domingo, 8 de abril de 2012

Comentários: Fate/Zero Episódio 14 - Gilgamesh, Seu Lindo!



E enfim, uma das estreias mais aguardadas da temporada estreia mantendo o altíssimo nível estabelecido em sua primeira parte; onde nem há o que se discutir com relação a aspectos técnicos, que foi o anime com a melhor produção de 2011. Ou seja, status de super produção mantida e os diálogos continuam afiados. Tecnicamente impecável, mesmo com o extenso uso de 3DCG, visualmente não compromete a fotografia e foi um espetáculo toda aquela batalha aérea e o CGI se misturando com o desenho feito a mão e o mais importante: Não gerando aquele contraste absurdo que fazem certos animes que utilizam esse recurso, algo pavoroso. E Fate/Zero ter o mesmo diretor de 3DCG que Gyo!, certamente mostra o quão além das produções médias, está Fate/Zero.

Um detalhe que eu gostei de relembrar aqui é a deliciosa BGM do anime, que ajuda dar aquele feeling de “olha, essa é uma serie baseada em algo da Type-Moon”. É um casamento que funciona legal, com os arranjos da Yuki Kajiura e o coral do Tokyo Philharmonic Chorus. Mas nem tudo são lírios e rosas, sinto Ei Aoki arrastando certas coisas que acabam comprometendo um pouco. Se por um lado, foi sensacional o embate na terra e no céu, entre servos e magos, o mesmo não dá pra dizer sobre o Cthulthu de Caster e o embate com Saber, Lancer e Rider. Ele simplesmente prolonga e coloca em segundo plano a batalha entre os servos e Caster, ao invés de partir para um desfecho efetivo e coloca-la como o foco da ação. Não quero ficar no velho jogo de “VS”, mas essa parte me pareceu mais satisfatório no original, onde os ataques de Rider e as de Archer são efetivos e nota se claramente uma progressão na batalha. De que definitivamente, a coisa tá evoluindo. Aqui isso me soa um pouco enrolado, principalmente levando-se em conta que [apesar de toda a beleza do Cthulthu pela ótica do ufotable]Caster é apenas um aperitivo, uma distração.


Mas o fato de do Cthulthu estar se regenerando tão rápido e o dialogo de Kiritsugu com Maiya sobre o fantasma nobre de Saber poder acabar com o demônio rapidamente, mas logo após deduzir que ela não se encontra em condições para tal devido à inibição de seus poderes pela maldição de Lancer, é um puta de um balde frio em qualquer um. Claro que é uma jogada pensada, para se criar uma tensão, afinal, se o Cthulthu chegar na superfície a coisa fica realmente complicada para todos, uma vez que ele vai aumentar sua mana com aqueles milhares de cadáveres ambulantes. Mas se isso ficar muito arrastado e depois se resolver facilmente, a sensação de “perda de tempo”, com certeza vai bater na porta, afinal, Caster não possui urgência e senso de perigo algum para nossos heróis. Tá na hora de dizer goodbye.

Agora, por mais obvio que tenha sido, achei linda a morte de Ryunosuke, almejado por Kiritsugu. É uma coisa minha, mas eu adoro aquele barulhinho de rifle e bem, nada mais apropriado para alguém como ele morrer com um sorriso doentio na face. Mas já não era sem tempo, tanto Ryunosuke, quanto Caster, não possuem carisma algum, tanto que nem o ódio coletivo, conseguem obter.

Mas o mesmo não pode ser dito com relação à Tokiomi Kosaka, manipulador e arrogante, que desperta uma ira incrível do público. O engraçado é que pela imparcialidade (E a falta de interesse em construir um dramalhão pobre) com que o personagem é retratado, eu não sinto nenhum resquício de raiva. E o melhor do episódio, foi justamente o embate moral entre Tokiomi e Kariya Mato na terra e seus servos, Berseker e Archer no céu. Kariya é uma figura trágica e conduzido pelo ódio e sede de vingança àquele que é em parte, responsável por sua transformação grotesca, a fim de poupar à pequena Sakura. Moralmente, não há como não entender toda a sua revolta. Mas também, mesmo a figura de burguesa de Tokiomi, que só se importa com o prestigio da família, há um certo ponto válido a se destacar. Afinal, ele tinha que fazer uma escolha entre Rin e Sakura, e fez a escolha mais obvia possível, onde a filha preterida ainda poderá honrar o nome da família, caso a outra falhe.


Foram alguns minutos de excelentes diálogos [ainda que não tão impactante e nem tinha por que ser~Essa já é uma novela antiga] e que pontua bem Fate/Zero como predecessor de Fate/Stay Night. E eu acho isso simplesmente incrível, pois se encaixa tão perfeitamente com eventos futuros, que parece ter sido escrito primeiro que a original. Mas claro que é fruto de um trabalho de pericia de Gen Urobuchi. E se o embate moral é uma delicia de se apreciar, no céu a embate físico entre dois adversários de peso e no mesmo nível, compensa todo o falatório (para quem não gosta e acha booring) na terra com belíssimos efeitos. Berserker estava incrível, sensacional, naquele F-15 mas quem roubou a cena, foi mesmo Archer. Ele é Rei e ostenta isso com todo a pampa, porque mesmo parado consegue dar OWNED! Simplesmente impagável ele suspirando aborrecido por ter que desperdiçar seu precioso tesouro com a “ralé”. Foi puro “HHNNNNGGGG” ele fazendo Tokiomi se sujeitar a ele. Ai eu não me aguentei, deu até pulinhos sentada (!). Ele é foda (!) e não tem mais, usar seu fantasma nobre [Portões da Babilônia – O Tesouro do Rei] pra formar o navio pra apreciar a batalha do alto de seu trono, é EPICNESS.

Agora, Berseker é um lunático (e eu tenho quedinha perigosa por lunáticos e sadistas), no melhor sentido da palavra e se eu tenho uma crítica aqui, é que toda a ação foi rápida demais, breve demais, muito dependente de ferramentas. Mas foi incrível, apesar de não ter sido um confronto “braçal” entre esses dois (ai eu ia pirar). Os flashs e cortes de câmera foram muito rápidos, não deu nem pra reparar nos detalhes. Mas digo que foi um CGzão bonitão. Mais bonito [visualmente] que isso somente o Cthulthu que mais parecia um Godzilla.




E Fate/Zero fez uma boa reestreia, com diálogos gostosos, apesar de não tão impressionantes [com exceção de Archer desbancando Tokiomi, porque isso ai foi excelente] e excelente execução, ainda que com algumas decisões questionáveis [como relatado no post] e que afetam lá na frente. A OP, sinceramente me agradou muuuuuuuito mais do que a primeira. Pode não ser o melhor de Kalafina, mas é o ideal. A música "to the beginning" é linda e combinou perfeitamente com o clima dessa segunda parte que é PURO AWESOMENESS “batle seinen feelings”. Ela trás uma sensação de gravidade eminente, de idealismo. E apesar da animação genérica, a composição de quadros é ótima. Aquele recorte da moto da Saber, fragmentos de Kiritsugu mais jovem... tudo no clima. E por falar em Kiritsugu, enfim essa segunda parte fará um pouco de justiça a esse personagem, que é um dos principais dessa história.

Verdade que Fate/Zero, apesar de possuir protagonista e có-protagonista, faz pouco uso disso [algo que fica evidente no livro justamente por ser.... um livro e poder abusar dos monólogos]. Primeiro que parece tão natural, e a forma como todos os personagens se integram é muito bacana. Mas dessa vez ele vai aparecer mais, até que enfim e dar sentido a essa prequel, que é uma história onde Kiritsugu e Irisviel desempenham papel importante para o futuro, sendo o inicio de toda essa teia de relações que abrange todos os personagens. E a ED "Sora wa Takaku, Kaze wa Utau" pontua justamente isso; O casal. E que canção linda. Enfim, começou novamente e espero que seja um espetáculo audiovisual, como se propõe a ser. 

E confiram também, a analise do episódio 14, no blog parceiro, Nahel Argama