-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 5]
-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 4]
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Mahouka
Koukou no Rettousei (The irregular at magic high school) – Madhouse
Típica série otaku-centric
adaptada de light novel, conferi essa estreia mais por curiosidade que qualquer
outra coisa, e terminei com a certeza de que queria ver mais episódios dessa
história que se passa num colégio de magia com um casal de protagonistas
incestuosos. Não sei se os irmãos Miyuki (Saori Hayami) e Tatsuya (Yuichi Nakamura)
se tornarão um casal oficial, mas já são o melhor casal não declarado com
atmosfera incestuosa que eu vejo em algum tempo. Sim, é bem o tipo de elemento
que polariza as reações a uma obra, mas gostei do relacionamento afetivo dos
dois. Apesar que eu sou suspeita pra opinar, afinal, curto relações incestuosas
(não. Não acho que se tivesse irmãos,
sentiria atração por eles XD). Principalmente Tatsuya, que destoa da grande
parte de protagonistas de light novels, com uma personalidade madura e
temperamento sóbrio, denotando domínio de suas habilidades físicas e mentais. Miyuki,
que tem tudo para ser o divisor de água entre quem gosta e odeia ainda me soa incógnita,
mas a despeito de ser uma personagem feita pra ficar à sombra do irmão, me
desperta curiosidade.
Com uma parte técnica e direção que transmite segurança e
tranquilidade, Manabu Ono (o mesmo de
Kyokai Senjo no Horizon) demonstra entender que numa história com um
aparente universo amplo, é preciso estabelecer as inter-relações e os
personagens dentro daquele mundo. Parece-me o tipo de história que até o
terceiro episódio, ainda estará estabelecendo suas bases. Trocando em miúdos, Manabu
Ono acerta onde a direção de Captain Earth – série com um mote de enorme
potencial – falha na estreia. Não apenas correlacionar o personagem àquele
mundo, mas fazer com que suas ações importem de alguma forma é algo essencial
mesmo em obras em que o enredo é o elemento principal. Dito isto, Mahouka tem
boa direção, quanto a uma boa história pra contar, eu não sei.
Isshuukan
Friends. (One Week Friends) – Brains
Base
Já imaginou se o filme ‘Como Se Fosse a Primeira Vez’ fosse
um anime? Essa é basicamente a premissa deste anime. Inicialmente fiquei um
pouco surpresa em descobrir que era adaptação de um mangá, já que manter uma
história com essa estrutura diminuta por tanto tempo (o mangá se encontra atualmente com 4 volumes) exige criatividade e
desenvoltura pra não cair na mesmice. Mas também descobri em seguida que é um
mangá 4koma, daqueles de tirinha. Tirinhas são mais simples e não exigem tramas
elaboradas, é um formato que pode se sustentar enquanto a autora original conseguir manter o pique, e
cá pra nós, as possibilidades de explorar historinhas cotidianas dessa forma
são diversas e longínquas.
O que, certamente aumenta a responsabilidade de uma
adaptação em anime que pretende seguir uma narrativa contínua. Adaptações de
quadrinhos de 4Koma possuem grande potencial justamente por essa simplicidade, por
dar maior liberdade criativa que pode ou não ser explorada. Há 2 tipos de
adaptação em 4Koma: aquelas que optam por manter a estrutura de esquetes (formato original da tirinha); como a
recente adaptação de Sakura Trick, e a que opta por uma linha contínua; é o
caso de K-On!. Pelo primeiro episódio, a direção optou pela segunda alternativa.
Acredito ser a melhor, mas também a mais arriscada, caso a composição do
roteiro não segure as pontas. Gostei desse primeiro episódio. Visual
caprichado, boa animação, character design adocicado que reflete bem a história
contada ao fundo e uma direção que deu a leveza necessária para uma história de
comédia romântica agridoce. Vou seguir, mas minha grande curiosidade é: conseguirá se reinventar
ou ficará repetitivo? E se repetitivo, ainda agradável? Veremos.
Mushishi
Zoku Shou (Mushishi The Next Chapter) – Artland
Adoro animes que conseguem se definir já no tema de
abertura. Mushi-Shi já começa acertando por isso. Manteve a mesma estrutura da
abertura anterior cantada por Ally Kerr, tanto em questões melódicas e vocais,
como na abstração das imagens. O folk cantado por Lucy Rose transmite
introspecção, relaxamento e uma sensação de doce e amargo, similar ao
sentimento de se deixar abandonar numa rede com os olhos fechados e se sentir a
deriva no oceano. É basicamente o que se sente ao entrar em contato com
Mushi-Shi. A segunda temporada possui a mesma essência da primeira série, característica
qual responsável pelo culto de devoção de todos aqueles que se apaixonaram por
essa narrativa, e sem ela, é uma
outra história – como se nota no Especial transmitido antes da segunda
temporada, que destoa sensivelmente daquilo do qual os fãs mais gostam em Mushi-Shi,
embora seja igualmente bom. É como comparar açúcar cristal com açúcar refinado.
Com este pensamento, a segunda temporada mantém a estrutura clássica intacta,
fazendo um primeiro episódio que introduz os principais elementos da série que
você verá no decorrer dos episódios. Como é uma série de natureza episódica, você
pode começar a assistir Mushi-Shi por essa temporada mesmo e ainda compreender
seu universo, descobrindo o porquê de tanto carinho e se gosta ou não.
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