Shingeki no Kyojin - Pra fora, falta, pênalti!

Saudações do Crítico Nippon!

Há alguns leitores que dizem que eu escrevo esse tipo de texto nervoso e explodindo e transbordando raiva. O que sempre me surpreende porque obviamente nunca foi verdade. Não lembro de ninguém falando isso quando a Betinha está super alegre escrevendo parágrafos inteiros em letra maiúscula e com dez pontos de exclamação de emoção. Agora quando eu escrevo longos e explicativos parágrafos, detalhados, exemplificando ao máximo e em detalhes o porque de estar discordando do anime, oh, daí sim, ele está descontrolado! Salve-se quem puder! Brincadeiras a parte, nunca me fez muito sentido tais comentários, eu sempre me esforcei para ser controlado o bastante e sempre fui. Dito isso, esse é o primeiro texto em que eu não serei. Isso mesmo, você leu direito. Agora pode até poupar o seu comentário dizendo que estou explodindo, pois eu mesmo estou admitindo pela primeira e única vez. Nas (quase) palavras do Comissário Gordon de The Dark Knight: “Essa não é a crítica que o mangá precisa, mas a que ele merece”.

Ela começará logo de onde o anime parou e irá até mais ou menos o que eu considerei ser uma segunda temporada pelos cálculos de quanto durou a primeira e, principalmente, até onde eu consegui suportar sem quebrar o computador (então certamente foi menos, desculpe). E se você não for convencido a não embarcar na continuação dessa tragédia, você pode retirar o seu dinheiro de volta com um de nossos atendentes.

(Confira a minha crítica final do anime no ano passado: Shingeki no Kyojin – Na trave!)

Ao voltar para esta continuação horrorosa logo após já ter passado de uma primeira temporada constantemente decepcionante, me senti uma daquelas donas de casa que são espancadas e ficam voltando para o marido abusivo. É incrível apenas na magnitude do quão abominável se transforma essa história. Palavras não existem para descrever a agonia de ser subjugado a algo tão doloroso. São todos os pontos ruins esporádicos, porém aumentados em tempo integral e contínuo. Não há absolutamente nada que se salve como uma força positiva, seja em história, personagens ou mesmo em seu traço. Shingeki no Kyojin não precisa de uma crítica, precisa de um exorcismo. É um crime contra o Japão essa continuação, talvez o maior desde Hiroshima e Nagasaki.

É aquele momento em que você desiste de um mangá convicto de nunca mais acreditar em seu próprio julgamento de novo. A viver o resto da vida com um pé atrás e desconfiança de tudo. Você sequer imaginava que o pesadelo da sua vida estava apenas começando ao clicar naqueles scans. Esse mangá é tão ruim que matou um pouco do meu amor pela cultura japonesa e me faz temer constantemente encontrar alguma outra decepção parecida. Essa obra não lhe faz apenas odiá-la em si, mas odiar todos os mangás já feitos pelo Homem. Agora eu terei minha vingança.

Em primeiro lugar, a ideia era fantástica. Ou até onde deu pra nos enganar. As imagens que saíam junto com os primeiros episódios eram muito empolgantes. Oh meu deus, humanos contra gigantes, dá pra acreditar? Com muito sangue e uma trilha sonora brilhante! Há um herói que aparece em todas as imagens, crescemos com ele no início, e um vilão digno de ser temido. É o Davi versus Golias do nosso tempo! Foi dito que esse vilão tem inteligência, diferente dos outros titãs! Além de ser maior e mais forte! E é contra isso que o nosso herói vai lutar?! Uau, eu não posso perder! Chega a lembrar os empolgantes embates de um dos melhores mangás de todos os tempos, Shaman King, nos encontros dos mocinhos contra o gigantesco Espírito de Fogo. Cenas como essa são realmente de tirar o fôlego!

... aí, esperando acompanhar este bravo herói e temer este invencível vilão, você resolveu ver o anime...

Oh... É... Pois é...

Bem, a história continua após a derrota da Annie e a aparição de um titã colossal dentro da muralha. E se isso inicialmente soa interessante por envolver algum mistério e até um certo medo de que ele acorde e destrua de vez a Rose, fique tranquilo, Isayama joga todas essas possibilidades bacanas no lixo. Como sempre fez, aliás. Imediatamente os personagens começam a vomitar teorias de que a muralha é feita de titãs (juro, sem brincadeira! Tentem ler isso sem rir), e um cobertor de pano na frente do buraco resolve todos os nossos problemas para sempre. Mais ou menos como uma criança quando derrama suco e joga o ursinho de pelúcia em cima pra esconder. Oh, uau, agora sim eu estou tenso nessa história! Exatamente, todo o mistério e ‘problema’ de titã lá dentro é resolvido em duas páginas. Não há pânico na cidade, não há investigação, não há absolutamente nada.

Aliás, para formar a muralha eles discutem sobre a habilidade dos titãs de cristalizar, como no caso da Annie – só dela mesmo, porque o Colossal e o Encouraçado e o Eren não viram diamante coisa nenhuma. Porém, fazendo de conta que seja possível, isso é tão errado por tantas razões. Temos que imaginar uma frota de titãs colossais enfileirados e petrificando? Por que eles fariam isso? Existe alguma imagem mental mais ridícula que essa? E a Annie vira cristal, não cimento de muralha retangular. Agora vale se transformar em qualquer material, é isso? Estilo Super Gêmeos? Se eu quisesse construir uma casa de madeira, era só pedir um braço da Annie e resolvido o problema? Se eu quisesse algo de metal, hein titã, venha aqui se transformar em armadura! Esse é o nível de más decisões do autor. Seria a troca equivalente da alquimia?

Pior que isso, só depois disso. Começamos a ver Erwin se explicando para autoridades que nós nem sabemos quem são. Esse mundo é governado por um rei, certo? Quem é ele? Onde ele está? Não há príncipes ou princesas? Nenhuma família real? Eu acho que se tem alguém que deveria tomar as grandes decisões em meio ao caos, esse alguém seria o rei. Ao deixar para os jovens imaturos, eles acabam resolvendo as coisas com uma colcha de retalhos. É como se tivessem pedido para um criança de 5 anos resolver o problema do buraco na muralha. Melhor que isso só se, ao invés do pano, pintassem o rosto do titã de cinza para ficar camuflado no paredão. É uma ideia de exato mesmo nível. Mas o que eu sei sobre monarquias, né? E por que eu continuo falando sobre esse ‘problema’ resolvido em duas páginas? Alguém me ajude, pelo amor de deus. Enfim. Erwin tenta explicar como exatamente eles deixaram dois titãs lutarem no meio de uma cidade, basicamente como Superman e Zod ao longo de Metrópolis, matando muito mais do que salvando. “As coisas não saíram como planejado”, ele explica. O que exatamente não saiu como planejado?! Ela podia se transformar apenas mordendo o dedo! Alguém em sã consciência achou que eles iriam impedi-la de fazer isso? Ou talvez eles pensassem que as casas também eram feitas de titãs petrificados e que nada poderia ser destruído (a essa altura, eu não me surpreendo mais com essas ideias).

Bom, a seguir vem uma das partes mais hilárias dessa continuação. Uma das inúmeras personagens das quais não sabemos o nome, começa a acusar o pastor evangélico de complô por esconder titãs na muralha. Oh, uooouu, essa é uma acusação muito séria, dona! De onde você tirou isso, mocinha? Claro que não importa, já que ela está prestes a jogá-lo da muralha sem prova nenhuma de nada. E claro também que o pastor não é lá muito esperto e já começa a se entregar, o que justifica as coisas a partir daí, então tudo bem. Descobrimos que toda sua congregação sabe dos titãs dentro da muralha e todo o governo monarca idem. Hein, senhora Tropa de Exploração, pelo visto é só os soldadinhos de chumbo que não sabem! É, vocês, as iscas pra titãs! Todo mundo com uma posição minimamente importante já sabe! Agora fique quieta e vá brincar com o seu DMT! Vemos até que o pastor está disposto a morrer pra segurar a informação dos soldadinhos, o que também soa totalmente absurdo. Aposto que mais adiante saberemos tudo e fará sentido esse drama todo (bons tempos em que eu acreditava nisso).

Assim, quando você se depara consigo mesmo em meio a todas essas discussões sem sentido pensando coisas como “... Ãn?... O quê?” enquanto lê o quão ilógico os personagens agem nesse mangá, não é um bom sinal. Finalmente alguém entra gritando em quadro e a sensação é de acordar e pensar “Oh, é verdade, é mesmo, eu ainda estou vivo, eu ainda sou um ser humano!”. As coisas parecem que vão esquentar afinal algo aconteceu com a Rose (sim, eu sei o nome da pedra e não sei dos personagens). Parece haver uma luz no fim do túnel. Até clicarmos para o próximo scan e sermos transportados para outro lugar horas antes, e começarmos a quebrar o computador e se enforcar com o fio do teclado. Estamos agora com um grupo de pessoas que eu nunca vi antes. Mentira, a Sasha Batata eu até sei e o careca nós vamos chamar de Kuririn. Os demais eu não sei por que eu deveria me importar ou querer ler os seus diálogos, porque eu não quero. É então que a Sasha Batata apoia a cabeça dela por um segundo na mesa e levanta gritando que ouviu passos de titãs. Imediatamente, um quadrinho depois, sem nenhum questionamento ou “cala boca, menina”, o loirinho invocado assume que a muralha Rose caiu e o apocalipse começou. É coisa mais não natural que vocês verão em muito tempo.

Também passamos um bom tempo com uma classe de personagens que são superiores aos fedelhos no exército, os mais velhos. E focam tanto neles que eu acredito que Isayama os veja como os novos Jounins de Naruto. Claro que eles são tão sem graça e sem alma que é um fiasco total e uma tortura acompanhá-los. Embora estejamos entre os professores ou alunos que não conhecemos, então basicamente tanto faz, nós estamos fodidos. Eles falam até coisas como “Só perderemos se pararmos de lutar!” e etc, como se nunca tivéssemos ouvido isso até no Bob Esponja. Aliás, Isayama usa aqui a sua velha carta na manga de arruinar com a muralha ao invés de contar uma história (mesmo que a ruína seja de mentirinha). Ele já havia feito isso na primeira temporada, fazendo metade dela em função de colocar um tampão no buraco (e ainda temos que ouvir de uns e outros que é o melhor anime do ano e zzzZZZZZ. Se você pensa assim, pare de me ler agora, eu não me importo). Mais uma vez temos que ficar correndo pra cima e pra baixo ao invés de acompanharmos algum arco narrativo, ou um sonho de alguém, algum objetivo, alguma trama elaborada. ‘Naaahhh, meus leitores gostam só de uma agitaçãozinha, não preciso pensar muito, meu dinheirinho está garantido’ – Isayama-sensei.

Quem são vocês???????

De repente tudo está urgente e um caos, embora eu não sinta nada por ninguém. Sabe, é a última muralha antes da Shina e é a notícia de impacto, eu deveria minimamente me relacionar, mas com tantos rostos aleatórios e desconhecidos, a notícia morreu pra mim. Então começam a apontar dedos discutindo como eles não tem plano nenhum e nem ideia do que estão fazendo, até alguém gritar “Como vocês pretendem espalhar essa notícia, é de acordo com cada um!”. Puxa, ainda bem que nós temos um superior nesse esquadrão. Estaríamos perdidos e andando às cegas sem ele! Talvez alguns comentaristas aqui tenham razão, e não devemos nos relacionar com ninguém profundamente porque é uma obra sobre a “HUMANIDADE”. Provavelmente Star Wars e Star Trek são franquias sobre o “UNIVERSO”. E Harry Potter não é sobre os personagens, mas sobre “O MUNDO DOS BRUXOS”. E Procurando Nemo é um filme sobre o “OCEANO”. Realmente, deve ser bom viver com esse pouco raciocínio, ignorância elevada ao infinito e falta de conhecimento do básico do básico do básico de criar uma história.

Me importo mais com esses bonequinhos simpáticos

Acompanhamos então a aparição de mais um item pra lista de coisas que jamais serão respondidas na segunda temporada, como a aparição do Pé Grande. Ele é um bicho (titã?) que fala e não conhece os DMTs. Ele escala muralhas facilmente e nunca fez isso antes até aquele dia. Sua introdução é matando um dos Jounins que não damos a mínima e espero que queime no inferno. Enfim, o bicho aparecerá novamente, mas só pra dizer que apareceu. Nada acontecerá com ele, acreditem em mim. Não no equivalente a uma segunda temporada, lembrem-se.

Alguns quadrinhos após Pixis e Hannes serem avisados do pandemônio (e outros soldadinhos que Isayama adora colocar pra encher mais rápido as páginas e garantir o seu salário do mês com trivialidades), começamos com flashbacks e historinhas individuais dos novatos. Galera, é tão difícil. É tão desinteressante. É tão patético. A narrativa simplesmente não anda. Vamos falar então do quão horrível é o traço desse mangá. Os quadros são tão fechados e pobres, repletos de cabeças flutuantes, a desproporção me faz querer arrancar meus dois globos oculares, sem uma posição de câmera que valorize o ambiente nem nada. Isso, claro, porque Isayama mal sabe desenhar cavalos, imagine um cenário. Com objetos. Com chão. Com paredes. Com vegetação. Imagina, até parece que ele está sendo pago pra isso. Oh, espere. Enfim, atrás deles é sempre branco ou manchado, em quadros achatados para que ele tenha o menos de trabalho possível, esse preguiçoso infeliz sugando o dinheiro de iludidos mundo afora. Percebam a pobreza da posição do rosto desse cowboy repetido quatro vezes igualzinho.

Cabeças e mais cabeças na mesma pose...

Ctrl C + Ctrl V no cowboy

Após uma sequência absolutamente irrelevante e sem emoção com a Sasha Batata, voltamos para rostos conhecidos. O trio familiar do início que não é rodeado por uma áurea de vácuo e sono (ao menos na maior parte do tempo). Talvez demore uns 5 episódios da próxima temporada para vermos eles, estou tão ansioso, nossa. Aliás, até agora os momentos de “ação” foram insignificantes. Algumas pessoas gritando ali, alguns cavalos agitados aqui, o Pé Grande não fez absolutamente nada, e a Sasha usou uma flecha e correu. MELHOR ANIME DO ANO DE TODOS OS TEMPOS!

De qualquer modo, não só o trio, mas Levi também aparece. Talvez as coisas melhorem. Talvez eu até queira saber o que vai acontecer. Talvez tenha uma cena de ação decente após uns 5 episódios... Só que não. Claro que estávamos enganados. Levi não faz nada na segunda temporada inteira. Isso mesmo, um dos pouquíssimos personagens bons de acompanhar da primeira temporada desaparece total. Não, sério, ele é completamente inútil. Deve ter a ver com seu pé machucado apenas por pisar na Titã Fêmea de leve, embora diversos outros personagens já tenham sido atirados longe, agarrados por titãs com violência e etc, e nunca ficaram de escanteio como ele. Sendo assim, Levi é o primeiro personagem que iremos chamar de Não Está no Mangá. Annie também não está mais aqui, mas ela é uma óbvia Não Está no Mangá. Ela só não está. Levi está, só que não.

Esses não ficaram de frescura paralíticos...

Nem essa...

A esse ponto acho que todos sabem da aparição de titãs dentro da muralha e falam sobre ela estar quebrada. Esse mundo provavelmente é do tamanho de um estádio de futebol. Aí os personagens que Estão No Mangá começam a discutir o que fazer pra consertá-la (Oh meu deus, eu nunca vi essa trama antes, quem poderá nos ajudar?!) e é aí que surge a sugestão e a imagem mais errada da História dos mangás. Com a possibilidade de Eren em seu corpo de titã fundindo-se com o concreto como uma espécie de Majin Boo-Venom, para que seu próprio corpo sirva de tampão. Não se preocupe se você está fazendo cara feia e pensando “Não, espera, como assim? Isso é tão errado que o Crítico Nippon só pode ter descrito da pior forma possível!”. OH BOY, quem me dera, felizmente eu coloquei a imagem abaixo pra provar. Eren não conseguia nem congelar vagamente os dedos pra dar um soquinho mais forte nas lutas e já esperam que ele vire de corpo inteiro uma gelatina e solidifique permanentemente na Rose. Isayama tira suas regras totalmente do ânus e aplica quando bem entende.

Eren então fala sobre visitar o porão de sua casa (de novo. Aliás, o que NÃO está se repetindo nessa segunda temporada? Será mesmo que algum editor paga o Isayama pra escrever isso? Tipo, com dinheiro? De verdade?) e isso me lembra de seu pai. Ele é outro mistério que você também pode riscar da lista de resoluções da segunda temporada. Junto com titãs dentro de muralhas, junto com o Pé Grande, junto com mais uma caralhada de coisas vindo aí. De qualquer modo, voltam a discutir com o pastor (sim, ele está junto com os mocinhos, não perguntem, eu desisto), sendo que ele já falou que todos os fiéis e todo o governo sabe dos titãs dentro dos paredões, então há milhares de outras pessoas para perguntar. Aí ele fala sobre uma menina da Tropa que pode revelar algo, novamente não fazendo sentido nenhum as ações do personagem disposto a ser jogado da muralha pra enterrar o segredo.

“SEU NOME É...”

E não é revelado a menina, na maior besteira de roteiro de um mangá de todos os tempos. Não apenas por isso, mas porque dois quadrinhos depois o trio principal já explica para a Jounin de óculos “É a garota loira! Bonita! Que vivia junto com a fulana!”, então o suspense começou em uma página e terminou na seguinte. Juro! Esse autor fantástico sabe mesmo como criar interesse e suspense e mistério como ninguém. Imagina se não soubesse.

OHMEUDEUS NÓS NUNCA SABEREMOS!!1111

... AH TÁ!

SEU NOME É...!

Assim, Eren e companhia decidem ir atrás da misteriosa personagem que começa com “Chris” e termina com “ta”. Onde eles estavam indo anteriormente? Eu não faço ideia, mas do nada eles mudaram de direção. Decidido isso, passamos a acompanhar duas meninas que eu jamais vi antes. Talvez elas estivessem com a Sasha Batata e o Kuririn quando o pandemônio começou, mas pra mim elas poderiam estar aparecendo pela primeira vez agora. Também não poderia ser mais suicida e ilógico esse bando de novatos saírem pra procurar o buraco da muralha supostamente repleto de titãs, todos sem o equipamento de batalha. Exato, eles estão todos usando pijamas e só. Não seria melhor voltarem para uma cidade e mandarem os mais velhos equipados fazerem esse serviço? Não me surpreende que todos achem a Tropa de Exploração completamente louca.

A preguiça de desenhar está batendo recordes

Após as meninas conseguirem discutir sem motivo nenhum (bem, é verdade, elas fazem isso na vida real, Isayama observou algo, eu admito isso), meu gaydar foi ativado nessas duas. Em seguida pulamos para Kuririn que Não Está no Mangá e o Titã Encouraçado em forma humana. Sim, é ele, surpresa. Acredite em mim, eu lhes fiz um favor, a revelação oficial não vai demorar muito, mas ela é a pior coisa que eu já vi em toda minha vida, então ao menos eu construí algo melhor. Confiem em mim, só confiem, eu prometo que vai ser um milhão de vezes pior quando for oficial, eu sei, eu li. De qualquer modo, esse zigue zague de personagens parece querer prender nossa atenção com ações simultâneas e falha em cada nível possível. Ninguém está fazendo absolutamente nada que nos faça esperar pra voltar pro núcleo de fulano ou ciclano. Sasha Batata está cavalgando, as meninas estão cavalgando, Eren e cia estão cavalgando e agora esses dois. Uau, que história elaborada! Que obra de arte, que roteiro, que vontade de me matar. É então que Kuririn ouve um titã falar, da mesma forma que o Pé Grande, e eu não preciso nem dizer que isso jamais é respondido nem nada, certo?

Aliás, se vocês notarem bem, o Titã Colossal que está junto deles em forma humana (CONFIIEEEEEE EM MIM! Você vai me agradecer por ao menos eu ter colocado mais impacto do que o momento oficial. Estamos quase chegando, eu prometo!) fica aparecendo no canto dos quadrinhos. Está sempre em dupla com o Encouraçado, na lógica visual mais pobre e forçada da História de quadrinhos do mundo. É simplesmente hilário e eu fiz uma compilação das aparições congeladas dele para não dizerem que estou mentindo.

Também fiz eu mesmo um desenho da única expressão de preocupação que Isayama é capaz de colocar nos seus personagens. Olhos grandes e uma enorme boca reta. Lula Molusco style.

Novamente corta dos rapazes, e assim como no núcleo deles e das moças, nada acontece realmente. Passamos por inúmeros Jounins que não interessam, e adivinha o que estão fazendo, isso mesmo, cavalgando. Finalmente chegamos naquilo que eu tenho certeza é a parte favorita de Isayama. O período da noite. A partir de agora ele tem uma desculpa oficial para não desenhar cenários. É como o Salão do Templo de Dragon Ball Z, só que a cor oposta ao branco, e ao invés de ser um salão é o planeta Terra. Isayama provavelmente não sabe como funcionam as noites fora de uma metrópole cheia de luzes, pois campos abertos costumam ser repletos de estrelas e lua, se tornando incrivelmente iluminados.É então que o grupo das duas meninas que eu nunca vi na vida e o grupo dos rapazes, se unem do nada (eu disse que o mundo é do tamanho de um estádio de futebol) e decidem ir até uma torre. “Dentro da torre poderemos observar a muralha”, alguém explica. Lembrando que eles se separaram em mil pequenos grupos para verificar o paredão o mais rápido possível e agora todos vão desviar do seu caminho para ficarem sentados observando de longe. Ainda bem que o rei não aparece nunca e não está ciente dessa pouca vergonha. Ele iria enforcar alguns pescoços se descobrisse esse nível de organização.

Estamos no pior momento que esse mangá já teve. Um grupo repleto de Jounins e soldadinhos aborrecidos que eu nunca tinha visto antes e sou obrigado a permanecer com eles por um bom tempo. Vai demorar muito pros titãs comê-los? Vamos continuar torcendo. Bem, então eles chegam na torre e ficam sentados em um grande grupo de Não Estão no Mangá. Com algumas exceções como o Encouraçado e o Colossal. E futuramente as meninas (ênfase no futuramente). Mas mesmo estes poucos sendo personagens que Estão No Mangá, são um fracasso completo. E há um momento extremamente constrangedor com Encouraçado e Sardinhas em uma sala de suprimentos, onde mais um mistério é jogado no ar e não respondido nunca ao longo da segunda temporada. Tão ridículo quanto o pastor ocultando o nome da menina, recheado de quadros dos dois se encarando parados em um vácuo emocional completo.

Novamente alguém aparece gritando para nos acordar e nos lembrar que ainda estamos vivos, e enfim algo acontece. Os titãs chegaram! Finalmente! Comam todos eles, depois cuspam e comam de novo! Eu espero que apodreçam no mármore das profundezas do inferno! Ah sim, e o Pé Grande aparece novamente e, como prometido, ele não faz absolutamente nada além de dar uma voltinha. É isso, pessoal, a primeira grande cena de ação da segunda temporada provavelmente ocorrerá quase 10 episódios depois de seu início e envolverá apenas personagens dos quais não temos um vínculo sequer de emoção. Inúmeros Jounins pulando e cortando nucas, soldadinhos anônimos e assustados lá dentro, e por aí vai. Envolvimento zero.

Por mim, morriam todos.

Acho que a maior pergunta aqui é: EU DEVERIA ME IMPORTAR COM O TITÃ ENCOURAÇADO E COM O COLOSSAL?? Inicialmente pode parecer que eles querem fazer corpo mole e esperar o momento perfeito para se transformarem, mas mais adiante podemos ler os pensamentos de um deles e ele está genuinamente com medo de ser devorado! WTF. Eu não sei o que o autor quer de mim e dos meus sentimentos! Por que eles não se transformam?!?!!! Eles poderiam esmagar todos da Tropa de Exploração com um só golpe! Eles já mataram milhares de pessoas! MILHARES! E ficam se segurando pra não matarem os coleguinhas??? EU ODEIO ESSE MANGÁ! Cof, bem, eles teriam que lidar com os outros titãs depois, mas oh bem, até onde eu lembro o Encouraçado se saiu muito bem no meio de diversos outros titãs no ataque à muralha Maria.

OHMEUDEUS que donzela indefesa!

O Encouraçado ainda é completamente tarado pela loirinha esfrega velcro, somando o fato de ter matado milhões, e de dizer a frase “Vou verificar quantos titãs já entraram na torre”, ele só merece nosso ódio eterno. Aliás, esse é um perfeito exemplo dos diálogos abomináveis desse mangá, e construções más assim me fazem querer que as pessoas sofram. Bela ideia, gênio, excelente plano, é só uma espiadinha, claro, sozinho, claro, vai lá, campeão. Obviamente dá tudo errado, um titã quase engole ele, oh meu deus, coitadinho desse serial killer. Então os outros que Não Estão no Mangá jogam um canhão em cima do bicho, achando que isso iria segurá-lo. Sendo que anteriormente vimos que um titã caiu em cima de outro e o de baixo continuou levantando com facilidade. Obviamente dá tudo errado a ideia do canhão, o bicho volta e quase mata todo mundo de novo. É por isso que novatos de pijama e sem equipamento não deveriam ser levados juntos!

"... e se por acaso eu ver um, eu... eu... grito igual uma mulherzinha!"

CONSEGUIMOS! CONSEGUIMOS!

Deja vu...

AAAHHHHHHH NÃO CONSEGUIMOS! NÃO CONSEGUIMOS!

A luta continua com os Jounins que tem equipamentos, enquanto nossos heróis (... é, não dá pra usar essa palavra) são encurralados no alto da torre. Encouraçado e Colossal estão totalmente dispostos a morrer sem nem ao menos tentar. E é aí que, quando menos esperávamos, começa mais um flashback das duas. Eu não preciso nem dizer quão irritante e longo e sem história nenhuma é, afinal todos foram assim. Aliás, é assustador a maneira como a Sardinhas fala com a loirinha de forma totalmente pedófila e doente. Na cabecinha de qualquer menina normal começaria a soar alertas mentais (Sinal vermelho! Sinal vermelho! Sinal vermelho!). De volta ao presente, Sardinhas está louca pra fazer uma rapidinha no telhado antes de morrerem, mas loirinha não consegue captar as indiretas. Sardinhas desiste e olha para os outros dois titãs-humanos ali e pensa “ok, rapazes, eu mostro o meu e vocês mostram os seus” e imediatamente se atira da torre em direção a multidão de titãs lá embaixo. Felizmente o brilho da digievolução atinge ela ao som de “Brave Heart” e digivolve para sua forma titã.

Não sei vocês, meninas, mas a minha mãe não me deixaria sair pra brincar com ela...

SHOW ME YOUR BRAVE HEART!

Depois eu digo que Isayama tira suas regras do ânus e eu sou o errado, né, NÉ. É isso aí, realmente aconteceu, eu sinceramente não sei nem por onde começar. Então haviam três titãs-humanos ali que esperaram todo mundo morrer pra fazer alguma coisa. Digo, os garotos iriam se deixar serem devorados, pelo visto. Imediatamente a Sardinhas ganhou o título de Está no Mangá e consequentemente o seu parzinho loiro também. A essa altura eu não confiaria mais em ninguém do grupo, pois todos vão acabar saindo do armário titânico. Eu até sentiria pelo Kuririn caso ele estivesse no mangá. Eu poderia xingar fartamente essa transformação, mas eu só desisti desse núcleo aborrecido e estou tomando fôlego para a revelação dos rapazes que será ainda pior.

Loirinha enfim se convenceu do quão selvagem pode ser ir pra cama com Sardinhas, e começa a se arrepender de não ter feito nada enquanto podia. Ela sobe na ponta da torre quase se atirando, gritando que se a moça sobreviver, ela vai entender o significado de “às mil e uma noites”. Enquanto isso, todos do grupo ficam com expressões de Lula Molusco, e eu ainda não sei como Isayama é pago pra isso. Ela virou um monstro, galera! Um pouco de emoção e exaltação seria bem vinda! Lembrando que isso só gera infinitas perguntas que jamais serão respondidas idem. Existe uma Fonte Titã, onde você bebe dela e pode se transformar? Estou louco pra ver como Annie, Eren, Sardinhas, Encouraçado e Colossal conseguiram a receita tendo crescido em ambientes tão diferentes. Existirá uma explicação diferente pra cada um, é isso? Oh, Isayama, você está se colocando numa bela enrascada.

"Err... Kuririn... Será que é contagioso? Digo... Através do sexo?"

É então que percebemos que a forma titã da moça tem a altura de uma pessoa normal, ela só ganha garras e dentes melhores. Ou seja, ela está quase morrendo lá. Então a moça dá um jeito de tirar alguns tijolinhos e fazer a torre cair em cima dos titãs, com seus amiguinhos agarrados no seu corpo. A torre é extremamente fina, e deve ser necessário só uns quatro titãs pra fazer a volta nela abraçados. Ou seja, é completamente errado aqueles monstros gigantescos ficarem parados ali sendo esmagados. Aliás, com as mãos erguidas como estavam, o que aconteceria é eles carregarem a torre. Mas enfim, felizmente todos os titãs ficam paradinhos esperando a torre quebrar em cima deles e dá tudo certo. Só não por muito tempo, claro. Como vimos pela TERCEIRA VEZ nesse núcleo de personagens (primeiro um titã caindo em cima do outro, depois o canhão jogado em cima de um), não é possível pará-los jogando coisas em cima. Essas crianças não aprendem nem com os erros... Que falta que faz um adulto nessa história.

"Tga tudgo sob controe, timge... Eu vogu salvagr todo mundgo!"

É então que surge mais um grupo, um daqueles que ficávamos observando paralelamente cavalgando. Eren e companhia chegam para salvar a todos e justo quando precisávamos de adultos, os Jounins surgem. Aí vem um momento que me fez explodir de rir. Rir tão forte que eu sequer conseguia respirar. Eren comemorando ter matado o seu primeiro titã em pleno volume 10. Isso mesmo, senhoras e senhores, o protagonista que não é protagonista só fez isso agora. Até os inúmeros fedelhos e Jounins que Não Estão no Mangá já mataram dezenas. Os titãs são mortos, a Sardinhas volta ao normal desmaiada e a galera coloca as notícias em dia.

Eles então sobem em cima da muralha, e eu me pergunto por que diabos eles não fizeram isso desde o início, pelo amor de deus. Eu sei, eu sei, eu estou usando o cérebro. Preciso me convencer logo de que os personagens não fazem o mesmo. Ou o seu autor. Mais uma vez eles começam a discutir, hum, basicamente nada que nós já não saibamos. Colossal acaba soltando sua homossexualidade latente em cima do Encouraçado, dizendo que quer morar junto com ele e todos o encaram de uma forma mais surpresa do que quando a menina virou titã. O preconceito aos gays é realmente forte, é uma pena.

*Aqui não, Colossal... Eu ainda não estou preparado na frente de todo mundo...*

Estamos em uma pausa claramente sem sentido, presos no cérebro sem ideias de Isayama que não sabe o que fazer com os personagens. Sendo assim, ouvimos uma dizer “E se titãs que conseguem cavar túneis finalmente apareceram?”. Seria o... Ataque das Toupeiras Titânicas?! É um dos diálogos mais retardados desse mangá, e olha que ele só é feito de diálogos retardados. Como alguém conseguiu ouvir isso sem rir as tripas? Não é a toa que o seu colega Jounin responde “Sim, claro, ou então eles criaram asas. Ou ainda podem ter inventado o teletransporte. Mas sim, titãs subterrâneos é válido também”. É mais ou menos assim. Eu acho. Talvez.

E é quando você está ouvindo essa piada de conversa e vomitando o fígado de tanto rir, com seus ouvidos sangrando, que logo abaixo surge a revelação dos rapazes. A tão esperada. Exato, amigos, A revelação. Colocada no canto esquerdo da tela, provando que Isayama não conhece sequer o básico da composição de elementos em cena. Esse é o momento. O momento em que Shingeki no Kyojin foi oficialmente arruinado para sempre. Esse é o momento em que a história se encontra além de qualquer salvação. Tudo foi arruinado nessa página, nesses três quadrinhos. Eu poderia terminar a crítica aqui. Não há mais nada a ser esperado de bom. O mangá acabou de morrer diante dos nossos olhos. A partir de agora nós só iremos fazer uma autópsia. Nós já sabemos que está morto, e nada vai mudar isso, mas precisamos da autópsia pra saber o que o matou.

A FATÍDICA PÁGINA

“Vocês viram aquele primeiro titã que eu matei, gente?!”

“Hey, Eren, você nos ouviu? Nós somos o Encouraçado e o Colossal!”

“Vamos aproveitar e ir embora, Encouraçado... Ele não nos ouviu... Eu disse pra você ficar quieto...”

“Cale a boca, Colossal, ele vai nos ouvir, sim!”

“Tá, tá, hey vocês dois, então, eu estava vindo assim pra cima do titã, e ele de costas! Ele nem tinha me visto! Aí eu disparei o arpão do DMT, saí voando e passei a faca na nuca do bicho!”

“Alôôôô! Nós destruímos a muralha Maria! Nós somos os responsáveis pela morte de todo mundo! Quase que literalmente todo o mundo...”

“... Como assim, em que sentido?”

“Como assim o quê, Eren? Somos nós! Nós dois! Armor e Colossus, para os íntimos!”

“São o quê? O que está acontecendo? Vocês não estão cansados?”

“É, é, isso, é isso aí, estamos cansados! Vamos embora, Encouraçado... É nossa chance... Veeeemmm...”

“Porra, não! Não estamos cansados! Você precisa vir conosco, Eren! E aí prometemos não destruir mais nada. Venha para o Lado Negro da Força e juntos governaremos a galáxia!”

“Espera, ir aonde? É longe? Vai demorar? Estou morrendo de fome, caras”.

“Você está me ouvindo, cacete?! Droga, Colossal, eu disse que seria melhor nos revelarmos pro Armin, eu disse!”

“Bazinga.”

TO ERRADO??

TO ERRADO????????

Vamos agora comparar essa revelação-seguido-de-reação com a de outros personagens de outras obras conhecidas. Ou mesmo momentos relativamente semelhantes de impacto. Isayama poderia ter se inspirado, só um pouquinho.

Primeiro encontro em Psycho Pass...

Revelação em Kill La Kill...

Revelação em Shaman King...

Revelação em Death Note...

Agora em SHINGEKI NO KYOJIN...

Encouraçado então percebe que talvez Eren tenha problemas mentais de verdade, ficando chocado e se sentindo envergonhado pelos xingamentos. Ele se arrepende e dá meia volta indo embora. Uma página depois ele vira DE NOVO e quer sair na porrada com o Eren. O QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!?! Que tipos de decisões são essas??? Ele estava indo embora com o rabo entre as pernas! Um quadrinho depois ele simplesmente muda de volta em modo berserck?!?! EU ODEIO ESSE MANGÁ! Como se não bastasse, a melhor da Tropa de Exploração armada até os dentes, chega cortando eles. FINALMENTE. O ataque de Mikasa leva umas três páginas de pose e malabarismo, contra oponentes desarmados e não transformados, imaginamos que eles estão em pedaços. Que nada. Tudo que ela consegue fazer é cortar uma mão e um arranhãozinho no pescoço de outro. CORTA A CABEÇA! CORTA O TRONCO NO MEIO! CORTA AS PERNAS PRA NÃO SE MEXEREM! Eu odeio esse mangá.

?!?!?!?!?!?!??!?!?!?!?

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Graças à incapacidade física (e mental) de Mikasa, os inimigos enfim digivolvem. Encouraçado desce a muralha agarrando Eren e Colossal está em modo aranha preso no concreto e incapaz de se mover. Bela estratégia, rapaz, só que não. A Tropa de Exploração parte pra cima do Titã Aranha Colossal e talvez agora seja bacana, talvez eu me envolva e queira saber o que vai acontecer. Obviamente não, pois o bicho começa a elevar seu cosmo ao infinito ficando quente demais para as formiguinhas chegarem perto. “Oh, bem, vamos esperar então”, diz alguém. E a ação termina sem nem começar. MELHOR ANIME DO ANO DE TODOS OS TEMPOS.

Em seguida passamos para Eren – agora transformado – e Encouraçado juntos. O herói já está caído e quase morrendo e nós não vimos nada (UAU!!!). Numa falha, rasa, falsa, desesperada tentativa de nos fazer sentir algo, Isayama coloca uma série de flashbacks dos incríveis bons momentos e camaradagem e amizade colorida que esses dois tiveram (e que nós jamais, nunca, em momento algum, vimos antes). Eu não sei nem como Eren sabia quem ele era tendo ficado sempre longe. Eu que fiquei perto já estava sempre puto com o loiro invocado.

FLASHBACK. Juro. Belo momento para voltar com a Annie e aqueles episódios aborrecidos de treinamento no exército. Oh, saudades dos anos 90 em que os personagens paravam e lutavam. Conversavam, sim, mas lutavam. Agora temos que aturar saltos no tempo nos piores momentos possíveis e luta zero. Lembrando que eu não faço nem ideia do que os inimigos querem ou porque decidiram sem mais nem menos se revelarem. Absolutamente nada faz sentido nessa história. A gente só tem que ignorar a lógica de qualquer coisa se quiser seguir lendo.

Após uma historinha flashback dispensável, voltamos para a briga. A Tropa de Exploração está ao redor gritando e atrapalhando, enquanto Eren se lembra de alguns golpes especiais que ele aprendeu e não usou na Annie quando deveria. Aliás, a luta dos titãs não tem nada de especial, visto que são golpes normais de pessoas normais. Eles não soltam maiores poderes ou fazem algo de novo. Simplesmente lutam como dois caras lutariam (alguém está pagando Isayama pra isso?). E se esse é o caso, deveriam colocar Eren numa quarentena de artes marciais. Pegar os melhores lutadores da época, ensinar esse garoto todas as artes marciais do mundo, torná-lo o Bruce Lee do seu tempo, ou um capoeirista de última faixa, E PRONTO. Eren transformado em titã sem saber lutar e um hamster transformado em titã, dá na mesma, e eu ainda apostaria no hamster. Tudo é resolvido no físico, então é só questão de treino, como humanos normais. Pois é, não há novidade nenhuma nos gigantes lutando. Em termos de desenho, Isayama está bem confortável.

Eren imobiliza o Encouraçado! Eren arranca o braço dele! A Tropa de Exploração não faz absolutamente nada para ajudar nesse momento. Nada. E mais! Em um quadrinho, nosso herói está em cima dele vencendo, no outro vemos que saiu de cima do adversário e se afastou, dando tempo pro Encouraçado levantar e regenerar. MAS QUE PORRA?!?! Eles então lutam mais e terminam na mesma pose, com Eren de repente sendo um mestre na imobilização (por que ele nunca fez isso na Annie é mais um dos mistérios que jamais serão respondidos). É então que percebemos que absolutamente NINGUÉM estava de olho no Titã Colossal, talvez ele não seja lá muito importante, não muito, é, nah, pff. Ele já parou com seu cosmo ao infinito há muito tempo e já poderiam ter arrancado aquele cara do seu esqueleto, mas todos só ficaram pendurados no seu balanço-DMT olhando a lutinha. Nisso, o Colossal se atira em cima dos dois aninhados no chão e corta prum núcleo de personagens fazendo absolutamente nada. Sério, aparece o Pixis na muralha tomando banho de sol e é isso. Alguém está pagando Isayama?

HEY!! O Eren estava em cima dele! Como diabos estão separados nesse quadro???

Depois do corte mais filler em muito tempo, voltamos para a muralha e nos deparamos com Mikasa desmaiada. Colossal, Encouraçado, Eren e Sardinhas estão desaparecidos. Armin acorda ela e começa a explicar o que aconteceu. Exato, nós não vemos em tempo integral o final da batalha, alguém precisa nos contar. E com a arte absolutamente pavorosa do autor é quase que um exercício de paciência até decifrarmos um desenho naquela explosão de nanquim. Eu fiz uma página ao estilo da dele e espero que todos apreciem, postei lado a lado. Só nos resta se concentrar nas letras e descobrirmos que “POR UMA FRAÇÃO DE SEGUNDO, conseguimos ver Eren perdendo”. Exato, nem mesmo todo riscado em caos e falta de habilidade, Isayama nos mostrou como aconteceu. Nem mesmo contado por Armin. Tudo que vemos é uma fração de segundo tão bem desenhada como se tivessem pegado a página e limpado a bunda com ela. EU ODEIO ESSE MANGÁ. Os inimigos fogem com Eren e Sardinhas capturados e é isso.

A minha é mais bonita.

Armin e Mikasa conversam como velhos amigos e mais diálogos retardados vem aí. “Eren sempre corre na frente sozinho e nos deixa para trás...”. E podemos até visualizar o autor se masturbando no que parece ser o auge de sua reflexão entre personagens. EREN NÃO VAI NA FRENTE COISA NENHUMA! ELE É CAPTURADO SEMPRE! Se vocês fossem incompetentes quanto também iriam na frente! Não é motivo de orgulho nenhum o amigo de vocês “ir sempre na frente”, caro Armin. Logo em seguida vem uma outra fala igualmente abominável do Kuririn “Não vou acreditar que o Colossal e Encouraçado são inimigos até ouvir diretamente deles!”. Eu... Eu... O q... Mas... AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!

ESSA VAI PRO GUINNESS

Aliás, olha só, o Jean apareceu! Tantos fãs que tinha na primeira temporada... Isayama só vomitou em cima de vocês.

Pulamos então pro núcleo titãs-humanos. Os quatro estão descansando em uma floresta longínqua, se recuperando das lutas. E, sem brincadeira, passam um capítulo inteiro discutindo NADA que seja novidade para nós. Isso dá em torno de umas 50 páginas de Eren xingando inimigos, e inimigos xingando Eren. Sardinhas joga pros dois lados e é impossível achar qualquer coisa dela. Descobrimos que eles querem ir “pra terra natal” deles e só. O que tem nessa terra? O que farão lá? Por que diabos esse drama todo pra ir até lá levando todo mundo junto? Nah nah, é óbvio que tudo é feito ao acaso e jogado no ar. É isso, amigos, 50 páginas discutindo em cima de galhos de árvores gigantes nada de novo. Alguém está pagando Isayama pra isso?

Mais tarde, tentando me manter acordado, vejo que eles percebem os sinalizadores de fumaça das Tropas que vieram resgatar Eren e Sardinhas. Eles avistam e ficam agitados e começam a fugir. Sardinhas diz que loirinha está vindo também e Encouraçado pergunta como diabos ela poderia saber disso. A garota responde com “Ela veio me salvar! Ela definitivamente está aqui!” e isso obviamente não é resposta, e Isayama obviamente não está nem aí. “Mesmo que isso signifique acabar com o futuro de Christa, eu quero vê-la”, é um festival de qual o pior diálogo. Sardinhas está precisando urgente de um orgasmo e quer loirinha como se não houvesse o amanhã. Ela ameaça todos do grupo e eles decidem deixá-la ir buscar a menina se ela parar de encher o saco. Eles realmente esperam a moça ir atrás da loirinha e voltar, enquanto toda Tropa já está na floresta atrás deles. Muito bem, rapazes, já vi que em um relacionamento vocês serão uns pau mandados. Claro que Sardinhas não tem motivo nenhum pra voltar e ir junto com os inimigos, mas suas motivações jamais são explicadas então ela só parece louca. Encouraçado se transforma de novo e carrega Eren, Colossal, Sardinhas e loirinha nos ombros.

Alguém consegue ver isso sem rir?

Temos esse grupo de titãs-humanos fugindo de um grupo de cavalos que é perseguido por um grupo de mais titãs. Isayama claramente não tem nada planejado e vai jogando os elementos conforme dá na telha. Agora acompanhamos uma perseguição cheia de gritos e gritos e mais gritos. É bem sem graça, só cavalgada infinita. Loirinha acorda e pergunta WTF, e nasce mais uma bomba como resposta dada pela Sardinhas: “Não há futuro dentro daquelas muralhas! Não é tão ruim assim fora delas, não tem ninguém”. Putaquepariucaralhocacetefilhadamãe. Estou no meu limite. Esse artigo já vai terminar e eu vou até a igreja me benzer e provavelmente ser exorcizado. Passamos um capítulo inteiro com inúmeros personagens que Não Estão no Mangá (incluindo Jean! UAU!) pendurados no Encouraçado e discutindo a relação destes. Falando coisas como amizade, camaradagem, amor e prosperidade entre todos. Entre os dois filhos da puta que se encarregaram de exterminar milhares de vidas. É tão surreal, tão incoerente, tão tolo. Os heróis estão realmente tentando conversar e fazê-los pedir desculpas e se comportarem. Eu torço pro Encouraçado matar todos eles e soltar uma risada megalomaníaca.

Sardinhas acabou de justificar as ações do Colossal e Encouraçado com "NINGUÉM É PERFEITO".
Esse é o nível, galera. ESSE É O NÍVEL.

Provando pela milésima vez quão louca é a Tropa de Exploração, Erwin aparece (do nada) com uma multidão de titãs pra cima dos próprios companheiros. Não sei eles, mas eu iria cortar esse alemão filho da mãe em pedaços. Ele chega gritando para avançarem e “Se perdermos Eren, a Humanidade nunca será capaz de ter um futuro!”. Essa frase resume perfeitamente quão fodida a Humanidade está, parabéns Isayama (pela primeira vez, embora eu ache que não foi intencional). Os titãs começam a pular em cima do Encouraçado e a comer os soldadinhos e o caos está formado. Não estamos temendo por absolutamente ninguém, de verdade, é um vácuo entre todos digno de nota. Então um titã começa a devorar o braço do Erwin enquanto ele continua gritando ordens, em uma das cenas mais engraçadas do mangá inteiro. E MAIS! Pouquíssimas páginas depois, o vemos saltando e lutando e cavalgando sem um braço e com um torniquete feito. É o conceito de “HILÁRIO” em seu auge máximo.

HAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA

Finalmente eles tiram Eren das costas do Encouraçado, que continua tendo trabalho com as dezenas de titãs. Mikasa está carregando o irmãozinho, e encontra o titã que comeu a mãe deles no primeiro episódio. Como se fosse um vilão que estivéssemos esperando encontrar para vingança, só que não estávamos nem aí. Hannes aparece para ajudá-los, e com seu histórico de bêbado e vagabundo e velhice, bem, não é um bom sinal. Por que Mikasa - que é a mais forte - não foi ajudar, ou por que o Eren não se transformou, permanece como um dos inúmeros mistérios jamais respondidos. Hannes é morto com tripas aparecendo e vazando, enquanto Mikasa começa a declarar seu amor/incesto pelo irmão em mais uma cena de fazer qualquer um vomitar rindo. É para ficarmos tristes por Hannes ou sentirmos o amor nojento dos dois? E aquelas tripas explodindo ao fundo? É inacreditável, e eu começo a achar que talvez Isayama seja esperto e esteja propositalmente nos zoando descaradamente. Eu posso jurar que aquele titã sorrindo é um reflexo da alma de seu autor. Essa imagem de amor e tripas ao mesmo tempo deveria figurar em qualquer curso de roteiro na parte de “Como Não-Nunca-Jamais Construir o Clima de uma História”.

HAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Imediatamente descobrimos uma nova regra tirada das profundezas do ânus do autor, em que Eren possui o poder de comandar os titãs (ou algo assim, já que obviamente não tem explicação). Sim, você leu direito. Ele faz os outros titãs atacarem aquele que comeu sua mãe e Hannes, e imediatamente os faz se virarem todos de volta para o Encouraçado atacando-o. OHMEUDEUS soltar um hadouken a essa altura do campeonato já seria mais aceitável que essa barbárie. A Tropa consegue fugir, e Sardinhas decide ficar e ajudar o inimigo. Colossal jamais se transforma, provando que sua burrice não é somente no telhado da Torre quando estavam em apuros. Os inimigos ficam para trás e os “”heróis”” escapam. E com essas últimas regras tiradas do além, com essa avalanche de diálogos completamente sem noção, encerro minha jornada (penitência) de Shingeki no Kyojin. Para sempre. Para nunca mais voltar. Eu não consigo. Eu fui vencido. Se ler esse mangá deveria ser o equivalente a enfrentar essa multidão de titãs, Isayama é um mestre absoluto e conseguiu. Eu sinto não apenas que lutei contra todos, mas que fui devorado por todos psicologicamente.

Agradeço de coração aos que chegaram até o final, e se eu convenci apenas um de vocês a não embarcarem nessa jornada, minha missão foi cumprida.