sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Comentários: PSYCHO-PASS #05


Eu não gostei desse episódio.

Dito isso, vamos ressaltar os pontos positivos.

Confesso que adoro essas caras do Ginoza. Ele é muito afetado, o que de uma forma estranha, é muito sexy

Carinha de cachorro vira-lata querendo brincar com a dona

~moe~

Sempre penso o que os personagens ficam pensando em meio a discussões desinteressantes

Own olha esse cabelo.... cachorro de rua!

Dos 05 episódios até o momento, este foi o que menos me agradou, fiquei com a impressão de que foi muito burocrático, embora tenha executado a proposta com certa competência. Só que eu não vejo competência, como sinônimo de algo interessante. No geral, as pessoas preferem algo que seja divertido narrativamente – O ponto alto do que se entende como entretenimento –, mas eu não me importo que a narrativa seja um tanto quanto maçante, porque se as engrenagens ali forem atrativas o suficiente para manter minha massa cinzenta acordada, o saldo final será de puro êxtase.

Enfim, o episódio da semana, "No One Knows Your Face" [“Ninguém Conhece o Seu Rosto”], é um daqueles onde o título faz todo o sentido. Citações diretas à Rousseau, questões filosóficas e toda uma trama, que tem sim seus pontos positivos e reflete bastante sobre o futuro da série, mas que parece ter tido o grande objetivo de passar uma mensagem especifica. O Urobuchi lê e assiste pra caramba, é um escritor com uma larga bagagem cultural, e eu costumo gostar bastante de seus embates morais. Porém as questões filosóficas dessa trama em especifico (que se refere ao mundo virtual), não me desperta interesse algum – É algo que já cansei de ler sobre, e até assistir, e a narrativa não trouxe nada de novo para a questão.

Gosto mais da ideia da tribo se refugiando no virtual, para fugir da REAL LIFE (ou seja, do sistema Sibila), contudo isso foi trabalhado por um âmbito moralista, soando quase um sermão. Não é o estilo do Urobuchi, que o combatente das ideologias, não do social, isso me parece mais como um argumento criado pelo Katsuyuki Motohiro, que é o dono da história. Ele que já havia criticado o moe, e implicitamente os otakus, parece ter feito deste episódio o seu pleito, onde o vilão – Um otaku (lembrando que no Japão, otaku não se restringe a animes e mangás. É basicamente um nerd nível hardcore. Sim, não o nerd poser cool, mas aquele feioso e antissocial que o americano repudia) – é confrontado com uma dura realidade: Passou tanto tempo submerso naquilo, que ele simplesmente não construiu uma história própria, ele não tem uma identidade, ele não tem uma vida.


E o episódio é sobre isso. Porra! Caralho! Foda-se! Eu não paguei (desculpe, mas o Crunchyroll não faz streaming de PP, hô hô hô), mas não é pra isso que eu apostei minhas fichas nessa série. Eu não poderia me importar menos com um personagem random gordo e virgem, e o que ele faz da vida dele, se isso não tiver ligação direta com o enredo. Até por isso, nos comentários do post anterior, fiz questão de ignorar essa questão, embora tenha notado essa faceta. “Sua personalidade é nula. Vazia. Você não tem um rosto próprio. Sem ter um rosto, você poderia vestir qualquer mascara” – É até interessante, os diálogos escritos por Urobuchi estão ótimos nessa linha, principalmente se pensarmos na questão da indústria de animes do Japão, que têm mantido suas atenções para o nicho, e sua crise de [falta] identidade, mas parece se adequar melhor em algo como Jinrui ou mesmo Penguindrum. Ou podemos dizer que simplesmente está mal encaixado mesmo, dentro da narrativa. Agora, essa linha de diálogo (a seguir), com relação aos ídolos e a imagem projetada, é bem interessante:

Akane: “Eles agora são mais populares do que eram com os donos verdadeiros”
Ginoza: “Por que dezenas de milhares de usuários não notam que são falsos?”
Kougami: “Porque não se trata de ser verdadeiro ou falso. Esses avatares são ídolos na internet. Em outras palavras, eles são ícones. Ícones não existem pra fazerem o que querem. Nem Hayama e nem Suguwara estabeleceram seus status sozinhos. Eles puderam se tornar Talisma e Spooky Boogie porque seus fãs o idolatravam baseados em suas percepções distorcidas. Os verdadeiros sentimentos e verdadeira personalidade do ídolo não são iguais aos ideais que o personagem representa”.

Se você não notou, se trata de uma crítica aos otakus, às idols, e à indústria como um todo. É um subtexto bem óbvio, até.

Por isso, guys, o censo crítico, que traz a INCRÍVEL (sarcasmo level hard) capacidade de discernimento, é muito importante.


A arte estava tão criativa quanto à do episódio passado [cores, filtros, angulações dinâmicas, a direção estava muito bem], com uma animação que privilegiou os momentos estratégicos. Por isso, algumas cenas acabaram nem sendo muito inspiradas, vide toda perseguição, a explosão com direito a personagens estáticos ao fundo, afinal esse é um anime de 2 cours. O ruim é que perdemos aquela sensação de movimentação frenética nas cenas de ação, mas por outro lado, as cenas de distorções visuais foram ótimas.

Esse episódio também preencheu algumas lacunas. Assim como também, acabou abrindo outras questões.

O plot twist me pegou de surpresa. Não que seja surpreende o fato de Kogami ter sido um oficial, isso era obvio, mas o fato dele ser um ex-parceiro de Ginoza. Eu, e acho que muitos de vocês também estavam esperando que fosse o velho Masaoka. Por outro lado, isso explica a intimidade existente entre eles. Eu sempre fiquei encucada interiormente com Kogami o chamando de “Gino”, e a forma respeitosa com que este o tratava, deixando este ter voz ativa, e até decidir os rumos a tomar – Enquanto trata o Masaoka como um marginal. Comentaram comigo que há um boato no /a/, que ele teria sido um professor. E olha, encaixa assustadoramente bem no plot, até mesmo num suposto conflito entre ele e Ginoza.


Kogami, que acabou sendo rebaixado a um mero justiceiro, estava perseguindo/investigando Shogo Makishima. Ele acabou se tornando prisioneiro do estado, enquanto Shogo continua livre. E nem faz ideia de que seja ele por trás de toda essa trama. A questão que fica é; qual terá sido o gatilho que iniciou toda essa fixação de Kogami? Certamente deve ter sido algo trágico.

Também fica um pouco mais claro o motivo de existirem criminosos, mesmo num mundo como aquele. Ao que parece, mesmo num futuro distante, e com todo um aparato tecnológico ao dispor, o governo ainda continuará sendo falho. Não existir scanners em pontos estratégicos, para mim, é algo intencional do Urobuchi, ao querer explicitar àquele mundo de uma forma não tão obvia (que seria através dos diálogos expositivos). Sim, me recuso a acreditar que seja uma falha do roteiro, porque... porque é o Urobutcher. Simples.

Outra: Não apenas a politica ali é incompetente, como também isso se estende à justiça criminal. Se não bastasse haver apenas uma equipe diminuta responsável pelo serviço “sujo” em toda uma ilha (a civilização atual vivem em algumas ilhas dispersas, com muita água ao redor, e regidos aparentemente pelo mesmo sistema), essa equipe ainda se mostra inapta em lidar com situações triviais, que fogem do óbvio. Como assim, eles simplesmente mataram uma testemunha daquele naipe, sem ao menos questionarem se não havia nada por trás daquilo? Quer dizer, eles questionam, eles claramente perceberam que ele estava conversando com alguém. MÃS, a atitude do Shogo, em simplesmente deixa-lo para os justiceiros, já demonstra que ele conhece exatamente como é o protocolo, e que os Enforces o seguem a risca. Sem questionar. E mesmo que questionem, sem agirem. O que levanta outra questão: As Dominators.

Estariam elas apenas programadas no automático, ou seria possível para um Enforce/Justiceiro, regulá-la manualmente? Ao que sabemos até agora, com base em diálogos dos episódios passados, apenas no automático. Bom, o ponto é que eles não ouvem o testemunho das vítimas. Esse sistema é completamente falho, e não vejo a hora da Akane começar a perceber isso de forma latente.

Eu ia questionar a conveniência do Kogami chegar rapidamente a um denominador comum através de um encadeamento de informações tão simples, mas aí eu me lembrei dos clichês de séries policiais. Ok. Essa passa.

Em suma, este foi um episódio eficiente, mas com altos e baixos em alguns pontos. Os diálogos estavam instáveis, nem mesmo a dupla mais foda em termos de narração, que é Akane e Masaoka, conseguiu brilhar nesse aspecto.  A trilha sonora estava num timing excelente, entrando nos momentos certos, com destaque para quando vão persegui o otaku, e o som aumenta climaticamente, despertando aquela sensação de “agora vai”, pena que a ação decepcionou. Então...

Nesse episódio também, tive uma agradável surpresa, que foi ver um lado mais humano do Ginoza.


Veredicto: 20 e tantos minutos anticlimáticos, onde ser eficiente, não foi o suficiente para despertar nenhuma vibração do lado de cá.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★