Começarei aqui uma nova série de posts, “5 luxos e 1 lixo” que alguns blogs copiaram da revista Super Interessante, sendo que eu farei
o mesmo – Gosto deste formato, embora levando em conta o um histórico de não
levar em frente minha seções aqui no blog, pode ser que aconteça desta ser a
única edição.
E aproveitando que a temporada já está no fim, é uma boa
hora pra comentar sobre as openings de animes que mais me chamaram a atenção.
Foi uma escolha difícil, onde acabei deixando de fora "Choir Jail" (Tasogare
Otome x Amnesia) na voz da adolescente estreante, Suzuki Konomi, que tem um
timbre seguro e poderoso pra idade num casamento perfeito entre a animação,
letra e melodia. Outra que passou perto foi "girliness" (Hyouka), que assim como "Koi no Orchestra" (Nazo no Kanojo X), tem uma abertura genérica,
mas a música é boa e embala os personagens nos diversos quadros reutilizados.
Eu costumo preferir aberturas mais imaginativas, que não
reaproveitam quadros dos episódios, mas se a música tema não te envolver você
simplesmente vai assistir uma vez e pular no restante dos episódios, não
importa o quão criativa seja a abertura. Então, usei esse critério, de
aberturas onde a música te coloca no clima e faz querer cantar junto.
5 Luxos
Tsuritama -
Tsurezure Monochrome (by FUJIFABRIC)
O quarteto Fujifabric, que toca um rock considerado
alternativo lá no Japão, caiu como uma luva com sua "Tsurezure
Monochrome" em um anime tão excêntrico como Tsuritama. Não dá pra imaginar
uma música mais adequada que essa; geniosa, caprichosamente divertida e
colorida!
Se torna uma das melhores aberturas da temporada, ao colocar
os moradores daquela pequena ilha, executando a dança de Enoshima ao som da de “Tsurzure
Monochrome”. O timing é perfeito e entrega uma sensação alegre e já nos envolve
na atmosfera da bizarra história do anime, onde os moradores teem a mente
controlada por meio de água e começam a dançar freneticamente. Com uma vibe tão
contagiante, se você tem sangue quente correndo nas veias, certamente não consegue
ficar indiferente e já decorou a coreografia, assim como eu.
SIM, EU ME REMEXO MUITO! MEXENDO! MUITO!
Fate/Zero -
to the beginning (by Kalafina)
Uma autêntica canção do Kalafina, que consegue irradiar a
mesma energia pulsante de “Magia”
(Madoka Mágica). É arrepiante!!! Começa com um coro orchestral, algo meio
que um coral latino, recurso bem comum nas composições da diva Yuki Kajiura. E
por mais que "oath sign" seja
boa, esse característica é o que torna as músicas interpretadas pelo Kajiura
tão marcantes; O coro seguido por um violino enérgico e a introdução da
bateria. A percussão é sútil, mas eficaz e dá toda aquela vibe pop de suas
canções, apesar do tom completamente neo-gótico. O ritmo é cativante e repleto
de tensão, sendo um casamento perfeito com os quadros inseridos na animação em
toda uma gravidade que dá o tom certinho para o clima (ainda mais) denso dessa segunda parte do anime.
A gravidade presente nas transições de imagens em cada
quadro da abertura é evidenciada ainda mais pelo enérgico coral que entoa uma
letra repleta de tensão e tira o máximo de cada nota da melodia e tem seu
momento mais alto quando o ritmo se altera no exato quadro onde Saber está a
toda em sua moto na estrada.
O conflitante duelo entre magos e servos, todo o conflito
interior que essas personagens vivem que é o escopo da trama de Fate/Zero, é captado de forma soberba
por “to the beginning” – Inicialmente ela emula a nervosamente densa, ação
presente no anime, com um coral alucinante ao fundo, a letra reflexiva consegue
capsular todos os aspectos emocionais do anime. Embora o melhor da canção que é
o coro já perto do final da melodia, acaba sendo cortado na OP, todo o
sentimento contido na história é sentido na música tema.
Até por isso não entendo quem prefira "Sign Oath",
que embora também seja uma composição da Kajiura, é bem mais genérica e a voz
de LISA que fez um brilhante trabalho em Angel
Beats!, não parece se adequar a uma série com nuances repletas de
obscuridades como Fate/Zero. Assim,
ao invés de passar um feeling de melancolia, acaba sendo algo mais romântico.
Ambas as melodias são enérgicas, o toque melancólico, ainda que suave, vem do
timbre do Kajiura.
UchuuKyoudai/Space Brothers - Feel so Moon (by
UNICORN)
Feel soooo Mooooooon. Deliciosa, não? Em diversos momentos
durante essa abertura, me pego soltando grunhidos inidentificáveis, balançando os
pés comportadamente, a cabeça, os ombros e... vocês entenderam. Unicorn é uma
banda japonesa de meados dos anos 80, que pegou todo o “boom band” daquela época
e seu rock experimental, apesar de autêntico, é fortemente influenciado pelo
rock norte-americano. Eles são bem experimentais e gostam de misturar diversos
estilos, são a prova viva que não é de apenas “fantastic baby” (nada
contra, hehe) que vive a música asiática.
Feel So Moon é um rock popzinho, com nuances de “rock new
wave”, com algo de orchestrals e pitadas de guitarra elétrica. Embala os irmãos
Mutta e Hibito e seu sonho espacial. Em um anime com fortes laços americanos, a
música dá o tom certo e às vezes parece ser uma canção da imensa discografia do
Oasis. É daquelas baladinhas que se ouve demais, corre o risco de enjoar, mas
se tratando de uma abertura, nos faz acompanha-la até o fim.
Jormungand –
Borderland (by Mami Kawada)
Tão awesomeness quanto
o anime em si, é a abertura. A Kawada Mami tá toda errada na forma como
pronuncia o seu inglês em "Borderland", mas quem se importa se ela
está cantando em inglês errado? A música é pulsante e numa vibe technopunk com
variações de faixas eletrônicas e sintéticas, com quadros onde os personagens
ora fazem poses de mal encarados, ora estão no meio da ação – O que acaba sendo
perfeito na simetria entre melodia e imagens.
[DÁ VONTADE DE SAIR BATENDO CABEÇA NO QUARTO, PUTA QUE
PARIU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! OLHAA COMO EU SAIO HEADBANGEANDO
aeeHOOOOOOOOOOOOO MAOOON! KOKO SHE IS LOKO!]
Okay! Sai desse corpo pomba-gira! Mas pouts, a Mami Kawada é
foda! Em um anime que descaradamente e divertidamente apela para situações
irreais, com uma ação desnorteante de tirar o folego, "Borderland"
vem e te convida a dançar conforme o tom do “show”. Viiiiiiibrante!
Sakamichi
no Apollon/ Kids on the Slope - Sakamichi no Melody (by YUKI)
Logo que o episódio de estreia de Sakamichi no Apollon foi
ao ar, sua OP com a música tema "Sakamichi no Melody", foi bastante criticada,
acredito que a maioria esperava algo a altura da parceria entre Yoko Kanno e Shinichiro
Watanabe, com pitadas de jazz, como foi no referencial Cowboy Bebop. Mas Sakamichi está longe de ser até algo próximo a Nodame Cantabile, a história é bobinha
[e executada com primor pelo Watanabe] e conta como plano de fundo; a
descoberta do amor e suas decepções, assim como a amizade e a paixão pela
música que une aqueles personagens.
A composição de Kanno, com letras e voz de Yuki acaba
registrando com primor o sentimento que as personagens desse anime exalam. Não
poderia ser diferente, em uma composição feita sob medida para trama.
Os melhores momentos da história de Sakamichi no Apollon são
justamente as trivialidades [e embora a trama dialogue com a música, a história
é sobre as personagens e seus dilemas] que se mostram presentes em todos os
momentos da OP; da interação entre os personagens, ao espaço em volta se movendo
sem parar na característica década de 60.
O arranjo ritmado com percussão, com leves toques de música
clássica e riffs de guitarra situam bem o cenário que aquela história se passa,
onde a influência americana com o seu “mexe
mexe” e o seu jazz refinado invadia o Japão em um melodia destoante (que o anime adora destacar e colocar como
pontos conflitantes) o tom de voz de voz da Yuki é perfeito em passar o
feeling juvenil da trama. É deliciosamente genérica e perfeita para uma série
que nunca quis ser mais além do que é: Não veio para marcar e sim ser apenas
mais uma.
1 Lixo
Lupin III:Mine Fujiko to Iu Onna - New Wuthering Heights (by Naruyoshi Kikuchi/Pepe Tormento Azcarar participação Ichiko
Hashimoto)
Com uma arte estilizada e lindamente retrô, uma animação
teatral, com a personagem tema; Fujiko com todos os holofotes para si, como se
fosse um recorte no cenário – Com certeza estamos diante da abertura mais criativa
da temporada. A fotografia é esplendorosa, cada quadro se parece com uma obra
de arte lindamente desenhada a lápis com traços grossos.
Com uma personagem tão sensual e erotizada logo na abertura,
a música “New Wuthering Heights” se encaixa perfeitamente com as vozes ao
fundo, sussurrantes e atrevidamente sexys, com uma rouquidão que dá todo um
charme, com um feeling emulado do picante idioma francês. A voz que assume o
papel da Fujiko recita delicadamente a filosofia da personagem título, já se
mostrando ciente de suas praticas e o uso da fetichização do seu corpo para
conseguir o que quer.
A melodia ao fundo é
destilada gradualmente aos toques de piano, crescentes batuques num ritmo frenético
típico dos anos 70 onde as Femme Fatales
dançavam nas sombras com seus corpos estonteantes. Tipicamente como um filme de
espionagem, com a musa expondo o seu corpo [gratuitamente &] de forma atrevidamente
provocante.
É um verdadeiro espetáculo, mas experimente isso por longos
12 episódios. Não funciona como abertura convencional, embora fosse perfeito em
um filme.
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