quinta-feira, 17 de março de 2011

Um vicio chamado mangá


E ai, como foi que você entrou nesse mundo dos quadrinhos japoneses? Acredito que assim como eu, muitos devem ter começado a partir de um anime não conclusivo que acabou te deixando com a pulga atrás da orelha pra saber mais da história. Não faz muito tempo que eu virei uma "colecionadora", comecei lendo scans na net e depois de um tempo migrei para versão impressa.




Desde muito novinha que eu leio, ler era um vício. Sabe aquela idade que você aprender ler e dai sai lendo tudo que encontra pela frente? Mas dai em diante eu não parei mais e meu pai começou a me entupir com gibis da turma da Mônica. Depois veio os livros infantis e descobri o universo da literatura. Logo após, veio o fascínio pelas HQ's, Batman e Homem Aranha me encantaram com suas histórias. Um era nerd e azarado, mas estava sempre de bom humor e com piadinhas. O outro sombrio e violento. O que eu via de comum entre os dois? Uma fuga do politicamente correto. E esses foram meus primeiros passos para o lado negro da força (hahaha), mas com o tempo, já não via mais graças nas mesmas histórias e como não conhecia nada além dos hq's de super herói, sepultei por um tempo minha paixão por quadrinhos .


Depois de narrar minha saga particular, vocês devem estar se perguntando qual foi o mangá que abriu as portas para esse maravilho e curioso mundo de quadrinhos preto e branco, certo? Foi Elfen Lied. Claro que eu já tinha visto uma coisa ou outra de relance, mas nada que me chamasse a atenção. Acho que nutri até um certo preconceito no inicio, pois não entendia como alguém podia gostar de uma coisa que tinha seu sentido de leitura totalmente contrário ao que eu estava acostumada. Fora o fato de ser preto e branco.


Seja qual for o motivo, quem não está familiarizado com esse mundinho arruma as mais improváveis desculpas para não ler um mangá. Quando eu terminei de assistir o anime, minha cabeça explodiu e a busca por informações se tornou frenética. Acabei cedendo e baixei os scans. O choque diante do fato do traço do mangá ser completamente o oposto ao do anime foi enorme, mas diante de um desenvolvimento e uma leitura tão ágil, isso não se tornou nenhum problema. Devorei em menos de 4 dias e mexeu tanto comigo que levei um tempo para me recuperar.

Depois de um bom tempo assistindo animes na tv aberta (Globo, sbt, Band e Cartoon Network - que na década de 2000 ainda exibiam animes razoavelmente bons), meio que abandonei a tv e migrei para o computador, onde viria a conhecer Video Girl Ai, Ah! My Goddess, Sailor Moon, Love Hina, Tsubasa RESERVoir CHRoNiCLE e xxxHOLiC. A influência desses animes foi fundamental para que eu ficasse completamente apaixonada por essa forma de leitura tão divertida. Foi o estopim de tudo. Comecei a procurar por scans e isso acabou se tornando uma rotina. Se a uns três anos atrás eu era completamente "inocente" e sem ter conhecimento sobre o que era determinado titulo, não demorou muito para que eu encontrasse meu cantinho no nicho de mangás considerados "adultos".


Video Girl Ai foi o primeiro mangá que eu comprei (assim como também a minha primeira compra pela internet) e seu enredo novelístico me fizeram ler os 5 primeiros volumes encomendados em um só dia. O resultado foi que na segundo compra, acabei comprando o resto da coleção. É um mangá marcado pela influência ecchi e que carrega essa etiqueta até hoje. Para minha surpresa encontrei muito mais do que isso e foi outro mangá que consumi com avidez uma trama que começou muito bem, mas explorando o contorno físico do corpo das personagens e foi se tornando cada vez mais maduro e dramático, deixando de lado o ecchi e abraçando o romance. O mesmo caso se aplica a Love Hina, que também está dentro de um gênero que hoje acabou se tornando sinônimo de obras "vazias", o ecchi. Infelizmente a grande produção de obras rasas e vazias acabou moldando a mente de muita gente e tornando o ecchi o grande vilão dos chamados "animes e mangás de qualidade". Mas faço minha as palavras de Cazuza, que dizia; "Não existe gênero de música, pra mim uma música é boa ou é ruim", e eu também penso assim, independente do gênero, o que importa mesmo é a história, se ela é boa ou ruim. Simples assim (apesar de ter aqueles que sinto pouca empatia, como mecha, mas algumas obras desse gênero figuram no meu top 10 - caso de Evangelion). 


Mangás são viciantes e o apego que tenho com minha coleção é algo incrível, pois quando gostamos muito de algo, não basta vê-lo virtualmente, queremos toca-lo e ter ao alcance de nossas vistas. Há todo tipo de colecionadores, tem aqueles que apenas querem ter uma coleção bonita e grande, e saem comprando até mesmo aquela obra que dificilmente ele vai abrir pra ler. Há também os que colecionam apenas as obras que gostam. Mas e quando acontece de você não conhecer determinado mangá e descobrir depois de alguns volumes que aquilo foi um péssimo investimento? Sempre tem a possibilidade de abandonar a série e investir em outra e, com sorte, talvez consiga vender os volumes já adquiridos. Ou apenas continuar pra não deixar a coleção incompleta. E este é o meu caso com Rosário + Vampire, que é um mangá que não consigo achar interessante, mas já que cheguei ao volume oito, faltando duas edições para o fim (da primeira fase), vou acabar por completa-lo.


Se você sente falta de determinado personagem, de determinado anime, se está com aquela súbita depressão pós-anime, se aquele obra animada for uma adaptação, ler sua versão original pode ser uma ótima saída. No mais, lá encontramos o verdadeiro sentimento que o autor quis passar, através de seus traços. Sejam traços competentes ou não.  Vou mais longe dizendo que há paginas preto e branco que conseguem ser mais competentes que qualquer outra adaptação animada, onde os personagens e seus movimentos parecem ganhar vida própria.

Higurashi no Naku koro Ni (é o próximo da minha coleção)


Bem, esse post ficou bem diferente do que eu pretendia inicialmente, mas acabou tomando uma forma própria e eu não soube como mudar isso. Você, que conseguiu chegar até o fim deste post, merece realmente um troféu joinha e um pirulito. E se chegou até aqui, diga como descobriu e se apaixonou pelo mundo preto e branco dos quadrinhos japoneses.


14 comentários :

Anônimo disse...

Ótima postagem apesar de minha trajetória como viciado em anime e mangá ser diferente, eu entendo bem o que sente.

PS.: Havia escrito um texto bem grande contando meu depoimento, mas por um erro no wordpress ele acabou sendo apagado, então deixarei meu depoimento para um outra oportunidade.

M.A.C. disse...

Eu comecei pelo anime depois passei para o mangá.
Tudo começou (para mim) depois que eu acabei de assistir o anime Hellsing, que foi o segundo anime que eu tinha visto ate então (o primeiro tinha sido Evangelion).
Depois que acabei de vê-lo, por não ter gostado muito do final, eu resolvi procurar por algo mais, um final que pudesse me satisfazer. Foi então que achei perto da minha casa uma banquinha que vendia mangás e, por sorte, tinha um único exemplar do Volume 1 do Hellsing.
Me surpreendi pois eu moro em Manaus e aqui é meio difícil encontrar essas coisas (mangás e quadrinhos).
Por sorte também eu estava com meu pai e pedi à ele que comprasse. Por mais sorte ainda ele concordou.
Isso já faz muito tempo, alguns anos.
Dai em diante eu passei quase toda semana indo nessa mesma banca e, conforme os volumes iam saindo, eu ia comprando e fazendo minha primeira coleção (que guardo com maior carinho).
Já esta completa no momento. A segunda coleção que fiz foi do Evangelion, mas infelizmente não esta completa ainda pois falta o Volume 05 somente.
Atualmente estou acompanhando o mangá de Elfen Lied e Bem-Vindo à N.H.K.
Aliais eu gostaria de agradecer Roberta-chan. Depois de ler o seu post eu comprei e adorei (me refiro a Bem-Vindo à N.H.K.). Também adoro Elfen Lied.
Muito Obrigado !!!

Pedro S. Ekman disse...

Death Note... Shaman King... Blade of the immortal... Chrno Crusade... Monster...

Difícil pensar em um mangá que não humilhe sua versão anime.
Tirando as lutas que foram aprimoradas nas versões animadas (Samurai X e Dragon Ball Z são ótimos exemplos), somando trilha sonora para empolgar ainda mais a ação... Tirando isso, a história é sempre infinitamente melhor.

Lamentável quem não tem o hábito da leitura.

Unknown disse...

Fico feliz MAC que tenha podido descobrir coisas legais através de meus posts. E começou muito bem ein, Hellsing é absoluto.

Que surpresa o Pedro-kun citando Chrno Crusade, jamais imaginei que curtisse esse mangá. Shaman King eu nunca li :/

E que pena Anime Portfólio,mas eu sei beeeeeeeeeeem como é perder um testo enorme.... Arigatou ^.^

Jones disse...

Meeeeeeel Deus, é incrível a semelhança da sua historia de leitora de mangas e animes com a minha. Eu também comecei lendo gibis da Turma da Mônica e HQ’s, porque minha mãe era colecionadora de Marvel Comics tinha até a versão brasileira do quarteto fantástico nº1, só não era leitor de DC, aliás nunca gostei muito a não ser de Lanterna Verde. Depois disso vi animes pela Cartoon e da extinta Locomotion e assim sai correndo atrás de mangas.
Meu primeiro manga comprado foi exatamente Vídeo Girl Ai e logo em seguida Chobits, Dragon Ball e Eva. Por sinal voltei a ler Chobits recentemente.
Agora o mais importante de tudo isso é que vc ter a coisa física pra pegar e folhar te da muito mais prazer do que ler pela internet, eu devoro vários mangas pela internet em praticamente passo por cima da historia da maioria só por causa da fome da leitura mas infelizmente não chega aos pés de um volume de manga em suas mãos, pena que tenha tão poucos aqui no Brasil e com preços tão autos.
Abraço ae

Matt disse...

Eu comecei a assistir animes antes de ler mangás.
Desde criança eu assisto anime, mas só soube que eram animes a uns meses XD
E foi aí que eu comecei a assistir animes. Baixei digimon pra rever só os primeiros episódios mas acabei baixando tudo XD
Aí que eu comecei a proucurar por animes, até que um dia um garoto na minha escola me perguntou se eu já tinha assistido Death Note.
E lá fui eu baixar Death Note, que acabou se tornando um de meus animes favoritos.
Highschool of the Dead também foi um dos primeiros animes que eu assisti, e como eu já sabia mais ou menos como funcionava anime e mangá, eu fui proucurar o mangá, só que ele já tava no volume 3 ou 4, e eu não ia pedir pra ninguém me comprar online um mangá com uma garota peituda e ensanguentada na capa, haha
Aí eu decidi comprar o outro mangá que a panini tava anunciando: Wolf's Rain.
Achei muito bom esse mangá e decidi que eu tinha que comprar mais e hoje tenho uma pequena pilha de mangás, que tenho um carinho imenso, até porque nunca gostei de ler nada pela internet, seja o que for prefiro ter em mãos
Lembro ainda da sensação de assistir Death Note pela primeira vez... É uma pena que a primeira vez só aconteça uma vez
Ah, Roberta, você sabe algum anime tão bom quanto Death Note pra me recomendar?

julio pq disse...

Ótimo post. Como muitos, eu comecei na vida de otaku na saldosa Manchete. Depois disso eu conheci varios animes e o fato de muitos animes dos 90 terem sido lançados aqui no Brasil, me despertaram o interesse nos mangás. Eu também fiquei como você, de implicância por não ser a cores já que eu estava acostumado com a leitura dos comics e pra piorar ainda era de tr[as da frente. Mas meu primeiro mangá foi de Sakura Card Captors, quando vi na banca, aquela capa toda cheia de coisa e com uma garotinha bonitinha logo me chamou a atenção. Quando cheguei mais perto, descobri que era a Sakura, do anime que eu adorava assistir. Comecei a comprar então e não parei mais. De lá pra ca, já tenho uma coleção bem satisfatória.

Anônimo disse...

Nossa, nem acreditei quando vi em uma das imagens Hollow Fields. Melhor mangá ever. Nunca lia mangás, só assistia aos animes, até que conheci Hollow Fields. Pena que ele não é muito conhecido aqui no Brasil =/

borbs disse...

Roberta, já leu o final de Hollow Fields? Podia comentar aqui no site, adorei esse mangá.

Pra falar a verdade eu nem lembro direito quando me tornei um "viciado" em mangás, mas o primeiro que eu li foi Peach Girl. MALDITA PANINI que cancelou o titulo dias vezes

Jones disse...

Meeeeeeel Deus, é incrível a semelhança da sua historia de leitora de mangas e animes com a minha. Eu também comecei lendo gibis da Turma da Mônica e HQ’s, porque minha mãe era colecionadora de Marvel Comics tinha até a versão brasileira do quarteto fantástico nº1, só não era leitor de DC, aliás nunca gostei muito a não ser de Lanterna Verde. Depois disso vi animes pela Cartoon e da extinta Locomotion e assim sai correndo atrás de mangas.
Meu primeiro manga comprado foi exatamente Vídeo Girl Ai e logo em seguida Chobits, Dragon Ball e Eva. Por sinal voltei a ler Chobits recentemente.
Agora o mais importante de tudo isso é que vc ter a coisa física pra pegar e folhar te da muito mais prazer do que ler pela internet, eu devoro vários mangas pela internet em praticamente passo por cima da historia da maioria só por causa da fome da leitura mas infelizmente não chega aos pés de um volume de manga em suas mãos, pena que tenha tão poucos aqui no Brasil e com preços tão autos.
Abraço ae

M.A.C. disse...

Eu comecei pelo anime depois passei para o mangá.
Tudo começou (para mim) depois que eu acabei de assistir o anime Hellsing, que foi o segundo anime que eu tinha visto ate então (o primeiro tinha sido Evangelion).
Depois que acabei de vê-lo, por não ter gostado muito do final, eu resolvi procurar por algo mais, um final que pudesse me satisfazer. Foi então que achei perto da minha casa uma banquinha que vendia mangás e, por sorte, tinha um único exemplar do Volume 1 do Hellsing.
Me surpreendi pois eu moro em Manaus e aqui é meio difícil encontrar essas coisas (mangás e quadrinhos).
Por sorte também eu estava com meu pai e pedi à ele que comprasse. Por mais sorte ainda ele concordou.
Isso já faz muito tempo, alguns anos.
Dai em diante eu passei quase toda semana indo nessa mesma banca e, conforme os volumes iam saindo, eu ia comprando e fazendo minha primeira coleção (que guardo com maior carinho).
Já esta completa no momento. A segunda coleção que fiz foi do Evangelion, mas infelizmente não esta completa ainda pois falta o Volume 05 somente.
Atualmente estou acompanhando o mangá de Elfen Lied e Bem-Vindo à N.H.K.
Aliais eu gostaria de agradecer Roberta-chan. Depois de ler o seu post eu comprei e adorei (me refiro a Bem-Vindo à N.H.K.). Também adoro Elfen Lied.
Muito Obrigado !!!

animeportifolio disse...

Ótima postagem apesar de minha trajetória como viciado em anime e mangá ser diferente, eu entendo bem o que sente.

PS.: Havia escrito um texto bem grande contando meu depoimento, mas por um erro no wordpress ele acabou sendo apagado, então deixarei meu depoimento para um outra oportunidade.

Juliuzzz disse...

O__O que inveja da sua coleção você parce ter bastante mangas e HQs,espero um dia ter tantos mangas quanto vc^^.
O primeiro anime q eu realmente gostei foi Inuyasha , mas não foi Inuyasha que me iniciou no mundo dos Otakus , foi Naruto , quando eu li o manga pela primeira vez eu fiquei fascinado , depois eu vi Bleach e comecei a ler Shounens como Full Metal e D Gray Man ,e assistir ao extinto Animax, depos disso não tinha mais volta eu virei um Otaku total, e leio tudo que me interessar. Hoje em dia eu gosto de quase todos os generos sendo Shounen Shoujo ou Seinen.

Anônimo disse...

Esse sentido de leitura inverso nas adaptações é uma vergonha, ridículo.

Adaptação porca, incompleta, mas quem faz engabela o leitor dizendo que é "mais fiel ao original", eles são enrolados direitinho, ainda aplaudem e acham ruim se alguém tenta fazer o serviço direito (tem muita gente que lê quadrinho japonês (mangá não é "outra coisa", não faz sentido falar "HQ e mangá", é tudo HQ, da mesma forma que filme japonês não é "eiga", é "filme" mesmo, não precisa ficar usando termo de outro idioma sempre que for falar de algo feito em outro país) traduzido e acha ruim se adaptam o sentido de leitura, acho que a maioria é assim).

Eu penso que se querem ler no sentido de leitura japonês, que aprendam japonês. É muito ridículo essa coisa híbrida, parece que gostam de fazer de conta que lêem japonês só porque os quadrinhos estão da direita para a esquerda. Fora o motivo da adaptação vagabunda/engabelação, outro motivo parece ser só ter o gostinho de corrigir algum "não iniciado" que tenta ler e não entende inicialmente, só para poder falar do sentido de leitura "certo" e se passar por "culto", fazer charminho.

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