Kirito, o enigmático cavaleiro alado que irá salvar a princesa em apuros e despedaçar seu coração, agora, em uma nova aventura.
Okay, este foi um episódio com nível de satisfação
altíssimo. A narrativa foi muito agradável, embora se pareça com uma combinação
dos arcos da Sachi e da Silica, só que ainda mais inútil (a verdade é que este foi melhor, mas outros tinham mais potencial se
fossem melhor executados). C'mon, um aspecto bacana sobre MMOs, é o
conceito das guildas dentro do jogo, onde todo mundo pode escolher suas funções
e se orgulham dela, afinal, nem todos fazem o papel de combatentes e para que
aquele mundo funcione, todos precisam desempenhar sua função. Forjadores como Egil
ou Lisbeth, desempenham um papel vital. E eles se orgulham da função que
desempenham. E bem, vemos Liz se orgulhar do que faz, mas o roteiro acabou
optando por outro caminho, que também se mostrou eficaz no fim das contas, mas
que de tão abrupto, soa um pouco forçado, evidenciando a péssima construção de
Kirito.
De toda forma, esse episódio acaba sendo prejudicado pelas
situações já vivenciadas e o fato de Kirito ser um personagem fraco...muito
bonzinho e simpático, mas sem muitas nuances, parece mais um daqueles atores
sem expressão que fazem o mesmo papel em toda novela/filme/seriado/whatever. MÃÃÃÃÃÃS, VÉI, foi um episódio muito bom,
isoladamente. Neste, eu consegui sentir aquela vibe dos primeiros dois episódios,
onde, mesmo eu sentindo tinha algo de muito errado com aquele
desenvolvimento/roteiro, ainda era divertido o suficiente pra poder ignorar.
Light, leve, divertido, mas acredito que seja essa
justamente a proposta de SAO. A coreografia das lutas estava no timing
perfeito, e a trilha sonora certamente foi o grande destaque do episódio. Tirei
o chapéu que não uso para a Kajiura, que fez um instrumental realmente
envolvente que embalou os momentos mais emocionais do episódio – Kirito e Liz
em meio aos cristais, a neve caindo (aquilo
era neve, né? LOL), os dois na caverna e depois a sequência final – que com
certeza, não teriam sido envolventes se não fosse o apoio de uma trilha sonora
como esta. Mesmo o CG do dragão pareceu se misturar perfeitamente ao
ambiente...é um jogo, né? Tudo bem ser artificial.
O aspecto mais interessante do episódio foi o de sentir
sentimentos por alguém, se sentir amado, se sentir envolvido, mesmo sendo
realidade virtual. Isso ai, meu querido leitor, o episódio conseguiu captar o
feeling de uma forma fantástica, esse conceito de realidade dentro de um jogo
como SAO, que para mim é muito efetivo quando feito com sutileza. Liz se sentia
solitária dentro daquele universo virtual, mas na companhia de Kirito, mesmo
que ambos ali fossem apenas dados, conseguiu sentir algo real, não mais sozinha.
E não é assim que é realmente? Catando trechos da light novel, eu adorei esse
quote de quando os dois estão na caverna e se dão as mãos;
“Eu não senti qualquer frieza. Eu senti o calor humano. Eu
senti como se tivesse finalmente descoberto o que era o desejo que se instalara
em um canto do meu coração desde que vim a este mundo. Porque eu estava com
medo de me tornar ciente do fato de que este mundo não passasse de uma ilusão,
que o meu verdadeiro corpo estava em algum lugar distante, inacessível, não
importa o quanto eu tentasse, eu continuei a definir metas para mim mesma e
tudo focado no meu trabalho. Eu me convenci de que aumentar o nível de minhas
habilidades de ferreiro e ampliar minha loja era a minha realidade. Mas uma
parte de mim sempre percebeu que isso era tudo uma farsa, nada mais do que
simples dados. O que eu era carente era de calor humano verdadeiro. É claro
que, o corpo de Kirito também é feito de dados. O calor que eu sinto agora eram
apenas sinais eletrônicos enviados para o meu cérebro me fazendo reagir. Mas eu
finalmente percebi que isso não importa. Eu posso sentir seu coração - seja no
mundo real ou no mundo simulado, esta é a única verdade.” - Volume 2 - Página 72
A forma como começou, onde Kirito e Liz se encontra e se dá todo
aquele envolvimento, foi uma jogada mega hiper forçada, mas o percurso teve um
ritmo ótimo e toda a sentimentalidade, acredito ter sido melhor expressada
neste episódio do naquele da trágica Sachi. Ainda assim, como última aventura
das side-story, conseguiu fazer um link sutil com os episódios anteriores [a morte
de Sachi ainda ressoa aqui] e ainda serviu de desculpa para o Kirito juntar
seus panos de bunda com Asuna em sua guilda. Mas, nem mesmo este episódio tão
envolvente, conseguiu me convencer dessa sua mudança de ideologia, já que ele
vem se contradizendo episódio a episódio.
Bom episódio, com um feeling e execução que acaba o fazendo
ganhar pontos de satisfação e se destacar entre os mais recentes. Pela primeira
vez a ending pareceu casar perfeitamente com a forma como o episódio termina.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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