terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Comentários: Wizard Barristers #02 – Muito moe

Com o episódio 2 de Wizard Barristers, duas coisas ficaram claras para mim: 1) o show não pretende ter qualquer comprometimento sério com o sistema judicial e a formula do julgamento, o que por um lado é bom mas também arriscado 2) é um show que é puro estilo performático, típico de Umetsu.
A boa notícia: a direção têm mostrado bom timing e imprimindo um ritmo acelerado que cai muito bem à narrativa, ainda que tropeçando aqui e ali, dispensando embromações desnecessárias que tornaria a dinâmica personagens + mundo, arrastada e provavelmente um porre. Por que digo isto? O roteiro até aqui é bem fraco, o que não quer dizer que seja ruim, o que dá vivacidade à narrativa é a direção, que tem mostrado perspicácia em exibir a melhor perspectiva do seu mundo. O roteiro pode ser fraco, mas ele acompanha este ritmo, com linhas de diálogos que dão um tempero a fórmula descontraída e pipoca da série, como ilustrado abaixo. O que provavelmente não interessa a certa parcela de fãs de animes, mas não há como negar que funciona bem.
A Cecil (Rui Tanabe) é uma personagem fisicamente frágil e com uma maneira hiperativa de se portar que refletem uma imagem de si para os outros de pouca capacidade e infantilidade; um alvo fácil para ser coagido, amedrontado, e desestabilizado emocionalmente através de questionamentos sobre suas capacidades e ações agressivas. Mas ela possui uma força de vontade interna e uma personalidade forte – que pode ser sintoma da sua latente teimosia que por sua vez encontra razão de existir na confiança que nutri em suas capacidades – intrínseco no seu grande objetivo; a força motivadora da personagem e com certeza o mote principal do enredo, está na sua esperança em provar a inocência da mãe. Neste caso, nem seria tão surpreendente que a evidente subtrama, que envolve muitos personagens, e a vigilância constante que mantém sobre Cecil, também estivesse interligado a prisão de sua mãe.

O ponto forte da direção é estar conseguindo equilibrar estas facetas da Cecil, ora fragilzinha e infantiloide ora confiante e usando conhecimentos técnicos para se impor frente aos tubarões (afinal, essa obstinação não vem do nada, mas da necessidade dela crescer e ajudar sua mãe). Então, sequências como estas [nas imagens abaixo], se transformam em grandes ferramentas para a caracterização sútil de Cecil, sem a necessidade de exposições obvias de uma premissa já nítida através de imagens.
A péssima noticia: claro que personagens como a Cecil, não são muito queridas, eu mesma sou bem indiferente a ela, por enquanto. Personagens como a Ageha (Ayumi Tsunematsu) e Kamakiri (Chafurin) despertam muito mais a minha atenção. Mas o mundo de Wizard Barristers é colorido e vivido, sobrepondo se, por exemplo, à atmosfera acinzentada de A Kite. Logo, esse tipo de personagem não contradiz o mundo da série, que, aliás, possui uma temática conflitiva propicia ao drama e melancolia, mas a direção já inicia o primeiro episódio já com uma proposta adversa e pulsante. O que percebo pelos comentários sobre a série, é que muitos se deixam levar pelo que querem ver e não embarcam no que a direção propõe para a obra.
O ponto fraco da direção, e consequentemente o roteiro, é em dar melhor consistência no exercício de trabalho de Cecil. Como comentei lá em cima, a falta de comprometimento com julgamentos e sistema judiciário por um lado pode ser até algo bom. Ao se levarem a sério, a construção destas tramas e roteiro teriam que se mostrar muito mais polidos e com uma base que exigiria um ritmo mais desacelerado. Por outro lado, o enredo se sustenta exatamente em cima dessa premissa, é esperado que sequências como a do julgamento ao final deste episódio, tenham uma melhor solidez e sejam um pouco mais intensos. A aceleração no julgamento do caso do réu para entregar um final feliz e um desfecho ao episódio, não apenas foi anticlimático, como abre mão de uma melhor caracterização do mundo e da própria Cecil como uma Benmashi. Talvez, até melhorem isto nos próximos episódios, mas fica uma pontinha de receio forte para o futuro da série.

Avaliação: ★ ★  ★ ★
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Okay, algumas aleatoriedades. 
Bem, vou deixar aqui, o motivo que mais tem me causado entusiasmo em Wizard Barristers. Sim, sim, o visual e o modo como os personagens se movimentam e são desenhados, tem algo que me soa charmoso nisso ai. É moe! Isso pede trilha sonora do New Order!














Hahahaha, essa voltinha é KAKOOOOIIIIIII (bonito, elegante)!!!!!!!!!!!!!!!

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