Caralho! Senti até um arrepio com os minutos iniciais deste
trailer com a Shiki dizendo “Yo! Eu te alcancei homem-bomba” e então
começa a andar calmamente com aquele ar frio que é todo charme e sexy-appeal,
com aqueles TOC TOC oriundos da sua bota. Este
caminhar da Shiki, com os olhos longe e então ganhando aquele aspecto místico pronto
para devorar sua presa, e seu semblante de tédio e aquele esvoaçar de seus cabelos...
Só eu acho extremamente sexy? Oh, não. Tenho certeza que o Mikiya também acha o
mesmo. Pohã, e já começou uma peça
musical que eu adoro em Kara no Kyoukai, que é este arranjo sinfônico e o
coral da Kajiura chorando ao fundo. Waaaahhhhh, eu me arrepio toda só de
lembrar das cenas emocionantes que esta trilha embalou.
Este trailer foi lindo! Qualidade ufotable! E sim, Kara no
Kyoukai: Mirai Fukuin (O Jardim dos
Pecados: Evangelho do Futuro), é basicamente um mimo ($$$) para os fãs. Uma cortesia da Type-Moon em seu décimo
aniversário e da produtora AniPlex (Braço
da Sony, que é detentora também do estúdio A-1 Pictures) que de uns anos pra cá vem
faturando horrores com franquias de sucesso. Conseguiu achar um jeitinho de faturar um extra com
franquia Kara no Kyoukai que todos já davam como devidamente encerrada, com o
seu “Canto do Cisne”; uma side story escrita pelo pervertido do Kinoko Nasu. E
eles estão fazendo o mesmo com AnoHana, uma série com começo, meio e fim
devidamente selado (ou assim, achávamos),
que volta com história inédita em um filme. É o fenômeno da indústria do
entretenimento mundial, e depois de olhar as vendas de algumas séries da Temporadade Outono, já vejo algumas franquias nascendo ali.
Mirai Fukuin é um Epílogo, ou melhor, o verdadeiro epílogo,
pois aquele OVA lançado em 2011 como “brinde” no BD Box que compila todos os
filmes da série, era uma parte do romance original que deveria fazer parte do
último filme; Kara no Kyoukai 7: Satsujin Kousatsu (Part 2). Mas, sinceramente?
Foi a decisão mais acertada, aquilo tiraria todo o feeling extremamente emocional
contido no final deste filme. Neste OVA, Mikiya está andando por uma estrada repleta
de neve em uma noite e a terceira personalidade de Shiki aparece para ele, a
fim de lhe conceder um desejo. Esta terceira Shiki foi a que ele conheceu pela
primeira vez, a que evoca na Shiki seu extinto assassino, e que nenhuma das 2
personalidades anteriores possuem conhecimento de sua existência. Por isso
Shiki não se recorda do primeiro encontro que tem com Mikiya. Enfim, neste OVA
eles discorrem em um longo monologo filosófico.
Não se sabe muitos detalhes acerca da adaptação de Mirai
Fukuin, mas se trata de um epílogo bem curto, então o filme provavelmente
deverá ser em torno de no máximo 50/60 minutos. Talvez até vá direto pra DVD/BD
ou estreie em pouquíssimas salas de cinema. O romance é divido em 2 partes, Möbius;
Este se passa alguns meses após os acontecimentos em “Mujun Rasen”,
inclusive alguns eventos contidos nos capítulos são citados em "Boukyaku Rokuon" e “Satsujin Kousatsu” (filmes 05, 06 e 07 respectivamente). Este capítulo tem uma narrativa
contada à partir de 4 perspectivas e com saltos temporais entre 1996 e 1998. Em
1996, temos a Shizune Seo, que pode prever o futuro. Ela conhece Kokutou
Mikiya e prevê para ele uma má sorte, caso continue com Shiki. Em 1998, Shiki
se vê às voltas com o jovem terrorista Mitsuru Kamekura que também tem a
capacidade de prever o futuro através de olhos místicos, como o dela.
Nasu se foca bastante nestes 2 personagens e cria uma
narrativa contrastante, uma vez que ambos podem ver o futuro, mas de maneiras
diferentes. Espere por muitos diálogos truncados e uma narrativa com solilóquios
extensos, porque aqui Nasu explana mais aquilo que Aozaki Touko já havia dito
sobre diferentes formas de se ver um futuro. Já Möbius link se situa 10 anos após
os eventos ocorridos em Kara no Kyoukai, girando em torno de Ryougi Mana, filha
de Shiki e Kokutou, e seu cotidiano. Não altera nada do que já vimos, mas a
narrativa é bem costurada e fecha muito bem a melhor história já escrita pelo
Nasu na Type-Moon.
Agora, se você me perguntar como Shiki e Mikyia fizeram um
filho, eu também estou morrendo de curiosidade. O Nasu deveria ter mostrado
isto, não custava nada, poxa! Particularmente, na minha mente, vejo o educado e
romântico Mikyia “sofrendo” nas mãos da Shiki perigõn, que não se satisfaz
apenas com o “papai e mamãe”. Inclusive, vejo perfeitamente o Mikyia amarrado
na cama dizendo; “seja gentil comigo senpai”. OH MY GOD!
Mirai Fukuin ainda traz um omeke, Takashi Takeuchi. São 3
capítulos em formato mangá que conta mais do cotidiano de Mikiya e Shiki. Seria
bacana que isto estivesse incluído na adaptação. Portanto, como podem ver, não
há muito o que esperar deste filme, apesar de ser um bom extra. Será um reencontro
para aqueles fãs saudosos do casal mais FOFO da Type-Moon. O melhor casal (não que haja muitos... no Nasuverso).
Este é o omake. E Shiki é uma VADEA que não faz nada dentro de casa, a não ser ficar rolando de um lado para o outro (hahaha eu não posso falar nada também XD) |
Eu adoro a critica que o @PedroSEkman escreveu sobre Kara
no Kyoukai. Para mim, foi o seu melhor texto pro Crítico Nippon*. Neste ele
está tão sensível (mas não se enganem,
ele é um cachorro)! Vou relembrar o que faz deste casal, um dos melhores que
eu já vi:
A dinâmica entre os
dois que parecem praticamente viverem juntos combina perfeitamente, ficando
totalmente à vontade na presença um do outro, com discussões que lembram muito
as de marido e mulher. E em uma conversa casual, quando ele compra sorvetes
para a casa dela (viram só?), e a garota pergunta por que o sabor morango
combina com ela, e ouve a resposta “Combina com a sua jaqueta vermelha”, temos
aí um diálogo inocente e prosaico, mas que já serve para salientar o cuidado
com que Kokutou zela por ela. Em contrapartida, Shiki não comia os sorvetes que
o rapaz lhe trazia, mas assim que ele fica desacordado por alguns dias, ela
passa a comer, em uma demonstração silenciosa de saudades e afeto.
(...) Sem pressa para criar
cenas de ação ou de mais mortes, Kara no Kyoukai sabe parar e se concentrar nos
personagens. Não se importando até mesmo em investir alguns minutos
simplesmente para Kokutou resmungar o tema de “Cantando na chuva” durante um
temporal, enquanto sua amiga aos poucos começa a aproveitar aquilo. Um esforço
econômico e criativo para ilustrar a proximidade que aqueles dois estão
desenvolvendo.
E a insegurança e
isolamento da personagem Shiki, que raramente sorri (a primeira vez que a vemos
sorrindo em público é justamente na cantoria do amigo, mais um detalhe que
ajuda a ver o crescimento entre eles), pode ser comprovada em maior grau quando
Kokutou pergunta por que ela não foi na festa que ele a convidou, e esta
inocentemente responde “Ah, então você estava falando sério?”.
O melhor relacionamento, é aquele onde a pessoa não se sente desconfortável com o silêncio.
Veja na integra o texto do Crítico Nippon: Kara no Kyoukai
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O melhor relacionamento, é aquele onde a pessoa não se sente desconfortável com o silêncio.
Veja na integra o texto do Crítico Nippon: Kara no Kyoukai
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Clique para ampliar. Na primeira imagem, Mikyia e Shiki, e eu adoro esta imagem daquele que é o meu filme preferido (o sétimo). E as duas últimas, Shiki com Mana, e ela sozinha na última.