quinta-feira, 5 de abril de 2012

Primeiras Impressões: Accel World - O Porquinho e a Borboleta



Bem, indo direto ao ponto; Eu curtir Accel World. Mas tenho minhas ressalvas. A história básica é sobre um porquinho e uma borboleta, que resolvem se ajudar mutualmente (!). Pra ser mais exata, esse anime é baseado em um light novel, que conta a história de um colegial que sofre com falta de ato estima e ainda é vítima de bullying; Haruyuki. Seu entediante e sofrido cotidiano muda depois de uma série de eventos, onde ele conhece e resolve se tornar um ”cavaleiro” de Kuryoyukihime, e enfrentar diversos desafios, conectado a um programa que o coloca em outra realidade, chamada “Accel World”.

A essência de Accel World é isso. Ao menos, essa é a impressão. A trama é construída sobre a clássica relação implausível, entre uma estudante popular e um aluno patético. Os dois primeiros episódios já nos situam dentro do universo que a história abordará e ao que tudo indica, o que virá a seguir é o desenvolvimento das tramas que virão e seus personagens. Só que com base com o que vimos até aqui, o forte de Accel World não é exatamente um character development muito profundo não. É tudo meio jogado e sem muito enfoque nessa questão. O drama de Haruyuki é apenas um argumento pra fazer a história começar e servir de um fio condutor. Nos é apresentado o básico, ele sofre por ter uma aparência que o distingue dos demais, sofre nãos mãos dos valentões, e tem uma habilidade incrível que faz dele o gênio do mundo virtual.


A heroína é Kuroyukihime, que atende pela alcunha de “Black Snow Princess” na realidade virtual, lhe apresenta um novo mundo e em divida, ele se dispõe a ajuda-la, competindo em diversos desafios. Quando fiquei sabendo que teria uma base no crescimento dele, confesso que esperava algo com relação ao personagem em si e seus problemas. Mas é um anime sobre MMORPG e o crescimento, certamente é sobre o seu nível de força em combate e com isso, ele vai ganhando mais confiança e tal. Ele é intencionalmente estereotipado ao máximo, chegando ao ponto de que sua persona no mundo virtual seja um porquinho. Recentemente, vimos este caso de extremismo, em Yuki, de Mirai Nikki. Então ele certamente será um divisor de água. Particularmente eu gostei dele, por ser divertido e ter um visual completamente surreal, principalmente quando está diante de Kuroyukihime e o contraste aumenta. Curiosamente, não consegui correlacioná-lo com o Gaguinho, de Loney Tunes (este que também é um porquinho desastrado). A relação entre os dois? A conferir, mas eu pensaria duas vezes ao achar que há um sentimento mutuo ali, ao menos inicialmente. Certamente, a história reserva boas surpresas nesse sentido. Ao menos, seria o ideal, pra não ficar tão forçado um virtual envolvimento não declarado (sabe como são casais japoneses) entre eles.

Accel World apresenta um futuro no qual o mundo virtual é incorporado nas sensações humanas pela interface neural direta. Sendo assim, a história nos propõe grandes possibilidades, com relação a cenário e tramas que envolvem jogos. Mas acredito que fica nisso. Tudo aponta para a velha formula de sempre, com um technobabble bem safado, como o mostrado nesse episódio. O primeiro ponto é que as explicações sobre as regras do jogo e como tudo funciona, são chatas e não possuem efeito pratico em uma série áudio visual. O segundo ponto, são as situações que envolvem Haruyuki e seu “probleminha” de confiança em si mesmo e autoestima. Senti um tanto quanto forçado e brega alguns diálogos, especialmente o que ele mantem com Kuroyukihime a certa altura do campeonato. E o terceiro ponto, é que ao se focar demais na “ação”, já com um ponta pé inicial na história, Masakazu Obara, abre mão das sutilezas e em contra partida pra justificar o argumento, acaba forçando com diálogos que são puro “shame on me”. Difere bastante do feeling de um ótimo The World God Only Knows, que trilha caminho semelhante.


E obviamente, o roteiro também não se mostrou muito consistente até aqui, abrindo mão de algo mais trabalhado, em prol de rascunhos de personagens e uma ação que não empolga tanto a principio. O que não justifica, tendo em vista que o anime será de 2 cours de 12 episódios (24 episódios no total). Mas funcionou pra mim como entretenimento barato e continuarei acompanhando. O grande ponto, é que apesar da execução um tanto quanto exageradamente corrida pra algo de 24 episódios, mostrou que tem bom feeling para cenas de ação e a história flui de forma dinâmica. Então, sendo apenas dois episódios, é possível relevar um problema ou outro e continuar apostando. Por enquanto é divertido, mas se cair na velha formula do primeiro cour de Guilty Crown e apenas ficar andando em círculos, acentuando velhos erros, ai não há diversão que justifique o tempo gasto.

E por falar em Guilty Crown, o personagem de Haruyuki é dublado pelo seiyuu Yuuki Kaji, que por um acaso, dublou Ouma Shu. INCEPTION? De qualquer forma, a animação de Accel World apesar de estar na média, é muito fluída e tem uma arte bonita. E apesar de não ser aquela equipe da Sunrise que sempre desenvolve projetos originais, um estúdio que é conhecido pelos seus mechas, não poderia dispor de um CG escroto e até aqui, está tecnicamente bem feitinho e integrado ao 2D. Realmente tudo flui muito bem. E ai, o que acharam da estreia? Eu diria que é um anime sem urgência alguma, mas que pode vir a ser bem divertido. 

P.s.: Recomendo assistir em HD pra aproveitar todo o lado visual do anime. Pff, arrependi de ter visto nessa qualidade.

Status: Em exibição
Estúdio: Sunrise
Episódios: 02/24
Gênero: Fantasia/ Sci-Fi/ Escolar/

Imagens em baixa qualidade.