domingo, 16 de junho de 2013

Comentários: Shingeki no Kyojin #11 – Titangelion Failure


O estúdio Wit não está dando conta do recado?

Embora cadenciado, o episódio anterior é substancialmente catártico, ao contrário deste, que repete a mesma montagem narrativa de grande parte dos episódios passados: personagens com scared face + acovardamento + discurso motivacional + esperança + choque. O único grande momento no episódio não tem realmente tanta força assim ao ponto de sustentar um cliffhanger sozinho e como clímax é deficiente. Se pegarmos como exemplo que Eren não se lembrava de sua estadia dentro do titã e que fora o Colossal e o Encouraçado, todos os outros se mostraram acéfalos, se torna fácil prever que ele nunca conseguiria manter o controle mental enquanto titã para levantar aquela pedra; a não ser que Mr. Isayama quebrasse suas próprias regras. E ele não quebrou; o que me deixa muito empolgada, devo frisar. Não li o mangá, mas acredito que o problema esteja no anime. O roteiro estica demais os eventos para fechar o episódio com um gancho teoricamente poderoso, no entanto, sustentar uma narrativa em cima de um esquema previsível, cria uma sensação de apatia.

Ele não tem a mesma força de quando o Colossal apareceu pela primeira vez, nem quando surgiu pela segunda vez, nem o desespero dos soldados impacta mais, por isso a importância do contexto. Este é o momento em que o temor dos soltados poderia ressoar como um drama verdadeiro ao invés do exagero visual Tetsuro Araki, seria o suficiente para que a densidade climática de Eren se voltando contra seu povo, pudesse ser sentida. Ou que simplesmente não fosse continuamente martelado Ad infinitum. Mas como podemos ver pela sempre boa OST de Hiroyuki Sawano, a execução tem um feeling menos grave e mais energético (confesso que no momento eu me lembrei de ‘Beautiful World’, encerramento dos dois primeiros Rebuild of Evangelion; “It's only looooove (...). Mesmo quando está dormindo, mesmo quando está acordado, você só pensa em mangá shounen”). Logo, pontuar, novamente, o melodrama visual nos personagens com linhas de velocidade e efeitos estilizados, esticando-os ao máximo em ritmo folhetinesco, soa desnecessário. Neste caso, os efeitos da investida de Titã Eren poderia ser bem mais atraente que mais da metade do que foi apresentado ao curso do episódio.


O discurso de Pixis, que novamente rouba a cena com sua desenvoltura política e empatia social, se torna, ao lado dos instantes finais mais a conversa que teve com Eren, os momentos dignos de nota no episódio. Comenta-se que essa morosidade se deve a problemas na produção do estúdio Wit, fazendo-se necessário colocar o pé no freio para que consigam cumprir os prazos. Animes semanais só são possíveis devido serem mais pobres tecnicamente, envolvendo bastante trabalho e fazendo com que muitas vezes, um episódio vá ao ar incompleto, faltando isso e aquilo, etc, como já vimos muitas vezes antes. Só que, eu tenho muitas dúvidas se o novato Wit, que é um dos vários sub-estúdios do Production I.G., tem condições de produzir algo no nível de Shingeki no Kyojin... Merecia uma staff melhorzinha.

Sobre a trama, Eren como titã se voltando '''''''''''inesperadamente''''''''''' contra Mikasa trará um conflito humano que talvez altere os rumos atuais do enredo, o tornando ainda mais grave. Pixis menciona que o Eren é o resultado de projeto experimental secreto de para transformar seres humanos em titãs, e se considerarmos sua conversa com ele antes de iniciarem as ofensivas, eu diria que o velho raposo sabe muito mais do que aparenta, mas, não o suficiente para juntar todas as peças do xadrez, além de trazer à tona a seguinte questão: é obvio que os titãs são fruto de um experimento falho, a pergunta é; qual era o objetivo? Mais: o quão profundo pode ser este pântano (pergunta retórica, favor não spoilar na porra dos comentários)? Eu sinto como se estivesse deixando várias pistas escaparem em todos estes episódios, enquanto as pessoas que já conhecem a história pelo mangá, jogam indiretas incompreensíveis. Malditos!!! A ansiedade bate forte, mal posso esperar por essa segunda fase do anime. Só um adendo: Riko Brzenska (Michiko Kaiden) diz que há um limite pelo qual o ser humano pode lidar com o medo, eu concordo, a questão é que Araki vai ter que fazer mais do que efeitos dramáticos se isto em algum momento chegar acontecer. Que saudades do Araki de Highschool of the Dead e Death Note. 

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

Dica de Leitura:
-Analisando e interpretando a ED de Shingeki no Kyojin. (Intoxicação Alimentar)



-WHAAAT? Riko Brzenska é MULHER? OMG MOMENT~ De qualquer forma, ela me deixou uma ótima impressão neste episódio, já estava a achando um mero capacho do comandante borra botas. 



-Só queria dizer que eu ri muito dessa cena. Sútil e eficaz. 




- Estava pensando: anteriormente Eren em sua forma titã chegou a atacar humanos, por que motivos ele atacou a Mikasa? Tenho 3 pontos sobre isso:


1) A Mikasa estava se comportando como uma mãe chata preocupada e o Eren, como sempre, um pirralho desgraçado (coitada da Mikasa, ele trata ela como um garoto de 10 anos costuma tratar uma garota, aliás, mesmo negando, ele a trata como uma irmã. A relação de ambos é igualzinha. Ah, deixe eu dizer que os momentos que a Mikasa se torna menos brilhante, menos interessante --poderia ser melhor se essa sua aparente complexidade fosse explorada--, é quando está em modo submisso e protetor. Vou ficar quieta por enquanto, mas tenho muitas dúvidas quanto a ela ser uma personagem forte como dizem ser, até o momento, ela se mostrou bem fraca e sempre nas sombras do seu HOMI. Alguns devem estar confundido força física com força de espirito), então não estaria ele seguinte o extinto? Um irmão ou mãe te pentelhando, ainda que pelos motivos mais nobres, as vezes não se sente um ímpeto de mandá-los se foder? Talvez titã Eren externou isso pra violência física, como alguns irmãos fazem com o outro. HAHAHAHA

2) Será Mikasa uma titã como ele e ainda não desperta pelo medicamento certo? A força com que ela quebrou o cabo daquela faca episódios atrás pode ser um indicio, embora eu discorde que isso influencie em sua extrema habilidade, afinal, o Eren tinha gene titã correndo no sangue e sempre foi um loser chato.

3) Ele a acertou ou ela desviou antes? Certeza que desviou, mas ainda não entendo o motivo dele atacar pessoas, se não o fizera antes.


-UIII, LOUCA!!!! Obviedades, sim; Shingeki no Kyojin é battle shounen até a alma, nunca tive dúvidas apesar de alguns leitores tentar encontrar nisto um paliativo anti-crítica, mas eu fico deslumbrada com as inversões feitas por Isayama. Não é uma desconstrução, porém, ele usa as tropes do gênero como algo subjetivo. Não é algo novo, essa fórmula é muito usada principalmente em mangás seinens com espírito de battle shounens. O interessante em Shingeki é a obra ser um shounen, enquanto mantêm a essência de seinen. Não me refiro à qualidade, mas abordagem.


-Mas esses vôos rotacionais ainda são muito divertidos de ser assistidos em uma série que não seja do Homem Aranha. Aliás, eu queria muito ver o Aranha fazendo essas loucuras

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Comentários do Critico Nippon (@PedroSEkman)

Toca OST de Naruto nessa parte!! Mais alguém notou?? Voltem lá!

Apesar de estar devagar e parecer enrolado em alguns pontos apenas para preencher minutos (a corrida em cima da Muralha ao final; e o desespero no início já está começando a ficar batido. Sim, nós entendemos que os soldados tem medo), SnK continua fascinante por tratar o seu público com maturidade. Ao resgatar o caos do episódio 2, quando quase 25 mil pessoas foram mortas, e às custas delas que a Humanidade não morreu de fome, somos desafiados a pensar nisso. Colocando até mesmo questões políticas como a revelação de que foi tudo um planejamento do governo (e não algo jogado aos quatro ventos como foi mostrado no início) em prol do bem maior, mas nem por isso merece ser dado carta branca e é aí é onde reside a reflexão. "Este é um crime que eu e toda Humanidade temos que carregar". A revelação de que a última muralha não conseguirá abrigar nem metade da população é apavorante, e já serve estrategicamente para aumentar em muito a expectativa com o plano que virá a seguir.

Estou gostando cada vez mais da ambientação mostrada de Trost e seus diversos ângulos. A dimensão espacial do cenário está cada vez mais perfeita e clara:



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