Comentários: Zankyou no Terror #08: My Fair Lady

Levantar âncora! Içar as velas! A jornada está chegando ao fim, mesmo para aqueles que ainda não se encontraram. 

Logo de cara, o que mais chama atenção neste episódio é em como o storyboard se concentra na figura de Lisa – desde o título “My Fair Lady” até o instante final onde ela é capturada por Five, que a chama sarcasticamente de “my fair lady” (Five soa um tanto irritadiça com Lisa, provavelmente por ela estar virtualmente ocupando um lugar que acredita ainda ser seu por direito ao lado dos dois garotos, evidenciando o que já é obvio: o interesse dela neste caso vai além dos interesses corporativistas ou governamentais, ela está emocionalmente ligada a eles e suas ações são pessoais). Enquadramentos abertos, fechados, planos como sempre semiobscurecidos e gestos minimalistas flagram a persona fragilizada de Lisa que continua vagando pela história, sem encontrar seu lugar, se sentindo tão perdida quanto parece através das lentes. Não há erro, os frames que contém a personagem sempre entrecortados à narrativa em cortes secos salientam a sua solidão e fragilidade.

Paralelamente, Twelve e Nine são ilustrados distantes um do outro. Não apenas separados por largo espaço, mas emocionalmente. My Fair Lady ressoa diretamente em Twelve e a influência de Lisa sobre ele faz com que entre em conflitos com os planos da Sphinx. O que ele terá encontrado em Lisa? Se antes ele sentia não ter nada a perder, agora se sente inseguro. O que Twelve pode ter visto em Lisa ainda não é muito claro, embora caiba alguma suposição. Twelve parece tão afetado por Lisa quanto a terra pela lua, desde que a viu pela primeira vez e sentiu necessidade de intervir indiretamente na situação deprimente em que se encontrava. E desde então, Lisa tem sido a dama de Twelve, sempre sendo salva por ele, enquanto ela é incapaz de cuidar de si mesma – até mesmo a sua fuga de casa reservava a esperança de que ele viesse ao seu auxilio.

Onde isso vai culminar eu não faço ideia.

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Esse episódio resgatou o ritmo narrativo cadenciado da série, que havia se quebrado nos dois últimos episódios. Shibasaki, como era de se esperar, sofreu uma punição por interver nos planos de Five, mas isso parece ter sido a brecha ideal para que o detetive quase desempregado começasse a seguir as pistas que realmente importam para a resolução do quebra-cabeça. Mesmo que as revelações feitas neste episódio não sejam novidades para o grande publico, é um passo importante para o avanço investigativo no núcleo de Shibasaki, que finalmente começa a juntar todas as peças e não deve demorar em concluir que Five também é uma dessas crianças do Plano de Athena. Ninguém pode impedir um lobo quando ele está sedento, baby!

Outro aspecto muito chamativo foi a trilha sonora, presente de forma marcante do inicio ao fim do episódio. Acredito ser a performance mais brilhante em termos de trilha sonora que um episódio da série já teve. Imperante, não se limitou em apenas uma nota, mas foi de um tom mais descontraído ao mais grave numa flutuando sintonia. A direção musical e artística são reesposáveis direto pelo desequilíbrio positivo, conduzindo um episódio de transição sem acontecimentos grandiosos com uma narrativa tão absorvente.

E agora? Faltando só 3 episódios, o bicho vai pegar. Nine fala sobre não terem mais tempo, mas do que exatamente não saberemos tão cedo. Ou melhor, daqui a 3 semanas. 

Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Roteiro: Kenta Inohara
Storyboard: Shigeyuki Miya 
Aux. de direção: Takashi Igari 
Diretor: Shinichiro Watanabe

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-Essa Lisa é muito sonsa!!! CARALHOS LISA! COMO BIABOS VOCÊ RECEBE UMA ENCOMENDA ENDEREÇADA A VOCÊ SE NINGUÉM, EM TEORIA, DEVERIA SABER QUE VOCÊ MORA AI??????????????????????????????????? Me ajude a te ajudar, pelo amor de Godoka! Bom, pelo menos você foi esperta o bastante pra sacar que se tratava de uma bomba (apesar que teve o spoiler do bilhetinho escrito "boom". Aí até eu que sou mais sonsa que você saberia). 

-Como alguém com sanidade coloca Pocky de morango em um fodendo curry???? Não me espanta que essa receita explosiva da Lisa tenha mandado tudo pelos ares!! Olha, não sou nenhuma expert na cozinha, mas essa Lisa...

-Funfact! Não é sempre que aparecem tantas personagens de cabelo curto numa mesma série.

-Ao abrir o leque, Zankyou mostra que Sphinx começou a ser idolatrados por muitos. Não sem razão: os justiceiros só têm causado terror realmente para certos setores da sociedade. Para Shibazaki, em outra época eles seriam considerados heróis. Acho que mesmo nesta época, onde a linha moral é muito mais tênue e a internet produz mais informações e opiniões do que se pode consumir, eles tem ainda mais facilidade em serem considerados heróis justiceiros e criarem um culto na sociedade. É uma abertura tímida para uma série que se propõe a discussões, mas é bom ver o impacto que Sphinx está tendo na sociedade.

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