domingo, 21 de setembro de 2014

Comentários: Aldnoah.Zero #12 – Childhood’s End (Final)

Com tantos personagens estúpidos, o desfecho não poderia ser outro, claro. 
Uma das características mais interessantes na direção de Ei Aoki é a sua capacidade de criar pontos de forte impacto dentro de uma obra em momentos chaves. É difícil não sair deste episódio com todos os sentidos desorientados.

Asseylum morreu? E o Inaho? Eles parecem ter sido alvejados na cabeça, mas na ficção ninguém morre enquanto sua morte não for confirmada e mesmo assim costuma-se surpreender. Levando em conta o clássico Space Battleship Yamato, mesmo as pessoas mortas podem voltar a vida por pura conveniência, especialmente se você é o herói ou a princesa da história. Aldnoah Zero tem ainda um longo cour pela frente e comercialmente não é viável que personagens importantes da história morram, nem que protagonistas acabem desta forma. O que é curioso, se tratando de uma série transmitida no começo da madrugada e que não é voltada para o publico infantil, deveria estar aberta para todo tipo de experimentação, mas sabemos que o mercado não funciona assim. Em Ga-Rei-Zero Aoki utiliza o recurso da narrativa do flashback intercalado com ações no presente, mas é improvável que isto caiba aqui. Zerar tudo e começar uma nova fase, com novos personagens e alguns remanescentes do primeiro cour? Igualmente improvável. O que Aoki utiliza aqui é o mais safados dos truques de narrativa, dando a entender algo que dificilmente irá se concretizar. Lembrando que ainda há questões não resolvidas no enredo, como o tal “Aldnoah Zero” e como milagrosamente o Aldnoah de Slaine funciona (será que Cruhteo voltou à vida? Rsrsrs).
O que não nos impede de ficarmos curiosos em relação ao rumo que tomará a historia no segundo cour (será que teremos uma viagem no tempo? Será este o tal poder do “Aldnoah Zero”? Sobre isso, vale ressaltar que embora o Gen Urobuchi não tenha uma grande participação direta no anime, o anime em si é baseado numa escrita antiga dele com um grupo da NitroPlus, com Ei Aoki mudando diversas características na adaptação para anime, como por exemplo, o modelo de personagens; e loops temporais e etc. são características comuns nas história do Urobuchi – mas enfim, estou apenas deixando a mente viajar aqui). Ainda que não sejam definitivas, os rumos tomados neste episódio são devastadores para o enredo, levando-o a um novo patamar. É esperado que tenha um enfoque maior na figura de Slaine e provavelmente nas engrenagens marcianas – ou será que ele continuará desempenhando o papel de um garoto atormentado pelo infortúnio do destino, ou seja, perdido na história? São questões que ressoam e fazem odiar a mim mesma já que certamente não serei capaz de evitar mais um cour de roteiro com escrita ruim e decisões equivocadas da direção.

Não poderia estar mais indiferente ao desfecho dos personagens de Aldoah Zero, mas Slaine é um caso diferente – particularmente eu gosto/gostava dele, por mais que sua construção não tenha sido tão boa, seu dilema era simples e efetivo. De um garoto gentil e azarado, foi obrigado a encarar a morte de sua amada princesa ocasionada por sua própria estupidez, levando-o se tornar alguém capaz de “matar” a sangue frio um rival. Slaine foi um personagem totalmente perdido na história, ainda que guiado pelo único desejo de salvar sua amada e se distanciado dela por diversas interferências de terceiros. Sua falta de firmeza o levou a ser traído e jogado para longe por diversos personagens. Inaho por outro lado, em seu ultimo momento, consegue um pouco de emoção em seu semblante, e revelar sua paixão por Asseylum. Acho que mesmo as pessoas mais frias também têm um coração pedindo para ser aquecido, não é?

Enfim, divago e divago para fugir do obvio: a sensação de completa insatisfação. Posso admirar os rumos tomados neste episódio, e até mesmo a ação – onde um Aldnoah é acoplado a diversos outros mechas em uma espécie de serie sentai. Não deveria ser tão surpreendente essa ação nonsense depois de verem aquele mecha com diversas mãos que soltam e se transformam em armas da condessa Femieanne, na verdade é um momento potencialmente divertido, mas que não se traduz na sequência nem é visualmente atraente em termos de animção.

Inaho novamente vencendo da forma mais apática possível, não combinando com o momento de tensão, que nem sequer teve uma grande luta de fato. Ao invés da inteligência de Inaho, o que fica nas entrelinhas é a estupidez do povo marciano. Se os anteriores tinham a desculpam de menosprezarem o adversário, o mesmo não pode ser tido em relação a Saazbaum, que transformou seu Aldnoah em uma super máquina para enfrentar reles mustangues que pra começo de conversa não deveriam nem por uma fração de segundo serem rivais para aquele monstro metálico. E não são, mas o caso é diferente com Inaho, que incrivelmente resiste. Usa-se a desculpa da precisão lógica, mas a verdade é que você prefere sentir na pele a experiência de jogar o game ao invés de assisti-lo no youtube; para sentir o momento, e a direção e roteiro de Aldnoah Zero menosprezam seus expectadores com saídas fáceis e manjadas desde o termino do episódio 3.
Por isso que por mais que admire a premissa e a os acontecimentos, a forma como são conduzidos é terrivelmente ruim, com diálogos de péssima construção, falta de substância nos personagens e motivações tolas. Essa rivalidade entre Slaine e Inaho é uma das coisas mais absurdas e forças que já assisti e que obviamente termina igualmente de uma forma estúpida, afinal, ninguém se transforma em tão pouco tempo como ocorre com Slaine. Segundos atrás Slaine teve dificuldade de atirar no assassino de sua princesa, mesmo depois dele ter a matado pelas costas (sendo que ele não passou mais que alguns momentos ao lado de Saazbaum. Não ha motivos para crermos nem mesmo numa pretensa relação afetiva dele com o conde. Pelo visto, nenhum personagem da série conseguiu fugir da estupidez), mas não hesitou em “matar” Inaho.  A justificativa que a narrativa nos empurra é obvia; um triângulo amoroso imbecil que nem sequer aconteceu de fato. É tanta falta de tato e desenvoltura em conduzir situações que poderiam reverter em momentos grandiosos, mas que culminam em ações esdrúxulas, que realmente me odeio por não me sentir capaz de evitar o segundo cour do anime. Há a surpresa, há inquietação, mas isto se deve muito a trucagens da direção e fatos marcados para acontecerem no storyboard do enredo, do que exatamente qualidade na escrita e condução dos eventos. 

Felicitações aos desertores e meus pêsames para aqueles, que como eu, continuará a odisseia em janeiro. 

Avaliação:  ★ ★ ★ ★
Roteiro: Katsuhiko Takayama
Storyboard: Ei Aoki, Makoto Katou
Diretor auxiliar: Makoto Katou
Diretor: Ei Aoki
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Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_03.07_[2014.09.21_18.53.10]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_05.07_[2014.09.21_18.55.34]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_08.13_[2014.09.21_18.59.15]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_08.30_[2014.09.21_18.59.37]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_18.01_[2014.09.21_19.09.18]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_18.51_[2014.09.21_19.10.21]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_19.08_[2014.09.21_19.10.41]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_19.40_[2014.09.21_19.11.25]Aldnoah.Zero review episódio 12.mkv_snapshot_20.38_[2014.09.21_19.12.30]

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