Continuando a rodada com as impressões dos novos animes da
temporada. Dessa vez com Haikyuu!!, Gokukoku no Brynhildr e Jojo.
-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 1]
-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 3]
-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 4]
-Primeiras Impressões da Temporada de Primavera [Parte 5]
Haikyuu!! – Production I.G.
De todas as [poucas] estreias que assisti até aqui, essa é
de longe a melhor. A mais pulsante, a melhor versada. Isto foi sensacional.
Confesso que não estava nos meus planos iniciais, mas todos comentavam tão bem
que fui conferir e saí apaixonada. Há algo em animes de esportes, que quase sempre
me deixa emocionada. Algo sobre a persistência frente aos desafios que se
mostram gigantescos. A persistência de Shoyo (Ayumu Murase) é tão tocante que quase me fez chorar.
Literalmente, falando. Fiquei emocionada na sequência de flashbacks que
mostravam sua escalada para realizar o grande sonho de sua vida. A cena em que
enfocam suas mãos vermelhas de tanto nocautear a bola de vôlei é muito linda,
assim como os diversos cortes onde ele está ora treinando sozinho ora sendo
ridicularizado. “Vou ser o time de um homem só”. É tão ingênuo da parte dele,
mas é sua força de vontade, dedicação e senso de confiança no fruto do seu
esforço, que nos motiva a torcer por ele. A animação está muito bonita, com uma
ótima integração 2D + CG e alguns efeitos visuais imersivos; me apaixonei pela
cena em que sua imagem se misturam com a de uma ave com suas largas asas. A
referencia visual foi bem usada para conotar sua habilidade de voar alto mesmo
sendo pequeno.
Vale destacar que a rivalidade entre Shoyo e Tobio (Kaito Ishikawa) é uma fórmula batida,
mas o modo como a narrativa vai estreitando essa relação de opostos que se
atraem por uma paixão em comum é outro ponto alto que tornam este episódio
redondinho e uma ótima estreia. Apresentou
a motivação do protagonista, a tornou crível e relacionável, estabeleceu uma
rivalidade, desafios, um duelo, a longa jornada e terminou num nada
surpreendente mas impactante ponto de inicio para esta jornada. Tudo isso
através uma sincronizada e dinâmica linha temporal. Simples, efetivo, fez tudo direitinho. Em suma, eu gostei, mas
gostei ainda mais do character design.
Gokukoku no Brynhildr (Brynhildr in the Darkness) – ARMS
E ai, você já consegue escrever “Gokukoku no Brynhidr” sem
copiar? Costumam brincar chamando essa série de Elfen Lied 2, e verdade seja dita
as duas séries tem premissas muito similares, eu mesma na época do lançamento
do mangá traçei muitas semelhanças. Realmente há muita similaridade, tal qual
fez Sakae Esuno em sua nova obra, que é praticamente um Mirai Nikki 2. Mas
vai aqui uma verdade: quem esperar Elfen Lied 2 provavelmente irá se
decepcionar porque Gokukoku tem peculiaridades distintas, como ser mais leve e
a violência atenuada, embora continue melodramatico. Gosto bastante da
personalidade forte do Murakami (Ryota Ohsaka), e mesmo não sendo tão fã da Kuroneko (Risa Taneda), ela é construída de uma forma que justifica muito
de sua ingenuidade e “ignorância”. Quanto ao anime, foi uma estreia morna e não
despertou muita emoção, mas para quem está conhecendo agora, provavelmente a
história consigo despertar a curiosidade de alguns, apesar da direção não ter
feito muito para tornar o anime atraente. Faltou uma melhor vivacidade na
direção do storyboard para dar um melhor impacto a determinadas sequências
pontuais. Em uma produção com animação tão baixa e que segue a característica de
adaptação padrão, imagino que isso irá permear todo o anime. Particularmente,
acho que a inclusão do prologo teria sido benéfico para a narrativa,
principalmente porque uma de suas características é a de estar sempre correndo
contra o tempo. Faltou este tom grave para estabelecer a tensão que permeia boa
parte da obra. Como primeiro episódio, deixa muito a desejar como apresentação,
falhando em apontar muito do potencial da história. Enfim, devo comentá-lo
semanalmente ou ao menos, determinados episódios para opinar sobre a história, a não ser que eu pare de ver até lá!
JoJo's Bizarre Adventure: Stardust Crusaders – David Production
Jojo continua sendo Jojo e já começa explosivo, mas mesmo
Jojo também precisa introduzir sua audiência à nova história que pretende
contar. E faz isso muito bem. Jotaro Kujo (Daisuke Ono) se mostrou deliciosamente escroto, ainda que por trás dessa pinta de bad boy na verdade esteja escondido um
coração de ouro e um largo senso de justiça. É o que deu a entender, e bem, ele
é um Joestar, é preciso de algo que o diferencie de Dio (Takehito Koyasu)! Oh, o Dio Brando (até seu nome soa como de personagem de novela mexicana)! Este
adorável pulha está de volta, e agora, com um oponente que não é o bunda mole
do Jonathan Joestar (Kazuyuki Okitsu),
me pergunto o quão bem eles podem funcionar como força antagônica. Espero que
Dio continue pronunciando “Joooooojoooo” com aquele seu sotaque sarcástico. Já
o esquema de trazer Dio de volta é bem vindo, apesar da justificativa dada na
história ser tão rasa que parece ter sido tirada do rabo. Assim como a maioria
dos retornos que acontecem em histórias de super heróis, detetives, de terror,
etc. Fico me perguntando como acontece essas decisões, então vamos imaginar um
diálogo entre o autor original e seu editor:
Editor: Já pensou
no argumento para o próximo arco?
Autor: Ainda não
cheguei a uma conclusão...
Editor: Que tal
trazer o Dio de volta? Ele é popular e até agora, o melhor antagonista.
Autor: Mas eu
matei ele e não sobrou ninguém vivo no local, nem teve tempo hábil para se
fazer qualquer coisa...
Editor: Isso não
importa, nunca ouviu falar em Deus Ex-Machina? Além disso JoJo no Kimyo na Boken
tem essa característica satírica e nonsense, importante é que seja épico e GAARR,
e os leitores curtirão!
Autor: Eu sou um
gênio por ter criado uma obra com tantas aberturas!!!11 MUAUHAHAHAHAA *gasp*
Não é exatamente um problema, mesmo Kill la Kill utiliza
bastante deste recurso. É válido. Mas ainda assim, acho engraçado. Voltando aos
personagens, tenho a impressão de que Joseph ficou bem melhor como um velhinho
GAAARR à lá Indiana Jones, e seu conflito com Jotaro foi algo divertido de
assistir, sendo aparentemente ele o único que ainda consegue bater de frente
com o garoto, ainda que pela força. Com uma mãe como a Holy (Reiko Takagi), não é de se surpreender
essa sua personalidade, huehueuhheue. Ela, que aliás, se cenicamente foi
fabulosa como cabeça oca, mãe amorosa acrítica e filha mimada. Se fosse uma
atriz, cenicamente o destaque interpretativo seria dela.
Dizem que cada parte do mangá tem uma característica diferente,
assim como o forte contraste entre a primeira e segunda parte do anime. É de se
esperar que o anime continue mantendo isso, apesar de eu não ter notado a
principio uma diferença notável entre Stardust Crusaders e Battle Tendency, só
mesmo a fisionomia e desenho dos personagens. A animação continua extremamente limitada,
mas compensa pelo apurado visual. Provavelmente, as partes de batalha
apresentarão uma melhor desenvoltura em termo de fluidez. A composição desse
primeiro episódio segue uma esquemática de estilização similar à de Phantom
Blood, em muitos momentos os personagens parecem recortes no cenário, e vou dizer
que meus olhos gostaram, mas é porque eu gosto dessa áurea teatral e acho que
se encaixa bem na obra. Muito CG também a saltar os olhos, que apesar de
resultar em cenas estranhas como quando as grades se abrem ou quando o cenário
CG assume uma ótica de câmera subjetiva, não chega a ser ruim. É bem integrado,
acontece que, CG em movimento por melhor que seja está distante de enganar os olhos tamanha a
sua perfeição. O que é paradoxal.
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