quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Menção honrosa: melhor personagem feminina de 2013

Saudações do Crítico Nippon!

Ousaka Megumu é provavelmente a única adversária de Chihayafuru 2 que não se transforma em um estereótipo completo e quase uma caricatura. Falei sobre isso na crítica da primeira temporada do anime. A escola Akashi enfrenta a escola Mizusawa, e Chihaya tem que enfrentar a gentil e graciosa Megumu. E quem leu meu texto anterior, ou costumava acompanhar meus comentários pelo twitter, sabe que eu sempre gostei muito da protagonista. Porém, nesse duelo não teve jeito. Pela primeira vez mudei completamente de lado. Creio que os criadores notaram o potencial e prolongaram seu belíssimo embate. 




Inicialmente calma e discreta, a própria heroína comenta nunca ter jogado com alguém tão calmo antes (nessa hora me veio um flashback de inúmeros personagens bobinhos e cartunescos que inflaram essa segunda temporada). Com um visual de óculos tornando-a mais centrada, e sardinhas tornando-a mais jovem, é uma combinação fascinante para enfrentar a queridinha Chihaya. Humilde em seu modo de jogar, não demonstra apego doentio na vitória precoce, não se importando em ceder cartas empatadas e duvidosas à adversária. E seus comentários mais audaciosos nada tem de grosseiros ou maldosos, sendo naturais e até charmosos.  E seu desenvolvimento é gradual e crescente com sinais delicados e pontuais espalhados. Como por exemplo, ao vencer inúmeras cartas na frente da protagonista, e com o time Mizusawa inteiro incrivelmente abismado com o que está ocorrendo.  



No decorrer do karuta, a partida evolui e Chihaya passa a alcançá-la (quase), e Megumu descobre surpresa sua vontade de não ser derrotada. As pistas pontuais da determinação crescente dessa personagem tão doce variam entre a animação trêmula de seu rosto, ou os momentos em que esquece de proclamar gritos de motivação ao restante de seu grupo em algumas rodadas. E até mesmo quando para de ceder cartas empatadas e começa a lutar e debater por elas. A própria trilha sonora doce a esperançosa costumeira, dá lugar a uma marcha obstinada e grave, dando o clima de suspense que elas merecem. Embalando momentos de pura tensão quando a protagonista perde sua carta favorita e até então nunca vencida, a “Chihayafuru”. E claro, o momento em que Megumu derrota Chihaya em seu máximo, sem desculpas nem desvantagens, ambas no auge. Em momento algum caindo pra megalomaníaca, é uma personagem fascinante de real, bem construída e que evolui perfeitamente ao longo de seus episódios em tela. Certamente deixará saudades. 

 

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@PedroSEkman