Do conflituoso Japão de 1997, para a base militar de protótipos
de testes de combate aos BETA no pacifico Canadá de 2001
Como já esperado, todo o horror do episódio anterior se
dissipou depois do timeskip e somos
introduzidos a um ambiente seguro, onde jovens pilotos de teste do Project
PROMINENCE – Situado na base Yukon, no Alaska, com intuito de testar as novas
unidades TSF na luta contra os BETA –, enfim se reúnem.
Como um episódio introdutório, se comparado com o primeiro,
este foi sem dúvidas melhor executado, com um ritmo mais intenso e uma
narrativa mais dinâmica [embora uma animação mais pobre]. Principalmente pela forma como é introduzido os
personagens e como se dá o desenvolvimento de sua interação: Através de
conflitos e rivalidades. O episódio três já começa apresentando um bom padrão
CGI, que para um orçamento tão aparentemente apertado, se mostrou excelente
durante as batalhas simuladas, embora seja aquele velho caso: Cobre a cabeça e
descobre os pés. Com isso, a animação 2D tende a ficar mais instável e com o
passar dos episódios, e consequentemente a exigência de um maior uso de CGI, o provável
é que caia ainda mais. E até levando
isso em consideração, é até compreensível que falte refinamento ao character
designer.
Voltando ao que eu estava dizendo antes, gostei bastante de
como tudo foi introduzido neste episódio, já começando mostrando um piloto [Tarisa Manandal] em treinamento em uma
batalha simulada em alta velocidade contra uma unidade TSF misteriosa. Ao mesmo
tempo, temos no meio desse simulado, nosso protagonista Yuuya Pontes chegando
em um avião tripulado e se vendo no meio da batalha das duas. Apesar de eu
preferir uma batalha real, esse simulado tinha um toque bacana de tensão e pra
quem não possui o mínimo de conhecimento sobre a série, certamente ficou um
pouco perdido [no bom sentido] na cena, o que deu uma sensação de
imprevisibilidade [dentro dos limites].
Imprevisibilidade. Tai. Esse episódio ao mesmo tempo em que
é eficaz na apresentação de seus personagens, também não revela muito, deixando
muita coisa no ar. A “misteriosa” unidade TSF pilotado por dois pilotos, em
manobras repletas de firulas e com um senso de humor arrogante foi o que mais
me despertou interesse, mas acabou que suas tripulantes, Cryska Barchenowa e IniaSestina, se mantiveram totalmente à margem da narrativa. Mas a intricada
teia de relações que une esses personagens continua. Tarisa é derrotada e se
encontra com Yuuya. A caracterização
é clichê. Ela é tsundere e marrenta, ele mostra uma postura madura e as
situações que decorrem a seguir, são previsíveis, com o conflituoso
relacionamento já padrão principalmente em animes focados no público otaku, mas
particularmente foi divertido. No caminho, Inia se encontra com Yui. Inia que
possui uma personalidade suspeita, gentil demais, mas com um ar meio misterioso.
Mantém um relacionamento afetuoso e fraternal com Cryska – Ao que tudo indica,
temos elementos conflituosos de drama a ser explorado no futuro. Ambas já são
pilotos regulares. Mas durante o simulado só nos é mostrado à perspectiva de Cryska,
confiante em suas habilidades e com um espírito meio sádico.
Conflito. Tai outra palavrinha do episódio. A Base de Yukon é
composto pelas delegações de países invadidos pelos BETA. Yuuya, Stella, Tarisa, Valerio,
todos possuem espírito competitivo e estão cercados por oficiais experientes. Os
diálogos envolvendo Tarisa, Yuuya e sua falta de companheirismo com Valerio [que acabou os levando a derrota], já traz a tona um conflito que talvez leve muito mais além. Essa relação entre países, que estão sendo obrigados a esquecer
de suas diferenças para combaterem um mal comum, pode se algo que acrescentará
bastante ao enredo, dependendo de como desenvolverem isso. Yuuya e Yui, nossos
protagonistas, como mostrado também possuem suas diferenças. Claro que no fim
se é esperado que isso seja superado, mas até lá como isso será trabalhado?
Espero que criem um belo quadro político e que seja desenvolvido de forma séria
e contundente, estourando num conflito em meio à guerra.
Yui que agora desempenha um papel que num primeiro momento
gostei bastante. Ficando mais a parte, num posto de comando em um país
estrangeiro, liderando uma equipe tão diversificada. Se outrora ela e sua equipe
foram os pilotos de testes das unidades mechas XFJ da série TSF, agora ela está
do outro lado. A série nos mostra um sutil diferença entre o que vimos no
primeiro episódio e agora neste terceiro. A simulação é mais pesada, mais
focado em armas combinadas, espírito de equipe e táticas de combate mais
perigosas, levando em conta a forma de agir que os BETA apresentaram naquela
guerra. O que se vê são simulados com piloto mais experientes e expondo melhor
as capacidades das unidades. Mostra um evolução legal e que torna esse universo
palpável, afinal, a equipe de Yui não tinha experiência real alguma, o
treinamento não era tão arraigado, o alto comando certamente não esperava por
um poder de destruição tão potente por parte dos BETA, uma vez que o primeiro
contato se deu ainda em Marte.
Bom, claro que pensando friamente, é papel dos militares
sempre estarem preparados, mas a história nos mostra que a lição só foi
aprendida depois de muito sangue derramado. Foi um episódio de apresentação agradável,
depois do prólogo que tivemos. Acredito que souberam balancear bem as otakices, embora boobs boing boing desafiando a gravidade ainda soem fora do tom.
Agora, momento TV Fama. O assunto do momento foi o
afastamento de Takayuki Inagaki da direção do anime, sendo substituído pelo co-diretor
Andou Masaomi. O que isso significa? Na pratica, não significa nada. Andou
assumiu o cargo por volta do episódio 10, todo o resta já se encontra previamente
feito e com a assinatura de Inagaki, embora o estúdio a partir do episódio três
já tenha creditado Andou como diretor. Especula-se que a falta de experiência de
Inagaki pesou bastante na sua saída da série. Principalmente por animes mechas,
exigirem uma técnica mais apurada, devido à narrativa muito mais acelerada que
de um anime convencional. Imagino eu que ele largou o barco justamente quando
as coisas começaram a esquentar no anime e as situações exigiram uma maior técnica.
O que me deixa ainda mais ansiosa com relação ao futuro, uma vez que sua
direção no episódio foi bem concisa, levando em consideração as limitações
[inclusive, sua falta de experiência]. Curiosamente, ele ainda será mantido na
parte criativa.
"Um monte de perguntas
estão sendo feitas, então eu vou responder o máximo que eu puder. Você pode
perceber se olhar como episódio 3 acabou, o estúdio sobrecarregou-se
trabalhando nos episódios 1-2, e agora está uma bagunça.Além disso, as
correções para a versão BD/DVD vai começar em breve. "
"Inagaki-san é a
pessoa no estúdio que mais entende de Alternative, por isso até agora ele tem dado
duro no trabalho, assumindo cargos que não é de sua função. Para resolver esta
situação, para garantir a qualidade da transmissão do anime na tv e da versão BD,
o sub-diretor Andou-san vai assumir o papel de coordenador, e Inagaki-san
ficará encarregado dos roteiros e storyboards "
“Como o trabalho
avançou em episódios antes do inicio da transmissão, você não vai ver um efeito
imediato na exibição. Inagaki-san trabalhou até o episódio 9, e Andou-san
assumiu em torno episódio 10. Ouvi dizer que a mudança no título ocorreu no episódio
3, porque era um bom momento para marcar a mudança. Então, não é verdade que
Inagaki-san deixou a produção."
"Meu entendimento
é que ele não foi demitido, ele optou pela saída a fim de fazer um produto
melhor. É um gesto muito apreciado.” – Declaração de Kouki Yoshimune, criador da série, na sempre muito polida educação
japonesa. Via Type-94
Destaque: A
OP, Go to the top de Kumi Koda. Me fez requebrar aqui, involuntariamente.
***
Plus: Sword Art Online #02
E voltando com o Double-post [temporariamente], vou fazer uns comentários
rápidos sobre o episódio 02 de Sword Art Online. A direção consegue passar
feeling FOOOODÃÃÃ nas cenas de ação. Te
dá a sensação de diversão que a série pede. Como entretenimento pipoca, a OST
ao fundo, narrativa, a execução, mostra certa competência. Mas não acho que a
direção de Tomohiko Ito faz um bom trabalho de caracterização, assim como no
primeiro episódio, acaba pecando na falta de substância com relação àquele
mundo. Quando eu assisti esse episódio, eu tive a impressão que o sacrifício do
líder foi bem banal e muito pouco palpável, MÃS, lendo os comentários de quem
conhece o original, percebi que é porque ele já estava além de qualquer ajuda.
Bem, por um lado ganha em dinamismo e oferece o que o
público mainstream quer ver, mas sinto falta de um bom pilar de sustentação que
é o básico em toda história de fantasia. Aqui, a condensação de um importante
arco do material original, que visava dá sustentabilidade a relação de Akihiko
e Yuna e caracterizar aquele ambiente, dando consistência para a ação dos
personagens, acaba sendo engolido em apenas 1 rápido e superficial episódio,
quando o ideal seria 3 para um número de 150 páginas. Ambientando legal o
cenário, dando o desenvolvimento necessário para os personagens e justificando
certas atitudes.
Superficialidade demais mata o potencial pra se tornar algo
marcante, mas que diabos, esse episódio foi bom. EU gostei. Foi divertido. Mas ao
mesmo tempo em que quero descobri mais sobre este mundo, sinto uma cratera
envolta do roteiro que impede que eu me envolva mais. Podem me chamar de putinha do Ufotable e do Madhouse, mas
gostaria de ver esse anime por esses estúdios. A1-Pictures faz um feijão com
arroz muito gostoso, mas falta aquele feeling
de blockbuster pra séries "grandes" e uma animação melhor para as
cenas de ação.
Destaque: A OP, crossing Field, cantada pela LiSA. Tem uma
pegada bacana, meio genérica [não sei se pensadamente, mas acaba combinando com
o status de animação pipoca da temporada], mas passando a energia e o feeling
que essa série pede.
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