E as irmãs Galileu começam a explorar o mundo e mal notamos.
Gente, que foi que escreveu o roteiro desse episódio, hein?! HUEHUEHUEHUEHUE. Assistindo, eu não pude evitar fazer uma comparação espiritual com Suisei no Gargantia, porque ambos os animes me soam muito semelhantes em muitos aspectos, com o diferencial que um se passa numa terra submersa e tem um enredo mais substancial – não poderia ser diferente já que o argumento partiu de Gen Urobuchi. Mas mesmo antes do conceito de moradas flutuantes, Gargantia também viveu um momento pré-apocalíptico de uma era glacial, além de piratas e um grande mistério perseguido pelos personagens.
Mas a direção de Suisei é inegavelmente superior, ainda que
com seus problemas. Em Galidon, a direção é deficiente em extrair o melhor
possível do roteiro, que por sua vez é ingênuo, mas uma ingenuidade que está
muito mais para limitação criativa do que recurso artístico. O desenvolvimento
do conflito entre Kazuki e Hozuki é mecânico, não no sentido obvio de soar
forçado, mas por ser tão abrupto que não há tempo para a personagem refletir
suas emoções, resultando em uma exposição narrativa que deixa tudo muito
superficial.
A procura ao tesouro se revelou lamentável com direito a um
desfecho risível, além de esta tentativa de colocar Cicinho como um anti-herói
charmoso em numa conflitiva atmosfera sexual com a donna Hazuki não ter a
naturalidade pretendida.
O problema não é ter sido fácil demais, mas a execução culminando
num clímax magico que não condiz com a trama, afinal, não estamos assistindo o
natalino Tokyo Godfathers, um filme incrível que se desenvolve através de uma
série de coincidências favoráveis. Como o mundo de Galidon é desde o primeiro
episódio estabelecido com certa inocência, requer uma direção que consiga dialogar
mais através do visual e menos pelo texto, para que sequências convenientes se
tornem naturais.
acho que ela só queria se sentir útil, heh |
No entanto, mesmo em um episódio sem qualquer inspiração, eu
gostei da Kazuki. Claro que em alguns momentos é inevitável sentir alguma ou
MUITA irritação devido ao seu comportamento infantil, mas considerei agradável
o contraponto estabelecido entre as duas – Kazuki é a força bruta e Hozuki
cerebral, e sabemos que desde sempre físico e inteligência sempre romperam em
um embate nem sempre silencioso –, além de particularmente eu gostar do fato de
Kazuki ser essa personagem emocionalmente carente, ciumenta, com certo grau de egoísmo,
o tipo de perfil que quase ninguém gosta, o que não a impede de demonstrar
afeto pela irmã menor. Além disso, tem um quê rebeldia com relação a
normalidades pré-estabelecidas que me soa agradável. Não é exagero dizer que é
a personagem que se sobressaiu até aqui e ao menos que Hazuki tenha uma curva
em um desenvolvimento futuro, não há o que esperar de Hozuki além do trópico em
que se sustenta. Podem favoritar e me cobrar.
Como podemos ver neste episódio, e num vislumbre nos anteriores,
o desenvolvimento é padrão e formulaico. Mesmo eu tendo exaltado Kazuki, é
muito mais pelo esboço que a personagem é do que méritos próprios da direção ou
roteiro. Eu ia parar de acompanhar Galidon, mas estou numa curiosidade que não
me permite pular fora do show [por enquanto]. Miau~
Bom, Anna mostrou ser uma agente dupla, a questão que fica
é: elas está com quem? Qual seu verdadeiro objetivo?
No mais, eu noto o mesmo problema que notei em Gargantia com
relação ao choque entre o estilo do Gen Urobuchi e a proposta da série. Um
diretor que tem na assinatura sequências abaixo está encontrando dificuldades
em acertar o timing e se encontrar em um enredo que pede uma direção mais
contida do qual não aparenta familiaridade.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
______________________
***
Curta o Elfen Lied Brasil no Facebook e nos Siga no Twitter