domingo, 4 de março de 2012

The Epic Of ZektBach: Um Épico Frustrado & Esquecido



The Epic Of ZektBach ou A Epopéia de ZektBach é um desconhecido OVA lançado em meados de de março de 2011 pelo estúdio AIC e com repercussão quase nula. Esse é mais um daqueles projetos multimídia, que usam a animação ou a banda desenhada dos mangás para promoção de um produto. Já vimos isso com Junko Mizuno e eu mangá, Pure Trance, feito com base numa coletânea de CD’s de Techno, com o mesmo nome. É o mesmo caso aqui, onde o projeto foi comercializado juntamente com o segundo álbum musical do compositor Tomosuke Funaki. Ele é conhecido por compor músicas para vídeo games e seu estilo musical ganhou um nome próprio; "Zektbach" – Música clássica influenciada por peças e conceitos que formam o mundo de fantasia, geralmente com coros e instrumentação clássica. E é por esse motivo, que a A Epopéia de ZektBach é embalada por uma trilha sonora tão envolvente, afinal, são 30 minutos de propaganda.

O conceito de A Epopéia de ZektBach é bem interessante, se passando em um mundo que parece ser uma mistura de País de Gales, com Islândia e cultura islâmica. Inclusive os nomes dos personagens são um verdadeiro trava língua, dou uma jujuba para quem pronunciar nomes como Azuelgatt, Noigllado, Adnowell e Shamshir. E a história também soa como sendo muito interessante e bem peculiar, para o que estamos acostumados a assistir normalmente. A história abre com a filha do general, Shamshir, em uma dança com swing árabe, repleta de sedução, mas que não passa de algo como “O Doce Veneno do Escorpião”. Digo isso porque Shamshir está de posse de uma arma letal; Colada. Uma espada que parece estar possuída por uma maldição, que ao mesmo tempo em que dá plenas habilidades ao seu dono de matar o adversário apenas dançando com o vento, também parece consumir um pouco de sua humanidade, o deixando sedento por sangue.


As tropas de reino de Noigllado invade o pequeno país de Azuelgatt que conta apenas com a fortaleza de Doroah, liderada por uma guerreira habilidosa chamada Shamshir. Essa é a história, seguida de um desenvolvimento e tendo como desfecho, um Deus Ex-Machina que dá o clímax deste OVA. Essa é uma história que tem a pretensão de soar como um épico de guerra, com uma história se passando bem antes do nascimento de cristo, mas que tem um resultado bem medíocre, diante essa pretensão. Há algumas cenas de lutas realmente boas e bem coreografadas, principalmente as que envolvem Shamshir, que baila habilmente a graciosamente fatiando todos os soldados adversários que encontra pela frente. Mas é muito pouco para a produção bizarríssima que o estúdio AIC deu a Epopéia de ZektBach. Este é um OVA bem escuro, carente de uma boa paleta de cores que dê o tom certo àquele local. A animação é apenas mediana e apesar dos [de]efeitos 3D soltarem a olhos nus, não soa tão discrepante como em King of Thorn, por exemplo. Porém o roteiro é extremamente mal organizado, as personagens são vazias e mesmo uma interessante Shamshir, não é desenvolvida de uma forma que faça com que quem assista, possa se importar o mínimo com o que aconteça com ela.


Nessa curta história, o que temos é mais uma tentativa de tocar o espectador através da moralidade e todo o desfecho soa como uma lição de moral. Claro que, nada contra esse recurso narrativo, mas aqui, isso não possui impacto algum. Obviamente, pelo fato de que a certa altura do campeonato, ninguém mais tá pouco se lixando para o que aconteça ou deixa de acontecer nessa história. No fim, muita coisa acaba ficando em aberto, mas isso é o de menos. Assistir The Epic Of ZektBach só não foi uma perda completa de tempo, porque sinceramente eu gostei da trilha sonora, da ideia central da história e do character designer dos personagens. São personagens de pele negra, em um país que não é o Japão e que tinha toda a possibilidade de ser um competente e pequeno épico. Talvez nada marcante, mas um entretenimento coeso. Mas o que vemos é apenas um desfile de personagens arquétipos e sem alma, tal qual um Mirai Nikki. [Ah, não caiam no conto de que esse é um anime cheio de violência, pois é tudo mais caricato que filme exploitation]

P.S: O universo dessa história realmente parece interessante e é possível saber um pouco mais dele, através de seu site.

Tipo: OVA
Episódios: 1
Duração: 30 Min.
Ano: 2011
Estúdio: AIC
Direção: Mizuho Nishikubo
Roteiro: Rizu Iwazaki