quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Shingeki no Bahamut Genesis (2014): Fantasia Medieval

Em terras medievais e mitológicas, criaturas mágicas e seres humanos dão inicio a uma aventura alucinante, ou algo assim. 

Shingeki no Bahamut Genesis (ou Rage of Bahamut Genesis) é uma adaptação de um super popular cardgame para celular da Cygames. Já que o original não há muito de história e apenas uma base conceitual com uma gama imensa de personagens, e inimaginável de transpor para uma série de tv de 12 episódios sem que se perca no caminho, esta adaptação pode ser considerada como uma história quase original. Levando em conta as alterações feitas, Shingeki no Bahamut é basicamente um prologo para o game, onde todos os núcleos que compõe a estrutura de jogabilidade estão representados; dos humanos, passando pelos demônios e anjos, até o personagem título Bahamut, têm suas linhas entrelaçadas de modo a reverberar numa grande batalha pela supremacia.

Na história do anime, Mistarcia é um mundo onde deuses, demônios e seres humanos [além de outras criaturas místicas] coexistem. No passado, o temível dragão Bahamut quase destruiu a terra, obrigando seres humanos, anjos e demônios a unirem forças para reter sua ira. Nos tempos atuais em que ocorre a história, Bahamut está adormecido, a chave capaz de despertá-lo fora divida entre deuses e demônios para que ele nunca possa ressurgir novamente, mas uma garota metade anjo e metade demônio, Amira (Risa Shimizu), acaba roubando ambas as chaves para realizar o desejo de reencontrar sua mãe nas míticas terras de Helheim – para alcançar seu objetivo, ela se junta malandro caçador de recompensas Favaro Leone (Hiroyuki Yoshino). Durante a jornada, eles se juntam a outros personagens e aos poucos as múltiplas tramas vão se entrelaçando e Bahamut novamente se torna uma ameaça real.
O universo mitológico de Bahamut é bastante amplo e, acima de tudo, diversificado. Há desde dragões e divindades e a figura histórica de Joan D’Arc (Megumi Han), a zumbis e necromance e animais sencientes. É como pode se ver, uma alta-fantasia, mas não é tão sério como talvez muitos fãs do gênero esperem encontrar em um cenário assim. Mesmo durante os momentos mais intensos e dramáticos, Shingeki no Bahamut nunca fica pesado, a atmosfera permanece trivial e com tons leves que caracterizam a obra como, principalmente, uma aventura com pitadas de muita ação, comédia e um tico de romance. Há até mesmo sequências de ação imaginativas e fantasiosas em destaque na primeira parte do anime. Não há realmente um drama substancial aqui.

Neste sentido, o único momento digno de nota é quando Joana D’Ark é vítima de uma artinha de um demônio e, acusada de traição, vai parar na fogueira – apesar do rei ser uma figura excêntrica e transloucada no qual não há ponde se notar qualquer traço de seriedade em meio a tanta caricatura, a composição do conflito interno da Joana é realmente tocante. Mas isso dura bem pouco e logo Joana é alçada em uma direção que nada dignifica a personagem, que possuía até então uma participação instigante, embora bem pequena, em uma trama paralela. No entanto, esta trama não acrescenta nada à personagem e seu desfecho é decepcionante, traindo todas as suas convicções e no fim, se transformando numa garota fragilizada. Essa releitura da personagem histórica, porém, não é inédita, se tratando de ficção japonesa, sua personagem tende a ser sempre utilizada como figurante de luxo salve raras exceções.
Kaisar Lidfald (Go Inoue) é também um personagem com grandes conflitos, mas é composto com melodramas e trejeitos caricaturais. Penso que nem a própria direção e roteiro acreditavam na força do seu drama ou nas razões dele. Kaisar na verdade é um alívio cômico e o seu melodrama é mais num sentido de humor do que emocional de fato. É um personagem chato e sem substância que está sempre chorando pelos cantos e seu senso de moral elevado não lhe contribui em nada. Ele tem sua história e razões, mas sabemos que genuinamente sua única razão de existir se consiste em ser o oposto de Favaro, rivais e amigos. Isso é fácil de perceber, pois seu drama não envolve e tampouco é bem desenvolvido. O desfecho do seu conflito é decente, mas não vejo muito de mérito nisto quando tudo o mais era tão vazio e até mesmo a rivalidade entre ele e Favaro era sustenta previsivelmente por uma mordaça bastante frágil. Então, olhando de perto, isto tudo só colabora para evidenciar o quão tolo, infantil, otário e estúpido é Kaisar. É um pouco constrangedor vê-lo gritando pela Amira do inicio ao fim, enquanto a personagem mal sabe quem ele é e só tem olhos para Favaro.

No fim das contas, Kaisar só existe para enaltecer Favaro. O que seria dele nesta história sem Favaro?
Nenhum personagem de Shingeki no Bahamut possui boa caracterização, mas enquanto conjunto eles geralmente rendem boas situações. Favaro e Amira são as forças motrizes da série, enquanto Rita é fundamental em vários momentos. Favaro acertadamente não é um personagem profundo, sua força está no seu carisma e composição icônica, tipo de composição muito comum na ficção exploitation e que se vê extensivamente no cinema de gênero americano – eu não pensei a fundo nisto, mas ele me lembra de personagens de westerns, ainda que a forma como se expressa seja um tanto afetada demais, mas pensando sobre isso, um nome como “Favaro Leone” não surgiu por acaso. Indo mais além, sua profissão de caçador de recompensa, sua capacidade de lidar com situações adversas sempre com um humor sarcástico e a sua personalidade amoral refletem essa possível inspiração, que culmina na rivalidade com Kaisar. De qualquer forma, Favaro se destaca em suas ações por ser um anti-heroi, tornando-o apeto a lidar com diversos tipos de situações diferentes, como se vê no último episódio, algo que custaria muito a um herói altruísta como Kaisar, para Favaro, por mais que ele sinta, não é algo que hesitaria depois de tirada todas as dúvidas nem o transformaria num cavaleiro das trevas, corroído pela culpa e convivendo com fantasmas.

Já Amira, como toda personagem over-poderosa capaz de resolver a situação num estalar de dedos, tem todo este poder limitado. No caso dela, sua limitação se encontra no fato de estar sempre alternando entre uma personalidade madura e uma infantil – há uma razão, claro, sempre há. O fato de ela ser uma personagem que vemos bem pouco no seu estado de elevado poder em confronto com outros adversários, não é algo que me incomoda em tudo, pois sua composição é o clichê clássico e uma das maiores armadilhas na hora de criar um personagem poderoso demais em comparação aos demais. Felizmente, Amira possui um papel bem definido e sólido em toda esta questão, tornando impraticável que ela possa em algum momento lutar de igual para igual com qualquer outro personagem sem deixar de cumprir sua predestinação. No decorrer dos episódios eu fui conquistada foi pela sua ternura e ingenuidade. É interessante observamos que o seu tremendo apego e carinho à Favaro é em parte devido à sua natureza infantil, e que apesar dos pesares, ele consegue o milagre de conseguir despertar um aspecto protetor e fraterno num interesseiro.
Favaro e Amira foram os únicos personagens que realmente me envolveram emocionalmente. Eles possuem boa química e a jornada no qual eles trilham dá o tom da primeira metade da série, onde eles se metem em diversas confusões e cruzam seus caminhos definitivamente com outros tantos personagens – como Rita (Miyuki Sawashiro), que não é particularmente interessante, mas que se torna uma peça valiosa nesta intricada teia de relações que afetará o desfecho do enredo. Shingeki no Bahamut é uma série despretensiosa e que conseguiu me agradar assim, em episódios que exploravam mais e mais daquele universo. O diretor Keiichi Satou (Tiger & Bunny, Saint Seiya: Legend of Sanctuary the Movie) tem o mérito de ter criado uma história praticamente do nada, e fazê-la funcionar corretamente com todas as imposições da produtora Cygames, como: a aparição de grande número de personagens originais e o enredo girar em torno do despertar de Bahamut [nem mais nem menos] e a proibição de explosões.

Como fazer uma série que ilustra uma guerra e diversos embates entre adversários poderosos sem que haja explosões? Keiichi Satou conta em uma entrevista que para se desvencilhar deste termo, substituiu as sequências que exigiam explosões por efeitos de luzes, poeira e magia. Eu diria que o resultado é não é ruim, é provável que se ele não mencionasse, nem nos atássemos a isto, mas obviamente o impacto é bem menor do que poderia ser sem as restrições. Há muitos efeitos de luz e magia que em vários momentos sobrepõe a animação, às vezes prejudicando sequências que poderiam ser bem mais lindas visualmente sem todos os contrastes visuais (e infelizmente também recorrente na animação de Fate/UBW 2014). O episódio zumbie é outro exemplo, e único dentre todos os episódios em que se vê sangue e algo de violência, no entanto, isto se dá de modo estilizado; o alvo são pessoas mortas já deterioradas e inumadas, e a coloração é diluída. É um episódio que eu gosto bastante, por destoar completamente dos demais e ter uma direção de arte que acompanha este tom, com uma composição igualmente atípica; o próprio storyboard faz soar como se fosse um survival, com os recursos de narrativamente geralmente utilizados neste meio.
Criando personagens originais e ainda ilustrando muitos dos personagens do jogo, Shingeki no Bahamut é uma série que se saiu melhor do que se poderia esperar a principio. A animação é boa, sempre bem fluída, apesar de algumas cenas de ação contar com storyboards não tão inspirados. O character é lindíssimo, melhor ainda por se manter sempre estável e permitir uma sem número de variação nas expressões dos personagens, a animação neste aspecto é bastante elástica. As múltiplas tramas na primeira parte que vão se convergindo é uma forma dinâmica de contar história, era bastante divertido. Na segunda metade, no entanto, a história vai caminhando para seu desfecho e as fragilidades se tornam mais claras. O roteiro de Keiichi Hasegawa não é tão imaginativo e suspeito que sua capacidade de criar situações sejam limitadas. O resultado é bem insonso, assim como os demônios que representam os obstáculos. A performance refrescante de Favaro no episódio final e sua interação com Kaiser e Amira foram excepcionais, mas foi uma segunda metade irregular onde a série fez uma curva decrescente.

Francamente, acredito que Keiichi Satou fez um trabalho muito bom dentre as possibilidades que ele tinha,  – que eram poucas – dentro de um gênero que exige um tempo de duração maior do que foi apresentado, mas peca em alguns detalhes que talvez fossem mesmo difíceis de serem contornados. Ou seja, é algo maior que o formato estabelecido pode comportar. Séries deste tipo não são comuns na animação japonesa e as poucas que surgem são umas porcarias como adaptação. Shingeki no Bahamut é completamente distinto de tudo você já viu neste gênero em termos de animação. Futuramente é provável que se torne referência. E é certo que Keiichi Satou tem grande participação nisto pela sua visão ampla de tentar fazer algo que se destaque como nunca antes, mas ainda é muito aquém de algo que desperte paixão em qualquer pessoa. 

Nota: 6/10
Diretor: Keiichi Satou
Composição de Roteiro: Keiichi Hasegawa
Scripts: Akira Tanizaki, Keiichi Hasegawa, Masanao Akahoshi
Estúdio: MAPPA
Episódios: 12
Fonte: Adaptação de Cardgame
Tipo: TV
Páginas: ANN, MAL

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