Fruto da enfadonha parceria Madhouse X Marvel, o anime de
X-Men é resultado de uma gradativa evolução do projeto, que já se pôde perceber
em "Wolverine". Mas é uma evolução que não se mostrou muito eficaz e pelas
impressões que a estréia de Blade provocou, o fim dessa parceria será melancólica.
Contando com o auxilio de Warren Ellis, da Marvel, as histórias contadas no
limite de 12 episódios, são baseadas em enredos já existentes, como em "Wolverine", que se baseou na excelente minissérie dos anos 80 de Chris Claremont
e Frank Miller; “Eu Wolverine”. Apesar de não ser profunda conhecedora do universo
mutante, curto bastante e pelo que parece dessa vez não foi uma simples
adaptação e sim a junção de algumas idéias (se eu estiver enganada, sintam se a
vontade para me corrigir) somadas ao plot de uma das histórias da revista Astonishing X-Men, que tem até então, 4 volumes. Temos ai o vilão clássico dos X-Men, Mestre Mental
(Jason Wyngarde), fundador da “Irmandade dos Mutantes” e membro do Clube do
Inferno. Ele tem um papel extremamente importante na talvez, mais famosa saga
dos mutantes, a “Saga da Fênix Negra”. Junte se ai o motor do anime, os U-men e
sua obscura filosofia. Para eles, o fato do mundo ser um lugar imperfeito, faz com que vivam a
margem da sociedade e pratiquem um culto religioso, que acredita na chamada
terceira espécie, que se dá com a junção de órgãos mutantes aos seus corpos.
Eu me lembro vagamente de ter assistido (nos episódios que
baixei) sobre os U-Men na série clássica, “X-men; The Animated”, numa trama envolvendo a
Tempestade. Pois bem, numa das histórias envolvendo essa ceita do qual o plot básico do anime foi
chupado, os U-men sequestram uma jovem chamada Angel Salvadore, que para os que
não conhecem, é a fodona da Tempestade. Mas dessa vez temos a inserção de uma
jovem mutante japonesa, Hisako Ichiki, conhecida também pelo codinome “Armadura”.
Criada originalmente por Joss Whedon e John Cassaday em “Astonishing X-Men”,
ela representa o típico personagem adolescente, perfil muito melhor usado
por; Jubileu e Kity Prade. Mas na história ela desempenha um papel “importante”, tem a missão de ser a representante japonesa e como o anime vai retratar uma saga ambienta no
oriente, nada melhor que uma heroína local. Certo?
A história começa com o domínio do Mestre Mental em Jean
Grey, que com o desequilíbrio acaba deixando a Fênix vir á tona, mas escolhe o caminho do auto sacrifício para não destruir os
X-Men. Na história, a equipe é formada por Fera, Tempestade, Ciclope,
Wolverine, sob a liderança do Prof. Charles Xavier. Aliás, a história do anime é abertamente adaptada de Astonishing X-Men, uma série de revistas idealizada por Joss Whedon e John Cassaday, onde em determinada saga os mutantes vão parar no Japão. Numa dessas histórias inclusive, tem a Vampira (minha personagem
favorita, preciso frisar) como personagem principal. Como no original, a morte de Jean acaba afastando os
Mutantes que perdem a liderança de Scott, que se encontra abalado
emocionalmente. Isso até o momento em que o desaparecimento da Hisako no Japão,
faz com que a pedido de seus pais, o Prof. X convoque os X-Men para localizá-la.
Ai começa toda a saga do anime que se revela muito além da sinopse básica.
O primeiro episódio causou uma euforia enorme (confira a excelente estreia, narrada pelo Dih, no ChuNan) no fandom otaku, mas acabou caindo no ostracismo episódios
depois, com pouca - ou ninguém - comentando. Apesar de ter se mostrado um anime
certinho e maniqueísta, com a chegada dos mutantes ao Japão, a trama foi
crescendo, ganhando complexidade por parte de alguns personagens, um suspense
bem bacana, ação e uma boa qualidade gráfica. Sim, a qualidade é boa, porém a
criatividade é zero, tanto nos cenários, quanto na trilha sonora que não sai do lugar comum. A começar pela
maçante OP e ED padrão dessa parceria. Fala sério, quem tem paciência de
assistir aquilo até o fim? Eu sempre as pulo sem o menor remorso. As que compõem
o background são tão marotas que às vezes nos esquecemos dela, de tão comuns. O
trabalho de dublagem é apenas competente e ainda sinto aquela sensação de estranheza,
de que algo está errado, ao ver personagens americanos com voz japonesa.
Mistérios da mente, não é mesmo? Outra crítica, é quanto ao desfecho da
história, que não chega a ser ruim, mas pela crescente evolução da mesma,
acredito que todos esperavam algo mais.... mais... envolvente, um clímax que
realmente elevasse as emoções.
Mas mesmo levando em conta esses problemas, o anime possui
acertos significativos. O ponto mais positivo, sem dúvidas é a inserção de Emma
Frost, uma mutante telepata que acaba inevitavelmente sendo comparada á Jean. E
não é que ela deu conta do recado? Criou uma atmosfera de suspense quanto as
suas reais intenções e sua interação com Ciclope e Hisako criaram momentos bem agradáveis.
O foco em Yui Sasaki, em determinado momento da trama, também não poderia ter
se mostrado mais oportuno e que resultou nos melhores momentos do anime.
Tempestade e Fera não tiveram muito destaque, mas também não desapontaram.
Wolverine como bom arroz de festa (os fãs da Marvel vão entender) estava como
sempre, dessa vez com um visual mais próximo do original. Da equipe e excluindo
ai Emma e Hisako, Schott teve o grande destaque do anime, com o enfoque em sua
vacilante volta a liderança da equipe e seu ainda frágil lado emocional. Não
curto esse personagem, mas no anime ele foi bem mais digerível que nas outras
adaptações.
Continua? O prólogo após os créditos me lembrou a mesma cena final do filme X-Men: O Confronto Final. Nota 07 lá no MAL.
5 comentários :
wolverine e blade foran os mais fracos de todos mas x-men ate que e aguentavel,essa parceria foi uma tortura na verdade ia ser melhor com a dv comics superman e batman darian animes melhores
também curti essa adaptação. Não pretendo assistir Blade, não me sinto nem um pouco empolgada pra isso.
Excelente post Roberta e bem resumido, mas bem informartivo pra otakus que não entendem nada de comics =)
Resultado da minha aventura nesse anime? Gostei do que vi e sei que não deveria estar tão crente, mas verei Blade e ver se consegue se sobressair.
Ótimo texto, Roberta. Concordo em vários pontos, não vejo o anime como um "must see" mas não chega a ser uma decepção para o público "neutro" e agrada bastante aos fãs dos mutantes.
Também achei muito bom o trabalho com o personagem do Scott, exploraram o lado emocional dele ao máximo e sem ficar cansativo. Acho até que foi melhor trabalhado nesse anime do que nos filmes da Fox.
E espero que haja uma sequência! *--*
O anime é muito ruim.
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