sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Comentários: PSYCHO-PASS #12 – Encruzilhada do Diabo


Depois de, nem tão longas assim, duas semanas, voltamos com a programação normal.

No momento que escrevo este texto, está caindo uma chuva torrencial lá fora e eu estou completamente admirada. Não sei se é normal, mas tenho fascínio por tempestades. O que isso tem a ver com o post? Nada, rs. #trollface


Yaaaaaaay, um arco inteirinho dedicado à [minha] Yayoi. Será que vai rolar AQUELA pegada com a doutora Shion? Hã? Hã? Yayoi ficou uma graça de IDOL, o que mostra que ela sempre teve um ótimo senso de moda, mas confesso que fiquei um pouco decepcionada por não terem mostrado ela em plena atividade, tocando guitarra.

Agora, sobre o episódio em si, agradável – Claro que não se compara com o anterior, mas eu me vi agarrada ao vídeo do inicio ao fim, completamente envolvida com a narrativa. Créditos para a boa direção do episódio, que tornou a execução mais atrativa que o roteiro. As ações dos personagens é que realmente se destacam. E mesmo quando estas ações são mínimas, os enquadramentos instintivos, frases de efeito e a BGM te deixa submergido nas sequências. Soa um pouco artificial em alguns momentos, mas acredito ter sido a pegada de ação policial, que fez deste, um episódio agradável.


Terminado o episódio, eu fiquei um pouco pensativa sobre os motivos que levaram Yayoi a se tornar uma justiceira, por ser algo muito subjetivo, meio vago. A resposta alcançada não poderia ser outra a não ser a mais obvia: Rina Takizaki. Aquela que ao lado de Yayoi, protagonizam os momentos mais significativos do episódio. Yayoi que quando confrontada por Ginoza, não demonstra qualquer interesse em se tornar uma Enforcer. Mas quando Kougami, astuto que é a confronta com as mesmas cordas de guitarra de uma guitarrista que ela admirava [Rina]. Ela aceita colaborar pela simples possibilidade de revê-la novamente.

Oras, eu sei que ainda soa um pouco artificial (entrarei em detalhes mais à frente) a decisão final de Yayoi, mas nunca incoerente. A narrativa é plausível com tudo o que vimos com relação à Yayoi nestes 12 episódios assistidos. Ela realmente, nunca, em nenhum momento, demonstrou o mínimo de interesse a tudo o que se refere ao sistema e suas tretas, e isto era visível até mesmo em suas expressões faciais [lembram quando eu comentei que ela estava completamente avoada nesteepisódio?]. Ela sempre esteve à disposição do sistema, pronta para cumprir a sua missão, sem questionar ou demonstrar emoção. Algo robótico.


E devo dizer que não acredito que cada personagem será explorado ou receberá o mesmo tratamento que Yayoi recebeu aqui (a exceção seria Masaoka, mas mesmo este provavelmente não terá tanto tempo de tela porque o que interessa está no presente), com nada menos do que um arco de 3 episódios. Nem muito menos ela deixará de ser uma personagem plana. É conveniente contar a história da personagem mais atrativa do enredo, alinhando à isto outras linhas narrativas referentes ao sistema, e mais da interação explosiva entre Kougami e Sasayama – Então, o recurso de flashback acaba sendo bem conveniente em todos os pontos ao utilizar Yayoi como uma muleta para estruturar uma narrativa que deverá ter algum efeito na retomada da história linear. Os motivos dessa backstory, certamente são mais importantes do que apenas contar a história de Yayoi.

A grande falha do episódio, talvez seja a falta de contextualização no que se refere ao conflito ao seu conflito. A narrativa falha ao não mostrar o envolvimento de Yayoi com Rina, e consequentemente sua obsessão com a guitarrista rebelde. Sim, aconteceu. Ela não teria ficado tão ligada em Rina, se não a tivesse comido. O quê? Hihihi ~66 – Uma característica marcante em uma lésbica é justamente a obsessão pela parceira, principalmente no que diz respeito àquelas que representam o papel da figura masculina na relação. Convivi com 3 amigas lésbicas em Belo Horizonte, e notei este padrão. Neste caso, obsessão e ciúmes tendem a ser mais intensos, Freud explica isso, e a atitude de Yayoi é extremamente plausível com o seu perfil.


Obvio que Yayoi pegou a Rina, e se apaixonou. A cena onde Rina passa esmalte nela, e toda aquela atmosfera de cumplicidade, evidenciam que ambas já estavam num romance às escondidas, por motivos de conflitos entre as bandas e a ideologia de cada uma. E mesmo que mostrem ou insinuem mais abertamente isto nas sequencias que virá, dificilmente terá o mesmo impacto que teria aqui. ENFIM, decisões, né?! A produção de Psycho-Pass não parece muito disposta à investir em qualquer romance além da tensão sexual. Lembrando que em Fate/Zero, o Urobuchi não precisou de muitas exposições para tornar os relacionamentos afetivos entre os personagens numa poderosa catarse.

Um dos momentos mais emblemáticos do episódio diz respeito ao embate entre Yayoi e Rina. A discussão de ambas com a crescente BGM ao fundo tornou a climática ainda mais densa, contudo acredito que se este episódio tivesse sido escrito pelo Urobuchi, essa sequência teria sido ainda mais nervosa e muito provavelmente os diálogos seriam mais truncados. Neste segundo cour, quem fará par com Urobuchi será Takaha Aya, alternando nos roteiros dos episódios. E ele já mostrou que tem uma escrita muito mais diluída. Lembrando que, mesmo a história tendo sido concebida pelo Urobutcher, é normal que durante a série vários roteiristas alternem no roteiro.


Voltando ao ponto anterior, com relação ao confronto verbal de Yayoi com Rena, fica evidenciada o panfleto erguido durante todo o episódio, com relação às manifestações de arte exercerem um papel lascivo na sociedade.

“Mas já vi muitos casos de gente que acaba com a matiz suja quando acaba se envolvendo demais com a arte.”

“Isto deve acontecer porque uma forte afeição como a arte, que mexe com as pessoas, pode ser remédio e também veneno.”

E novamente voltamos naquela questão de se libertar das amarras através do conhecimento, que consequentemente gera o questionamento (aliás, pelos spoilers que me passaram talvez a minha suposição do post passado se concretize). O foco no cenário musical foi bem perspicaz. Sabemos como a música afeta as pessoas emocionalmente e como as ajuda a expressarem suas emoções. Também sabemos que num passado nem tão distante assim, especialmente no que diz respeito ao cenário brasileiro, a música exerceu um importante papel de protesto e conscientização, fazendo com que diversos artistas durante a ditadura militar fossem exilados e até mesmo torturados. Raul Seixas, por exemplo, protagoniza ao lado de Paulo Coelho, um dos episódios mais engraçados desse período ao se verem questionados pelos miliares com relação à localidade de uma tal “Sociedade alternativa” [música emblemática do período].


Então, músicos não eram apenas artistas, eles eram “marginais”, rebeldes, e vistos como terroristas por se oporem ao sistema, e isso não é somente no cenário brasileiro. De uma forma geral, a arte como um todo mudou o mundo e sua forma de pensar. Não por acaso, a arte é tão contestada pelas autoridades em obras consagradas como V de Vingança, Nineteen Eighty-Four (1984) e Fahrenheit 451 – Além de artistas de vanguardas como Marquês de Sade, perseguidos e detidos em penitenciarias.

De um lado, Rina com sua rebeldia patriota e engajada na “revolução”. De outro, Yayoi, uma garota comum não protestante e desinteressada na causa politica. Nnão quer nada mais do que viver uma vida comum, se divertido e tocando ao lado da pessoa que ela gosta; “Tudo estava bom do jeito que era”. Yayoi representa o pensando comum e desinteressado em qualquer engajamento que fique às margens da lei. A reação que ela tem ao ver a sua amada se arriscando a ser morta e com visíveis sinais de deterioração por causa do vício (um mal tão comum entre aqueles que lutavam pela liberdade, o de sempre se deixar levar pelos excessos – Os anos 90 representa o final da cauda desse processo destrutivo no meio artístico. Ano que levou artistas valiosos), é o que qualquer membro ‘comum’ da sociedade que faz questão de cumprir as leis teria ao ver alguém querido naquela situação.


Yayoi que sempre valorizou ao máximo a sua liberdade e sonhava em conseguir superar a reabilitação, para viver pela música ao lado da pessoa ao qual era apaixonada, então tenta desesperadamente detê-la de destruir sua própria vida apontando e disparando a Dominator em sua direção, sem sequer cogitar na possibilidade daquele ato poder lhe tirar a vida. Queria apenas que Rina fosse levada à reabilitação. Diante do fracasso, o que mais ela pode fazer ou aspirar para o futuro? O seu motivo já não existe mais. Sua paixão e obsessão por Rina parece ser maior do que a sua paixão pela música. U mulher, um homem... seja qual gênero for, quando se apaixona é costumeiro que se perca a razão e deixar de ver as coisas pelo ângulo da objetividade.

Então, tudo o que ela quer agora é deter Rina de encontrar um destino cruel, ainda que precise sacrificar o seu sonho para isto. É obvio que isto não vai dar certo, e provavelmente Rina irá morrer em seus braços. Ou algo assim. Eu só acho que faltou substanciar melhor este contexto na narrativa, pra que não ficasse tão subjetivo, e uma atmosfera mais nervosa. Afinal, é uma história do Urobuchi, caralho, queremos ver lágrimas de sangue! Como vouyers que somos, queremos ver a tragédia da vida alheia.

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★

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>Não é curioso ver essa cidade em um tom muito mais quente e colorido que o usual? Ou será um retrato do estado psicologico dos peronagens?


> Hmmmmmmmmmmmmmmm... Essa deve ter sido a primeira vez que Shion tomou conhecimento da existência de Yayoi. TSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS


> Eu definitivamente não vou com a cara do Sasayama, e ainda menos agora que eu o conheci mai um pouco. Mas até que é divertido ver o quanto ele é BADASS! O Sasayama é daqueles que, até podem por a missão e a vítima em perigo, mas nunca dispensam uma boa cena. Há!


> O Ginozade cabelo curto ficou ainda mais...irresistivel (?????). Vocês não sentem isso? Vocês resistiriam à presença dele? Eu não sei se eu resistiria, embora eu tenha certeza que ele não daria a minima para mim, porque ele só tem olhos para a bundinha sexy fatal do Kou-chan. CHAAAAATO >_<


>Na imagem Yayoi olha à distância para o objeto da amada. Que ângulo bonito! Agora, de uma forma geral, foi muito bacana ver a clinica onde os criminosos latentes ficam. Interessante eles despertarem com música clássica. Nos meus tratamentos terapeuticos sempre havia uma música clássica ao fundo. Por incrível pareça exerce um poder incrível no relaxamento.

 

>Esses enquadramentos faciais nas personagns ficaram muito legal. Quando se quer expressar algo mais íntimo e subjetivo, se recorre geralmente aos enquadramentos mais minimalistas. Os olhos, as mãos, os gestos corporais das personagens. A línguagem corporal é muito expressiva, embora possam passar facilmente despercebido.


> OP e ED novas. Boas, mas aquém das anteriores. A primeira vez que eu ouvi a música da OP, deu a louca em mim. E pior, era de madrugada, eu queria dançar e pular na cama e não podia. EU NÃO PODIA. Tipo, eu moro em apartamento, e em 1 ano, já recebemos 5 notificações do sindico com respeito à reclamações dos vizinhos hahahaha. Eu não diria que esta OP é superior à primeira, mas a musica em si, é fantástica. Os efeitos ficaram legais e até que souberam usar bem o mais do mesmo ali, apesar de parecer ter sido chupinhada daOP de Ghost in the Shell: Stand Alone Complex 2nd. Um detalhe pelo qual o @Fenris_Lupus me chamou a atenção, é que os vidros quebrados são um simbolismo para a quebra do sistema. SERÁ SERÁ SERÁ SERPA?