terça-feira, 22 de maio de 2012

Comentários: Fate/Zero Episódio 20 ~ See You Nasuverso, Querida!


Build Up, episódio de transição, o silêncio que precede o esporro. Esse episódio de Fate/Zero é revestido de uma áurea agridoce, com diálogos mais densos, embora o clima nem fosse tão pesado assim. Eu não pude deixar de sentir certo aperto no peito, afinal, já está tão perto do fim e a guerra já se encontra em seu momento final, onde os personagens já conversam entre sim, como se fosse à última vez. Como acabei me apegando a esses personagens, confesso que fiquei emocionada com todo esse blá blá blá.

Fate/Zero, que com todos esses monologo, diálogos revestidos de sentimentalismo, se mostra uma adaptação quase que literal. Você às vezes (ou pelo menos, comigo assim), tem a impressão de estar lendo um romance. É uma série que possui momentos de ação que são puro awesomenessss, mas que na maior parte do tempo, acaba se concentrando nos diálogos, sempre pesados ou muito duros. O interessante é que, poderia cair facilmente no melodrama barato, mas não vemos isso acontecer e muito se deve ao excelente trabalho dos seiyuus (e claro, do experimente Ei Aoki). Os personagens em sua maioria, não são possuem uma diversidade muito grande de expressões faciais. Alguns, quando sorriem, inclusive parecem até forçado, mas fica visível em seus olhares, uma certa angustia, que dize tudo.


A primeira parte do episódio é basicamente uma despedida, um breve momento de suspiro. Maiya X Irisviel, Iskander X Wave – É obvio qual a melhor dupla ai, porém, individualmente, Iris e Maiya se destacam à sua própria maneira. Enquanto Kiritisugu mostrava uma expressão facial impassível diante de Iris, esta por sua vez, conseguia com toda sua sutileza, esbanjar sentimentalismo. Acredito que o maior mérito no que se refere a Iris, é sua dubladora, Sayaka Ohara (oh, como eu amo essa mulher). Todo o lado emocional de Iris é passado através da voz – Você olha para o semblante da personagem, e ele se mantem sereno e não dá muitas dicas do estado emocional, mas com uma grande sensibilidade, você consegue sentir essa vibração pela voz da personagem. 

10 internets para quem assistiu Fate/Stay Night, e consegue ver um pouco mais além. O que talvez, tornem as coisas um pouco mais dolorosas, principalmente quando vemos uma Iris esperançosa, sonhando em um futuro melhor para sua filha, Illyasviel, ao lado de seu pai (aqui, é difícil não pensar no desfecho trágico de Illya na rota UBW do visual novel). E que belo presente o Kiritsugu recebeu dela, a bainha de Avalon que a despeito do que Iris sonhava, acaba indo parar nas mãos de Shirou. E apesar de não ter ficado tão claro em Fate/Stay Night, o rancor de Illya por Shirou, acaba sendo justificado (embora, ele não tenha culpa). Sim, ela sempre soube que ele era o filho adotivo de seu pai, até por isso, os ataques iniciais a ele. Okay! Encerro aqui a sessão de spoilers.


O que me deixou realmente com o coração saltando pela boca, foi o bonito diálogo de Iskander, nosso querido Rider, com o seu jovem pupilo, Wave, que demonstra nessa cena uma maturidade ímpar. Ele não apenas tem a iniciativa de ir para a floresta, para reabastecer sua mana, como também não mostra mais aquela insegurança dos episódios iniciais. O momento em que, Rider, pela primeira vez, se cala e não sabe ao certo o que dizer, e dá aquela risadinha sem graça, foi puro mixed feelings para mim. Acho interessante, em como que, com tão poucos episódios, eles conseguiram tornar essa dupla, tão forte e de longe, a mais carismática do anime. A forma como um, se importa com o outro, nos mostra um forte vinculo de amizade e companheirismo. Diferente de, por exemplo, Saber e Iris – Por mais bonito, que seja ver as duas juntas. (>_<)

Agora, vocês sentem pena de Kiritsugu, mas sem dúvidas quem mais sofre aqui, é Kariya e Sakura. E que cena sensacional, a de Berseker adentrando nos pesadelos de Kariya. Até que enfim, nós tivemos um momento onde a personagem mais “porra louca” e despirocado da série, é animado em 2D. Claro que, dificilmente veremos outra cena igual a essa, uma vez que colocar essa fera indomável pra foder (!) com tudo em 2D, mesmo para uma animação cara como Fate/Zero, deve ser algo impensável. Aliás, tá certo que nada nesse episódio, exigiu demais da produção do ufotable, mas há de se destacar que este estava muito bem fluido e se destacando, frente a outros episódios mais parados, que sempre primou por uma cerca economia de animação.


Eu quase mordi meus lábios em dois momentos nesse episódio, de tanto NERVOSO (!!!). Apesar do episódio calmo, eu não consegui ficar indiferente ao que estava sendo exibido. E um desses momentos, foi de Berseker com Kariya. GEEEEENTE, que momento! Foi uma cena curta, mas muito intensa e olha, se alguém ainda tinha dúvidas de qual era a verdadeira identidade de Berserker.... POAAAR! Ficou muito mais obvio agora, principalmente depois de tudo que já vimos em episódio anteriores. Além de claro, do que se entende dos Espíritos Heroicos que veem pela classe Berseker.

-Quem é você?

-Meu nome não é digno de ser pronunciado. Meu corpo é digno de inveja. Eu sou a sombra, lançada pela luz de um Espírito Heroico. A escuridão nasceu a partir de uma lenda que brilha. Assim, eu odeio. Assim, não fico magoado. Eu me alimento com os gritos, daqueles que afundam na escuridão e amaldiçoarei aqueles que brilham.




Berseker e Kariya, é tipo Caster e Ryuunosuke, foram feitos um para o outro. E ironicamente, Berseker acaba se alimentando da mana daquele que sofre, daquele que também se alimenta dos gritos, que se afunda em escuridão e amaldiçoa todo o esplendor, no caso, de Tokiomi. Mas, o cúmulo do absurdo mesmo, é o patife do Zoken obrigar Kariya ingerir um dos germes que se alimentara da pureza de Sakura. Sim, a virgindade de Sakura, o que quero dizer, que ela é estuprada continuamente naquele local por aqueles germes. No Nasuverso, nada melhor pra conceder energia vital a um mago, que fluidos sexuais. O que justifica as cenas hots & picantes entre personagens do visual novel e (já comentei dos tapinhas na bunda, que a Saber e a Rin, levam? Risos, rsrsrsrsrsrsrsrs).... enfim. Dá-lhe mais um duro golpe no pobre Kariya. Infelizmente [para Sakura], nem tudo é alegria, e sobrou para ela a parte mais cruel da história. Nada mais justo então, que a melhor rota de Fate, tenha ela a heroína principal.


Bem, pra encerrar, eu não poderia deixar de destacar o singelo momento entre Maiya e Kiritsugu. “Hmm, Kiritsugu. Você finalmente voltou a ser quem era antes.” – Essa frase acaba ganhando um significado mais a frente e, embora eu continue achando que o corte, para o arco do flashback de Kiritsugu foi abrupto, temos aqui a confirmação que Ei Aoki tem a série na mão, e que sabia o que estava fazendo ao nos levar em uma viagem tão distante e destoante do cenário que estávamos acostumados a ver. Nos mostra que até mesmo Kiritsugu, não é aquela maquina de matar, pura e simplesmente, que parecia. E veja bem, Kiritsugu vem sendo desenhado com uma expressão extremamente abatida e apática, diferente do que vemos, por exemplo, no episódio 16. Dizem que, ninguém conhece mais um homem, do que sua amante. Particularmente, eu [@#¨&!*&+%$#SKDJF], mas realmente Maiya demonstra conhecer o Kiritsugu, muito melhor e mais intimamente, do que Iris. Imaginei que teríamos um curto flashback (talvez, na versão BD, quem sabe), onde mostrariam como os dois se conhecem e se tornam amantes.

Mas não precisou. Toda a cena final já foi suficiente pra expressar o relacionamento dos dois, o vinculo que os une de uma forma sincera e tocante. Maiya sentiu que Kiritsugu, mesmo diante das palavras de despedida da Iris, se mostrara emocionalmente indiferente e resoluto, como nos velhos tempos. Entende-se que ele precisa se manter assim, forte, até o final, porém ele acaba não resistindo a mais uma perda e começa a fraquejar. Impagável a cena dele querendo chorar feito uma criança [literalmente], mas acaba tendo as lágrimas retidas por Maiya, que entende perfeitamente que aquele não é o momento. A importância do fleshback acaba vindo à tona ao vermos o quão reprimido Kiritsugu é. “Você não pode chorar (...). Você é fraco. É por isso que você não deve cair agora. Esta manhã, você parecia mesmo, com o seu antigo eu. Você não pode vacilar”.


Assim, Maiya, acaba sendo uma muleta para Kiritsugu, que sempre se mostra disposta e desviar sua atenção para as coisas que realmente importam. Certamente, seu papel como sua amante, também deve entrar nisso. Lembramos do episódio 03, onde acontece o beijo entre os dois, onde ela tenta descentralizar sua mente, da preocupação que tinha com relação a sua filha, Illya. Foram diversos os momentos, em que Kiritsugu mostrou certa hesitação, sendo as mais explicitas, no episódio 03 e no 07, onde ele realmente considera largar tudo e fugir com Iris e Illya. Já no primeiro episódio, na primeira cena, Kiritsugu demonstra pesar em não ser o pai ideal para Illya. O fato é que, em todos os momentos de dúvidas, Kiritsugu sempre pode contar com o apoio de suas duas mulheres, sendo que com Maiya, o apoio era bem mais efetivo. 

“Illya é ainda mais leve que essa Walther” – Kiritsugu
“Se concentre no que importa, agora. Não pense, em mais nada” – Maiya 



Ao que parece, não importa o quanto ele tente, ele não consegue ser simplesmente uma maquina, desprovida de emoções. Estas, que sempre veem bater a sua porta, para lhe atormentar. O que talvez o diferencie de Kirei, é o fato de Kiritsugu ter muito mais a perder e ele acaba se contradizendo, ao seguir esse estilo de vida e ainda assim, criar raízes. Fica a dúvida/questão, do quanto essas prováveis perdas, contribuirão para o desfecho final. Uma coisa é certa, será [tem tudo pra ser] emocionante. Viram? Só solto spoilers, quando é conveniente, rs. 

Foi um episódio bem agradável, embora com um tom bem duro. Mal vi o tempo passar, o que mostra a excelente execução que teve. Episódios de transição são sempre complicados, mas Ei Aoki parece uma mãe, que desliza suavemente o sabonete na pele de seu filho, sem dificuldades [me superei, agora!!!]. A segunda cena que quase me fez morder os lábios foi com certeza o clifhanger... OLHA... eu prefiro não comentar e peço, para que ninguém solte spoilers nos comentários, mas se eu já não soubesse previamente o que viria a seguir, estaria mordendo as unhas aqui. Será que o grandioso, Rider, seria capaz de algo assim? Até mesmo a Saber, se surpreendeu! Sinceramente, não acho que seja um apelo barato, afinal, há indícios de que, Rider não seria capaz de tal atitude. Mas, quem sabe isso não faz parte da lição que ele quer dar em Saber? Eu poderia ficar bolando algumas teorias [a favor e contra] aqui, mas isso já é com vocês. Eu só sei, que o próximo episódio, a terra vai sacudir, a poeira vai levantar, lágrimas irão rolar e o tão esperado momento, por alguns, finalmente vai acontecer. E ai, é a decisão final, quem tem a razão, Rider ou Saber? Será que enfim, Saber, irá mostrar sua grandiosidade ou será esmagada mais uma vez, por Iskander? Dou lhe uma, dou lhes duas jujubas vermelhas, para quem acertar essa questão. No próximo post, RINDO.


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