quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Natsuyuki Rendezvous – Não é Apenas uma História de Amor


Refletindo a inercia do ser humano, Natsuyuki conta uma história em ritmo lento e com envolvente delírio visual.

Sinopse: Drama romântico focado num triangulo amoroso entre o jovem Hazuki, que trabalha em meio período numa loja de flores, sua paixão platônica; Rokka, a dona da loja e viúva de Shimao, que continuou preso na terra em forma de espirito por um pedido inconsciente dela. A série traz questionamentos hipotéticos como, “quem sofre mais, quem vai ou quem fica?” – E como conviver com o fantasma de alguém que é muito querido pra você.

O texto contém algumas revelações do enredo, para melhor imersão na analise.


Comentários: Eu gosto muito quando uma história mesmo seguindo um caminho previsível e terminando da forma como era esperado, ainda consegue te encantar, prender sua respiração, e até mesmo te fazer suspirar – quem sabe!? Natsuyuki Rendezvous em inglês, literalmente significa “A Summer Snow Rendezvous” e em português podemos traduzir como “Um Encontro Gelado no Verão”. Como se nota, o título já é autoexplicativo e é até engraçado a série ter sido exibida justamente no verão.

Eu curti Natsuyuki do inicio ao fim, absolvi cada linha de diálogo, flutuei com uma trilha sonora composta basicamente ao piano, sorri com os personagens, como também senti ódio. Para mim, foi uma boa experiência.

Baseado num mangá josei de 4 volumes da autora Kawachi Haruka, Natsuyuki Rendezvous (2009) é a história que “toda” garota sonha viver.

Temos o jovem ingênuo, sonhador, romântico, lindo, de aparência desleixada, cabelo por fazer e aparentemente frio, mas com uma paixão queimando dentro do peito. Hazuki é daqueles homens que não sabem como reagir toda vez que são tirados da zona de conforto por uma mulher. E por isso ele é tão bonito, toda vez que ele sorri sem graça ou fica sem reação, dá vontade de puxá-lo do vídeo e mordê-lo! Seus impulsos são típicos de um jovem inexperiente, frente a uma mulher mais madura, onde o sentimento de inferioridade inevitavelmente aflora.  Ainda assim, ele visita a loja de flores daquela que viria a se tornar sua tenchou (gerente/chefe) todos os dias, só para vê-la, só para ouvir a sua voz, só para poderem, mesmo que por um momento, olharem na mesma direção. Quem nunca passou por tal situação, em se satisfazer por um longo tempo apenas com um “oi” e algumas trocas de palavras até tentar uma aproximação mais efetiva? 

"Minhas mãos podem cultivar a terra. Podem plantar árvores e e enterrar sementes. Elas podem até mesmo carregar a chefe, mas... eu serei capaz de fazer ela sorrir daquela forma?"




Embora Rokka seja muito mais velha, já na faixa dos 30, isso não parece incomodá-lo nem um pouco. Rokka é linda, simpática, sorridente, ela transmite através da voz aquele ar de mulher madura. É o que atrai ele.

No inicio dos anos 2000, houve um aumento incrível na ficção romântica do Japão, correspondente a uma abordagem idealizada do amor, o “amor eterno”, casto, e puro. Esse fenômeno midiático ficou conhecido como "Pure love boom" , em outras palavras, o “boom do puro amor”. Este tipo de obra tem a característica de ser xaroposa, levar ao choro e portanto a alcunha “Morte-e-choro”. Este fascínio crescente culminou no maior sucesso editorial do Japão referente a histórias românticas; Socrates in Love (de 2004, publicado na versão mangá no Brasil pela editora Conrad) – Que também trouxe outras obras notáveis como Train Man (2005) e Sekai no Chushin de aiwo sakebu (2001). Esse tipo de obra [normalmente] parte do pressuposto do personagem morto, e a sua outra parte romântica que é condenada a viver a vida sem a sua cara-metade. Obviamente, esse fenômeno foi absolvido por outras mídias.

E é disso que Natsuyuki se trata. E é por isso que o foco é em Shimao e sua contraparte, Rokka. E é por isso que em certa altura da história, Hazuki é questionado “Quem será o verdadeiro príncipe desta história?”. A resposta já estava embutida na pergunta, e quem não percebeu, pôde enfim vê-la no episodio final, quando Rokka se agarra em Shimao, chorando, em um estado quase infantil, como uma criança que se recusa a se separar de sua mãe na porta da escola, chegando ao ponto de querer partir com ele. É a história de Rokka e Shimao. É uma crônica em versos da paixão e o amor eterno. A história de uma mulher dividida entre o passado e o presente, o ciúme e a aceitação, entre abrir mão de suas memorias e viver um novo amor, o sentimento [indevido] de culpa por ter continuado viva.


A lógica, e que veríamos no episódio final, é que sim, é possível viver um novo amor, sem abrir mão da memoria daquele amor do passado. Mas, e quando aquele sentimento de inadequação e de perda ainda te aflige por dentro, mesmo depois de tanto tempo? Superar a perde de alguém querido pode levar uma vida inteira – E quando chega a hora, não é comum sentir medo de dar um passo adiante? Pensar que esteja traindo a memoria daquela pessoa, ao se dar ao direito de seguir em frente? Natsuyuki não é apenas uma história de amor, mas de aceitação, ilusão e inercia, com toques de contos de fadas e referências literárias.

A trama é extremamente simples, é aquilo que eu comentei sobre seguir em frente sem esquecer. A complexidade vem dos sentimentos contraditórios dos personagens. E em Natsuyuki há apenas três personagens [qualquer outro é mera figuração e mal parece na tela] que realmente importam, deixando a história com enormes parcelas de diálogos internos e monólogos. É raríssimo encontrar uma série que seja tão extensiva em monólogos, mas é justamente pelos pensamentos íntimos desses personagens serem tão expostos, que é fácil entender seus sentimentos contraditórios [como também, é por isso que tanta gente achou chato], embora eles mesmos não entendam.

Podemos dividir a história em duas partes. A primeira, a mais elogiada, é arrebatadora, com um começo surpreendente. Pra quem gosta de pensar em gêneros como compartimentos estancados terá certo problema em aceitar os rumos da trama. Enquanto a primeira metade parece caminhar paro o típico romance de conquista e crescimento do relacionamento com pinceladas de comédia e drama...

Rokka -Apesar da minha idade, sinto como se estivesse flutuando
Rokka -O que foi?
Hazuki -Estou rezando.
Hazuki -Talvez devesse fazer isso no Templo Burabo, mas...
Rokka -Bura...?
Hazuki -Se for verdade que não temos como saber do futuro, então é possivel que eu tenha chances, chefe?
Rokka (pensamento)-Ele é realmente persistente...
Hazuki -Acho que uma vez ouvi uma música sobre como segurar as mãos transmite sentimentos. (referência a "I Want to hold your hand", dos Beatles)
Rokka - Acho que estou sendo encurralada pela sua juventude. 
Hazuki - Não fique agindo como um tia velha!
Hazuki - Eu amo essas sua mãos calejadas. 
Rokka - quê...espere!
Hazuki - São as mãos de uma trabalhoda incansável. 
Hazuki - E elas tem o cheiro do sol.
Rokka - Ei... Hazuki-kun...
Rokka - Isso não é justo!
Rokka - Você não deveria.
Hazuki - Mas você não está odiando, não é!?
Rokka - Diga, por que você está tão energico hoje?
Hazuki (pensamento) - Porque o fantasma não está aqui.

[Hazuki... sempre atormentado por um fantasma do passado, tentando vencer alguém que já morreu. E Rokka querendo se entregar, mas negando]


... a segunda tem tons de melancolia, numa narrativa cadenciada como se refletindo a apatia de seus personagens. Rokka não entende o motivo de um jovem como Hazuki se interessar por uma mulher tão mais velha como ela, mas ainda que se sinta confusa e divida, depois de tanto tempo sem tocar em um homem, seu corpo torna evidente o quão atraída sexualmente ela está. Porém, entregar seu corpo é bem mais simples que entregar seu coração, questão de química [ela fez sexo com Shimao, pensando que era Hazuki]. E aqui Hazuki, com todo o seu amor, busca equivocadamente uma Rokka do passado que não existe mais, um sorriso que ela deu pra outro alguém, enquanto tenta apagar a existência de se ex-marido, procurando ocupar o seu lugar.

Rokka nega-se a tirar o véu de luto por insegurança/fraqueza e sentimentos de culpa ao achar que estava substituindo seu grande amor. Shimao, o personagem mais exposto aqui, é o marido que sob sua aparente abnegação e segurança, se mostra o mais fraco e possessivo. Enquanto Rokka e Hazuki são passivos a toda a situação, dando dois passos pra frente e um para trás, em comum entre os três, a imaturidade e incapacidade de aceitar as coisas como elas são. Como podem ver, são sentimentos genuínos e verossímeis.

Essa quebra de narrativa é bem comum; Madoka Magica só descontrói o gênero Garota Mágica a partir do episódio três. Romeu e Julieta, de Shakespeare, só vira tragédia depois que o casal apaixonado se casa, antes disso é um drama romântico deliciosamente leve, com direito a algumas excelentes cenas cômicas. Natsuyuki segue pelo mesmo caminho, eleva o coração do espectador na empatia com o casal Rokka e Hazuki para, depois, jogá-lo bem do alto na cena onde Shimao toma posse do corpo do jovem apaixonado. 

É o ponto de virada da história, onde alguns a critica, mas para mim, a melhor parte. A cereja do bolo é a relação entre diálogos e imagem. Amor? Natsuyuki não se preocupa em explorá-lo, mas pontuar os erros dos personagens, e no processo, constrói vínculos entre os personagens e seus diálogos internos versados numa poesia banal cotidiana, e seu expectador. Ao mesmo tempo, constrói verdadeiros poemas visuais numa textura que remete e desenhos pintados a lápis de cor.


Shimao - "O pequeno príncipe que teve muito tempo em suas mãos, carregava um lápis de cor ao invés de uma  espada"

Rokka - "Sinto a falta dele"




A abordagem de Natsuyuki é daquelas que legitimam as animações em geral como arte narrativa. Vemos as ações dos personagens, a forma como Shimao tenta seguir adiante ao se desfazer de todos os seus apetrechos materiais, como Rokka se sente perdida e confusa ao se retirar em uma fuga a fim de reviver suas memorias, como Hazuki ainda não amadureceu, e compreendemos e nos desesperamos (mentira, eu amei os três andando em círculos, perdidos) por um crescimento por parte deles porque a dimensão do que assistimos é maior. Isso acontece pelo que a mídia visual consegue insinuar, por sua eloquência naquilo que as personagens não dizem e não mostram.

No meu texto de primeiras impressões, comentei o quão Natsuyuki às vezes me lembrava um filme frânces – e o que mais se destaca na série é justamente o diálogo através do silêncio, e ação através de palavras. Sentidos através do vácuo. Natsuyuki se utiliza da linguagem comum do shoujo [as firulas visuais] que é a interação do ambiente com a personagem, através de diversos efeitos visuais. Em Chihayafuru, toda vez que um lírio é desenhado na tela, é como se fosse uma comunicação direta com o lado instintivo do expectador. Todo o cenário é simples para destacar aquele ponto e aquela personagem. Em Natsuyuki temos muitos flores, brilhantes, saturadas, amarelos limão, rosa magenta e etc, em contraste com um apartamento totalmente liso [assim como é todo o cenário do mundo real de Natsuyuki em seu silencio ambiente sugestivo], e uma Rokka apática, desajeitada, se rastejando. Não preciso dizer o quanto isso revela do seu estado de espirito. E o que eu mais amo no shoujo/josei, é essa sua capacidade de ser menos “linguagem de cinema”, como [como geralmente são] shounens e seinens, e mais “linguagem teatral”. Claro, homens normalmente são seres muito mais visuais e por isso a necessidade dos seus demográficos serem mais diretos.




Assim, Natsuyuki agrega o melhor que uma narrativa pode oferecer que é o silêncio falar mais intensamente que palavras e combinar perfeitamente linguagem visual com diálogos que parecem banais, mas que dizem muito através das metáforas. Ser abstrato é paradoxalmente o que o torna tão bom e ao mesmo tempo chato, porém a intensidade do enredo é tão grande que Natsuyuki consegue ser agradável, mesmo que você se pergunte o porquê, e maior qualquer deslize.

E as flores em todo o seu brilho são relacionados e fazem um contraste com a fragilidade dos personagens – onde metaforicamente uma flor tem uma vida tão curta como a dor ser humano se preparando para florescer, e quando florescem, é neste curto tempo que se mostram ainda mais bonitos, e também vulneráveis. Isso é sobre Rokka. E sobre Shimao e Hazuki, que a vêm como uma flor frágil a ser protegida. E cabe diversas abordagens. O problema de Shimao é aceitar que ela siga adiante, que ela não irá brilhar apenas para ele. O de Hazuki é tentar duelar com o passado, procurando uma flor que só existe em seus delírios. Rokka não deixou seu grande amor partir em paz, não consegue se desprender do passado e é fraca, preferindo sempre a fuga. O amor é egoísta. O ser humano é imaturo diante desse sentimento complexo.

E por isso, Hazuki mergulha num mundo que é tão lindo e solitário ao mesmo tempo. Além dos diálogos entre Shimao e Rokka, o que mais me encantou foi sem dúvidas as referências metafóricas a contos de fadas. A Pequena Sereia, onde Rokka é Ariel, traz o dilema onde ela precisa escolher entre ficar submergida sob as águas com Shimao e seguir com seu príncipe. Não, é sobre Hazuki preferir ficar submerso, a encarar a realidade. E quanto mais Hazuki se sufoca em não entender seus sentimentos – com uma Rokka [Polegarzinha] que só existe em sua cabeça, ilusória como todo aquele mundo, tentando ser exercer o papel do príncipe – ele se afunda cada vez mais e se distância dela, enquanto Shimao se mostra cada vez mais perto.




Mesmo os diálogos que parecem não levar a lugar algum, revelam todo o desenvolvimento abstrato de Hazuki, contrapondo [ironicamente, já que o morto é Shimao] o desenvolvimento expositivo de Shimao. Ele diz que odeia ter que seguir os passos do fantasma, preso ao passado, mas é totalmente passivo e sentimentalmente confuso; “Então, o quê? Isso não tem nada a ver com eu jogar a toalha ou não”. Na referência à Branca de Neve, a Polegarzinha [Rokka] está adormecida pelo veneno da maçã [pode ser referente ao estado letárgico da Rokka real], e quando Hazuki tenta exercer o papel do príncipe que irá salvar a princesa indefesa, a Polegarzinha desperta do seu [falso] sono para impedi-lo; “Você não pode ser o meu príncipe”. A metáfora é implícita e nos traz a ideia de Hazuki a todo momento a viu mais como objeto a ser conquistado, a princesa solitária no alto da torre precisando ser salva, e não como a mulher pelo qual estava apaixonado. Mas esse papel não é dele.


Hazuki - "Eu quero andar perto dela, mas a distância entre nós não está diminuindo"  


"Você não consegue entender alguém até que você se coloca em seus sapatos." – E aqui, enfim Hazuki que partiu para sua jornada de autoconhecimento naquele mundo imaginário começa a compreender seus próprios sentimentos ao se colocar simbolicamente no lugar de Shimao. Seu amor era despropositado, unilateral, onde ele se colocava perseguindo os passos de Shimao, como representado no episódio 09 com os três caminhando sobre a linha vermelha, tentando alcançar e derrubá-lo, para chegar a Rokka. Hazuki tinha a imaturidade típica da juventude, cego e agindo infantilmente e apressadamente, onde quando ameaçado no episódio 10, a ficar preso para sempre naquele mundo de sonho/ilusão, foi sua jornada de amadurecimento. Particularmente [e gosto de ver por esse ângulo], para mim a presença onipotente de Shimao nunca existiu de verdade, sempre foi um fantasma criado pelo casal como obstaculo entre eles. Rokka é apaixonada por ele, mas é a Shimao que ela ama, sempre amou. Não há como comparar um sentimento de uma vida, com algo que acabou de acontecer. Ou ele aceitava isso, ou ficaria preso àquele sentimento de frustração e torturado por fantasmas do passado. “Eu acho que eu ainda não consigo superar Shimao-kun...” –E não precisa, Rokka, basta você aceitar que ele não está mais vivo, e seguir em frente com a sua vida.

Natsuyuki tem seus momento confusos, não tão claros, e fiquei bastante perdida inicialmente entre os episódios 10 e 11, ainda que  todo momento se mostrasse extremamente cativante para mim. Mas, revendo algumas cenas entre os episódios, que entendi que a intenção não era tornar os personagens melhores [Rokka não é tão ativa e forte como poderia ser, nunca foi, e é o que a torna crível], mas fazê-los aceitar a realidade. Rokka e Hazuki foram capazes de aceitar o que já passou, e construir uma vida nova juntos. Uma vida que por mais eu tivesse vontade de ver, não era parte da história (poderia ter um gaiden de 1 volume, só focado neles). Hazuki fecha a história, permanecendo ali até o fim, simbolicamente se mostrando presente na vida dos dois enquanto viverem. É assim que é... uma pessoa querida pode morrer, mas ela nunca irá desaparecer de nossa memorias enquanto vivermos. E enquanto Hazuki e Rokka viveram, o Shimao permaneceu vivo ali entre eles. Foi assim que interpretei, quando enfim ele se lança ao infinito no final.


Hazuki - "Com sua permissão, podemos comer o seu marido juntos.Se for uma questão de ética, podemos lamber juntos pra experimentar."





Natsuyuki é um drama romântico incomum, tem seus momentos bem humorados, mas, essencialmente é um drama. Com uma narrativa que nos brinda com o idealismo do amor eterno, se torna diferente de, por exemplo, Ano Hana e sua abordagem melodramática, que de certa forma também trata de superação e aceitação. Natsuyuki é mais maduro, não é melhor por causa disso, mas é um charme e tanto quando normalmente animações privilegiam comédias românticas e ímpetos hormonais dramáticos. Natsuyuki é suave, é calor [Natsu] e inverno [Yuki], sentimentos complexos numa história simples, e é por isso que gostei tanto, e pra mim, se tornou uma história maravilhosa.

Ps.: Direção pontual, e animação média, mas eficaz nos mínimos detalhes, do gesto minimalista de um personagem, à coloração do cenário, até uma trilha sonora envolvente e apaixonante. 

Ps².: Também fiquei surpresa ao ver que o neto dos dois aparece no final (>\/<). Se fosse novela espirita, o Shimao teria reencarnado como filho deles.

Ps³: Menção honrosa para meus seiyuus queridinhos, Jun Fukuyama e a Sayaka Ohara como Shimao e Rokka.



Nota: 08/10
Diretor: Kou Matsuo
Roteiro: Kou Matsuo (todos os 11 episódios)
Estúdio: Dogakobo
Episódios: 11
Ano: 2012
Similar: Ano Hana, Socrates in Love, Byousoku 5 Centimeter, Paradise Kiss (me julgue), Ichi rittoru no namida

Leitura recomendada (com um ponto de vista contrário):
Natsuyuki Rendezvous – Conclusão

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