domingo, 19 de junho de 2011

Blood: The Last Vampire ~ Anime & Live Action



Blood: The Last Vampire (O ultimo vampiro) é um thriller de suspense e ação, envolvendo uma jovem taciturna e solitária; Saya, uma garota incrivelmente hábil na arte de manipular espadas e uma caçadora de “demônios” que consegue farejar seu oponente e liquidá-lo, usando apenas uma cortante e letal katana (espada japonesa).



 A trama acontece em um outono de 1966, em torno da base Yokota Air Base  (uma base americana de força aérea, localizada na cidade de Fussa, que faz parte de uma área no Japão que recebe o nome de Tokyo Ocidental) logo após a Segunda Guerra Mundial e á poucos meses da Guerra do Vietnã. Na base da Força Aérea Yokota, no Japão e a 30 km de Tóquio, os militares americanos estão nervosos por estarem à beira da guerra do Vietnã. Mas existe uma ameaça maior dentro dos muros do complexo fortemente guardado: Vampiros. Mais precisamente, quirópteros, uma espécie mais evoluída e grotesca que e infiltrou entre os americanos, matando um a um.


Com o intuito de por fim ao reinado destas bestas sanguinárias, Saya é convocada por uma organização misteriosa – liderada até onde se tem conhecimento, pelo agente secreto David – chamada Red Shield. Ela se infiltra no meio dos estudantes americanos da base militar como uma garota normal, á fim de observar atentamente os passos de cada e um descobrir os vampiros, que mantém uma aparência humana.  

Impressões:

O enredo é bem simples e como um triller que é, vai direto ao ponto e de forma visceral, sem perder muito tempo com diálogos ou com desenvolvimento da personagem central. Fica á impressão que se trata apenas de um episódio de uma série sobrenatural/terror, onde todos os acontecimentos culminaram naquele ponto e estamos assistindo ao seu clímax. Definitivamente não é um filme sobre a personagem Saya e sim sobre sua caçada na base americana instalada no Japão.


Mas isso não é problema algum, não mesmo. O filme tem uma qualidade técnica impecável, com um traço incrivelmente detalhado e uma animação muito bem fluida e cheia de vida. A paleta de cores passa propositalmente um ar sombrio á animação, com um clima obscuro e sua trilha sonora envolvente e variada. Mesmo se o filme fosse uma bomba gigantesca, já valeria á pena assistir apenas pela impressionante parte técnica.  É panoramicamente lindo a forma como os personagens casam perfeitamente com todo o belíssimo cenário em volta, os ângulos que são variados e minimalistas, dando uma impressão que as tomadas foram filmadas por um câmera real e principalmente a forma como o 3D se mistura ao 2D. É como se dissessem: "é assim que se faz belas tomadas panorâmicas usando o recurso do 3D, sem que se pareça com algo extremamente antinatural".


O cenário é frio, mas os personagens passam bastante calor em cena. O character designer foge bastante do usual e comercial traço utilizado ultimamente. É tudo muito bem torneado, acentuado e nenhum exagero. Dá pra imaginar uma garota de verdade ao olhar para Saya e seu olhar penetrante e azulado. As cenas de ação são super dinâmicas e bem dirigidas, difícil não se deixar contagiar. A única critica é ao fato de ser apenas um filme e não uma série, onde se poderia trabalhar melhor uma personagem tão interessante como a Saya. 


Destaque para Yuki Kudo, que dá voz á Saya. Atriz conhecida internacionalmente por filmes como; "Memorias de uma gueixa" e "Mystery Train".


Direção: Hiroyuki Kitakubo
Roteiro: Kenji Kamiyama
Trilha Sonora: Yoshihiro Ike
Estudio: Production I.G, Aniplex




O live Action

Tive o prazer de assistir esse filme no lançamento, ao lado do meu pai e as impressões que ficaram, foram as melhores possíveis. Revi-o novamente e apesar das muitas criticas, continuo o achando um bom filme, para uma sessão pipoca. Lançado em 2009, em uma co-produção envolvendo os países; França, Hong Kong e Reino Unido, Blood: The Last Vampire é um remake/adaptação do longa animado homônimo dos 2000. Sendo concebido com as bênçãos do estúdio Production IG, o live action trouxe uma estreante; a atriz coreana Jeon Ji-hyeon no papel principal, que se mostrou uma Saya muito mais delicada que a original.


O enredo é basicamente o mesmo, mas como não poderia deixar de ser, a trama é mais desenvolvida. E apesar de sua caçada aos “chupadores de sangue” ainda se mostrar como um importante fator de introdução, o foco agora é na personagem Saya, que está busca de vingança contra Onigen, um demônio antigo e muito poderoso que assassinou seus pais. Ela ajuda a “organização” em troca de informações sobre o paradeiro de Onigen e juntamente com sua Katana, sai á caça de quirópteros (nome científico de animais da família dos morcegos) que se infiltraram na base americana.


O clichê americano fica mais visível com a introdução da personagem Alice McKee (Allison Miller), uma garota meio rebelde, filha de general ao qual acabará se tornando alvo das bestas. Originalmente a personagem era uma professora da escola na base militar, que também virou alvo e teve que ser protegida por Saya. A dinâmica entre Saya e Alice funciona bem e lembra os excelentes animes do estilo "girls with guns", com a diferença que Alice é extremamente inútil e seu papel é ser a mocinha em constante perigo.


Varias das seqüências originais do anime, estão presentes no live action e ficaram excelentes, como o inicio do filme, com Saya dentro do metrô em movimento já mostrando seus excepcionais dotes de açougueira ou umas das seqüências finais da versão em anime: Uma das cenas mais emblemáticas e que mostram em como Saya, apesar de tudo ainda mantém sua "humanidade".


Os elementos do filme original, estão li, todos inseridos na primeira parte do filme e mudanças significativas – além de necessárias para dar corpo ao longa – já na segunda metade. O diretor Chris Nahon resolveu colocar um pouco mais de adrenalina, através de cortes extremamente rápidos, close-ups, pitadas de lapso de tempo, câmera lenta e todo um jogo visual que deu muito certo. Há duas cenas incríveis; um nas ruas de Tokyo entre Saya e os vampiros. Sozinha, Saya decepa e fatia um exército enorme de bestas sanguinárias. Foi uma das cenas mais bonitas em termos de fotografia, quando ela foi encurralada em um canto e precisava lutar e ainda proteger a Alice. Enquanto a chuva caia, ela dançava sua valsa sangrenta. Foi uma excelente montagem. Saya praticamente flutua no ar, como se fosse uma pétala de cerejeira sendo levada pelo vento. A outra se deu através de uma tomada feita usando recursos de flashbak, voltando ao inicio do século 16, onde ficamos sabendo de toda a história envolvendo Saya e seu ódio mortal ao demônio que lhe apresentou o “inferno”.


Ao contrário da versão original, este live action não tem a mesma beleza poética e sombria e nem o primor técnico. O lado terror também é deixado de lado e nem mesmo o suspense se faz presente. É apenas um filme “pipocão”, muito acima das adaptações americanas que estamos acostumados á ver atualmente. O sangue utilizado foi totalmente em CGI, o que deu um ar muito artificial á algumas cenas. Ficou tão exagerado que o filme passa em alguns momentos a impressão de ser um trash-b. As atuações estavam boas de um modo geral e a atriz Jeon Ji-hyeon, mesmo não chegando nem perto do que é a Saya originalmente, conseguiu transmitir sinceridade no papel. 



Título no Brasil: Caçadores de Vampiros
Título Original: Blood: The Last Vampire
País de Origem: Hong Kong / Japão / França
Gênero: Suspense, Ação, Artes Marciais
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Direção: Chris Nahon





O nascimento da franquia Blood

O co-fundador e atual presidente do estúdio de animação Production IG, Mitsuhisa Ishikawa, queria produzir um projeto original, que não fosse adaptado de nenhuma outra mídia existente. Mamoru Oshii (diretor do cultuado Ghost in the Shell) na época realizava palestras com novos cineastas e á pedido de Mitsuhisa, propôs que lhe apresentassem idéias. As propostas de Kenji Kamiyama e Fujisaki Junichi acabaram se tornando a base do filme. As escolhas se mostraram um importante trunfo para o sucesso do filme, que com a liberdade artística dada á Hiroyuki Kitakubo, pode conduzir a obra que seria considerada um marco por ter sido a primeira a não ser feita em acetato.

A escolha de Katsuya Terada (Devilman) para o posto de character designer acabou dando ainda mais vida ao projeto, que com um traço marcante e detalhista, deu um visual próprio a cada um dos personagens. E apesar do resultado final ter ficado bem curto (em torno de 45 minutos), Blood: The Last Vampire acabou sendo dividido em três partes pelo Production IG, com o lançamento de uma Light Novel e um jogo para PlayStation 2.

Ainda, foi lançado um mangá de volume único com o titulo Blood: The Last Vampire 2000, que serve como complemente para a história do filme animado. Para continuar lucrando com o titulo, em 2005 foi lançando o spin-off da série Blood, que ganhou um anime de 50 episódios, com o nome de Blood +, que se passa em um universo alternativo. Na próxima temporada de Verão/2011, ainda estréia a nova aposta na franquia, que recebeu o nome de Blood-C, com o marketing das meninas do CLAMP, que contribuiram para o character designer, a nova série continuará com a parceria entre Production IG e Aniplex. 

Comentários gerais

A única grande critica á Blood: The Last Vampire, é quanto á falta de clareza quanto a origem de Saya, que só fica evidente no mangá. Saya, é a última vampira que sobrou de sua raça e caça quirópteros usando uma katana. Ela é constantemente chamada de a “única original remanescente”. Ao contrário da crença comum, ela não sofre de todas as vulnerabilidades clássicas atribuídas aos vampiros, como a luz do sol, além de ter força e sentidos super-humanos, desenvoltura e habilidade. Apesar da aparência eterna de uma garotinha de aproximadamente 16 anos, Saya já passa dos 400 anos. Aparentemente ela é um hibrido, sendo metade humana e metade vampira, motivo dela ser constantemente chamada de mestiça. Sendo estes dados acima, a única informação precisa sobre ela.


Eu li certa vez, que este era um filme para quem gosta de ver sangue jorrando pra todos os lados! Considero um crime rotular uma obra como Blood The Last Vampire assim. Não se trata de filme cheio de fanservices e sim um trillher fantástico para quem deseja ter um excelente entretenimento, com um bom roteiro e sequências/cenas capazes de impressionar pelo visual, mesmo com um enredo tão básico e simplório. O estúdio IG é um dos meus preferidos, tecnicamente é um estúdio que consegue imprimir qualidade até mesmo em suas obras mais medianas. Pode não ser um dos mais badalados e dos mais queridinhos dos otakus, mas merece o respeito que conquistou. 


15 comentários :

Moranguinha disse...

Não pero esse Blood C por nada, apesar que o traço da sai vai estar bem diferente. Curiosamente eu assisti esse anime faz uns dias XP
Esse Blood+ eu ainda não consegui baixar tudo com minha net horrivel, mas também estarei conferindo. Nem pensava em assistir esse filme, mas parece ser legalzinho até. Não suporto essas adaptações toscas pro português: OS CAÇADORES DE VAMPIROS. Agora que eu conheço a real, sei que é um titulo nada a ver.

Também estou pensando em comprar o mangá lá na animepró, recomenda começar por qual?

junior disse...

eu nao considero sangue fanservice as pessoas tem medo de ver sanguen,quanto mais sangue um anime tem menos comercial ele e para e odeio animes comerciais(leia one piece,naruto,e a tropa da shounen junp toda)

junior disse...

ei roberta ou critico nippon por que artigos antigos como o do primeiro ep de deadman wonderland ou de shiki voltaran a ficar entre os primeiros?

Carlírio Neto disse...

Saudações


Essas temáticas mais obscuras são fascinantes.
Obviamente, tal gênero não está entre os meus preferidos, mas isso não serve de desculpa (para mim) no intuito de desmerecer ou de subjugar tais obras.

O seu post me deixou curioso para saber mais à respeito destas obras.

Ótimo texto.

Até mais!

Unknown disse...

@Junior
Voltaram a ser os primeiros? Hmm... mas aqui tá normal Junior.

@Moranguinha
EU até gosto do The Last Vampire, que foi lançado pela Panini e tem os outros da série blood +, mas esses eu não cheguei a ler.

@Carlírio
Obrigada Carlírio, realmente esse outro lado da moeda fascina bastante. é sempre bom ver pessoas que, mesmo não curtindo, não considere como algo extremamente pobre. Claro que, há casos e casos. Obrigado.

junior disse...

as vezes artigos antigos do blog voltan a ficar em primeiro lugar nao sei por que mas e so por umas horas e depois volta ao normal

Love4emptiness disse...

Ola de novo... somente queria comentar novamente q eh muito bacana vc ter feito uma referencia a Lain q eh 1 de meus enredos favoritos em qq midia. Vcs por 1 acaso viram Madoka Magika ? Bem bacana Robbie

Unknown disse...

@Junior
Estranho isso Junior, as vezes acontece isso porque se altera alguma coisa no texto, como marcadores. Mas os posts não costumam subir...

@Love4emptiness
Valeu, eu adoro Lain. Espero ter o que falar sobre a série por aqui qualquer hora. Madoka Mágica eu assisti sim, EPIC WIN!

junior disse...

por que os outros donos do blog sumiran Critico nippon e a Vick Vozzono(nao sei ao certo) so roberta que esta editando tudo

Anônimo disse...

E o post do Death Note?!

Anônimo disse...

Desculpa, não to conseguindo comentar com a conta do blogger... e-mail e senha tudo certo... mas simplesmente não vai D:

sim, é o Crítico Nippon aqui

M.A.C. disse...

Eu também odeio quando fazem essas traduções de títulos para o português. Dificilmente o título traduzido tem haver com o original.
Quero lhe agradecer (novamente) Roberta-chan. Você sempre nos apresenta coisas novas, interessantes e de qualidade.
Estou correndo procurando os filmes e tudo mais que eu achar para baixar e assistir.
Você é Demais !!!

Augusto Otavio disse...

Eu não gostei muito desse live não, mas também não é que tenha ficado ruim. É que eu sou muito fã da Saya, do filme e do Bood Plus. Essa coreana não conseguiu convencer no papel de Saya. A Saya é muito fria, bastante complexa e profunda. A atriz é lindíssima e ficou realmente sexy com o uniforme e jeito japonês, mas isso não é a Saya porra. A beleza da Saya é muito natural e não se destaca tanto. Fica marcante diante do traço, como você citou na primeira parte. Anyway: Live action é fraco. Já o anime, eu nem tenho mais nada a acrescentar, depois de tudo que você disse e muito bem dito.

borbs disse...

O anime é excelente. O filme eu não cheguei a ver ainda. Também estou na espera pelo Blood-C

O Mundo escuro de Morringhan disse...

Amo a Saya *.*, não vi o filme ainda...não sei vou assistir, não sou habituada a assistir filmes japoneses os poucos que assisti achei a atuação engraçada.

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