domingo, 28 de dezembro de 2014

12 Dias de Anime – #08: Kamen Riders Frutas!



12 dias de animes é uma iniciativa do The Cart Driver, até onde eu sei, embora vários modelos desta postagem povoando o blogging americano neste período do ano. Consiste-se em listar 12 momentos marcantes OU NÃO que representam cada mês do ano relacionado a anime, que acabou se tornando algo que vale a pena ser relembrado, seja por qualquer motivo, no ano em questão. Sim, é basicamente uma retrospectiva pessoal. O legal deste padrão de postagem é que se trata de um modelo bem aberto e adaptável à necessidade de cada um. Portanto, meus 12 dias de animes começa agora e termina dia 1º. Não sei se vai sair algo de interessante daqui, porque até o presente momento que estou escrevendo esta introdução, nem sequer fiz uma lista prévia e tenho a ligeira impressão que 2014 foi meu pior ano relacionado a anime; não li muitos mangás, muito menos light novels ou visual novels ou doramas, nem muitos filmes japoneses e tampouco consegui maratonar animes antigos (e ainda por cima atrasei nos atuais). Bora lá então ver o que sai disto, buscarei ser o mais sincera possível, ilustrando 12 acontecimentos que dão forma ao meu 2014.

Quando foi que os Kamen Riders deixaram de serem insetos e se transformaram em frutas?
Quando anunciaram que Gen Urobuchi estaria em Kamen Rider Gaim, comecei a prestar mais atenção na série *cof cof*. A temática dos uniformes ser baseada em frutas surpreendeu não apenas a mim, vi por ai comentários surpresos e chocados de muitos fãs de tokusatsus. Parecia muito bizarro, mas ao mesmo tempo a confirmação de um nome como o do Butcher dava certa credibilidade (para mim, ao menos).

Hmm... Há um culto no Brasil de fãs de tokusatsus, e há as viúvas da extinta Rede Manchete, reverenciada pelas pessoas velhas de julgamentos deteriorados pela grossa lente da nostalgia como a melhor emissora que já existiu no Brasil. Pois bem, meu querido e amado pai é uma dessas viúvas. Ele é fã de Tokusatsu, mas não tem a menor ideia do que está rolando na atualidade, pois só tem olhos para as produções vintages que ele compra em DVDs duvidosos. Foi por causa dele que ocorreu meu primeiro contato com a franquia Kamen Rider. Com ele, cheguei a assistir a alguns bons episódios de Kamen Rider Black e RX, para meu pai o que há de mais adulto em termos de tokusatsus. Eu era mais nova na época, de modo que não me lembro de muitas coisas, mas sinto ter gostado. De vez eu quando eu o vejo assistindo algumas coisas do gênero e acho tão bizarro que tento manter distância. Coisas como um Kamen Rider da Amazônia ou algo assim (ele soltava uns gritinhos vergonhosamente hilários), uma criatura grotesca e tão conceitualmente bizarra quando a temática de uniformes e armas com design de frutas em Kamen Rider Gaim.

Então... eu acho que sim, eu teria passado longe se não fosse o nome do Urobuchi. Sou sua fã e senti minha curiosidade aguçada em saber como ele se sairia com algo do tipo. Para minha surpresa, Gaim acabou se tornando uma das coisas mais divertidas e empolgantes que eu assisti em 2014. A coreografia das lutas, as armas de frutas, a evolução dos uniformes, e até mesmo os toscos efeitos especiais, me fizeram vibrar e ansiar para o próximo episódio [felizmente eu comecei assistir em maratona, com a série já prestes a terminar]. Tokusatsus são o que o Japão tem como heróis [ao lado das mahou shoujo], pessoa comuns lutando contra monstros de borracha, heróis metálicos, esquadrões com robôs gigante ao seu dispor, etc., coisas que fazem as crianças sonharem e sorrirem. Passada a resistência inicial, um tokusatsu como Gaim envolve tanto que você se esquece desta barreira idiota e acaba se entregando fatalmente à fantasia. Como se nota, não sou íntima deste universo, de modo que me surpreendi com uma Rider Pink, uma mulher forte e foda nas artes marciais como Rider, WooooW~! Infelizmente seu papel, esperadamente, é diminuído e ela não possui uma motivação própria que não seja estar na sombra dos personagens masculinos. Ainda assim, eu gostei bastante dela por motivos de... Ela lutava pra caralho! A performance de suas lutas geralmente possuíam muita beleza visual.

Aliás, Gaim está repleto destes momentos com todos os episódios envolvendo vários personagens. Em especial depois de um longo desenvolvimento, o Rider Gaim invade uma área inimiga com novas armas e armadura evoluída, e começa a lutar sozinho contra vários planadores no ar que atiram contra o seu peito. É uma performance extremamente caricata e de efeitos especiais toscos mas tão genuinamente divertido e estiloso, não houve como eu quase não saltar da cadeira quando Gaim tira uma metralhadora, claramente de brinquedo e emitindo aqueles barulhinhos pew pew de radinho a pilha, e começa a disparar nos caras maus. É um dos meus momentos preferidos na série, foi uma longa sequência emocionante com grande poder de nos fazer a voltar a ser crianças e nos divertir com tão pouco. Porém, isto não ocorre por acaso, o enredo é evolutivo e sabe trabalhar situações e as razões dos personagens para que se tornem vibrantes logo a frente. O fato de conseguirem fazer adultos imergirem em um universo tão estilizado que é produzido com o intuito de ser uma propaganda para vender brinquedos, com atores reais que não são lá muito bons e criar situações legitimamente dramáticas convincentes dali já é algo digno de nota.

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