O projeto piloto fracassado de Miyazaki em parceria com o consagrado autor de Ashita no Joe.
Yuki no Taiyo (Yuki's
Sun) é tido como o primeiro trabalho solo como diretor do celebrado Hayao
Miyazaki, um curta de quase 5 minutos, redescoberto quando foi exibido na tv
para promover a estreia de Sen to Chihiro (Spirited
Away/ A Viagem de Chihiro), numa versão curtinha de um pouco mais de 2
minutos. Em 2013, foi exibido nos cinemas japoneses no inicio da sessão de Wind
Rises (Kaze Tachinu), supostamente último
longa-metragem de Miyazaki. Agora com o lançamento da caixa de discos blu-ray ‘The
Collected Works of Director Hayao Miyazaki’ (uma coleção de todas as obras de Miyazaki), esse pequeno curta-metragem
reapareceu em versão completa para deleite dos fãs e apreciadores de relíquias
vintage.
Adaptado do mangá homônimo de Tetsuya Chiba, esse curta de Yuki
no Taiyo é um piloto com direção e storyboard de Miyazaki. Era uma proposta
para se tornar uma série de tv, mas o projeto não foi aprovado e nunca mais se
ouviu falar sobre. O release do ANN fala sobre ser uma produção caseira, mas sem
mais detalhes. Então não dá pra saber se ele também animou o curta ou contou
com apoio de alguém.
A estreia de Miyazaki na animação foi em 1968, em Hols: Prince of the Sun, como animador, storyboards e design. Depois disso trabalhou em uma série de animações, emendando um trabalho no outro, mas sua estreia como diretor se daria só em 1971, ao lado do seu companheiro Isao Takahata, na primeira série de Lupin III que depois de 2 episódios, teve seu diretor principal demitido. Masaaki Osumi, diretor dos dois primeiros episódios da primeira série de Lupin, havia se recusado a efetuar mudanças na série propostas pelos produtores, sendo demitido em seguida. Não acredito em destino, mas o acaso sabe ser bem caprichoso, afinal, se Miyazaki e Takahata não tivessem trabalhado em Lupin, há a possibilidade de que o belíssimo filme Lupin III: The Castle of Cagliostro (1979) não tivesse existido e sabe-se lá como seria ou se seria o Ghibli hoje.
A estreia de Miyazaki na animação foi em 1968, em Hols: Prince of the Sun, como animador, storyboards e design. Depois disso trabalhou em uma série de animações, emendando um trabalho no outro, mas sua estreia como diretor se daria só em 1971, ao lado do seu companheiro Isao Takahata, na primeira série de Lupin III que depois de 2 episódios, teve seu diretor principal demitido. Masaaki Osumi, diretor dos dois primeiros episódios da primeira série de Lupin, havia se recusado a efetuar mudanças na série propostas pelos produtores, sendo demitido em seguida. Não acredito em destino, mas o acaso sabe ser bem caprichoso, afinal, se Miyazaki e Takahata não tivessem trabalhado em Lupin, há a possibilidade de que o belíssimo filme Lupin III: The Castle of Cagliostro (1979) não tivesse existido e sabe-se lá como seria ou se seria o Ghibli hoje.
Quanto a Yuki no Taiyo, é tudo realmente bem simples e sem
características que o destaque [embora bem produzido], a não ser o fato de ter sido um trabalho
experimental de Miyazaki que não obteve aprovação. Mas dá pra notar diversas
características que permeariam a filmografia de Miyazaki. Yuki, que apesar das
adversidades, é uma garotinha intrépida, forte e sorridente.
Chiba Tetsuya é considerado um grande nome do mangá no Japão, se aventurando tanto em demografias shounens como shoujos. Ainda que Yuki no Taiyo seja considerado um dos seus grandes trabalhos, sua obra máxima é o grande clássico Ashita no Joe. Em contraste com Osamu Tezuka, suas histórias eram vistas como mais realistas, complexas e voltadas para um publico mais maduro. Lendo a biografia do autor, que se mudou para a China durante a eclosão da Guerra, teve que se refugiar em porões e passou por muitas dificuldades, e comparando ao pouco que se vê de Yuki no Taiyo no vídeo, percebe-se que há muitas influências ali.
Chiba Tetsuya é considerado um grande nome do mangá no Japão, se aventurando tanto em demografias shounens como shoujos. Ainda que Yuki no Taiyo seja considerado um dos seus grandes trabalhos, sua obra máxima é o grande clássico Ashita no Joe. Em contraste com Osamu Tezuka, suas histórias eram vistas como mais realistas, complexas e voltadas para um publico mais maduro. Lendo a biografia do autor, que se mudou para a China durante a eclosão da Guerra, teve que se refugiar em porões e passou por muitas dificuldades, e comparando ao pouco que se vê de Yuki no Taiyo no vídeo, percebe-se que há muitas influências ali.
Yuki no Taiyo é um shoujo de, originalmente, 4 volumes, serializado na
primeira revista de mangá voltada para meninas no Japão, a Weekly Shoujo Friend.
A história é sobre Yuki, uma garotinha órfã de 10 anos que vive num orfanato, até
ser adotada por uma família. Traz todos os elementos comuns da época, ou seja,
melodrama e estrutura folhetinesca.
Sabe o que me lembrou? Anne Green Gables, um dos trabalhos
mais bonitos e sensíveis de Isao Takahata. Também sobre as dificuldades de uma
garotinha órfã muito proativa e de gênio forte...
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