Opa! Agora vai, entramos na história!
Ou assim, pensávamos.
Get Back in the Kitchen!!!
Bem, este foi um episódio agradável, embora a primeira parte
não acrescente muita coisa ao enredo (estamos
nessa deste o segundo episódio, BTW), os episódios centrados na interação
entre Kirito e Asuna conseguem ser cretinamente divertidos. Gosto da intimidade
com que ambos se tratam, afinal, já são 2 anos ali, onde provavelmente deve ter
ocorrido alguns encontros ocasionais entre eles. Nota-se uma química bacana,
que tem muito mérito da staff do anime por conseguirem transpor (vou supor que a química também funcione no
original, porque né...) isso para o vídeo, com muita eficácia. Não apenas
no que se refere à química, mas todo o feeling é excelente, o que acaba sendo
funcional nas cenas de ação que não possuem um padrão tão bom de
animação/movimentação.
Comentaram na área de comentários do ELBR sobre o belo
cenário do anime, que aparentemente faz bastante justiça à caracterização do
autor original, e realmente a paleta de cores é bem viva, se destacando sempre
naquele alaranjado pôr-do-sol e suas paisagens “naturais”. Esses pequenos detalhes
acabam justificando um character designer mais simplificado e o grande uso de
quadros estáticos nos confrontos rápidos (well...todos
até agora foram bem rápidos).
Gosto do fato do episódio, após dois anos com aqueles jogadores
retidos em no mundo como aquele, investir numa narrativa mais reflexiva entre
Kirito e Asuna, com relação ao fato dos jogadores já terem se adaptado à nova
vida, toda essa experiência social e o contraste com atividades do mundo real.
Quando Asuna diz “normalmente seria muito
trabalhoso. A culinária de SAO é simples demais. É chata.”, a série está
dialogando com sua audiência, aproximando-os um pouco mais do que experiência
de se viver em SAO representa para os personagens.
Valoriza-se tanto aquele tipo especifico de caça que o
Kirito conseguiu, porque os alimentos são tidos como um dos poucos prazeres (eu imagino que o sexo esteja relacionado
também...hê-hê-hê/entendedores, entenderão) em SAO, e também o motivo de
alimentos raros, valerem tanto. Formados apenas de dados e imagem 3D, graças ao
sistema do jogo, eles podem sentir o gosto da comida, embora sejam apenas
desejos/mensagens enviados ao cérebro humano (o que certamente justifica certas ações mais adiante, afinal, são
apenas ondas eletromagnéticas enviadas ao cérebro dos jogadores em coma, que
leem isso como algo prazeroso).
Lendo sobre SAO, vi que a caracterização daquele universo é
muito bem detalhada, porém o anime acaba pecando neste ponto. Para mim, o fato
dos jogadores não se trocarem um na frente do outro – embora sejam apenas dados
e possam fazer isso num clicar de tela com o sistema de fragmentação/desfragmentação
– por já encararem aquele lugar como o mundo real, acaba se adotando uma atitude
típica do mundo externo. O fato de ser tabu comentar sobre o mundo lá fora e
outros pequenas detalhes, entre outras coisas, fazem certa diferença na forma
como você acaba sentindo o enredo. Principalmente por ser tratar de um universo
online, onde detalhes te ajudam numa compreensão melhor daquele universo (falando como não-gamer, claro).
Enfim, é algo interessante notar que todos ali,
essencialmente, começaram em pé de igualdade, onde até mesmo simples garotinhas
podem se tornar muito mais forte do que muitos grandões. E que a concepção de
todos, devido ao risco real de morte, é ver aquele como o mundo real, e por
isso, não avançarem no jogo, deixando que se destaque certos tipos de
grupos/jogadores. Isso é muito plausível. Pra quê eu vou me arriscar minha vida
pra zerar o jogo, se há pessoas mais capazes, dispostas a isso?
Como vemos, a Asuna é muito popular, não apenas por ser
mulher [e mulheres serem raras naquele universo, principalmente as acima da
média/lindas – Apesar de dizerem isso, estou vendo bastante personagens
femininas em SAO, hein....né, Kirito?], o que acaba sendo a mistura que a faz
ser vista como a mulher ideal. Tem um alto nível na cozinha, é bonita e
habilidosa na frente de batalha. Praticamente uma Marie Sue, PQP! O que explica
ela ter um guarda-costas, afinal, mesmo habilidosa, deve ser um problema para
ela circular com tantos admiradores/stalkers. Também para mim, o conflito entre
Kirito e Cradil, é bem sólido. Além do fato de Asuna certamente atrair a
atenção de gente suspeita, o Kirito é um Beater, palavra original do universo
de SAO que sugere ‘traidor’.
Porém, a partir daí, SAO caga no pau e tudo, tudo, tudo, é pura
decepção!
Começando pelo já batido clichê onde uma garota surge sei lá
de que caralhos e caí em cima do garoto. Este por sua vez, totalmente tapado,
se vê apalpando alguma coisa fofa (FACEPALM
GRANDÃO AQUI). Ele não reconhece, e continua apalpando. É fofo! A garota,
obvio, fica ultrajada, mas não antes de ficar vermelha e arregalar os olhos. Aí
sim, ela fecha os olhos e grita, e bate no garoto: BAAAAAAKAAA!!!
Bom, tudo ficaria bem se o escopo da série fosse outro, mas
acredito que isso acaba sendo incoerente com a narrativa. Asuna é retratada
como uma heroína forte, independente, com personalidade, MÃS, convenientemente
se torna uma donzela/garotinha em apuros atrapalhada, que se esconde atrás de
seu príncipe. Tudo bem, eu pensei, deve ter um motivo, talvez a figura desse Cradil,
mesmo sendo de patente inferior, exerça um papel paternal para com ela. Pfffff,
logo em seguida, Asuna volta a ser a heroína que era antes desse pequeno e
conveniente desvio, para rebaixar Cradil e o colocar em seu devido lugar. E
tome-lhe mais incoerências narrativas.
O problema do autor original (sim, pelo que constei, a adaptação foi bem fiel), Reki Kawahara (o mesmo de Accel World, que me fez nascer urticárias
em todas a partes do corpo até droppar o anime no episódio 6/7 ), é o mesmo
de Nasu, autor de séries como Fate/Stay
Night. Ter que tornar a narrativa incoerente, pra sustentar certas conveniências.
SAO vem sofrendo de proxenetismo (procurem
o significado no Google/Aurélio), por parte de seu autor.
Tudo isso foi meio decepcionante e conseguiu contrastar com
o belo feeling da “ação”. Embora, o duelo entre Cradil e Kirito pela guarda da
princesa, pudesse ter sido melhor explorado. Afinal, era um dos grandes da
guild mais famosa daquele mundo. O que, se justiça para mim, que fui procurar
informações sobre o original e descobri que o fato da espada de Cradil ter se
mostrado tão fraca, era por ela ter sido forjada para refletir seus
sentimentos. E ali, suponho que ele estivesse com um estado de espirito totalmente
alterado, resultado na quebra de suas armas e consequentemente, sua derrota. Outro
fator que apurei, e que para mim acaba justificando a atitude de alguém de
baixa patente como ele, para com uma autoridade como Asuna, é o fato de ele ser
um de seus stalkers/admiradores. Apesar de que, não justifique a atitude
passiva dela por alguns minutos, acredito ser uma caracterização que tornaria
todo aquele conflito no vídeo, algo mais sólido.
Pra completar, o cliffhanger foi bem "OMG, há um BOSS em uma sala do chefe!", mas OK! TÁ
CERTO....BELEZA (estou fazendo com a
mão, um sinal de joinha). Espero por uma ação mais sólida no próximo
episódio [aí vem, e a luta é de apenas 20 segundos]. E beeeeeem, este foi um
>bom< episódio e de clima agradável, apesar de algumas ressalvas. Mas se
o próximo episódio não se mostrar muito acima deste, começarei a achar que se
trata de uma série overrated, rs (sério, Roberta?).
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Pô, dá pra fazer uma fotonovela só com imagens de SAO (as poses de Asuna e Kirito ajuda muito), e aí eu não resisto. Aliás, talvez surja algo assim por aqui muito em breve.