Eu vejo lolis/ com que frequências?/ A todo instante.
Vejam como é irônico, olhei o preview do episódio 10, e esperei algo agradável que não veio [apesar das imagens me deixarem com pé atrás]. Novamente dei uma olhadela no preview do episódio 11 e vi uma loli, a vida no campo, Asuna sentada em cima de Kirito e vários comentários revoltados no twitter. Pensei comigo “eita porra, pelo visto, vai ser neste episódio que eu vou droppar SAO da minha vida”. Mas, não é que eu fui pega completamente desprevenida, com um episódio belíssimo? Com cara de Side Story, mas, a melhor que SAO já teve. Vamos por partes.
Nos comentários do episódio anterior, realmente faltou amor
no meu coração, mas isso não afetou meu julgamento. Sempre procuro ser justa
com o que assisto, gostando ou não, e a impressão que aquele episódio me passou
foi de uma completamente desordem; mal executado, sem clima, um amontoado de
ideias porcamente jogadas na tela – Há três subtramas no episódio, comprimidas como
se fosse um vídeo clip de imagens fragmentadas. Não questionei o que foi feito,
questionei a forma como feito.
Contudo, devo dizer que fiquei hiper feliz com a discussão
de alto nível e debate de ideias. O conflito que surge de impressões opostas é
sempre algo bacana e que faz parte da diversão que uma série oferece.
“É foda quando a reviewer faz a crítica na TPM... HAUHASUAS” – Eber Júnior
HAHAHAHAHA confesso que eu ri, achei divertido a crítica,
mas pouxa, sangrar todo mês é zica! Não brinque com coisa séria!
E voltando ao episódio 11, que execução maravilhosa, que
feeling bacana. E convenhamos que o anime de SAO é mediano, mas consegue ser incrivelmente
agradável quando a direção não tem crises de ejaculação precoce! Se o forte de
SAO é a interação [ao menos essa primeira saga], não faz sentido fazê-lo
apressado. Este foi um episódio pra lá de banal, assim como a presença da Yui, e
todo aquele feeling de “Kirito e Asuna brincando de casinha”, mas pontuado por
diversos momentos criveis e divertidos.
1) Quando você para, e fica olhando, vigiando o sono de
alguém, é sinal de amor e carinho. Ficar olhando você dormir, mexendo no seu
cabelo enquanto dorme...amo tudo em você – É isso que este ato quer dizer no
silencio de um olhar e em meio a um sorriso bobo. E também pode ser resumido
naquela letra do Caju [Cazuza]; Que
prazer mais egoísta/O de cuidar de um outro ser. Quando Asuna questiona o
fato dele parecer uma criança dormindo, e questiona a possibilidade dele poder
ser mais novo que ela, aqui o autor consegue ser sútil sobre o sentimento mais
básico de um ser apaixonado, que é o de cuidar do outro e isso aflora
principalmente quando este outro está indefeso, fragilizado. E quer momento
melhor para isso vir à tona que não, durante o seu sono?
Sério, sei que estou sendo muito mulherzinha agora e muitos
aí devem estar se retorcendo, mas eu fiquei completamente abobalhada com Asuna
acariciando Kirito. Rindo de orelha a orelha, como se fosse minha mãe
assistindo novela. Que vergonha! Também vale nota dizer que sim, eles fizeram
sexo galera. Eu procurei pra ler, mas o material tá censurado e o doujin
hentai....bem, eu olhei e passo. Mas, uma amiga minha comentou que a Asuna goza
3 vezes!!! Kirito, você é Deus cara, pena que não é o meu tipo de husbando. Meu
tesouro do reino suspenso da babilônia é todo do Gilgamesh. E sim, a atitude da
Asuna é típica.
2) Mas também muito meigo foi Asuna indo pra cama de Yui.
Ali nós vemos seus instintos maternos aflorados, principalmente porque o ser
humano quando se sente muito acuado, num ambiente fechado, numa capsula a parte
do mundo lá fora, ele se sente muito fragilizado, o que resulta ou na perda
gradual da sanidade, ou no apego exagerado. Claro, o mundo de SAO é amplo, e se
parece com o mundo real, mas eles ainda estão presos, e num mundo hostil
[embora a série deixe muito a desejar nesse quesito, tsc]. "Não faz muito tempo, mas
ter ela aqui faz eu me sentir em casa", diz Asuna, que procura no
MMORPG, uma fuga da realidade, como muitos de nós às vezes, mas que sente a
falta do mundo real e suas vibrações. Afinal, o virtual nunca irá substituir o
real, e esse aspecto de Asuna extremamente apegada em Yui é muito bacana, pois
representa a personagem se agarrando ao efêmero e tangível pra continuar se
sentindo viva. O que é irônico, pois agora ela tenta fugir é da realidade
virtual e criar laços [algo que, parece, implicitamente ela era avessa no
inicio].
3) A busca pelo efêmero é pontuado em boa parte dos
episódios, com belíssimos cenários que parecem ter saído desses sites paisagísticos.
Kirito e Asuna correndo de cavalinho (...),
parando pra colher frutinhas (tô rindo
aqui, é brega, mas o amor é isso gente) – aquela parte da Asuna
comprimentando o velhinho e o Kirito envergonhado me fez rir elasticamente. Garotos...
– e até mesmo a parte da história fantasmagórica, são representações típicas de
um casal em inicio de namoro que foram transcritas com veracidade e beleza para
a tela. Menosprezar tudo aquilo se referindo ao mundo real, é como desassociar e
fazer pouco do que estão vivendo ali, o que me faz gostar da atitude Asuna para
com Kirito, quando ele questiona seus sentimentos.
Em suma:
Claro que entendo perfeitamente quem possa odiar este episódio,
afinal, não acontece nada de efetivo em boa parte do tempo e possui uma
narrativa que é pra se deixar sentir com a alma. Ainda assim, há fatos
interessantes a se destacar e que deve agradar a quem o achou muito parado. O
exercito que fora introduzido de forma abrupta no episódio passado, dá as caras
novamente. O que é bom. E trás uma pergunta; O que acontece quando você prende
um grupo de pessoas num ambiente isolado, sem leis e sem regras? Exatamente! O
mais forte é quem manda. Ainda que este exército seja formado por um bando de
personagens idiotas e cartunescos, revela um lado da história que provavelmente
será explorado no próximo episódio, e que certamente possui uma ligação direta
com a personagem Yui. Eu só espero que o anime consiga manter um bom padrão...
Também tem o fato de Yui ser nova demais para estar em SAO,
já me soltaram spoilers, mas vou segurar porque provavelmente deverá ser
explorado no próximo.
A dificuldade maior de uma adaptação de Light Novel para
anime, certamente são os monólogos. É outra mídia, e o audiovisual é atrativo,
mas nunca irá superar a mídia escrita neste aspecto, fazendo que por melhor que
seja a adaptação sempre fique abaixo do original [um aspecto que um anime leva
vantagem é no quesito ação, quando é adaptação de Visual/sound Novel ou Light
Novel]. Em SAO, acaba sendo um pouco mais complicado devido à mecânica. Mas não
é este o papel do diretor? Fazer com que a adaptação se torne, não fiel ao
original, mas compreensível a uma outra audiência, sem muitos furos? Quando um
produtor contrata um estúdio, que por sua vez designa algum diretor para aquele
trabalho, ele está fazendo isso; “tome, a
pica é sua, resolve”.
Então, antes que essa trama seja abandonada em prol de
outra, espero encontrar respostas para coisas como; se havia 10.000 cópias do
jogo vendidas para o lançamento inicial, se supõe que as pessoas que tiveram
acesso às cópias foram jogadores hardcores. Então, espero que a série preencha
essa lacuna, informando ao espectador o motivo de terem velhos e crianças ali,
afinal, não vejo essas figurinhas presentes numa multidão de gamers formando
fila para compra-lo. Assim como outras lacunas, claro.