sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Comentários: PSYCHO-PASS #16 – WHATA FUCK MAN?


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Ou...Quando um anticlímax se torna uma trollagem divertida.

Oh, yess! Terminado episódio, minha cabeça ficou repleta de pontinhos de interrogações. O que vai acontecer agora? Como essa série irá se desenvolver? DIAAAAAABOS Urobutcher!! Eu me sinto completamente sem base neste momento. Eu estava tão segura do que estava por vim. Na minha cabeça era o seguinte: Shougo morre. Sibila cai. O caos se instaura. E aí vem o Urobutcher e subverte todas as expectativas.


Mas vamos rebobinar a fita, porque este cliffhanger no final do episódio me abalou com força. Sim, eu sei que de certa forma, para quem gosta de trocar ideia e ler os comentários dos outros acerca de cada episódio ou mesmo para aqueles mais atentos, certamente a senhora Joshu Kasei (Chefe de Segurança Pública, dublada pela veterana Yoshiko Sakakibara) se revelar um cyborg não foi nada surpreende. Mas cara, eu falo com relação à atmosfera. Aquela tensão que impregnou o ambiente desde o momento em que Kougami (que estava especialmente sexy mordível em suas expressões neste episódio) grita para Akane matar Shougo. Eu fiquei completamente vidrada, primeiro; nessa cena em especifico, e depois; quando Kagari olha para trás e aparece aquele moooooooooooooooooooooooooooooonstro cibernético à sua frente. Meu, eu fiquei boquiaberta por alguns segundos. VÉÉÉÉÉÉÉÉÉIIIIIIIIIIIIIIII—

Rebobinando, rebobinando, rebobinando... Gen Urobuchi não decepcionou. A estrutura narrativa estava impecável: Kougami, Akane e o intruso Kagari invadem a Torre Nona. Shougo como bom articulador, divide o time. Assim, temos uma primeira parte destoante da segunda, sendo esta mais dinâmica, com diversos focos narrativos. A segunda tem uma narrativa mais centralizada em KouKane, com a BGM se tornando mais densa.


Os cortes de câmera do episódio são precisos, a BGM tem papel fundamental no timing de cada sequência e passam uma vibe vigorosa. Se houve qualquer feeling de êxtase ressoando em você durante a execução, a trilha sonora merece os seus méritos, conseguindo sobrepor-se ao que se vê em cena em alguns momentos, dando lhes um aspecto melhor.

Para o nível de PP, as sequências de ação estavam ótimas, principalmente o aguardado FIGHT entre Kougami e Shougo, que renderam boas coreografias  com linhas fluídas de movimentos. No entanto, se esperava muito mais deste duelo. Senti falta de diálogos carregados entre os dois (Destaque para Kagari, sempre com ótimas sacada e a língua afiada; “É um pouco difícil me sentir livre neste calabouço apertado, sabe?” // “(...) Sim, eu concordo plenamente. Para ser honesto, eu estou satisfeito.  Não importava aonde eu fosse, eu era sempre tratado como um animal assassino. Mas agora, eles é quem são os animais” // “O Síbila é um monte de merda, mas vocês cheiram tão mal, quanto”// “Eu pensei que poderíamos ser amigos”“Meus amigos estão lá em cima, lutando contra o seu patrão e eu não vou traí-los. Eu vou chegar aí e mata-lo, assim que puder. Embora se você tiver algum tempo sobrando, seria bom se pudesse destruir o Síbila antes de eu chegar aí”. Sempre gostei dessa sinceridade marginal dele) e de sequências mais elaboradas e duradouras de ação, o que em parte se justifica pelo tempo de duração do episódio: ter que dar espaço para Kagari, desenvolver toda uma logística com os personagens em ação e a necessidade imensurável do cliffhanger. E Naoyoshi Shiotani não é nenhum Shinichiro Watanabe (Sakamichi no Apollon), nem mesmo um Tatsuya Ishihara (Chuunibyou), mas se saiu bem com o que tinha. Contudo, essa vibe raivosa como se um cão partindo para cima de um lobo, fluiu muito bem. Neste caso, realmente se pede diálogos mais crus, ainda que afiados, e uma abordagem menos melindrosa e mais abrasiva. É a hora dos polos se atraírem e repelirem, e não se flertarem intelectualmente e refinadamente (a expressão do Shougo quando atinge Kougami em cheio foi...WOW!). Respeito a escolha. 
E o Kougami ainda apanhou pra caralho! Eu esperava um pouco mais de resistência ali, ele e Shougo possuem o mesmo porte e ao que tudo indica, usam as mesmas técnicas de embate físico. Ele nem mesmo estava tão ferido ao pondo de ficar em desvantagem, tem que ver isso aí, hein! :B

No entanto, a Akane que estava me deixando um pouco receosa, estava fantástica ao se sobressair ao extinto. Estou orgulhosa, por que sim, eu sei que sou a única umas das poucas que gosta realmente da little Akane, com seus defeitos e acertos. E estes defeitos e acertos que despertaram o meu carinho por ela. Ela chegou como aquele estagiário franzino e inexperiente (apenas com a parte didática no currículo) no meio de leões, em um ambiente opressor que era muito diferente do que lhe fora ensinado. Akane tem perfil de oficial de mesa, aquele que lida com a parte burocrática do sistema. Quem diria que alguém promissora iria escolher logo o serviço sujo!? E aos poucos ela conquistou o respeito dos demais, sem precisar ser outra, se tornar badass. Convenhamos, ela não é e nunca será uma Makoto Kusanagi. Ela frágil e ainda assim, forte. É uma característica dela. Estive pensando e acredito que sua reação ao ocorrido com a amiga, é plausível com o seu perfil, que embora sofra a dor da perda e ainda esteja traumatizada, não se deixa carregar de sentimentos negativos. Caso contrário, contextualmente isto iria contra o fato dela ser assintomáticamente natural (acho).

E abrindo um parêntese que apenas os inteligentes podem notar, expresso aqui a minha vontade de, até o final do anime, vê-la envolta em conflitos. Não seria interessante se fosse de outra forma, já que se trata de um thriller.


E bem, o momento em que ela chega, pegando desprevenido o Shougo, me deixou TEEEEEEEENSA. Eu pausei o play. Respirei fundo. E fiquei na expectativa. POWWWWWWW, ela vai mata-lo, ou não? Seria uma mudança drástica de paradigma que só poderíamos esperar de autores com a coragem do Urobuchi, e POR ISSO, acreditei ser possível. Confesso que meu extinto sádico ficou excitado com essa possibilidade (Scanty & Kneesocks gritavam enlouquecidamente dentro de mim “BLOOD, BLOOD, BLOOD”). Tanto que fiquei decepcionada na hora. Embora fosse muito mais interessante observar a Akane se afundar no pântano negro, ao matar Shougo, friamente foi uma atitude sensata. Mas vai se fuder, não quero atitudes sensatas, eu quero é desespero, porra!

O Urobuchi é um canalha, continua nos torturando com o monstro da expectativa. A tensão foi envolvente. A morte de Shougo traria um novo horizonte para a série. E Urobutcher é tão FDP, que mesmo sem isso, ao menos até o próximo episódio, tudo segue indefinido com a manutenção do suspense.

Agora, sabem onde está o grande feito deste episódio? O toque de mestre? Está na forma como o roteiro subverte as expectativas de todos. A expectativa construída desde o primeiro episódio através do prologo em flash-forward e a esfera crescente de tensão nos últimos episódios em torno de Shougo, desviando a atenção do Síbila, que sempre se mostrou onipresente no enredo, mas nunca sendo o foco direto de interesse do público. Para nós, ele nunca foi o meio, e sim, o fim. Afinal, “os fins justificam os meios?” era a discussão. E embora as discussões nunca se voltassem completamente para este aspecto do enredo (até mesmo por falta de evidências para discutir), sempre pairou no ar a questão dos assintomáticos e em especial, nos últimos episódios surgiram diversas evidências que agora se tornaram fácil de presumir se tratar da base para este plot twist.


Isso ganhou força com a entrada da Kasei. Primeiro temos aqueles diálogo enigmáticos dela com o Gino, acerca de Akane e o fato de sua matiz sempre se manter incrivelmente baixa, episódios depois os dois se encontram novamente e vem a tona a discussão acerca dos assintomáticos, ponto cego do Síbila, o fato dela já ter conhecimento da existência de Shougo e principalmente; quando ela diz que esses assintomáticos precisam ser detidos e entregue com vida para ela. Imaginávamos que ela os matava e sumia com os indícios.

IMAGINAVAMOS.

A verdade é bem mais grotesca, ao que parece. Caraca, geeeeeeente! Eu tô boba! Eu levei sim, todos aqueles boatos em consideração depois do episódio em que ela exibe uma expressão robótica (a manutenção do Singuiji seria outra pista sacana do Urobuchi, para que todos pudessem perceber o padrão e o fato de que pessoas transformadas em cyborgs eram algo comum naquele universo futurístico), ao assimilar simultaneamente tantas informações. MÃÃÃÃS...ainda que eu não tenha me surpreendido com ela sendo um cyborg (diferentes de androids e robôs, humano com partes mecânicas, ganhando um UP em suas habilidades e longevidade), essa virada me pegou no pulão.


Alterar o curso da narrativa é uma técnica bem interessante – Você pode notar isto em filmes como O Poderoso Chefão (1972) e com mais ousadia em Psicose (1960), de Hitchcock, que em plenos anos 60 bate de frente contra todas as normas de Hollywood, ao ter a pachorra de matar a personagem de Janet Leigh, que vivia o seu auge como atriz, e deixar os espectadores completamente perdidos quanto aos rumos da história – e o Urobutcher já tinha feito isto em Madoka Mágica, ao transformar a suposta antagonista na heroína da sua história e promover uma mudança drástica no enredo. Não sei se este será o caso, mas Urobuchi certamente alcançou o efeito desejado: Estão todos discutindo e teorizando acerca do que poderia ser o tão temível segredo por trás do Síbila.

Não sei se é uma inspiração direta, e tenho pra mim que certamente é, mas este argumento do Urobuchi muito se assemelha ao do filme “No Mundo de 2020” (originalmente Soylent Green – 1973), um clássico cult-trash que conta a história de um futuro distópico, onde o aumento da temperatura resulta no aquecimento global, arruinando a produção mundial de alimentos, o que provoca o colapso da economia. A necessidade de alimentação desse mundo superpopuloso é suprida por uma comida sintética chamada de soylent green. Quando um alto executivo da corporação responsável pela produção do soylent é brutalmente assassinado, um investigador da polícia vê-se diante de um segredo aterrador por trás dessa produção.
Ao contrário do seu irmãoO Planeta dos Macacos”, Soylent Green (assim como “Zardoz”; que juntos formam a tríade dos futuros distópicos de uma nova e diferente Hollywood, até então) não é tão badalado, mas é um ótimo thriller policial que traz ao enredo,  relevância social e política numa atmosfera sufocante onde mulheres são vendidas como objetos para quem tem condições comprar. São como as protagonistas de MohiroKitoh, só que com muuuuito mais substância contextual. Enfim, já estou fazendo review do filme...LOL. O ponto é que seu argumento gira em torno do terrível segredo acerca dos soylent green, que se revela terrivelmente chocante. Não vou dizer qual o segredo, é fácil de pressupor (mesmo a capa do filme já revela o grande segrede dele).

E o que alimenta o Síbila? Estão dizendo que são seres humanos. Eu tenho pra mim, que não é qualquer ser humano, e sim os especiais. Como Shougo e Akane. Mas, como é o processo disto tudo? Por que isto traria o fim do país? O Síbila cai ou não?  KouKane vai descobrir a terrível verdade e se tornar inimigo do estado? AAAAIIIIII, AI, AI... Estou desde já roendo minhas unhas (não literalmente, é claro, minha unhas são lindas demais para serem roídas) aqui à espera do episódio 17. VEEEEM NI MIM, porque ter uma ideia vaga do que está por vir, deixa ainda mais expectativas. Como comentei dias atrás com relação à Chihayafuru 2 e a importância do individual para o coletivo, seria irônico ver isto representado em PP através de diversos corpos sustentando o Síbila, rs. Bem, recomponham-se e se animem, foi revigorante ver que Shougo pode encontrar uma resistência bem mais firme do que se supunha.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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> "Essa é a verdadeira forma do Sistema Síbila! Nem precisamos destruí-lo. Se mostrarmos isso ao público, será o fim deste país. E desta vez, haverá uma verdadeira rebelião! Ninguém poderá impedí-los!"


 >Criaram a teoria de que ela pode ser um ser alienigena. Isso não seria novo, se tratando de Gen Urobuchi, que vive brincando com essa tema. JÁ PENSOU? LOLOL Eu só sei que essa jeitão dela mete meeeedo o__O'


>Bem que eu já desconfiava. Urobuchi expandindo universo de seu personagem através de interação com outros personagens randons? É porque vai ser importante lá frente (e vão morrer).

> Isso me foi passado pelo --NHAN NHAN e aí eu fiz a versão PTBR pra vocês. Algum maluco anon fez o favor de reunir todas as teorias que surgiram rapidamente após o episódio 16. Se for como em Serial Experiments Lain, o Síbila é a Akane HAHAHAAHAHA!!

 >Pra fechar, tão ligados que o Kagari não pode ter sobrevivido, né? E bruxa alterou o status da Dominator, de Paralizia, para Letal. Sayonará bye-bye, gatinho >_<
***

Dicas de Séries citadas no post:


-Serial Experiments Lain
-O Planeta dos Macacos-Soylent Green
-Panty & Stoking with Garterbelt
-Psicose
-Ghost in the Shell

ANAAAAARCHYYYYYYYYYYY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!