Adaptado do mangá homônimo de sucesso na JUMP, Haikyuu chega com a promessa de superação, emoção e esporte pé no chão, além de um belíssimo character design plástico.
O pequeno Hinata Shouyou (Ayumu Murase) fica fascinado ao assistir uma partida de vôlei na
tv onde um jogador habilidoso apelidado de “Pequeno Gigante” o inspira a entrar
em um clube de vôlei da sua escola, no ensino fundamental. O problema que é
Hinata era o único membro e precisava contar com a bondade do seu amigo para
conseguir treinar algumas jogadas. Com o tempo consegue montar um time e
participar de um torneio, é quando ele se cruza com o time de Kageyama Tobio (Kaito Ishikawa), o “Rei da Quadra”,
um talentoso jogador, mas repudiado por seus companheiros de time por ser um
líder tirânico dentro de quadra. Obviamente o time de Hinata perde para o de
Tobio, mas não sem demonstrar todo seu potencial e inflamar seus colegas com
seu espirito de perseverança, deixando Tobio em um misto de fascínio e
inquietação frente sua força de vontade. Mesmo perdendo a partida, uma
rivalidade se estabelece entre Hinata e Tobio, e não é surpresa que passado
algum tempo, os dois voltem a se encontrar, mas desta vez, num mesmo clube.
Agora Hinata e Tobio fazem parte da Karasuno, e terão que
aprender a lidar com suas diferenças e superarem suas próprias limitações.
O primeiro episódio de Haikyuu (palavra japonesa para voleibol) é revestido de uma rara atmosfera
mágica, onde uma criança de estatura baixa precisa superar sua condição e pular
o mais alto que pode para tocar na bola contra verdadeiros gigantes do outro
lado. A ascensão de Hinata se dá em apenas um episódio, mas é o suficiente para
impactar e criar um efeito poderosíssimo de comoção em relação ao ato de uma
criança que teve que superar todas as adversidades, desde a falta de alguém
para treinar até estar num clube só de mulheres e se sentindo totalmente
deslocado apenas para se manter em contato com a bola. O desejo de voar mais
alto do que as pernas permitem e a teimosia em se render diante uma parede
intransponível é de uma ingenuidade e sinceridade tão crível e latente que
olhar para o frágil Hinata é olhar para dentro de nós mesmos e então percebemos
uma chama de obstinação ardendo dentro do peito. Sobe o arrepio e a certeza de
que lutar pelo que acredita, por mais ingênuo que pareça, não é tolice.
O primeiro episódio de Haikyuu é fantástico em despertar o
torcedor adormecido no interior de quem assiste. O melhor de tudo é o fato de
todas essas emoções, anseios e certezas serem transmitidos por ações e
trejeitos. É o melhor episódio do anime. Confesso ter saído dele com os olhos
lacrimejantes. Tal feito ainda veio a se repetir mais adiante, com a
representação de personagens que por mais que se esforçassem, foram ficando
pelo caminho – as vezes o esforço não é suficiente, mas é importante que se
aprenda e cresça um pouco a cada uma destas oportunidades. O anime mostra isto
de forma bem comovente e uma trilha sonora que ressoa internamente. Trilha
sonora esta que pontua os momentos de maior tensão do anime.
Haikyuu é uma história que evoca o espirito de luta e
obstinação, crescimento e superação. Logo, o enredo do anime se centra bastante
nestas questões. O clube de vôlei da escola Karasuno é historicamente conhecido
como um time de jogadores de pequena estatura, mas que pulando mais alto
conseguiam transpor as muralhas. Há muito que o time perdeu seu prestigio e
alguns veteranos se encontram em uma situação complicada, por estarem no último
ano. Conseguirão recuperar o prestigio da Karasuno e se despedirem com a
sensação de missão cumprida? E os novos jogadores, conseguirão conquistar seu
espaço? Apesar do vasto elenco de personagens, o que mais se desenvolve são os
personagens Hinata e Kageyama, assim como o relacionamento conturbado que há
entre eles. Mas não há mistério, sabemos que eles nasceram um para o outro e
formam uma dupla impecável quando estão em sincronia.
Hinata é o que possui o conflito mais denso da série, sendo
algo que vai sendo construindo aos poucos, se estendendo por todo anime e ainda
sem uma conclusão clara, embora a sua evolução seja visível. Eu diria se tratar
do personagem mais complexo até aqui ao lado do secundário Oikawa (Daisuke Namikawa) – algo que alias é
um tanto ausente em Haikyuu, que conta com personagens queridos, mas limitados quando
pensamos no time de Karasuno. O que acontece é que com exceção de Hinata e
Kageyama que têm conflitos desenvolvidos do inicio ao fim, os demais
personagens tem pequenos arcos com conflitos introdutórios, mas que não se
sustentam por muito tempo. São personagens que se dão muito bem, todos são
amigos mesmo que briguem pela mesma posição, são amorosos e unidos. Não há
evolução nem particularidades que os tornem únicos dentro da história. O que há
são arquétipos, como o personagem bonzinho sorridente amigo de todo mundo que
irá mostrar seu valor pra equipe em algum momento e desaparecer em seguida, o
líder sensato, o extrovertido, etc. São personagens que formam um plano de
fundo e é funcional, mas que não vai além disso. Mesmo Hinata, após os
primeiros episódios de divergências com Kageyama, acaba sendo um personagem
plano na maior parte do tempo.
A fase de treinamento de Haikyuu é certamente a parte mais
problemática da série. É quando vai perdendo gradativamente a tensão e o
sentimento de torcedor vai esfriando, com treinamentos extremamente didáticos,
em que a narrativa se mostrava mais interessada em explicar fundamentos do
esporte do que criar entretenimento. Até mesmo as partidas-treino tiveram o
ritmo interrompido para cada personagem começar a explicar o fundamento das
jogadas. Essa quebra felizmente vai diminuindo à medida que as partidas
profissionais têm inicio e ainda que não desapareçam por completo, as
explanações se tornam um forte elemento dentro da narrativa, auxiliando na
tensão, como se vê nas partidas finais, onde o anime alcança o seu pico mais
alto de clímax. Uma das armas mais fortes da série é seu apelo emocional sempre
que um personagem se encontra numa situação limite. É de um timing tão poderoso
que as emoções fluem naturalmente. Se Haikyuu consegue manter seu ritmo,
ninguém pode segurá-lo.
Nota: 07/10
Direção: Susumu Mitsunaka
Composição do Roteiro: Taku Kishimoto
Roteiro: Taku Kishimoto
Trilha Sonora: Asami Tachibana, Yuuki Hayashi
Nota: 07/10
Direção: Susumu Mitsunaka
Composição do Roteiro: Taku Kishimoto
Roteiro: Taku Kishimoto
Trilha Sonora: Asami Tachibana, Yuuki Hayashi
Episódios: 25
Estúdio: Production I.G.
Página: ANN
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