sábado, 3 de dezembro de 2011

A busca ao Shaman King

Saudações do Crítico Nippon!

Shaman king é a obra prima de Hiroyuki Takei, iniciada em 1998 e interrompida 5 anos após. Takei voltaria ao trabalho em 2008 e encerraria de vez em 2009. Adaptado porcamente para a televisão em 1999, apesar do anime conter uma trilha sonora realmente fantástica e memorável, é de um nível extremamente baixo de roteiro se comparado à grandiosidade do mangá. Sendo assim, se quiser realmente saber o que é Shaman King, só lendo a obra escrita. Aqui no Brasil, você encontra pela editora JBC, que lançou até o volume 64 (onde Takei parou pela primeira vez), o restante você só encontrará na web. E assim como escrevi em minha resenha sobre a Saga do Freeza, dizendo que a força de Dragon Ball Z residia em seus personagens, o mesmo pode ser dito de Shaman King. São tão imensamente profundos, passando por evoluções tão marcantes e - o mais importante – plausíveis, que é impossível não compreender as decisões de todos. Por mais que sejamos contra certas atitudes, certas ações, o personagem sempre consegue nos convencer com suas convicções e filosofias de vida. Até mesmo secundários e personagens que parecem servir apenas como adversários passageiros, ganham seu espaço e tem um papel maior por trás. Contando com um traço limpo que deixaria Takeshi Obata (desenhista dos mangás Death Note, Bakuman) extremamente orgulhoso, conta com um roteiro que vai muito além das lutas. Além de contar também, com aquele que, sem dúvida alguma, é um dos vilões mais ameaçadores que eu já vi. Shaman King é um exemplo extremamente raro de mangá que melhora exponencialmente, chegando ao clímax com uma força avassaladora suprindo todas as expectativas que o leitor poderia ter. Tudo que você torce para que aconteça, tudo que você teme que aconteça, meu amigo, acontece. Estamos sempre à mercê de Hiroyuki Takei.

(Este artigo entrará em detalhes na trama do mangá, leia por sua conta em risco)
(Você pode aumentar todas as imagens clicando nelas)



Para começar, é preciso explicar o conceito de shaman (ou xamã) àqueles que não estão familiarizados: são pessoas que incorporam espíritos em seus corpos para usarem suas habilidades. Por exemplo, incorporando um médico, você teria todas as habilidades de cura dele. Claro que, por se tratar de um mangá, a coisa não é tão rasa assim e os personagens conseguem lançar ataques poderosos com seus espíritos.
Apesar de Hiroyuki Takei dizer que o protagonista do mangá é o Manta, por ser um humano comum que faz a conexão do leitor com aquele mundo fantástico dos xamãs, não espere ficar colado nele. Manta faz, sim, o papel de narrador, mas é raro e muitas ações estão além de seu controle e compreensão, e na maioria das vezes ele é deixado de lado. O que nos leva àquele que todos pensam que é o protagonista: Yoh Asakura. E, mais uma vez, cito a introdução do meu texto sobre a Saga do Freeza, é o meu segundo protagonista favorito do mundo dos animes e mangás. Yoh é um estudante que se muda para Tókyo a fim de participar da primeira fase do Shaman Fight (no anime: Luta dos Xamãs). É um torneio que acontece a cada 500 anos para escolher o novo Shaman King (Rei Xamã) – conforme o mangá avança, percebemos que é quase uma espécie de Deus. Contando com 10 juízes que são encarregados de cuidarem das lutas, os xamãs tem direito de lutar contra 3 adversários e precisam vencer dois para passarem para próxima etapa. A primeira fase é livre ao longo da imensa capital japonesa, com as lutas ocorrendo em ruas, cemitérios, parques. E é assim que essa, aparentemente, simples história começa.















E se achamos que Yoh é o protagonista, não é somente por aparecer por mais tempo que o Manta, mas por ser muito mais adorável. Com uma filosofia de vida que é “Pra tudo se dá um jeito” (“Daijobu datte, nantoka naru!”), sempre alegre, com seus fones de ouvido inseparáveis e sem malícia alguma, somos levados a torcer por ele quase que imediatamente. Nas palavras do próprio: “apesar das lutas, não queria alimentar inimizade por ninguém”. Takei usa ótimas estratégias para expressar as qualidades do herói, como ao fazer logo no início, Yoh rendendo seu próprio corpo ao espírito assassino de Lagartixa, que nunca confiou em ninguém. E é comovente e compreensivo ver a emoção deste perante o garoto que se deixou possuir confiando cegamente nele pela primeira vez. E mesmo que a princípio fiquemos na dúvida do por que alguém tão tranqüilo como Yoh participaria de algo tão violento, aos poucos descobrimos seus sonhos e objetivos no torneio.

E se tem algo que Takei merece créditos, é por não ignorar os sonhos dos outros personagens, que entraram no Shaman Fight com um objetivo, cada qual protagonista de sua própria vida. Não abrindo mão nem mesmo de colocar questionamentos coerentes como “E o que acontece com os sonhos dos que não virarem Shaman King? Eles não vão se tornar realidade?”. Várias vezes somos levados a travar em nossos impulsos de favoritismo por Yoh Asakura quando descobrimos sonhos tão bonitos como o de Horo-Horo querendo proteger a natureza; ou Chocolove que quer apenas que o mundo sorria mais; ou de Fausto que deseja recuperar o amor de sua vida; ou Ryu que procura o seu “Best Place” (no anime: Lugar Maravilhoso); até de Tao Ren, querendo quebrar todas as correntes de ódio do mundo; e tantos outros que nos tocam.


Com o traço melhorando cada vez mais até a perfeição, é visível a evolução de Takei ao longo dos volumes (e você irá notar nas imagens desse artigo). Não somente o traço dos personagens, mas os ambientes de fundo ficam extremamente realistas. Buscando ainda mais discussões relevantes como o uso dos espíritos como objetos, a falta de espiritualidade nos dias de hoje, Shaman King está sempre nos fazendo pensar. E se a premissa inicial é uma “Luta dos Xamãs”, como eu já falei, o roteiro vai muito além, reservando os primeiros volumes não somente para iniciação do torneio, mas apresentação e desenvolvimento de inúmeros personagens que nos acompanharão até o final. Temos a relação do Yoh com sua noiva Anna, a redenção de “Ryu da espada de madeira”, o acerto de contas com a família Tao, e tantas outras coisas que estão muito além do Shaman Fight. Mesclando isso com ótimas e tensas seqüências de ação, em quadros compreensivos e bem feitos (sempre lembro das péssimas seqüências de Nobuhiro Watsuki, cuja ação de Samurai X ficou muito melhor no anime). Há tantas lutas memoráveis do início ao fim, de todas que acontecem na ilha em que se passa a segunda fase, até aquelas não oficiais corpo a corpo, como do X-law Marco contra Luchist se batendo com seus revólveres (sim, exatamente o que você leu), ou Yoh contra Pailong logo no início, chegando à excelente de Tao Ren contra Mikihisa, que surpreende na surra em que dá a um dos personagens principais. E a resposta do adulto é a mais simples e óbvia possível: “fedelho!”, nós que estamos acostumados e ingênuos de dar grandes poderes aos jovenzinhos desses universos de mangá. Porém, quando indagado sobre o por que de deixar o Shaman Fight nas mãos de crianças como eles, já que dispõe de tanta força, a resposta é interessante. Explica que ele e os outros pais xamãs já encontraram seu “teto” (seu limite, seu auge) e os garotos tem um céu infinito sobre suas cabeças, livres para crescerem e evoluírem.





Porém, não há como falar de Shaman King sem falar de Hao Asakura, o grande vilão da história. E sua origem por si só já é assustadora, tendo Força Oracular (como eles chamam a força espiritual) suficiente para reencarnar diversas vezes para tentar conquistar o titulo de Shaman King, aumentando gradativamente sua força com o passar das encarnações. O objetivo deste é criar um mundo só de xamãs. Primeiramente nos assustando com o tamanho de seu espírito guardião, o Espírito de Fogo é gigantesco, lembrando um megazord. Para gradualmente irmos vendo a série de assassinatos cometidos pelo vilão com a maior facilidade do mundo, até finalmente o vermos nas lutas oficiais do torneio, quase nem se mexendo e não dando a mínima chance para personagens que sabíamos serem extremamente poderosos. Mais chocante ainda, é ouvirmos nem na metade do mangá, o próprio Yoh Asakura (não, o sobrenome de ambos não é coincidência) que mesmo sendo o personagem mais otimista da história, afirmando para todos os seus amigos: “Hao vai ganhar o torneio e não há nada que possamos fazer pra impedir”. Usando o clichê dos números de medir força para facilitar nossa compreensão, descobrimos que o vilão tem mais de 1 milhão de poder, enquanto nossos heróis tem por volta de 5 mil (falarei mais sobre esses números adiante). É um momento forte em que você e os personagens se perguntam: “então qual é a moral de participar do Shaman Fight?”. E é a partir daí que Shaman King assume uma postura cada vez mais sombria e séria, com batalhas cada vez mais mortais entre seus participantes.

Fazendo Hao ser o maior rival de Yoh em termos de personalidade, os melhores momentos são justamente quando encontramos estes dois juntos. Seja em curtas batalhas ou mesmo quando estão sentados tomando café juntos. O vilão não é em nada um megalomaníaco ou simplesmente sério como um Sesshomaru. Dono de uma personalidade igualmente calma e tranquila, constantemente o vemos sorrindo, passeando, ou simplesmente relaxando em um banho com seus companheiros, sem cair para o clichê de “over kawaii” nem “over sério” (“Não vou deixar você fazer isso, Hao!”, diz Yoh apenas para ouvir como resposta “Acha que eu vou te levar a sério?” com a expressão facial mais indiferente e serena, como se pensasse “Eu tenho 1 milhão de força, você só pode estar brincando... que gracinha, Yoh.”). O vilão se mostra inteligente em diversos diálogos, e em tantos outros sombrios. Certa hora, quando indagado por Yoh o que está fazendo com o Espírito de Fogo em determinada floresta, como não se impressionar com repostas simples do grande vilão assassino como: “Você só sai pra passear quando arruma um motivo?”. A verdade é que temos medo de ver Hao agindo por causa de sua força, e medo de ouvi-lo falar, em função de sua retórica que constantemente nos faz amar odiá-lo.
















Explorando ao máximo o universo criado em função dos espíritos, Takei explora "classes divinas" como anjos e demônios, e até nos mostra diversas versões de “inferno” e “paraíso”, bem como seus níveis e desafios, interagindo em vários momentos com diversos personagens. E o conceito deles só conseguirem aumentar sua Força Oracular ao morrerem e reviverem, é brilhante por natureza, visto que aí sim suas almas ganham liberdade para crescerem fora do corpo, já que é da força espiritual que vêm suas habilidades. Embora isto se apresente como um conceito um pouco mais complicado da história, inclusive dito por certo personagem somente nos volumes finais Se a morte não é mais uma tragédia, então não há com que se preocupar”, e em termos de roteiro, isso é muito perigoso. Inicialmente funcionando devido ao cuidado e limitações que o autor dá na “fonte” da ressurreição, Yoh Asakura precisa desistir do Shaman Fight à pedido da organização X-laws para que ressuscitem o seu amigo. Tensão gerada. Porém, mais tarde, o número de personagens com tal habilidade de ressurreição aumenta, e mesmo que gere um gasto de energia considerável em seu curador, aos poucos torna as coisas mais acomodadas em um mangá que costumava ser tão sério e tenso nas batalhas. Felizmente, isso ocorre já passado um bom tempo e, mais ainda para o final, Takei acerta em fazer os vilões mirarem seus ataques em todos aqueles que possuam essa habilidade ameaçadora para seus planos. Solução garantida.

Outro ponto negativo é em função de certa conversa que Yoh quer ter com seus amigos em determinada altura do mangá, constantemente interrompidos por capangas de Hao. Justamente por se render à ação frenética, sem maiores desenvolvimento que estávamos tão acostumados até então, é que o mangá acaba ficando enjoado. Soam repetitivas as interrupções e às vezes até esquecemos que Yoh estava tentando falar alguma coisa ao grupo.


Entretanto, na maior parte do tempo somos constantemente levados às transformações de seus personagens em função de tudo que lhes está ocorrendo. Até mesmo Lyserg, que passa por uma transformação porca no anime e acaba causando repulsa no expectador, acaba sendo infinitamente mais natural no mangá. Ele continua mantendo uma boa relação com os velhos companheiros, mesmo seguindo um caminho diferente mas que acha certo, e em momento algum chegamos a odiá-lo como acontece na versão animada. E se inicialmente Horo-Horo era um cara alegre e brincalhão, aos poucos assume uma postura infinitamente mais séria e nervosa, guardando forte rancor por Yoh e insatisfação consigo mesmo. O mesmo pode ser dito de Tao Ren, encarado inicialmente como um forte rival para o mocinho, esse sim fazia o papel de vilão megalomaníaco no início. Porém, aos poucos se torna o rapaz mais calculista e moderado do grupo de heróis, chegando até mesmo a inverter em termos de força (no início, ele era mais forte e termina o mangá como o mais fraco). Para constatar isso, é só lembrar de ambas as lutas de Horo-Horo e Tao Ren contra Yoh Asakura na primeira fase do Shaman Fight, e compará-las com as da segunda fase. As evoluções psicológicas e o modo de raciocinar em batalha são imensamente mais chamativos do que os espíritos evoluídos em si.
A única transformação que definitivamente não funciona é a de Silver. Juiz do Shaman Fight, nutrindo certo favoritismo pelos heróis, em determinado ponto lhe é feita uma lavagem cerebral (sério, literalmente) e ele começa a pegar pesado novamente, como os outros oficiais do torneio. É forçado, mas felizmente a única que não passa realmente por um arco dramático (embora, como dito em meu outro artigo, a luta final dele contra Yoh Asakura é simplesmente emocionante).


 

E não só os mocinhos ganham personalidade e filosofias, mas todos os capangas de Hao são desenvolvidos no processo. Primeiramente, somos surpreendidos com Zang Ching e seu monólogo sobre os números e como estes acovardam até o mais corajoso dos homens antes mesmo de tentar (“Só porque tirou uma nota baixa na escola já se considera burro?”), passando pela paixão de Peyote por Hao e sua chocante traição; até aos heróis mais sombrios: Chocolove e seu impulso de contar piadas o tempo inteiro, matou os pais dos irmãos Redseb e Seyrarm no passado, encontra-se no dilema se tem o direito ou não de fazê-los sorrir; bem como estes citados irmãos órfãos, que apesar de possuirem uma ligação comovente entre si, e personalidades infantis natural para a idade, acumularam um desejo de vingança imenso pelo assassino que lhes tirou o pai (“Achou que um pedidozinho de desculpas ia nos fazer sentir pena de você?”). Culminando na luta de Yoh contra Redseb, em um momento dramático fortíssimo, em que novamente ficamos divididos em todas as questões que estão em jogo, de diferentes visões, de diferentes personagens. E é nesse tipo de envolvimento que Shaman King encontra força em suas lutas.

E melhor de tudo, aquelas raras que não são feitas inteiramente de sentimentos, são disputadas na base da inteligência. Takei enfim ignora o clichê dos números de força na luta de Horo-Horo contra Blocken. Sim, o vilão tinha um poder muito maior, e o herói ciente disso, se vê na difícil decisão de se manter firme assim mesmo. Contando com um confronto criativo que vai muito além de força bruta, Horo-Horo consegue virar a mesa e vencer o adversário, de forma plausível e compreensiva. E nos identificamos imensamente com a reação orgulhosa do juiz Kalim que diz “Ele superou a diferença de força oracular. Isso é inteligência e esforço, é assim que deve ser o Shaman Fight. Foi magnífico”. Muito bem-vindo um autor que conseguiu quebrar esse paradigma com algo que, depois de visto em prática, soa tão óbvio que os números talvez não sejam absolutos. É como se Horo-Horo respondesse à Zang Ching e sua filosofia, que lhe dera uma surra nos volumes anteriores.



Shaman King ainda investe em 4 volumes para se dedicar mostrando a doce e reveladora história de como Yoh e sua noiva Anna se conheceram, no que para muitos é a sequência mais linda de todo o mangá. Takei esbanja segurança na forma de explorar o casal principal da história se descobrindo. A série passa por diversas fases, começando como uma típica história de torneio, passando por um clima totalmente “road movie” (os volumes que ligam a primeira e segunda fase do Shaman Fight fazem um excelente tributo aos filmes estradas, com os personagens totalmente perdidos na América! Fazendo sátiras com mochileiros e a famosa Rota 66) e enfim chegando ao clímax da história com a resolução do Rei Xamã e a luta contra os 10 Juízes que protegem o vencedor do torneio (chega a lembrar bastante a dinâmica de Cavaleiros do Zodíaco na saga das 12 Casas).


 Com as lutas melhorando exponencialmente nessa última seqüência, e diversas mortes definitivas, vemos nossos heróis novamente em estratégias brilhantes e com um nível de combates grandiosos como nunca antes visto. O mangá não poderia ter chegado à resolução de uma forma mais corajosa, colocando aqueles juízes que, na maioria, ganharam nossa simpatia, só que agora contra nós (diferente do anime em que temos a covarde decisão de cancelamento do torneio, sem que haja um vencedor.). No manga não! Mais arrepiante do que ver a proclamação oficial do Shaman King, é ver o rei despertando de seu sono e ritual em que incorpora o Grande Espírito, tornando-se uma espécie de deus. Hiroyuki inclusive lembra da repetitiva filosofia de Yoh ao longo do mangá, e pela primeira vez faz o personagem se rendendo com todas as letras “Nada vai dar certo agora”. Toda seqüência do despertar do mais temível candidato à Rei Xamã enfim tornando-se o tal, é desesperadora e de tirar o fôlego. Colocando a “câmera” sempre em cima (até mesmo fora do planeta Terra!), como se os personagens realmente estivessem olhando para uma figura divina, o suspense antes de vermos a figura do rei, faz qualquer um roer as unhas. Primeiro fazendo as salas de combate contra os 10 juízes se desligar; em seguida fazendo-os enlouquecendo e tentando fugir; falas rápidas como “Ele é onipotente e onisciente!”, “Nós não podemos batalhar com ele”; até finalmente vermos todos os personagens morrendo um atrás do outro sem que possam sequer fazer um único movimento para se defender. É de arrepiar.






Então como segue a história? Como diria a última frase do mangá “mesmo que nós morrermos, nossa jornada não termina”, e os últimos capítulos aumentam o ritmo de forma crescente tão bem quanto todo o resto, na tentativa de todos em tornar o Shaman King um “rei apropriado”, já que não há possibilidade de vencê-lo. É uma sequência que conta com diálogos memoráveis e, ainda que alguns tenham achado a vinda do trem forçada, não há do que reclamar, pois as lutas estão lá acontecendo. Forçado seria se substituíssem as batalhas pela lição de moral barata, e felizmente isso não acontece. Pelo contrário, acontece as duas coisas juntas, lutas e reflexão. Encerrando com os personagens no futuro, buscando seus sonhos de quando jovens só que dessa vez não através de espíritos e lutas, mas como pessoas normais. Mesclando uma comédia que acompanha a obra do início ao fim de forma extremamente orgânica e funcionando mais do que inúmeras outras besteiras que outros autores parecem jogar ao acaso em suas obras (geralmente envolvendo pessoas peladas de forma besteirol). Hiroyuki Takei parece pensar em todos os cantos de seus quadros, sempre colocando alguma surpresa com os personagens de fundo, que nos fará sorrir ou gargalhar. É um alívio cômico muito bem vindo em uma história com tanta carga emocional como esta. Como foi bom acompanhar os primórdios do torneio, e conhecer a fundo cada um daqueles participantes sonhadores em busca do trono, até finalmente vermos o nascimento do Shaman King e, principalmente, aceitá-lo como rei. Essa aceitação, por si só, já representa o maior e mais incrível arco e força de toda essa história.





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@PedroSEkman

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