sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Comentários: Galilei Donna #06 – Magical Girl

Porque Garotas Mágicas estão na moda! 
Então! Ao que tudo indica, o famigerado tesouro de Galileu é um artefato mágico, rs. Há tanta coisa equivocada neste episódio, que eu nem sei por onde começar. Novamente, o maior problema aqui é a direção. O roteiro é raso e está muito preso a formulas, mas este está longe de ser o maior problema. Está longe de ser um problema, na verdade. Um Suisei no Gargantia, por exemplo, possui um roteiro muito mais deficiente e problemático, mas a direção era danada de eficaz em dar vida àquela história. Sabia habilmente usar o audiovisual para complementar o roteiro. Embora sofresse do problema de ser uma história maior do que o número de episódios podia comportar e a problemática progressão de temática de um episódio para outro, havia bom timing nas sequências de ação e nas reações dos personagens.

Yasuomi Umetsu não apenas falha terrivelmente em dar vida ao storyboard através de ações, como também em dar naturalidade aos dramas dos personagens. Falta tensão dramática timing, e por essa falta, ainda que existam explicações razoáveis para as motivações de todos os personagens, elas se tornam difíceis de serem compradas. Acreditadas.
 
Como se sabe, um bom diretor consegue tornar um roteiro ridículo em puro ouro. Já um diretor que não consegue se encontrar na própria obra, não conseguirá sequer algo de valioso de um roteiro brilhante, quanto mais de um roteiro raso. Diabos, ele pode até mandar reescrever para que determinada cena se encaixe no que ele planejou para a sequência! Dando uma olhada nas reações negativas a este episódio (twitter, fórum) e à série como um todo, vi muitas pessoas responsabilizando o roteiro. Acho o roteiro pobre e muito preso nos conceitos primários, acredito que seja uma iniciativa da própria direção – essa figura do diretor, que por mais intervenções que sofra dos produtores, ainda são os responsáveis por moldar qualquer roteiro –, mas não há sombras de dúvidas que o atrapalhado aqui é o Umetsu. Desde o primeiro episódio que é notável a falta de criatividade nas movimentações de “câmera” nas sequências de ação e a plasticidade das ações envolvendo personagens. Por fim, é importante lembrar que uma história tem a necessidade de ser coerente no desenvolvimento do próprio universo criado, mas o resultado pode ser o pior possível se o autor não souber dar naturalidade a todos os eventos daquele mundo. 
Agora, eu gosto do Roberto e de como ele resolve as coisas, hahah. Sério, aquelas pessoas já estavam me dando nos nervos. Gosto do rumo tomado, de não poupar inocentes e o câmera não refutar em mostrar essas consequências para o publico – outro elemento necessário nesse tipo de ambientação e que fez muita falta no já citado Suisei no Gargantia. A inercia de Cicinho é justificável, pois também são anti-heróis sem o menor laço com aquelas pessoas. Ouso dizer que eles também não estavam gostando de suas atitudes. Mas o grupo de Cicinho é pacifista, as armas que carregam parecem mais para assustar do que realmente fazer vitimas, o que se justifica pelo modo que são descritos: bonzinhos, com sentimentos, embora revoltosos. 
Melhor ainda: uma integrante do grupo dele é ferida. Ele se desespera. O contraste conflitante entre Cicinho e Roberto está montado, mas será que o italianinho galanteador terá “culhões” em ir às vistas de fato quando novamente os dois se reencontrarem? Aposto que não. Ambos possuem origem similar, carregam sentimentos amargos com relação às pessoas e sociedade, mas empregam diferentes métodos. 
Em tempo: ainda que com todos os problemas já listados, gostei da caracterização do roteiro quanto à Cicinho e Roberto. Antes desse episódio, eu não sentia qualquer empatia por Cicinho e ele ser tão lindinho, para mim não significava nada. Mas já sinto uma leve empatia pelo garoto, por sua simpatia. O personagem em si não teve muito tempo para agir ou falar, mas o contexto em que esteve inserido foi o suficiente para se tornar sua presença mais notável.

Quanto a Roberto, tentaram da mesma maneira, torna-lo um personagem ambíguo. Eu entendo a proposta, mas não consigo me envolver tanto. Foi um personagem mais direto dentro da narrativa do episódio, mas exposto, e a direção não conseguiu torna-lo tão atraente. Mas eu gosto da proposta de torna-lo menos preto e branco, e mais humanizado, na medida do possível. Está claro, por sua ligação obvia – afetivamente falando – com Anna e o modo como ela reage e olha para ele, que não se trata de um personagem malévolo. Tão pouco Anna o é. Provavelmente até, seus motivos sejam nobres, mas... vocês sabem que isso nunca termina bem! E quanto o fato dela ter pronunciado o nome dele tão alto e ninguém ter desconfiado dela, entendo como sendo natural naquela situação, além de Roberto ser uma figura conhecida por todas elas. Ser uma figura publica. 
Enfim pareçe que descobrimos do que se trata o tesouro de Galileu. Não imagino como, ou mesmo se conseguirão explicar isso cientificamente, levando em conta que se trata de uma obra com proposta cientifica, não sobrenatural. Imagino que não será problema, não é?!! O único pesar mesmo é na falta de tato de Umetsu em lidar com qualquer coisa neste episódio. Tudo soou forçado e superficial ao extremo, e as inter-relações entre os personagens com diálogos fracos é o que mais sangra aos olhos. Mas talvez o que esteja causando tanto estragos, seja a necessidade de manter um ritmo tão apressado, sem tempo para que os diálogos possam ser criados de um modo que fluam com mais naturalidade. 

Avaliação: ★ ★  ★ ★
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-Como se suspeitava, as ações aparentam ter sido calculadas passo-a-passo, mas e agora que já sabem qual é o tesouro, qual será sua utilidade para aquele mundo? Confesso que me surpreendi ao vê-lo sendo revelado tão precocemente. 

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