quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Blade of the Immortal (2017) - live action

Saudações do Crítico Nippon!


Com o estrondoso sucesso do live action de Rurouni Kenshin (tanto que gerou uma trilogia sem demora) (escrevi sobre todos), era natural que percebessem o potencial de outras possíveis adaptações (até Fullmetal vem aí). Mas se a saga do Battousai conseguia encontrar um fim satisfatório com a saga do Shishio (e a vantagem de contar com 3 filmes para estabelecer todos os personagens), Blade ficou com a desvantagem absurda de encerrar sua história neste filme. Ou seja, é mais do que natural que o resultado final não foi dos melhores. 



Dirigido por Takashi Miike e com roteiro de Tetsuya Oishi (que já havia colaborado com os primeiros live action de Death Note), baseado no mangá de Hiroaki Samura, a trama segue o arco básico: a jovem Rin contrata o guarda-costas Manji para se vingar do clã Itto-ryu que assassinou seus pais. Manji, por sua vez, possui a peculiar habilidade de se regenerar, tornando-o imortal. É a desculpa ideal para banhos de sangue ininterruptos. O problema, por incrível que pareça, é justamente o quão ininterrupto a carnificina se torna.

Se em Rurouni Kenshin os personagens eram verdadeiros super homens, com saltos no ar impressionantes, coreografias elaboradas, técnicas secretas surpreendentes... Blade carece de tudo isso. Com nada menos do que duas horas e vinte minutos de adversários balançando a espada aleatoriamente, os combates não se tornam exponencialmente mais elaborados com o passar do filme. Como deveriam. São praticamente iguais e burocráticos, só muda o adversário de Manji. Sim, haviam momentos de Kenshin e Sanosuke lutando com hordas de inimigos, mas quando chegavam nos vilões principais a luta subia de nível indiscutivelmente. 

O filme literalmente muda de cena e consequentemente de adversário. Uma luta termina, na cena seguinte Manji e Rin conhecem o próximo inimigo. Mesmo. Eu não estou exagerando. E isso por duas horas e vinte minutos é uma eternidade. Chegando na reta final, eu estava completamente anestesiado. É como assistir um filme do Transformers e não dar a mínima para explosões passados alguns minutos.


Colocando personagens em excesso, a Mugai Ryu inteira é completamente desnecessária. Giichy e Hyakurin são figurantes de luxo, não fazem nada e somem sem mais nem menos. É impressionante que o filme tenha achado uma boa ideia enfiar as lutas de literalmente todos os cabeças da Itto Ryu (Magatsu, o cara dos ombros gigantes, aquele velho que é imortal também, a Makie). E esses são só os primeiros, não chegamos sequer na metade do filme. 


Com figurinos incrivelmente coloridos, parecem personagens saídos do gênero fantasia. E apesar de auxiliar na individualidade de cada adversário, as roupas são tão impecáveis que incomoda. Céus, nem o manto da bruxa, de 800 anos, é minimamente desgastado. Podiam ter se inspirado nas roupas do mestre Yoda, de repente.

Sacrificando as personalidades debochadas de todos em prol das lutas, Manji é só um cara sério, sem risadas ou ironias. Rin foi rejuvenescida e seus gritinhos são irritantes demais. O vilão, Kagehisa Anotsu, não consegue nos transmitir a peculiaridade de sua visão, como no original. Esses são os únicos que dá pra comentar alguma coisa, por mínimo que seja. Os outros só se diferenciam pelos trajes. E os que gritam mais ou menos.


Com os poucos diálogos que têm, extremamente lentos e cansativos, o filme não alcança um equilíbrio. Ficamos anestesiados na ação e nos momentos calmos, quase caindo de sono. A trilha sonora é pavorosa, prestem atenção no que era pra ser a “explosão” da batalha final, e só há um ruído incômodo de fundo. Em suma, senti falta do anime que adaptaram e pararam. Tinha uma trilha incrível e coreografias muito bacanas. Deveriam ter continuado na animação mesmo, o live action não deu muito certo.

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