Saudações
do Crítico Nippon!
Esse
anime me lembrou tantas obras bacanas, sejam animes ou filmes. O time de heróis
em um pequeno submarino lembra os entregadores de Black Lagoon. O capitão
lembra o Lelouch de Code Geass. As batalhas navais substituem os costumeiros
mechas, e agregam estratégias que podem ser vistas em filmes como Das Boot,
Maré Vermelha e Star Trek – A Ira da Khan. Embora, claro, invente novas,
abraçando a vantagem de se tratar de um anime.
A
história se passa em um mundo futurístico que foi dominado pela Frota da Névoa,
isolando os mares e o espaço aéreo da humanidade. Completamente subjugados, a
tecnologia dos humanos não tem a menor chance contra os poderosos navios
alienígenas (?). É quando, 17 anos depois, um pequeno submarino I-401 passa
para o lado dos humanos e, com o auxílio do capitão Chihaya Gunzou, conquistam
as primeiras vitórias. E um detalhe, todas as embarcações inimigas possuem um
“Modelo Mental” que as controla, como se fosse a “alma” do navio, representadas
em avatares humanoides.
Claramente
despertando nosso interesse através das batalhas navais, é quase como assistir
um emocionante jogo de xadrez. O pequeno submarino dos heróis (cuja modelo
mental se chama Iona) contra os gigantescos Encouraçados e Cruzadores
Pesados. A direção é soberba ao
apresentar ao espectador todos os itens de batalha (torpedos normais, torpedos
corrosivos, o escudo Klein Field, canhões) nos atirando imediatamente em meio
ao combate. Tudo dependendo das estratégias de seu inteligente capitão, Gunzou,
e sua dinâmica com Iona.
Aliás,
é esta dinâmica entre eles que proporciona os melhores momentos da série.
Testemunhamos o crescimento de Iona, que deveria ser uma embarcação fria e
calculista como suas inimigas, mas passa por uma constante busca de auto
conhecimento. Enquanto Gunzou, apesar de não ter maiores respostas, está ali
para lutar ao seu lado colocando sua vida em risco. Podemos dizer que Iona é os
músculos e Gunzou o cérebro. Com o auge de sua relação no desesperador episódio
10 que, magnífico em todos os sentidos, demonstra o quanto os dois se preocupam
pela vida (ou “vida”?) um do outro.
Com
adversárias dignas de serem temidas, Kongou e as irmãs de Iona proporcionam
momentos de pura tensão com os heróis. É uma pena, portanto, que certas
mudanças em relação às outras adversárias ocorram com uma rapidez maior do que
o ideal. Era necessário temê-las por mais tempo para que as reviravoltas
tivessem o devido impacto. De qualquer modo, a história é inteligente ao se
interessar em fazer paralelos com os humanos. Enquanto as inimigas começam a
conhecer sua própria humanidade, os humanos são vistos sempre com um pé atrás,
e nunca estamos plenamente à vontade com eles.
Contudo,
a tripulação do I-401 praticamente não é desenvolvida. Os jovens responsáveis
pelo sonar, pelos mísseis, entre outros, não ganham a mesma atenção que a Frota
da Névoa. E a própria Iona salienta que ela poderia se auto pilotar sem
qualquer ajuda, o que os torna absolutamente dispensáveis. Aliás, os dois
episódios focados na garotinha Makie são pavorosos, acrescentando uma
personagem inútil à trama e dando um pobre desenvolvimento às duas adversárias.
Com
uma animação em CG inferior a Knights of Sidonia, Ajin e Blame!, o que não quer
dizer muito, pois se mantém absolutamente soberba. Os mísseis bailando na água
criam imagens belíssimas, e seu poder destrutivo é atraente como fogos de
artifício. E, claro, as embarcações são de tirar o fôlego, constantemente
vistas de corpo inteiro. E se anteriormente mencionei que os navios substituem
os mechas, na real, substituem os kaijus. Visto que elas são inimigas além da
nossa compreensão, e as fendas fluorescentes lembram imensamente os monstros de
Círculo de Fogo (que já era um tributo aos filmes de kaiju).
Eficaz
em criar momentos de tensão e batalhas deliciosamente imprevisíveis, Arpeggio
of Blue Steel precisa parar de enfiar personagens e trabalhar com os que já
existem. A relação de Gunzou e Iona é o coração do anime, e infelizmente é
quebrada por alguns fan service e personagens bobas que parecem completamente
deslocadas do público alvo desta obra. De qualquer modo, sentirei muita falta
dos inteligentes combates em alto mar.
(Agora você pode votar no que quer que a gente escreva; receber fotos dos bastidores; e ainda incentivar o nosso trabalho! Saiba como ser um padrinho ou madrinha: AQUI)
(Para mais dos meus textos, só ir no menu "Crítico Nippon" lá em cima)
Twitter: @PedroSEkman
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Os comentários deste blog são moderados, então pode demorar alguns minutos até serem aprovados. Deixe seu comentário, ele é um importante feedback.