quinta-feira, 12 de maio de 2016

Whitewashing: Fãs Ocidentais querem JohnCho no filme de Ghost in the Shell

O “whitewashing” (branqueamento; da pele, processo digital e de maquiagem adotado pela indústria para tornar a pele de atores e atrizes mais claras. Fazem isso por acreditarem que terá um apelo maior com a audiência; há todo um lance semiótico envolvido) tem sido o termo mais comentado recentemente a respeito da produção hollywoodiana de Ghost in the Shell, que revelou recentemente uma imagem promocional com sua atriz principal já caracterizada com a icônica personagem, Major Kusanagi, do mangá/animação. 
Como sempre ocorre, há as pessoas que são a favor e as que são contra. E com a desculpa de que não há nomes de peso de descendentes orientais capazes de capitanear uma produção de Hollywood, com a hashtag #StarringJohnCho, vários twitteiros não perderam a oportunidade de dizer que adorariam ver um cara como John Cho incluso no elenco (Cho é um ator e músico americano nascido na Coreia do Sul que ficou conhecido por sua atuação na série de filmes debiloides de American Pie, muito amado pelos nostálgicos) no elenco, e fizeram várias montagens espirituosas com posteres de filmes. Oh, bem, talvez – E APENAS TALVEZ QUEM SABE, ai entramos naquele outro velho problema, de ocidentais acreditarem que pra ser japonês basta ter o olho puxadinho. Pra dizer a verdade, acho que EU preferiria ver um ator americano em uma produção americana interpretando um grande personagem brasileiro do que um ator espanhol/mexicano/argentino. Me sentiria particularmente ofendida (mesmo porque muitos americanos já acreditam mesmo que somos todos iguais. Mas tudo bem, nem nossos representantes políticos conhecem o nome de todos nossos estados, imagina um gringo).  

Por outro lado, Johansson ser branca e interpretar uma personagem japonesa pode não querer dizer nada quando essa personagem é a Kusanagi, já que o universo da própria série é todo cibernético e futurístico, onde os corpos de vários personagens são artificiais , tornando possível que a alma dela fosse implantada em uma concha com uma casca de aparência ocidental. Depois de um tempo lendo ambos os lados, tendo a concordar que não faz grandes diferenças em um mundo futurístico homogêneo, e realmente não me importo, mas a questão é que o histórico de abordagens americanas à questão pesa bastante contra a posição da maior parte das pessoas que se posicionam contra; e até mesmo o fato de ainda não terem acessado ao material original. Mas é bom que tenha personagens com traços japoneses, por isso é bacana a já confirmada participação do veterano ator e diretor japonês Beat Takeshi, cuja primeira participação em um filme de Hollywood foi justamente no cyberpunk, Johnny Mnemonic (que é bem legal, inclusive).














 Via RocketNews

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