domingo, 30 de dezembro de 2012

5 Luxos & 1 Lixo: Endings Da Fall 2012


A Temporada de Verão chegou ao fim, mas os encerramentos vão continuar me pauta aqui no ELBR.

Ao menos, durante este post, o último “5 Luxos & 1 Lixo” de 2012. E dessa vez foi até que relativamente fácil escolher, afina, encerramentos são aqueles que geralmente recebem um menor grau de atenção. O curioso é que alguns neste post conseguem se sobressair às aberturas. Menção honrosa para as de Shinsekai Yori, Uchuu Kyoudai, que poderiam perfeitamente fazer parte deste post (eu queria falar sobre a de Shinsekai, mas não tinha vídeo. Maldita indústria fonográfica japonesa!)

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#01 Sakurasou no Pet na Kanojo (DAYS of DASH – Konomi Suzuki)



A música não é marcante, mas gosto da forma como eles trabalham com os clichês de aberturas e encerramentos, aqui. Aquela coisa onde todo os personagens se encontram e vão seguindo pra algum lugar, sabe se lá onde, correndo ou andando, ou mesmo voando. Sempre rumo a alguma direção que irá culminar com todos juntos nos segundinhos finais. Em Sakurasou isso é driblado já no começo, com um personagem masculino em primeiro plano onde predomina uma paleta de cores em tons aquáticos lilás e desenhos rabiscados à lápis – Mas na abertura da sua camisa, temos uma personagem andando velozmente. O bacana é como se esses dois planos se contrapões, e se movimentam em conformidade. O plano da personagem é muito mais colorido e com vida, e não demora para que a câmera abra todo este plano e destaque os outros os personagens correndo. Com um cenário feito à lápis que se coloca como um recorte na fotografia, temos pelúcias gigantes com cores fortes se digladiando nele. A ideia parece ser de que a figura masculina de alguma forma tornou a vida daquelas personagens muito mais colorida e divertida. Seria isto? Enfim...

É agradável de se assistir, e aqui também a música acaba entrando bem antes do encerramento, e o episódio continua para um gancho final logo após os créditos. Ter um encerramento em sintonia com o final do episódio, sempre contribui para manter o clima. Principalmente em animes que adoram ter mais alguns segundinhos após o encerramento.


#02 Tonari no Kaibutsu (White wishes – 9nine)


Certo, a abertura de “Meu Monstrinho” (rs, entendedores vão entender) é excelente, e fazia por merecer um lugar no último post, mas ainda não gosto da música. Agora, "White wishes" é aquele tipo de música onde a gente para bem no meio do shopping, e começa a cantar em voz alta e a fazer maneirismos, com as pessoas em volta com olhares de reprovação/julgamento.

Mekuru mekuru fuyu no peeji naitari warattaaaaaaari-neeeeeeeee

Na versal FULL, você percebe que esta musica é espiritualmente natalina, o clip com as meninas do 9nine's tem como plano de fundo exatamente elas como mamães noel. É fraca, mas o tom alegre e levemente romântico com as personagens ao fundo cantando em coro reflete bem o espirito de uma série como Kaibutsu-kun. E Kotomi Deai, responsável pelo desenho do encerramento, conseguiu captar magistralmente essa pegada de “natal branco” da música, sem escorrer para o clima natalino propriamente. O que eu quero dizer, é que a forma como os personagens são inseridos naquela fotografia cheia de cores e brilhos, com direito a cristais deslizando pela tela e o look que estão usando, reflete perfeitamente esse clima de natal branco, mas não é tão explicito. E caramba, eu não via um seguimento de encerramento, ou mesmo abertura, trabalhado de modo artesanal assim desde Usagi Drop. É desses que faz a espera pela cena final do episódio valer a pena. A forma como os personagens são desenhados, a cores usadas neles, assim como toda a fotografia, emula a técnica de pintura acrilic on canvas.

Com destaque para as cores usadas e o traçado, que pela suavidade, dão a impressão de serem desenhos crus com lápis preto e coloridos, mas que na verdade estão mais para desenhos pincelados graciosamente numa tela.


#03 Chuunibyou demo Koi ga Shitai! (INSIDE IDENTITY – Maaya Uchida, Chinatsu Akasaki, Azumi Asakura , e Sumire Uesaka)


Sim, sim, sim, um encerramento cantando pelas dubladoras das personagens mais fofas e apertáveis do anime; Maaya Uchida (Rikka), Chinatsu Akasaki (Nibutani), Azumi Asakura (Kumin Tsuyuri), e Sumire Uesaka (Dekomori). Chuu2Koi foi um anime repleto de peculiaridades; que não cabe comentá-las aqui, mas há de se destacar a escolha dos seiyuus para cada personagem. Nomes populares no nicho otaku, encabeçado por Jun Fukuyama (Yuta). Mas o destaque é mesmo a bela animação de encerramento, não tão frenética e capaz de causar convulsões, como a abertura, mas que segue a dinâmica imposta pela música cantada de forma tão efervescente que me fazia ficar balançando as pernas e seguindo a coreografia das personagens com as mãos e a cabeça. Remexe todo o corpo neguinha! YEAH YEAAH YEAHH~!

Definitivamente não é nada original, todo o framework é chupinhado dos encerramentos de K-On! – De “Don't say Lazy”, à “Listen!”, mas não é que ficou um resultado final muito bom e em certo modo, até criativo?! É praticamente um clip musical. A sequência com o plano de fundo todo branco, e a Rikka ao fundo dançando desajeitadamente uma coreografia que exala o mais puro amor, batendo os pezinhos um no outro e fazendo biquinho, faz o meu coração bater descontroladamente. Admitamos que ficou realmente adorável. Artisticamente, se trata de um encerramento excelente, com bom uso das cores, objetos sobrepostos, filtros, e um fotografia irretocável. KyoAni como sempre, incrível quando o assunto é animação para tv. 


#04 Psycho-Pass (Monster with no name – EGOIST)




Essa já característica subida de tom em “Monstro Sem Nome”, ainda com o episódio rolando, antes de começar o encerramento com o vocal da Chelly, aumenta ainda mais aquele feeling de “seriado policial” que Psycho-Pass passa, principalmente nos primeiros episódios. O mais bacana é que os acordes iniciais sempre são alterados, de acordo com gancho deixado ao final de cada episódio. E não apenas os acordes. Se você acompanha por karaokê (as letras da música, porém alguns fansubs não a traduzem), deve ter percebido que sutilmente as letras também são alteradas, de acordo com o final do episódio. 

Sempre abrangendo dois personagens, Akane e Kougami, a partir de suas perspectivas, sempre modificando algumas estrofes. Ora as letras se referiam à vingança e obstinação – Provavelmente a de Kougami com relação à Sasayama e Shougo. Com trechos como “nasci atrás das grades” e “desejo de vingança”, é difícil não se tratar de Kougami. E em outros momentos, a letra parece se concentrar em Akane, em trechos como “Como queira, eu lhe darei a sua justiça”, e a partir do episódio 08, novas linhas foram modificadas; “Eu quebrei e tive um colapso”.

Enfim, um encerramento que traz diversas verdades escondidas sobre a série (nos minutos finais, onde todas as personagens aparecem fichadas pelo Síbila, há a uma pequena descrição daquele universo, explicando que todos agora vivem em pequenas ilhas isoladas uma da outra, com um sistema de justiça em comum) com imagens sobrepostas e um filtro reminiscente de séries policiais, com paletas de cores predominantemente azuis e escuras. A imagem final é um reflexo disto, embora lembre bastante Cowboy Bebop. A melodia, com a banda fictícia criada em Guilty Crown (tal qual acontece com as garotas do Girls Dead Monster em Angel Beats!), tem umas batidas eletrônicas que ganham suavidade na voz da Chelly que vai num tom só, mesmo quando a melodia se torna mais dinâmica. Dá vontade de ouvir em looping.

#05 JoJo'sBizarre Adventure (Roundabout – Yes)


"Roundabout" é uma música pra lá de rodada, já apareceu no seriado Fringe, foi tema de filme, game, e é também uma obra prima do rock progressivo concebido pela banda britânica Yes. Deixando de lado Jojo ser ou não um bom anime, o cuidado técnico da staff do estúdio David Production é incrível e se mostra aparente na cuidadosa escolha da trilha sonora; de hits clássicos, à BGM’s e músicas que são uma ode à velha e boa safra do ‘rock and roll’. Para uma série descaradamente oldschool que retrata a cultura de uma geração, tentar dar uma roupagem moderna seria descaracteriza-la.

A música que começa [em sua versão tv] com um acorde de piano de trás pra frente, seguido harmoniosamente por um dedilhado maravilhoso de violão e um riff orgasmante de baixo, com [poucas] batidas de bateria; sempre técnicas e sensíveis. A letra é completamente sem sentido, a sincronia entre música e o que se vê na tela se dá através dos instrumentos e da voz de Jon Anderson, com a belíssima sequência com o sangue escorrendo através dos hieróglifos; com duas figuras, onde uma golpeia a outra com um golpe fatal. Simbolicamente, é como se fosse o sangue desta vítima. Nota-se também que a figura que desfere o golpe, aparenta estar de usando uma máscara, além de ter feições cruéis.

A sequência com o sangue circulando por todo o hieróglifo com as imagens de George, Erina Pendleton, Jonathan Joestar ostentando o seu cobiçado anel e por fim, Dio – Todos como se fossem figuras holográficas, encerrando com o sangue que escorrera pelos hieróglifos dando vida à mascara da pedra. Oras, temos aqui um encerramento à altura, daquilo que foi o arco Phantom Blood. E a suavidade pulsante da música de encerramento, faz um contraste interessante com a agressividade enérgica da música de abertura. 

01 Lixo

[K] (Tsumetai Hiya, Hitori – Mikako Komatsu)

Uni, Duni, Duni Tê... não, não tem graça bater em cachorro morto. Vamos pegar alguma que se destaque.

Qual? Ah, já sei!


Eu gostei desse encerramento de [K]. Só na primeira vez que eu vi (embora eu só assisti mesmo o primeiro episódio). A nudez exposta de uma forma quase artística. Em meio a explosões de galhos florais, bolinhas de neve, e muitas cores. A neko girl faz poses provocantes, mas mantém por um tempo o semblante sereno, meio ingênuo, como se estivesse acabado de acordar, para depois soltar um sorriso bobo. Com competência, a câmera sempre pega os melhores ângulos e coloca em destaque suas curvas insinuantes. E ela é gostosa, WOW, WOW, WOW!! A composição de cena é muito boa, e os enquadramentos dinâmicos, com a música suave ao fundo, com esparsos dedilhados de teclado, dão um certo feeling de inocência pecaminosa que parece querer alcançar “O Nascimento de Vênus”, ao fazer uso de uma composição meio artística para expressar luxuria e emoção. Bom, fica devendo na última. E apesar do esforço, acredito que o único incentivo para se assistir este encerramento, é a garota nua. Músicas lentas, geralmente não são muito convidativas em aberturas e encerramentos, e Tsumetai Hiya, Hitori por si só não é muito marcante, e passa despercebido, perdendo em atenção para a neko.

E apesar do bom enquadramento, todos os efeitos soam preguiçosos. Eu sou mais este encerramento, simples e eficaz na ideia a ser passada. 

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