sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Comentários: PSYCHO-PASS #17 – E o Síbila é...


MIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNDFUCK DUUUUUUUUDDDDDEEEEEEEEE!!




HUEHUEHUEHUEHUE OKAAAY! Menos! Assim como eu, sei que vocês também aguardavam com muita expectativa o desenrolar dessa elétrica trama envolvendo Shougo e o Sistema Síbila. E ele veio; felizmente o Urobucha descartou a possibilidade de continuar escondendo de nós o que realmente era o Síbila. Uma decisão sábia, afinal, pra que ficar episódios guardando algo previsível assim, que definitivamente dificilmente se mostraria diferente das teorias apontadas.

Yay, e o episódio já começou do jeitinho que eu adoro, todo melancólico com Inochi no Arikata ao fundo, em meio aos destroços de uma cidade psicologicamente abalada, meio que ainda em choque por toda a brutalidade que tomou conta do “país”. Um episódio com 15 minutos de puro diálogo. Diálogos necessários. A reação pós todo aquele incidente. Em meio a isso, eu só senti falta realmente de poder ver um pouco mais da reação da população. Gosto destes detalhes e acreditar enriquecer bastante uma narrativa que tem como foco justamente uma sociedade.


É incrível como a Yayoi parece inabalável ao lado de um sereno, mas preocupado, Masaoka; e de um irritado e introspectivo Ginoza.

Masaoka – "Contamos com você, inspetor."
Ginoza – "Você está sendo muito íntimo, Justiceiro"

ISHAIUSHAISHAIUSHAIUSHAISH  EU ADOOOORO essas quebras de tensão, e fico rindo como uma boba. Estava sentindo falta deste velho Masaoka, moleque, de várzea, que andou meio eclipsado. Essa sutileza entre ele e Gino, que mesmo se mostrando irritado, denota muita cumplicidade. Seria um preparo de terreno para uma provável despedida? Se eu tivesse que apostar, diria que quem morre é Masaoka.

KouKane também teve um bom momento, com direito à um monologo de Kougami que faz um paralelo perspicaz com o que vemos na sequência final do episódio. Em suas palavras, os detetives são sempre os perdedores, que enquanto estiverem fazendo o seu trabalho, só serão chamados quando as vítimas aparecerem. Na sua visão, estando na posição de alguém que deveria proteger a sociedade, eles são um fracasso.


Ele está abalado, claro, o mundo não pode ser regido por um sistema perfeito, nem com base em previsões, o ser humano é mais complexo que uma máquina. Mesmo no mundo atual, o cérebro humano ainda continua sendo um enigma. A sociedade é como um Big Ben, cada engrenagem é responsável por manter seu funcionamento. Eu discordo bastante dos que dizem que mesmo num estado sem leis e ordem, o ser humano continuaria se comportando civilizadamente. É justamente o que nos distingue dos selvagens. Kougami faz parte da engrenagem, ele não pode impedir que haja vítimas, mas fazer com que a população se sinta segura ao aplicar a lei e coibir a violência.

Quem não se sentiu irritado com a irônica Kasei responsabilizando Ginoza pelo sumiço de Kagari? Eu queria dar umas tapas na cara dela HAHAHAHAHAHA! Mas tecnicamente Ginoza não deixa de ser o responsável em encontrar uma solução. Curiosamente seu campo de atuação é extremamente restrito, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

Este foi um episódio bem expositivo, mas extremamente agradável e uma amostra de boa composição entre roteiro e direção na construção de uma narrativa forte. Gosto de como, mesmo previsível, ainda se mostre impactante. Era problemático como algumas referências eram colocadas na narrativa de PP no primeiro cour, muitas vezes explicando ao invés de mostrar, e eu não via como aquilo acrescentava à narrativa ou ao personagem. Já no segundo cour isto tem me agradado bastante, em citações não obvias ou que delineiam o personagem (como o Shougo), há confrontos e embates de ideias, além das referências serem diretas e compreensíveis ao primeiro olhar. O Shougo é o melhor exemplo disto tudo. Suas citações e diálogos filosóficos se acentuam à sua persona e sua revolução, o que complementa um enredo que tem como premissa, a ideia de que livros e músicas são maléficos por transmitirem sabedoria.


Ao tatear o livro com a ponta dos dedos aquele livro, eu tive uma epifania de que ele não queria perder aquilo, aquela sensação de poder sentir a textura de um objeto com suas digitais, enquanto Kasei lhe oferecia a oportunidade de ser onisciente. Mas a capacidade de absorver tantas informações em frações de segundo não tira o verdadeiro prazer da “degustação”? É até bonito essa paixão exacerbada de Shougo pelos livros.

Então, vejo essas citações como muito bem colocadas, algo como “você é um gênio do sarcasmo, Shougo”, e ele “eu não, o Swift que é” (desculpe não reproduzir o diálogo com exatidão, não quero ir procurar esse trecho no episódio). POUXA, foi como ver o Gen Urobuchi sorrindo por trás do avatar de Shougo ao ver tanta gente o chamar de “gênio”, com ele dizendo que não é bem assim (e realmente não é bem assim). Este episódio teve um trabalho de exposição acima da média, a narrativa estava envolvente, carregada de uma tensão que te absorve de uma forma que mesmo sem ao menos apresentar muitas linhas de "ação", consegue empolgar. A direção estava muito sensorial; os cortes, closes, ângulos diferentes, a câmera se movimenta e os diálogos trabalham em prol do enredo, pequenas dicas visuais aqui e ali. Por exemplo, o avião planando por cima da cidade, alguém conseguiu sacar antes da velha loucona dizer, que eles estavam a bordo? Shougo sendo transportado sem estar cercado de seguranças, porque naquela ilha o Síbila é a Lei, Kasei é seu avatar e não há sequer um judiciário para prestar esclarecimentos sobre seus atos. Ou mais minimalista: A poha do símbolo do Síbila é justamente um cérebro! Cacete! Isso aparece na abertura, enquadrando o Shougo (que está de porte com o mesmo livro vermelho) e abrindo em zoom na Akane.


Aliás, agora eu começo a compreender melhor o título deste anime ser "Pycho-Pass"; São bilhetes emitidos por Psicopatas, quando todos imaginavam que o "Pass" se tratava do bilhete dado àquele com potencial de psicopatia. Não que essa ideia inicial estivesse equivocada, mas... Ah, a ironia na escolha dos títulos...

Sem contar em como este roteiro tem se mostrado bem orquestrado e todas as pontas sendo amarradas. Kouzoborou sendo o cérebro de Kasei, o papel dos assintomáticos no enredo, a morte e o consequente desaparecimento de Kagari, que irá instigar os demais. O vídeo deixado por Choe, que certamente Shougo recuperou se tiver sobrevivido, e provavelmente irá viraliza-lo entre a população. A provocação à Kougami no final, e que cena maravilhosa aquela da ilusão de Shougo, será uma premonição de que logo, ambos estarão lutando do mesmo lado? Não dá pra não especular, esses episódios de PP estão eletrizantes. Como será o próximo? Como irá se desenvolver? Cadê a Rina? Quem é o ÀZ secreto do Shougo? Como Yayoi será envolvida nessa trama (como dado a entender no flashback)? E agora, quem assume o comando? Kougami e Shougo são opostos que se atraem? Akane não vai dar umas mordidas nervosas naquele Abdômen do Kougami, heeeeeeeeeeinnnnnnnnnn? AINDA FALTAM CINNNNNNNNNNNNCO EPISÓDIOS GEEEENTE!!! Tem uma caralhada de acontecimentos pela frente. E eu quero saber, como o Síbila foi realmente instituído, por quê? FUCK, FUCK, FUCK MEUS NERVOS! Estou completamente absorta!

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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Hora dos TOOOOOOOOOOOOOOOOOOOPICOS RANDONS!

RAAAAAAAAAWR~~~~~

>Bom, achei melhor comentar sobre "As Viagens de Gulliver" (1726) nessa área que poucos devem ler, por não ser tão importante ao meu ver, mas eu gosto bastante da referência pra simplesmente deixar passar. Shougo cita o clássico livro satírico escrito por Swift e Balnibarbi que conseguiu irritar Kasei/Kouzaborou, em um contraponto MAGISTRAAAAAAAAAAAAAAALLLLL. Você entendendo a fundo do que se trata Balnibarbi, essa sequência se torna ainda mais fascinante. Viagens de Gulliver narra, entre outras tramas exóticas, um projeto dos sábios de Balnibarbi; uma Academia de Projetistas responsável por todo tipo de novos conceitos revolucionários sobre a lavoura, as construções e a sociedade. Nessa academia, Gulliver visita, primeiramente, vários projetos que têm relação com as ciências exatas atuais, tais como Química e Física. Projeto para extrair raios do sol, projeto para transformar dejetos humanos em comida, projeto para calcinar gelo e transformá-lo em pólvora, projeto para construir casas como as abelhas e aranhas, projeto para distinguir as cores através do tato e olfato, projeto para arar a terra fazendo uso de porcos. Projeto pra fazer gatos não peidarem fedido (tá, não...)...rs!

Após visitar esses projetos, Gulliver vai para o outro lado da academia que era dedicado a estudos especulativos avançados; estes do qual Shougo cita no episódio para bater o argumento de Kasei/Kouzaborou. A ironia sátira fica mais evidente quando Gulliver afirma que não irá incomodar o leitor, descrevendo minuciosamente tudo o que observou. A partir disso, podemos fazer um paralelo com o Síbila, afinal, as pessoas não precisam saber exatamente como é o funcionamento do mesmo, apenas que ele é perfeito *sarcasmo*. Essa ironia é estabelecida pelo uso que Swift faz de seu personagem principal para satirizar uma prática cientificista que é absurda em si.

Mas sabe? Eu prefiro o final do livro como um paralelo ao Síbila (desculpe Shougo), quando o protagonista chega a uma estranha terra em que os seres nobres eram cavalos com inteligência acima da média, denominados de houyhnhm, evidente onomatopeia para o relincho. Ele então descobre que seres primitivos e repulsivos que lá viviam, os Yahoo, correspondiam aos humanos. Então se esforça para aprender a língua e assim ser aceito pelos nobres equinos, cuja cultura admirava. Essa trama é bem requintada e detalhada, mas basicamente é movida por essa polarização. Ao voltar à sua civilização, saudoso do contato com aquela cultura superior, Gulliver preferia passar temporadas no estábulo de sua propriedade, do que com as pessoas.

Swift não inventou esse pessimismo. Naquela época, havia teses eruditas que defendiam o ponto de vista de que o homem nascia mau e que somente um contrato social, com o suporte do Estado, poderia conter suas tendências malévolas. Sim, estou comparando o Síbila regido pelos cérebros de criminosos, à equinos. E a população comum, aos Yahoo.


>Assim chegamos ao próximo ponto: Choe diz no episódio anterior que caso a verdade viesse à tona, a sociedade desmoronaria. Eu mesma fiquei muito presa no conceito de que não havia nada demais em cérebros assintomáticos de criminosos sendo usados. Quando você pensa sobre isso, não é assim que funciona a Ciência cognitiva, que entre outros tópicos, trabalha justamente com a possibilidade de IA (inteligência artificia) e redes neurais? Não seria estes 247 cérebros apenas um banco de dados?

Olhando por este lado, realmente não faz sentido. MÃÃÃS é mais complexo do que isto. Primeiro que os criminosos latentes possuem certa autonomia, como Kouzaborou dá entender, eles se revezam como avatar do Síbila. GENTE, a Sociedade é regida e governada por CRI-MI-NO-SOS! Não criminosos latentes, mas psicóticos que cometeram os crimes mais bárbaros possíveis. Aqueles que justamente conseguiram encontrar um buraco no sistema. Você não se revoltaria de saber que quem te governa são bandidos? Bom...no caso do Brasil, não está muito longe dessa verdade XDDDDDD

Estes cérebros assintomáticos não apenas retêm autonomia, mas também consciência. A ideia por trás do Síbila em si, é absurda. É sim, capaz de derrubar aquela ilha. No mais, o cérebro do Shougo seria uma bela aquisição ao banco de dados...Mas eu preferiria o seu corpo hehehe...se bem que me sinto mais atraída pelo Kougami...Aquela bundinha, hein, hein? Boa de levar uns tapas >_^

SadismoFace *oo*

ArrogânciaFace *SEEEEEEXYYYYYYY*

> Não é de hoje que determinadas pessoas com raciocínio e uma perspicácia fora de série, e que são denominados psicopatas ou sociopatas, são considerados também inteligentíssimos. Inclusive, isso é um objeto de estudo cientifico. Este fascínio pelo lado brutal humano sempre fora retratado no cinema, livros, seriados, etc. de forma romantizada. Oo maior expoente dessa safra talvez seja o personagem que ganhou vida própria: Hannibal Lecter. Atualmente também há diversos seriados explorando este filão, que ressurgiu com a mesma força que os Zumbis na tv americana. Inclusive, há um que estou acompanhando, chamado The Following, que retrata a vida de um assassino serial culto e sagaz. Bom, dá pra chegar à conclusão de que, se Shougo fosse realmente um psicopata, ele teria cedido à ideia de ser um dos deuses do novo mundo. Psicopatas tendem a perder o controle quando se veem diante de um grande poder e possibilidade de se tornarem oniscientes, como Light Yagami de Death Note, levando-os a subestimar o adversário (pela minha experiência com o tema, 96% deles, sempre falham com seus planos perfeitos, ao subestimar os outros. Porque eles não amarram o Shougo? É disso que eu falo). O que faz de Shougo diferente dos demais assintomáticos até então, é ele ser um sociopata com um egocentrismo que lhe impede de ser uma mera peça num sistema, um Jigsaw (Saw – Jogos Mortais). Aquele que mexe as peças no tabuleiro e observa as reações. Até por isso, ele sempre contrata cobaias pra fazer o serviço sujo.

> “Eu amo do fundo do meu coração esse jogo que as pessoas chamam de vida. Então, eu gostaria de continuar participando dele como um jogador para sempre!”. Embora Shougo também sinta desprezo por quem considera inferior, ele não abriria mão de se divertir com o comportamento humano. Isso me lembra os Panopticon.

Idealizada pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham, esta estrutura foi elaborada na primeira metade do século XX a partir de um projeto da escola militar em Paris, cujo conceito era facilitar a supervisão dos alunos. Bentham aprimorou essa ideia e criou o panóptico. A estrutura do panóptico foi pensada para exercer um papel de controle social sobre os indivíduos. Trata-se de um edifício com várias celas, construído em formato circular, com um pátio no meio e uma torre ao centro. As celas podem ser vigiadas tanto do lado interno do prédio quanto pela parte externa, pois seu projeto foi elaborado de modo a permitir que o espaço seja inteiramente observável.

O conceito do panóptico gerou diversas discussões, mesmo George Orwell chegou a refletir a questão em seu livro "1984", cujo inspetor é o Big Brother, um vigilante onipresente, e a relação do poder da punição e da vigilância enquanto forma de controle dos indivíduos.


Curiosidade inútil: Mohiro Kitoh utilizou este conceito em seu mangá, Hallucination from the Womb, no conto “A Gaiola do Criador”. Porém, com um desfecho irônico, pois o observador do jogo não percebeu que os jogadores também poderiam criar seus próprios jogos e também trapacearem, e logo fora enganado por eles.


> Tem horas que eu gostaria que PP fosse mais explicíto hehehe...Obviamente que um cyborg (ao menos no universo de PP), não teria fisíco pra uma luta corporal. E o Shougo ainda por cima é apelão hahahah!!!! Isso me lembrou os bons tempos de MPD - PSYCHO (volte a publicar Panini). Ou seria Dexter? Ou talvez o Sylar de Heroes...

> FEEEEEEELS<3

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Dicas de séries citadas no post:

-Death Note
-As Viagens de Gulliver
-1984
-The Following