quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Que Esperar de Kara no Kyoukai: Mirai Fukuin?


Só porque eu não consegui me conter em comentar um pouco sobre isto.

Caralho! Senti até um arrepio com os minutos iniciais deste trailer com a Shiki dizendo “Yo! Eu te alcancei homem-bomba” e então começa a andar calmamente com aquele ar frio que é todo charme e sexy-appeal, com aqueles TOC TOC oriundos da sua bota. Este caminhar da Shiki, com os olhos longe e então ganhando aquele aspecto místico pronto para devorar sua presa, e seu semblante de tédio e aquele esvoaçar de seus cabelos... Só eu acho extremamente sexy? Oh, não. Tenho certeza que o Mikiya também acha o mesmo.  Pohã, e já começou uma peça musical que eu adoro em Kara no Kyoukai, que é este arranjo sinfônico e o coral da Kajiura chorando ao fundo. Waaaahhhhh, eu me arrepio toda só de lembrar das cenas emocionantes que esta trilha embalou.

Este trailer foi lindo! Qualidade ufotable! E sim, Kara no Kyoukai: Mirai Fukuin (O Jardim dos Pecados: Evangelho do Futuro), é basicamente um mimo ($$$) para os fãs. Uma cortesia da Type-Moon em seu décimo aniversário e da produtora AniPlex (Braço da Sony, que é detentora também do estúdio  A-1 Pictures) que de uns anos pra cá vem faturando horrores com franquias de sucesso. Conseguiu achar um jeitinho de faturar um extra com franquia Kara no Kyoukai que todos já davam como devidamente encerrada, com o seu “Canto do Cisne”; uma side story escrita pelo pervertido do Kinoko Nasu. E eles estão fazendo o mesmo com AnoHana, uma série com começo, meio e fim devidamente selado (ou assim, achávamos), que volta com história inédita em um filme. É o fenômeno da indústria do entretenimento mundial, e depois de olhar as vendas de algumas séries da Temporadade Outono, já vejo algumas franquias nascendo ali.

Filha de Shiki e do fofo do Kokutou

Mirai Fukuin é um Epílogo, ou melhor, o verdadeiro epílogo, pois aquele OVA lançado em 2011 como “brinde” no BD Box que compila todos os filmes da série, era uma parte do romance original que deveria fazer parte do último filme; Kara no Kyoukai 7: Satsujin Kousatsu (Part 2). Mas, sinceramente? Foi a decisão mais acertada, aquilo tiraria todo o feeling extremamente emocional contido no final deste filme. Neste OVA, Mikiya está andando por uma estrada repleta de neve em uma noite e a terceira personalidade de Shiki aparece para ele, a fim de lhe conceder um desejo. Esta terceira Shiki foi a que ele conheceu pela primeira vez, a que evoca na Shiki seu extinto assassino, e que nenhuma das 2 personalidades anteriores possuem conhecimento de sua existência. Por isso Shiki não se recorda do primeiro encontro que tem com Mikiya. Enfim, neste OVA eles discorrem em um longo monologo filosófico.

Não se sabe muitos detalhes acerca da adaptação de Mirai Fukuin, mas se trata de um epílogo bem curto, então o filme provavelmente deverá ser em torno de no máximo 50/60 minutos. Talvez até vá direto pra DVD/BD ou estreie em pouquíssimas salas de cinema. O romance é divido em 2 partes, Möbius; Este se passa alguns meses após os acontecimentos em “Mujun Rasen”, inclusive alguns eventos contidos nos capítulos são citados em "Boukyaku Rokuon" e “Satsujin Kousatsu” (filmes 05, 06 e 07 respectivamente). Este capítulo tem uma narrativa contada à partir de 4 perspectivas e com saltos temporais entre 1996 e 1998. Em 1996, temos a Shizune Seo, que pode prever o futuro. Ela conhece Kokutou Mikiya e prevê para ele uma má sorte, caso continue com Shiki. Em 1998, Shiki se vê às voltas com o jovem terrorista Mitsuru Kamekura que também tem a capacidade de prever o futuro através de olhos místicos, como o dela.

Cena de Mirai Fukuin: Shizune Seo

Nasu se foca bastante nestes 2 personagens e cria uma narrativa contrastante, uma vez que ambos podem ver o futuro, mas de maneiras diferentes. Espere por muitos diálogos truncados e uma narrativa com solilóquios extensos, porque aqui Nasu explana mais aquilo que Aozaki Touko já havia dito sobre diferentes formas de se ver um futuro. Já Möbius link se situa 10 anos após os eventos ocorridos em Kara no Kyoukai, girando em torno de Ryougi Mana, filha de Shiki e Kokutou, e seu cotidiano. Não altera nada do que já vimos, mas a narrativa é bem costurada e fecha muito bem a melhor história já escrita pelo Nasu na Type-Moon.

Agora, se você me perguntar como Shiki e Mikyia fizeram um filho, eu também estou morrendo de curiosidade. O Nasu deveria ter mostrado isto, não custava nada, poxa! Particularmente, na minha mente, vejo o educado e romântico Mikyia “sofrendo” nas mãos da Shiki perigõn, que não se satisfaz apenas com o “papai e mamãe”. Inclusive, vejo perfeitamente o Mikyia amarrado na cama dizendo; “seja gentil comigo senpai”. OH MY GOD!

Mirai Fukuin ainda traz um omeke, Takashi Takeuchi. São 3 capítulos em formato mangá que conta mais do cotidiano de Mikiya e Shiki. Seria bacana que isto estivesse incluído na adaptação. Portanto, como podem ver, não há muito o que esperar deste filme, apesar de ser um bom extra. Será um reencontro para aqueles fãs saudosos do casal mais FOFO da Type-Moon. O melhor casal (não que haja muitos... no Nasuverso).

Este é o omake.  E Shiki é uma VADEA que não faz nada dentro de casa, a não ser ficar rolando de um lado para o outro (hahaha eu não posso falar nada também XD)

Eu adoro a critica que o @PedroSEkman escreveu sobre Kara no Kyoukai. Para mim, foi o seu melhor texto pro Crítico Nippon*. Neste ele está tão sensível (mas não se enganem, ele é um cachorro)! Vou relembrar o que faz deste casal, um dos melhores que eu já vi:

A dinâmica entre os dois que parecem praticamente viverem juntos combina perfeitamente, ficando totalmente à vontade na presença um do outro, com discussões que lembram muito as de marido e mulher. E em uma conversa casual, quando ele compra sorvetes para a casa dela (viram só?), e a garota pergunta por que o sabor morango combina com ela, e ouve a resposta “Combina com a sua jaqueta vermelha”, temos aí um diálogo inocente e prosaico, mas que já serve para salientar o cuidado com que Kokutou zela por ela. Em contrapartida, Shiki não comia os sorvetes que o rapaz lhe trazia, mas assim que ele fica desacordado por alguns dias, ela passa a comer, em uma demonstração silenciosa de saudades e afeto. 

(...) Sem pressa para criar cenas de ação ou de mais mortes, Kara no Kyoukai sabe parar e se concentrar nos personagens. Não se importando até mesmo em investir alguns minutos simplesmente para Kokutou resmungar o tema de “Cantando na chuva” durante um temporal, enquanto sua amiga aos poucos começa a aproveitar aquilo. Um esforço econômico e criativo para ilustrar a proximidade que aqueles dois estão desenvolvendo.
E a insegurança e isolamento da personagem Shiki, que raramente sorri (a primeira vez que a vemos sorrindo em público é justamente na cantoria do amigo, mais um detalhe que ajuda a ver o crescimento entre eles), pode ser comprovada em maior grau quando Kokutou pergunta por que ela não foi na festa que ele a convidou, e esta inocentemente responde “Ah, então você estava falando sério?”.

O melhor relacionamento, é aquele onde a pessoa não se sente desconfortável com o silêncio.

Veja na integra o texto do Crítico Nippon: Kara no Kyoukai


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Clique para ampliar. Na primeira imagem, Mikyia e Shiki, e eu adoro esta imagem daquele que é o meu filme preferido (o sétimo). E as duas últimas, Shiki com Mana, e ela sozinha na última.