sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Comentários: Galilei Donna #04 – Fragilidade

E as irmãs Galileu começam a explorar o mundo e mal notamos. 
Gente, que foi que escreveu o roteiro desse episódio, hein?! HUEHUEHUEHUEHUE. Assistindo, eu não pude evitar fazer uma comparação espiritual com Suisei no Gargantia, porque ambos os animes me soam muito semelhantes em muitos aspectos, com o diferencial que um se passa numa terra submersa e tem um enredo mais substancial – não poderia ser diferente já que o argumento partiu de Gen Urobuchi. Mas mesmo antes do conceito de moradas flutuantes, Gargantia também viveu um momento pré-apocalíptico de uma era glacial, além de piratas e um grande mistério perseguido pelos personagens.

Mas a direção de Suisei é inegavelmente superior, ainda que com seus problemas. Em Galidon, a direção é deficiente em extrair o melhor possível do roteiro, que por sua vez é ingênuo, mas uma ingenuidade que está muito mais para limitação criativa do que recurso artístico. O desenvolvimento do conflito entre Kazuki e Hozuki é mecânico, não no sentido obvio de soar forçado, mas por ser tão abrupto que não há tempo para a personagem refletir suas emoções, resultando em uma exposição narrativa que deixa tudo muito superficial. 
A procura ao tesouro se revelou lamentável com direito a um desfecho risível, além de esta tentativa de colocar Cicinho como um anti-herói charmoso em numa conflitiva atmosfera sexual com a donna Hazuki não ter a naturalidade pretendida.

O problema não é ter sido fácil demais, mas a execução culminando num clímax magico que não condiz com a trama, afinal, não estamos assistindo o natalino Tokyo Godfathers, um filme incrível que se desenvolve através de uma série de coincidências favoráveis. Como o mundo de Galidon é desde o primeiro episódio estabelecido com certa inocência, requer uma direção que consiga dialogar mais através do visual e menos pelo texto, para que sequências convenientes se tornem naturais.  
acho que ela só queria se sentir útil, heh
No entanto, mesmo em um episódio sem qualquer inspiração, eu gostei da Kazuki. Claro que em alguns momentos é inevitável sentir alguma ou MUITA irritação devido ao seu comportamento infantil, mas considerei agradável o contraponto estabelecido entre as duas – Kazuki é a força bruta e Hozuki cerebral, e sabemos que desde sempre físico e inteligência sempre romperam em um embate nem sempre silencioso –, além de particularmente eu gostar do fato de Kazuki ser essa personagem emocionalmente carente, ciumenta, com certo grau de egoísmo, o tipo de perfil que quase ninguém gosta, o que não a impede de demonstrar afeto pela irmã menor. Além disso, tem um quê rebeldia com relação a normalidades pré-estabelecidas que me soa agradável. Não é exagero dizer que é a personagem que se sobressaiu até aqui e ao menos que Hazuki tenha uma curva em um desenvolvimento futuro, não há o que esperar de Hozuki além do trópico em que se sustenta. Podem favoritar e me cobrar.

Como podemos ver neste episódio, e num vislumbre nos anteriores, o desenvolvimento é padrão e formulaico. Mesmo eu tendo exaltado Kazuki, é muito mais pelo esboço que a personagem é do que méritos próprios da direção ou roteiro. Eu ia parar de acompanhar Galidon, mas estou numa curiosidade que não me permite pular fora do show [por enquanto]. Miau~
Bom, Anna mostrou ser uma agente dupla, a questão que fica é: elas está com quem? Qual seu verdadeiro objetivo?
No mais, eu noto o mesmo problema que notei em Gargantia com relação ao choque entre o estilo do Gen Urobuchi e a proposta da série. Um diretor que tem na assinatura sequências abaixo está encontrando dificuldades em acertar o timing e se encontrar em um enredo que pede uma direção mais contida do qual não aparenta familiaridade. 



Avaliação: ★ ★  ★ ★
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