica o amor proibido de “Romeu e Julieta” nessa história toda? Bem, os herdeiros das famílias, Gennosuke, de Kouga, e Oboro, de Iga, se apaixonam e estaria tudo certo, tudo muito bem, se não fosse essa subida decisão do xogunato de Ieyasu Tokugawa, que visa poupar seus homens desse embate, usando as famílias rivais como joguetes. E assim ele cancela o decreto de paz, que impedia que Kouga e Iga se digladiassem até a morte (apesar que sempre rolava um atrito por baixo dos panos). O mais interessante é ver como todas as subtramas vão se formando, desenvolvendo e se envolvendo. Conseqüentemente, podemos vislumbrar ai, onde tudo aquilo vai dar. Mas pouca importa o quão previsível seja, é bom mesmo assim. No primeiro plano, vemos o clã de Iga tomar a frente sobre Kouga, num plano engenhoso tramado por Tenzen Yakushiji (FIQUEM DE OLHO NESSE PERSONAGEM, EU ODEIO ELE – É SANGUE NO “ZÓI”), que vislumbra pegar o clã de Kouga na surdina e sai na frente, eliminando vários de seus ninjas. Em segundo plano, temos Gennosuke e Oboro, alheios á tudo que está acontecendo em volta e usufruindo de seus últimos momentos de paz. Mas são últimos mesmo, já que não demora muito e as duas subtramas já estão praticamente unidas.


Basilisk já define seu ritmo nas primeiras páginas, onde a ação toma a maior parte do espaço, com diálogos rápidos e precisos, não tem aquele mimimi idiota, que é muito comum de encontrarmos em várias séries de battle shounen. Masaki Segawa que adaptou a história original e responsável pela arte, com muita habilidade consegue imprimir veracidade em todas as cenas de ação, conseguindo transmitir para o papel, o que é bem mais fácil de se retratar na animação. Diálogos objetivos e character designer incrivelmente detalhista e belo, conseguindo ser mais bonito e suave que o chara concebido para o anime. O cenário é muito bem construído, com a junção perfeita de elementos que, claramente foram concebidos no computador, mas que unidos ao que foi feito á mão, passam naturalidade. O desenvolvimento da história vai seguindo em segundo plano, assim como seus personagens, mas é incrível como eles são desenvolvidos. Intencionalmente, claro, tem que ser assim, para que o publico se afeiçoasse á cada um dos ninjas restantes e à na hora de sua morte não se tornasse apenas mais um corpo ensangüentado.


Basilisk, apesar de ser seinen histórico, se passando no Período Edo, utiliza de elementos bem fantasiosos para contar sua história. Os ninjas aqui possuem suas habilidades secretas, como o casal de protagonista, que possuem nos seus olhos, uma habilidade letal, capaz de levar á morte o seu rival. Aliás, é daí que vem o titulo “Basilisk”, que remete á um réptil que tem a fama de ser o rei das serpentes, sendo capaz de levar á morte qualquer um com um único olhar. Mas ainda assim, Basilisk se utiliza de alguns elementos reais, como a presença do lendário Hanzo Hattori, filho de Hattori Yasunaga, ele foi um famoso ninja e chefe de um clã da região de Iga no Japão. Entende-se que, é daí que vem o fato dele ser um expectador quase que onipresente durante toda a história e tendo a honra de encerrá-la.  Podemos nos ver em sua figura, passível e que assiste á tudo com um profundo lamentar. Ah sim, é importante enfatizar que não é uma história sobre o Período Edo ou qualquer narrativa mais política e engajada, se trata de uma história, sobre um trágico amor e o ranço das duas familias. Simples. Como sempre diziam em Lost... “é uma história sobre os personagens e seus dramas...mi mi mi”.


O tratamento que a editora Panini deu ao mangá, está de altíssimo nível. SÉÉÉÉÉRIO, ta uma coisa muito linda de se ficar admirando. É 10,90 e vale TODOS os centavos. TRÊS páginas fantasticamente coloridas e sedosas, as contracapas como sempre, coloridas. E a quarta, apesar de não ser colorida, tem o mesmo papel utilizado nas que são. Seria mais perfeito ainda se tivesse abas, como as que vinham em alguns mangás da Conrad. A tradução da Drik Sada como sempre, está excelente e a Elza Keiko caprichou na edição, nenhum erro á vista. Enfim, Basilisk é uma leitura gostosa e rápida de se ler. Tem ação, cenas violentas, personagens masculinos muito excelentes e femininas com forte presença em seus belos traços (não que Gennosuke e Yashamaru não representem uma tentação ao publico feminio, hehe). É triste, é trágico, cenas fortes e com nu e gore. Uma série no capricho pra agradar gregos e troianos, mas que com certeza não atingirá esse objetivo. Mas pra você, que manja muito e quer se envolver com os personagens de uma história é altamente recomendado, inclusive para os que não manjam, mas curtem uma boa pegação masculina, com muito guspe e mordida no bumbum (brincadeira). A adaptação, até o momento, está de altíssimo nível. Sabe esses mangás horrorosos, que surgem após o anime? Então, esqueça isso! A história segue num ritmo agradável e mesmo durando apenas 5 volumes, aparenta que irá seguir nos trilhos até o fim. Talvez pelo fato de já existir um livro original e não precisar contar somente com o anime. Os honoríficos, que todos nós amamos (nem todos, eu sei), estão lá, como o "dono", o "sama" e é uma linguagem mais coloquial, sendo que você não encontrar os "chan's" da vida.  Até mais e se gostaram, COMPREM ($$).

Autor: Masaki Segawa
Periodicidade: bimestral
Total de volumes: 5
Formato 13,7 X 20 cm, 208 páginas,
Preço: R$ 10,90
Editora: Panini

-Imagens em baixa resolução.







10 comentários :

junior disse...

não sei o manga mas o anime e bem chatinho e,e não tem muita violencia grafica,algumas imagens ai me lenbraran o anime sem graça shigurui

Bird disse...

Basilisk está entre os meus animês favoritos ^^
E só hoje que uma criatura veio me dizer saiu o mangá. [amanhã corro pra comprar!] Lembrando que eu já tinha baixado e lido. ;)

ffaustodr disse...

O manga está ótimo, podem comprá-lo sem medo.

Vinicius disse...

Eu só achei boa mesma a segunda página colorida, a 3° e a última tem um tom de cor que chega a doer os olhos, não sei se isso vem do original, mas enfim... não esperava nada de mais por mais 1 real. Mas sim, a segunda página (a ultima imagem do post) está belíssima mesmo.

Esta longe do ideal ainda, mas já venho notado também essa melhoria na impressão em relação a Panini desde kimi ni Todoke, não é o ideal, é claro, só mudando o papel mesmo pra melhorar, mas estamos caminhando.

Sobre o mangá, achei exatamente isso, lotado de clichês mas que agradou e muito, e os traços me impressionou muito, deu muita vontade de dropa o mangá temporariamente pra ir correndo assistir o anime e ver se o mesmo tem os mesmos traços.

Unknown disse...

@Vinicius:

Realmente, está longe do ideal mas tenho gostado cada vez mais do capricho da Panini. Claro, erra bastante, mas ao menos vejo ai uma tentativa de melhora gradual. Por enquanto, a NewPop ainda consegue ser superior no quesito técnico. Quanto ao chara do anime, sinceramente é inferior ao do mangá, mas é um ótimo anime.

Anônimo disse...

Eita, em que mundo eu vivo? Também não estava sabendo do lançamento de Basilisk =/

Mas hoje mesmo eu vi esse post e fui dar uma geral nas bancas aqui perto e felizmente ainda encontrei o mangá em exposição. Não sou de comprar muitos mangás, mas alguns eu faço questão de te-los pra mim.

Eu já tinha lido, mas acabei relendo novamente (fiz a mesma coisa com Elfen Lied). Gostei bastante da edição da Panini e OMG, tem páginas coloridas e tudo bonitinho e não tem aqueles comentários toscos que a Jbc insere no meio das falas dos personagens. Eu recomendo.

junior disse...

sera que um dia eles lançam higurashi aqui?
e por que sera que eles pararan de publicar hideshi hino,kazou umezo e suehiro maruo aqui? antes senpre tinha obra de algum deles aqui

Unknown disse...

@junior
Quem publicava essa turma toda ai, era a Conrad. Mas você sabe, a Conrad faliu e praticamente voltou das cinzas agora. Quem sabe ela não volta a publicar, torcemos para isso.

junior disse...

Junji Itou te ousa roberta

wellington disse...

to acompanhando o mangá e ta foda de mais *-* ! ja tenho os 2 volumes lançados até o momento

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