AEEEHOOLLLLL!! Aquela sensação gostosa conhecer uma história curtinha arrepiante antes de dormir.
As histórias de terror têm origens folclóricas, oriundo de
tradições religiosas e contos de fadas.
Contar histórias de terror para crianças parece que sempre
foi uma tradição em qualquer lugar do mundo. O mais interessante é que todas
essas historias possuem origens folclóricas. O conceito de vampirismo teve
inicio na Europa cristã no século XII através de relatos sobre vários casos de
mortos voltando à vida para aterrorizar e matar as pessoas durante a noite.
Acreditava-se que eram espíritos malignos e que a única forma de matá-los era
desenterrando seus corpos e os queimar. Para evitar essas criaturas, teria que
se usar alho, por terem aversão, fincar uma estaca em seus peitos ou
simplesmente queimá-los.
Demônios são fantasias criadas pelo imaginário religioso,
que absorve a pessoa que fora possuída por atos infames, jogando a culpa para a
criatura vil, preservando a imagem da pessoa.
O popular Dia das Bruxas e os famosos Contos de Fadas
possuem origens curiosas. Ganharam o mundo.
No Brasil, essa tradição está se diluindo. Minha família por
parte de mãe é brejeira (yep, mas nunca fui uma pé descalço. Não sei se isso é algo bom ou ruim), então tive bastante contato com este universo
folclórico. Mesmo muito novinha, me lembro das histórias que contavam ao redor
de fogueiras e com todos já deitados (a
casa da minha vó costumava ser telhado colonial, então os quartos só eram
separados por uma parede, mas subindo-a, dava pra ter acesso ao quarto dos
outros! Então o que se falava em um, era facilmente ouvido no outro), eu
sentia muito medo, principalmente porque era tão escuro e com cantos de grilos,
uivos e o caralho a quatro. Lembro que os que ficaram mais marcados em mim
foram os contos de machadinhas que caiam do céu e assombração. Atualmente ouve o caso do chupa-cabra.
Se fosse décadas atrás, se tornaria mais uma lenda recheando o imaginário
popular por décadas à fio, como os monstros e vampiros.
E assim chegamos e encerramos em Yamishibai (Teatro das Trevas) , uma coleção de
13 curtas animados de cerca de 5 minutos sobre lendas japonesas onde um velhinho todo os dias as 17 horas ao por do sol conta histórias assombrosas para crianças num parque. Yamishibai
resgata a velha tradição de contar histórias através do Kamishibai, um conceito
de teatro de papel originário no século XII nos templos budistas. Um apresentador fica do lado de
uma caixa de madeira com formato de tela de TV e começa a contar a história com
o apoio visual. Kamishibai é "drama de papel" em português, o que faz da palavra Yamishibai um trocadilho. Yami é desespero, escuridão, trevas. E shibai é drama, teatro.
Nesse modo de contar história a direção artística e efeitos
visuais são fundamentais para envolver os olhos do público no conto que está
sendo contado e então criar atmosfera. Um dos trunfos desses curtas de Yamishibai
é exatamente a criatividade artística. A animação é praticamente inexistente,
com recortes de personagens sobre fundos estáticos, mas bonitos por serem feitos a mão, se movendo como se manuseados por
mãos, porque são desenhos estáticos com poucos variações ou até mesmo expressões.
Mas funciona graças às tonalidades de cores fortes utilizadas com uma paleta pastel que dá indícios de antiguidade da ferramenta do velho homem que fascina crianças todas as tardes com contos de terror. Yamishibai alude à simplicidade do kamishibai em sua arte simples que conta basicamente com a oratória do interlocutor. A sonoplastia é excelente, grande parte da atmosfera imersiva vem dos sons. Risos de crianças, brincadeiras infantis, estranhos ruídos e vultos repentinos faz tudo mais divertido.
Mas funciona graças às tonalidades de cores fortes utilizadas com uma paleta pastel que dá indícios de antiguidade da ferramenta do velho homem que fascina crianças todas as tardes com contos de terror. Yamishibai alude à simplicidade do kamishibai em sua arte simples que conta basicamente com a oratória do interlocutor. A sonoplastia é excelente, grande parte da atmosfera imersiva vem dos sons. Risos de crianças, brincadeiras infantis, estranhos ruídos e vultos repentinos faz tudo mais divertido.
Todos os contos são curiosos, mas nem todos são incríveis,
claro. O meu preferido é o segundo, intitulado ‘Zanbai’, que me lembrou de
algum dos contos do Junji Ito. O desfecho é surpreendente. Os contos ‘Hair’ (episódio 4) e ‘The Next Floor’ (episódio 5), embora não tão
impressionantes, são divertidíssimos. Ah, a última, "Tormentor", é alucinante! A maioria traz consigo pequenas morais
que se tornou comum a estes contos por serem voltados ao público infantil
depois da Segunda Guerra. O grande mérito de Yamishibai é a sua modelagem
artesanal que cria grande imersão naqueles contos folclóricos. Se tivesse
filhos, seria o tipo de coisa que coloria para eles assistirem, MUAHAHAHAHAH! Eu mostrei pra filhinha da vizinha e ela ficou com os olhos brilhando. Ser criança é mágico! Se impressiona com qualquer coisa.
Trivia
O teatro de Kamishibai em seu auge era manuseado por
vendedores ambulantes em praças públicas para atrair crianças, lhes contanto
histórias curtas. Quem se tornava cliente, tinha direito a lugar privilegiado
logo à frente. Os melhores eram aqueles que não chamavam a atenção pra si, mas
para o estava sendo retratado, como em qualquer história oral.
Nota: 07/10
Direção: Tomoya Takashima
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-Me wo Mite Hanase: Olha-me nos olhos quando falas
Nota: 07/10
Direção: Tomoya Takashima
Tipo: Curtas p/ Tv
Episódios: 13
ANN: http://goo.gl/8PEyAz
MAL: http://goo.gl/dJNCxJ
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