MIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNDFUCK
DUUUUUUUUDDDDDEEEEEEEEE!!
HUEHUEHUEHUEHUE OKAAAY! Menos! Assim como eu, sei que vocês
também aguardavam com muita expectativa o desenrolar dessa elétrica trama
envolvendo Shougo e o Sistema Síbila. E ele veio; felizmente o Urobucha
descartou a possibilidade de continuar escondendo de nós o que realmente era o
Síbila. Uma decisão sábia, afinal, pra que ficar episódios guardando algo
previsível assim, que definitivamente dificilmente se mostraria diferente das
teorias apontadas.
Yay, e o episódio já começou do jeitinho que eu adoro, todo melancólico
com Inochi no Arikata ao fundo, em meio aos destroços de uma cidade
psicologicamente abalada, meio que ainda em choque por toda a brutalidade que
tomou conta do “país”. Um episódio com 15 minutos de puro diálogo. Diálogos
necessários. A reação pós todo aquele incidente. Em meio a isso, eu só senti
falta realmente de poder ver um pouco mais da reação da população. Gosto destes
detalhes e acreditar enriquecer bastante uma narrativa que tem como foco
justamente uma sociedade.
É incrível como a Yayoi parece inabalável ao lado de um
sereno, mas preocupado, Masaoka; e de um irritado e introspectivo Ginoza.
Masaoka – "Contamos com você, inspetor."
Ginoza – "Você está sendo muito íntimo,
Justiceiro"
ISHAIUSHAISHAIUSHAIUSHAISH
EU ADOOOORO essas quebras de tensão, e fico rindo como uma boba. Estava
sentindo falta deste velho Masaoka, moleque, de várzea, que andou meio eclipsado.
Essa sutileza entre ele e Gino, que mesmo se mostrando irritado, denota muita
cumplicidade. Seria um preparo de terreno para uma provável despedida? Se eu
tivesse que apostar, diria que quem morre é Masaoka.
KouKane também teve um bom momento, com direito à um
monologo de Kougami que faz um paralelo perspicaz com o que vemos na sequência
final do episódio. Em suas palavras, os detetives são sempre os perdedores, que
enquanto estiverem fazendo o seu trabalho, só serão chamados quando as vítimas
aparecerem. Na sua visão, estando na posição de alguém que deveria proteger a
sociedade, eles são um fracasso.
Ele está abalado, claro, o mundo não pode ser regido por um
sistema perfeito, nem com base em previsões, o ser humano é mais complexo que
uma máquina. Mesmo no mundo atual, o cérebro humano ainda continua sendo um
enigma. A sociedade é como um Big Ben, cada engrenagem é responsável por manter
seu funcionamento. Eu discordo bastante dos que dizem que mesmo num estado sem
leis e ordem, o ser humano continuaria se comportando civilizadamente. É
justamente o que nos distingue dos selvagens. Kougami faz parte da engrenagem,
ele não pode impedir que haja vítimas, mas fazer com que a população se sinta
segura ao aplicar a lei e coibir a violência.
Quem não se sentiu irritado com a irônica Kasei
responsabilizando Ginoza pelo sumiço de Kagari? Eu queria dar umas tapas na
cara dela HAHAHAHAHAHA! Mas tecnicamente Ginoza não deixa de ser o responsável em
encontrar uma solução. Curiosamente seu campo de atuação é extremamente
restrito, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.
Este foi um episódio bem expositivo, mas extremamente agradável
e uma amostra de boa composição entre roteiro e direção na construção de uma
narrativa forte. Gosto de como, mesmo previsível, ainda se mostre impactante. Era
problemático como algumas referências eram colocadas na narrativa de PP no
primeiro cour, muitas vezes explicando ao invés de mostrar, e eu não via como
aquilo acrescentava à narrativa ou ao personagem. Já no segundo cour isto tem
me agradado bastante, em citações não obvias ou que delineiam o personagem (como o Shougo), há confrontos e
embates de ideias, além das referências serem diretas e compreensíveis ao
primeiro olhar. O Shougo é o melhor exemplo disto tudo. Suas citações e
diálogos filosóficos se acentuam à sua persona e sua revolução, o que
complementa um enredo que tem como premissa, a ideia de que livros e músicas
são maléficos por transmitirem sabedoria.
Ao tatear o livro com a ponta dos dedos aquele livro, eu
tive uma epifania de que ele não queria perder aquilo, aquela sensação de poder
sentir a textura de um objeto com suas digitais, enquanto Kasei lhe oferecia a
oportunidade de ser onisciente. Mas a capacidade de absorver tantas informações
em frações de segundo não tira o verdadeiro prazer da “degustação”? É até
bonito essa paixão exacerbada de Shougo pelos livros.
Então, vejo essas citações como muito bem colocadas, algo
como “você
é um gênio do sarcasmo, Shougo”, e ele “eu não, o Swift que é” (desculpe não reproduzir o diálogo com
exatidão, não quero ir procurar esse trecho no episódio). POUXA, foi como
ver o Gen Urobuchi sorrindo por trás do avatar de Shougo ao ver tanta gente o
chamar de “gênio”, com ele dizendo que não é bem assim (e realmente não é bem assim). Este episódio teve um trabalho de
exposição acima da média, a narrativa estava envolvente, carregada de uma tensão
que te absorve de uma forma que mesmo sem ao menos apresentar muitas linhas de
"ação", consegue empolgar. A direção estava muito sensorial; os
cortes, closes, ângulos diferentes, a câmera se movimenta e os diálogos
trabalham em prol do enredo, pequenas dicas visuais aqui e ali. Por exemplo, o
avião planando por cima da cidade, alguém conseguiu sacar antes da velha
loucona dizer, que eles estavam a bordo? Shougo sendo transportado sem estar
cercado de seguranças, porque naquela ilha o Síbila é a Lei, Kasei é seu avatar
e não há sequer um judiciário para prestar esclarecimentos sobre seus atos. Ou
mais minimalista: A poha do símbolo do Síbila é justamente um cérebro! Cacete!
Isso aparece na abertura, enquadrando o Shougo (que está de porte com o mesmo livro vermelho) e abrindo em zoom na
Akane.
Aliás, agora eu começo a compreender melhor o título deste
anime ser "Pycho-Pass"; São bilhetes emitidos por Psicopatas, quando
todos imaginavam que o "Pass" se tratava do bilhete dado àquele com
potencial de psicopatia. Não que essa ideia inicial estivesse equivocada,
mas... Ah, a ironia na escolha dos títulos...
Sem contar em como este roteiro tem se mostrado bem
orquestrado e todas as pontas sendo amarradas. Kouzoborou sendo o cérebro de Kasei,
o papel dos assintomáticos no enredo, a morte e o consequente desaparecimento
de Kagari, que irá instigar os demais. O vídeo deixado por Choe, que certamente
Shougo recuperou se tiver sobrevivido, e provavelmente irá viraliza-lo entre a
população. A provocação à Kougami no final, e que cena maravilhosa aquela da
ilusão de Shougo, será uma premonição de que logo, ambos estarão lutando do
mesmo lado? Não dá pra não especular, esses episódios de PP estão eletrizantes.
Como será o próximo? Como irá se desenvolver? Cadê a Rina? Quem é o ÀZ secreto
do Shougo? Como Yayoi será envolvida nessa trama (como dado a entender no flashback)? E agora, quem assume o
comando? Kougami e Shougo são opostos que se atraem? Akane não vai dar umas mordidas
nervosas naquele Abdômen do Kougami, heeeeeeeeeeinnnnnnnnnn? AINDA FALTAM
CINNNNNNNNNNNNCO EPISÓDIOS GEEEENTE!!! Tem uma caralhada de acontecimentos pela
frente. E eu quero saber, como o Síbila foi realmente instituído, por quê? FUCK,
FUCK, FUCK MEUS NERVOS! Estou completamente absorta!
***
Hora dos TOOOOOOOOOOOOOOOOOOOPICOS RANDONS!
>Bom, achei melhor comentar sobre "As Viagens de
Gulliver" (1726) nessa área que
poucos devem ler, por não ser tão importante ao meu ver, mas eu gosto bastante
da referência pra simplesmente deixar passar. Shougo cita o clássico livro satírico
escrito por Swift e Balnibarbi que conseguiu irritar Kasei/Kouzaborou, em um
contraponto MAGISTRAAAAAAAAAAAAAAALLLLL. Você entendendo a fundo do que se
trata Balnibarbi, essa sequência se torna ainda mais fascinante. Viagens de
Gulliver narra, entre outras tramas exóticas, um projeto dos sábios de
Balnibarbi; uma Academia de Projetistas responsável por todo tipo de novos
conceitos revolucionários sobre a lavoura, as construções e a sociedade. Nessa
academia, Gulliver visita, primeiramente, vários projetos que têm relação com
as ciências exatas atuais, tais como Química e Física. Projeto para extrair
raios do sol, projeto para transformar dejetos humanos em comida, projeto para
calcinar gelo e transformá-lo em pólvora, projeto para construir casas como as
abelhas e aranhas, projeto para distinguir as cores através do tato e olfato,
projeto para arar a terra fazendo uso de porcos. Projeto pra fazer gatos não
peidarem fedido (tá, não...)...rs!
Após visitar esses projetos, Gulliver vai para o outro lado
da academia que era dedicado a estudos especulativos avançados; estes do qual
Shougo cita no episódio para bater o argumento de Kasei/Kouzaborou. A ironia sátira
fica mais evidente quando Gulliver afirma que não irá incomodar o leitor, descrevendo
minuciosamente tudo o que observou. A partir disso, podemos fazer um paralelo
com o Síbila, afinal, as pessoas não precisam saber exatamente como é o
funcionamento do mesmo, apenas que ele é perfeito *sarcasmo*. Essa ironia é
estabelecida pelo uso que Swift faz de seu personagem principal para satirizar
uma prática cientificista que é absurda em si.
Mas sabe? Eu prefiro o final do livro como um paralelo ao
Síbila (desculpe Shougo), quando o
protagonista chega a uma estranha terra em que os seres nobres eram cavalos com
inteligência acima da média, denominados de houyhnhm, evidente onomatopeia para
o relincho. Ele então descobre que seres primitivos e repulsivos que lá viviam,
os Yahoo, correspondiam aos humanos. Então se esforça para aprender a língua e
assim ser aceito pelos nobres equinos, cuja cultura admirava. Essa trama é bem
requintada e detalhada, mas basicamente é movida por essa polarização. Ao
voltar à sua civilização, saudoso do contato com aquela cultura superior,
Gulliver preferia passar temporadas no estábulo de sua propriedade, do que com
as pessoas.
Swift não inventou esse pessimismo. Naquela época, havia
teses eruditas que defendiam o ponto de vista de que o homem nascia mau e que
somente um contrato social, com o suporte do Estado, poderia conter suas
tendências malévolas. Sim, estou comparando o Síbila regido pelos cérebros de
criminosos, à equinos. E a população comum, aos Yahoo.
>Assim chegamos ao próximo ponto: Choe diz no episódio
anterior que caso a verdade viesse à tona, a sociedade desmoronaria. Eu mesma
fiquei muito presa no conceito de que não havia nada demais em cérebros assintomáticos
de criminosos sendo usados. Quando você pensa sobre isso, não é assim que
funciona a Ciência cognitiva, que entre outros tópicos, trabalha justamente com
a possibilidade de IA (inteligência
artificia) e redes neurais? Não seria estes 247 cérebros apenas um banco de
dados?
Olhando por este lado, realmente não faz sentido. MÃÃÃS é
mais complexo do que isto. Primeiro que os criminosos latentes possuem certa
autonomia, como Kouzaborou dá entender, eles se revezam como avatar do Síbila.
GENTE, a Sociedade é regida e governada por CRI-MI-NO-SOS! Não criminosos
latentes, mas psicóticos que cometeram os crimes mais bárbaros possíveis.
Aqueles que justamente conseguiram encontrar um buraco no sistema. Você não se
revoltaria de saber que quem te governa são bandidos? Bom...no caso do Brasil,
não está muito longe dessa verdade XDDDDDD
Estes cérebros assintomáticos não apenas retêm autonomia,
mas também consciência. A ideia por trás do Síbila em si, é absurda. É sim,
capaz de derrubar aquela ilha. No mais, o cérebro do Shougo seria uma bela
aquisição ao banco de dados...Mas eu preferiria o seu corpo hehehe...se bem que
me sinto mais atraída pelo Kougami...Aquela bundinha, hein, hein? Boa de levar
uns tapas >_^
> Não é de hoje que determinadas pessoas com raciocínio e
uma perspicácia fora de série, e que são denominados psicopatas ou sociopatas,
são considerados também inteligentíssimos. Inclusive, isso é um objeto de
estudo cientifico. Este fascínio pelo lado brutal humano sempre fora retratado
no cinema, livros, seriados, etc. de forma romantizada. Oo maior expoente dessa
safra talvez seja o personagem que ganhou
vida própria: Hannibal Lecter. Atualmente também há diversos seriados
explorando este filão, que ressurgiu com a mesma força que os Zumbis na tv
americana. Inclusive, há um que estou acompanhando, chamado The Following, que
retrata a vida de um assassino serial culto e sagaz. Bom, dá pra chegar à
conclusão de que, se Shougo fosse realmente um psicopata, ele teria cedido à
ideia de ser um dos deuses do novo mundo. Psicopatas tendem a perder o controle
quando se veem diante de um grande poder e possibilidade de se tornarem oniscientes,
como Light Yagami de Death Note, levando-os a subestimar o adversário (pela minha experiência com o tema, 96%
deles, sempre falham com seus planos perfeitos, ao subestimar os outros. Porque
eles não amarram o Shougo? É disso que eu falo). O que faz de Shougo
diferente dos demais assintomáticos até então, é ele ser um sociopata com um egocentrismo
que lhe impede de ser uma mera peça num sistema, um Jigsaw (Saw – Jogos Mortais). Aquele que mexe as peças no tabuleiro e
observa as reações. Até por isso, ele sempre contrata cobaias pra fazer o
serviço sujo.
> “Eu amo do fundo do meu coração esse jogo
que as pessoas chamam de vida. Então, eu gostaria de continuar participando
dele como um jogador para sempre!”. Embora Shougo também sinta desprezo
por quem considera inferior, ele não abriria mão de se divertir com o
comportamento humano. Isso me lembra os Panopticon.
Idealizada pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham,
esta estrutura foi elaborada na primeira metade do século XX a partir de um
projeto da escola militar em Paris, cujo conceito era facilitar a supervisão
dos alunos. Bentham aprimorou essa ideia e criou o panóptico. A estrutura do
panóptico foi pensada para exercer um papel de controle social sobre os
indivíduos. Trata-se de um edifício com várias celas, construído em formato
circular, com um pátio no meio e uma torre ao centro. As celas podem ser
vigiadas tanto do lado interno do prédio quanto pela parte externa, pois seu
projeto foi elaborado de modo a permitir que o espaço seja inteiramente
observável.
O conceito do panóptico gerou diversas discussões, mesmo George
Orwell chegou a refletir a questão em seu livro "1984", cujo inspetor
é o Big Brother, um vigilante onipresente, e a relação do poder da punição e da
vigilância enquanto forma de controle dos indivíduos.
Curiosidade inútil: Mohiro Kitoh utilizou este conceito em
seu mangá, Hallucination from the Womb, no conto “A Gaiola do Criador”. Porém,
com um desfecho irônico, pois o observador do jogo não percebeu que os
jogadores também poderiam criar seus próprios jogos e também trapacearem, e
logo fora enganado por eles.
> Tem horas que eu gostaria que PP fosse mais explicíto hehehe...Obviamente que um cyborg (ao menos no universo de PP), não teria fisíco pra uma luta corporal. E o Shougo ainda por cima é apelão hahahah!!!! Isso me lembrou os bons tempos de MPD - PSYCHO (volte a publicar Panini). Ou seria Dexter? Ou talvez o Sylar de Heroes...
> FEEEEEEELS<3
***
Dicas de séries citadas no post:
-Death Note
-As Viagens de Gulliver
-1984
-The Following