terça-feira, 28 de agosto de 2012

Comentários: Sword Art Online #08


Opa! Agora vai, entramos na história!

Ou assim, pensávamos.

Get Back in the Kitchen!!!


Bem, este foi um episódio agradável, embora a primeira parte não acrescente muita coisa ao enredo (estamos nessa deste o segundo episódio, BTW), os episódios centrados na interação entre Kirito e Asuna conseguem ser cretinamente divertidos. Gosto da intimidade com que ambos se tratam, afinal, já são 2 anos ali, onde provavelmente deve ter ocorrido alguns encontros ocasionais entre eles. Nota-se uma química bacana, que tem muito mérito da staff do anime por conseguirem transpor (vou supor que a química também funcione no original, porque né...) isso para o vídeo, com muita eficácia. Não apenas no que se refere à química, mas todo o feeling é excelente, o que acaba sendo funcional nas cenas de ação que não possuem um padrão tão bom de animação/movimentação.

Comentaram na área de comentários do ELBR sobre o belo cenário do anime, que aparentemente faz bastante justiça à caracterização do autor original, e realmente a paleta de cores é bem viva, se destacando sempre naquele alaranjado pôr-do-sol e suas paisagens “naturais”. Esses pequenos detalhes acabam justificando um character designer mais simplificado e o grande uso de quadros estáticos nos confrontos rápidos (well...todos até agora foram bem rápidos).

Isso não é muito carne, pra pouco coelho?

Gosto do fato do episódio, após dois anos com aqueles jogadores retidos em no mundo como aquele, investir numa narrativa mais reflexiva entre Kirito e Asuna, com relação ao fato dos jogadores já terem se adaptado à nova vida, toda essa experiência social e o contraste com atividades do mundo real. Quando Asuna diz “normalmente seria muito trabalhoso. A culinária de SAO é simples demais. É chata.”, a série está dialogando com sua audiência, aproximando-os um pouco mais do que experiência de se viver em SAO representa para os personagens.

Valoriza-se tanto aquele tipo especifico de caça que o Kirito conseguiu, porque os alimentos são tidos como um dos poucos prazeres (eu imagino que o sexo esteja relacionado também...hê-hê-hê/entendedores, entenderão) em SAO, e também o motivo de alimentos raros, valerem tanto. Formados apenas de dados e imagem 3D, graças ao sistema do jogo, eles podem sentir o gosto da comida, embora sejam apenas desejos/mensagens enviados ao cérebro humano (o que certamente justifica certas ações mais adiante, afinal, são apenas ondas eletromagnéticas enviadas ao cérebro dos jogadores em coma, que leem isso como algo prazeroso).

Lendo sobre SAO, vi que a caracterização daquele universo é muito bem detalhada, porém o anime acaba pecando neste ponto. Para mim, o fato dos jogadores não se trocarem um na frente do outro – embora sejam apenas dados e possam fazer isso num clicar de tela com o sistema de fragmentação/desfragmentação – por já encararem aquele lugar como o mundo real, acaba se adotando uma atitude típica do mundo externo. O fato de ser tabu comentar sobre o mundo lá fora e outros pequenas detalhes, entre outras coisas, fazem certa diferença na forma como você acaba sentindo o enredo. Principalmente por ser tratar de um universo online, onde detalhes te ajudam numa compreensão melhor daquele universo (falando como não-gamer, claro).

Enfim, é algo interessante notar que todos ali, essencialmente, começaram em pé de igualdade, onde até mesmo simples garotinhas podem se tornar muito mais forte do que muitos grandões. E que a concepção de todos, devido ao risco real de morte, é ver aquele como o mundo real, e por isso, não avançarem no jogo, deixando que se destaque certos tipos de grupos/jogadores. Isso é muito plausível. Pra quê eu vou me arriscar minha vida pra zerar o jogo, se há pessoas mais capazes, dispostas a isso?

Como vemos, a Asuna é muito popular, não apenas por ser mulher [e mulheres serem raras naquele universo, principalmente as acima da média/lindas – Apesar de dizerem isso, estou vendo bastante personagens femininas em SAO, hein....né, Kirito?], o que acaba sendo a mistura que a faz ser vista como a mulher ideal. Tem um alto nível na cozinha, é bonita e habilidosa na frente de batalha. Praticamente uma Marie Sue, PQP! O que explica ela ter um guarda-costas, afinal, mesmo habilidosa, deve ser um problema para ela circular com tantos admiradores/stalkers. Também para mim, o conflito entre Kirito e Cradil, é bem sólido. Além do fato de Asuna certamente atrair a atenção de gente suspeita, o Kirito é um Beater, palavra original do universo de SAO que sugere ‘traidor’.

Porém, a partir daí, SAO caga no pau e tudo, tudo, tudo, é pura decepção!



Atuação digna de Shana [de Shakugan no Shana].

Começando pelo já batido clichê onde uma garota surge sei lá de que caralhos e caí em cima do garoto. Este por sua vez, totalmente tapado, se vê apalpando alguma coisa fofa (FACEPALM GRANDÃO AQUI). Ele não reconhece, e continua apalpando. É fofo! A garota, obvio, fica ultrajada, mas não antes de ficar vermelha e arregalar os olhos. Aí sim, ela fecha os olhos e grita, e bate no garoto: BAAAAAAKAAA!!!

Bom, tudo ficaria bem se o escopo da série fosse outro, mas acredito que isso acaba sendo incoerente com a narrativa. Asuna é retratada como uma heroína forte, independente, com personalidade, MÃS, convenientemente se torna uma donzela/garotinha em apuros atrapalhada, que se esconde atrás de seu príncipe. Tudo bem, eu pensei, deve ter um motivo, talvez a figura desse Cradil, mesmo sendo de patente inferior, exerça um papel paternal para com ela. Pfffff, logo em seguida, Asuna volta a ser a heroína que era antes desse pequeno e conveniente desvio, para rebaixar Cradil e o colocar em seu devido lugar. E tome-lhe mais incoerências narrativas.

O problema do autor original (sim, pelo que constei, a adaptação foi bem fiel), Reki Kawahara (o mesmo de Accel World, que me fez nascer urticárias em todas a partes do corpo até droppar o anime no episódio 6/7 ), é o mesmo de Nasu, autor de séries como Fate/Stay Night. Ter que tornar a narrativa incoerente, pra sustentar certas conveniências. SAO vem sofrendo de proxenetismo (procurem o significado no Google/Aurélio), por parte de seu autor.



Tudo isso foi meio decepcionante e conseguiu contrastar com o belo feeling da “ação”. Embora, o duelo entre Cradil e Kirito pela guarda da princesa, pudesse ter sido melhor explorado. Afinal, era um dos grandes da guild mais famosa daquele mundo. O que, se justiça para mim, que fui procurar informações sobre o original e descobri que o fato da espada de Cradil ter se mostrado tão fraca, era por ela ter sido forjada para refletir seus sentimentos. E ali, suponho que ele estivesse com um estado de espirito totalmente alterado, resultado na quebra de suas armas e consequentemente, sua derrota. Outro fator que apurei, e que para mim acaba justificando a atitude de alguém de baixa patente como ele, para com uma autoridade como Asuna, é o fato de ele ser um de seus stalkers/admiradores. Apesar de que, não justifique a atitude passiva dela por alguns minutos, acredito ser uma caracterização que tornaria todo aquele conflito no vídeo, algo mais sólido.

Pra completar, o cliffhanger foi bem "OMG, há um BOSS em uma sala do chefe!", mas OK! TÁ CERTO....BELEZA (estou fazendo com a mão, um sinal de joinha). Espero por uma ação mais sólida no próximo episódio [aí vem, e a luta é de apenas 20 segundos]. E beeeeeem, este foi um >bom< episódio e de clima agradável, apesar de algumas ressalvas. Mas se o próximo episódio não se mostrar muito acima deste, começarei a achar que se trata de uma série overrated, rs (sério, Roberta?)

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★



Pô, dá pra fazer uma fotonovela só com imagens de SAO (as poses de Asuna e Kirito ajuda muito), e aí eu não resisto. Aliás, talvez surja algo assim por aqui muito em breve.