Falar sobre Tezuka (1928-1989) é sempre uma tarefa
complicada. Sua extensa biografia soma mais de 700 mangás produzidos e é um
importante indicador da grande produtividade daquele que é carinhosamente
chamado de “O deus do mangá”, que modificou a estética do mesmo e a tornou o
que vemos hoje em diversas publicações. Para falar com toda a propriedade sobre
Tezuka e explorar as diversas nuances do seu legado, seria necessário um longo
estudo. Mas isso não se torna empecilho para que possamos propor uma discussão
sobre determinado elemento ou obra que figura em seu grande acervo. É com esse
intuito, além de apresentar diversos títulos de sua biografia para um público
que talvez ainda não tenha tido a chance de conhecer as diversas facetas do
“papa do mangá”, que vários blogs se reuniram para prestar essa singela
homenagem, que leva o nome de Tezuka Day.
O texto abaixo contém pequenas
revelações do enredo do mangá abordado, que são spoilers, mas que
particularmente, não considero prejudicial para quem porventura, se interesse
em lê-lo, uma vez que procurei omitir os pontos cruciais.
A obra escolhida por mim, como já
se faz notar, é Barbara (Publicado na
revista Big Comic da editora Shogakukan entre 1973 e 1974, totalizando 2
volumes), que tanto é uma de suas obras mais desconhecidas, como também figura
como uma de suas várias obras com temática adulta. É comum ver Barbara sendo comparo com Ayako, devido ao seu tom mais obscuro.
Mas Barbara tem uma proposta mais
surreal em seu contexto, trabalhando em seu universo, a realidade e a
mitologia. Um dos talentos de Tezuka era sua sensibilidade de retratar o
universo contemporâneo em suas histórias, o que faz com que, por mais volumoso
que seja o seu legado, há uma acentuada diversidade. Além de histórias
fantasiosas, como Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco, 1950—1954), que
certamente serviu de inspiração para o Rei
Leão da Walt Disney, Ribbon no Kishi (A Princesa e o Cavaleiro,
1953—1956), que sofreu inspiração nos temas e estilos dos musicais do teatro
de Takarazuka, a ficção cientifica com Tetsuwan
Atom (Astro Boy, 1952—1968), até Black
Jack (1973—1983), história quase que autobiográfica, sobre um mundo que
Tezuka conhecia intimamente, que é o da medicina.
Já Ayako, que curiosamente era a minha aposta original para ser
analisado nesse #TezukaDay, também tem essa linguagem mais adulta e a pretensão
de ser mais profundo, e importante frisar que realmente consegue. Em Ayako
temos a saga da problemática família Tenge após o Japão ter sido derrotado na
Segunda Guerra Mundial. O patriarca utiliza a herança da família como material
de chantagem para manter o filho mais velho sob sua autoridade e conseguir
favores sexuais de sua nora. O filho do meio é um soldado que voltou da guerra
e agora trabalha como espião para os americanos. Ayako, a filha caçula, começa
a se envolver com o movimento trabalhista japonês e, para complicar ainda mais
a situação descobre a relação de seu pai com sua cunhada. Como consequência é
trancada pelo pai e pelo irmão mais velho por doze anos no porão da casa.
A arte de Tezuka aqui está muito
acentuada e suave, distante do estilo cartunesco que acabou se tornando uma de
suas características, e mais próxima do que entendemos como mangá moderno.
Artisticamente, considero um dos melhores momentos do Tezuka, em que ele
consegue equilibrar momentos de realismo com numerosas cenas de influência
barroca. Bom, terei outra oportunidade pra comentar melhor sobre Ayako, que tem uma abordagem
insinuante, que é o incesto. Juntamente com Barbara, são os três mangás que
fazem parte da leva de últimos trabalhos de Tezuka e que compartilham o mesmo
tom rude. Adolf ni Tsugu é um olhar
atento sobre o preconceito, sobre três homens que dividem o mesmo nome, Ayako é uma ficção política e drama com
as mudanças e a tensão da sociedade japonesa após a guerra. E Barbara?
A personagem título, Barbara, é uma jovem que sintetiza
vários traços da contracultura dos anos 60, incluindo ai a invasão hippie
naquela época do pós-guerra – A própria Barbara é a pintura perfeita desse
quadro, onde a acaba se tornando a visão de Tezuka sobre aquele movimento. Por
ter sido produzido nos 70, as referências se multiplicam e torna a leitura bem
rica, mas é preciso ter o mínimo de atenção, pois boa parte disso é jogado para
o leitor de uma forma bem subjetiva. Talvez o único pesar, seja o fato de Barbara não ser o retrato perfeito da
contracultura daquela década, mas apenas um esboço, que serve de pano de fundo
para a história. A contracultura foi um movimento que seguiu a linha de
mobilização e contestação, tendo seu auge na década de 60, que nasceu de jovens
de inflamados pela vontade de revolucionar o mundo, que resultaria no movimento
hippie que viraria uma verdadeira revolução social na América do Norte, Europa
Ocidental, Japão, Austrália e Nova Zelândia durante os anos 1960 e início de
1970.
Pode se dizer que o cenário
ambiente da história, retrata perfeitamente àquela época, assim como a
personagem título, seus hábitos e atitudes. Mas afinal quem é Barbara? Tudo que
um provável leitor saberá é que se trata da personagem título, e que é uma
jovem hippie imersa no alcoolismo. Nas primeiras páginas, parece que Barbara é
apenas uma vagabunda qualquer, perdida na grande metrópole cercada por inúmeras
indústrias, poluição e uma população revoltosa. Em meio a todo esse caos, se
encontra Barbara, que segundo a própria descrição de Tezuka, naquela atual
conjuntura, não se diferenciava muito de saco de lixo. Encolhida em meio à
multidão na estação de Shinjuku, como se fosse um animal indefeso, Barbara é
acolhida por um famoso escritor, Yosuke Mikura, que dá abrigo para a fumante
compulsiva e quase sempre alcoolizada, Barbara. Em busca de inspiração, Barbara
acaba se tornando a musa do escritor, que sem perceber, acaba se envolvendo
mais do que deveria com a jovem hippie. Ela se torna cada vez mais importante
na vida do artista, que tem a percepção do mundo completamente alterada, apesar
dos avisos dos amigos para que se afastasse da garota.
Se no primeiro volume, nós vemos
a ação que é a presença de Barbara na vida do escritor, no segundo nós
apresentado a reação dos personagens envolvidos naquele conflituoso
relacionamento, e a consequência. A ascensão de conto de fadas de Yosuke Mikura
termina quando Barbara o abandona. Em desespero, Mikura chega aos limites da loucura,
forçando para que Barbara volte ao seu lado, o que resulta num violento
confronto entre o casal, chegando ao viés do canibalismo, representado pelo
último ato de amor. Em um último esforço e já sentindo sua morte, Mikura
consegue enfim produzir sua obra prima, ao qual ele intitula de Barbara.
O grande Tezuka nos apresenta
aqui um competente e provocativo mosaico, que contém uma boa dose de humor que
certamente é capaz de fazer brotar um sorriso no rosto. A Barbara é
completamente maluca e apaixonante, repleta de carisma. Ainda assim, Barbara é uma das obras mais
intrigantes e estranhas de Tezuka – E falo isso com base nos poucos mangás
lançados oficialmente dele que eu tive o prazer de ler. Certamente, há camadas
ali que podem perturbar os mais incautos. Aliás, a própria Barbara é uma
heroína misteriosa e intrigante. Mas falando do mangá como um todo, ele possui
um esquema narrativo bem clássico, bebendo diretamente na literatura fantástica
do século XIX. O “Fantástico”, nesse caso específico, não se trata de um
adjetivo, mas de uma tendência literária também conhecida como Literatura
Gótica, que foi um movimento literário que surgiu no século XIX num contexto
inglês conhecido como época Vitoriana. Eu sei que está muito pseudo isso aqui,
mas logo chego ao ponto que pretendo alcançar. Os autores da Literatura
Fantástica ambientavam suas histórias em lugares que inspiravam uma mente
assustada como florestas escuras, cemitérios, castelos, igrejas e ruínas em
geral. O segundo volume de Barbara,
é o que melhor expõe toda essa influência de Tezuka, e não por acaso, ele é tão
surpreendente e ao mesmo tempo, questionável para algumas pessoas, uma vez que
o tom é pautado no extremo do surrealismo e no lado mais obscuro da mente
humana, onde Tezuka se permite trabalhar o lado do canibalismo humano.
Chocante? Não sei, mas eu fiquei surpresa e é por isso que essa é a faceta do
Tezuka que eu mais gosto.
Dos autores consagrados da
literatura fantástica, E. T. A. Hoffmann
sem dúvidas foi a grande inspiração de Tezuka ao criar Barbara, ainda que indiretamente. Isso porque Barbara é oficialmente inspirado em Les contes d'Hoffmann (Os Contos de Hoffmann/ The Tales of Hoffmann),
uma ópera do francês Jacques Offenbach, que por sua vez é baseada nos contos de
Hoffmann. O próprio personagem central da história, Yosuke Mikura, seria o
protagonista da peça de Jacqes Offenbach, o poeta Hoffmann que se apaixona por
um “Automaton” (Uma máquina,
popularizado como robô humanoide), a bela boneca mecânica chamada, Olympia,
que entre vários acontecimentos do enredo, usa magia para ganhar a forma humana
e assim despertar o interesse dele. Tal qual acontece com Yosuke Mikura,
Hofmann é alertado pelos amigos para que tenha cautela, contando-lhe inclusive
sobre uma boneca que teria ganhado forma humana, mas ele não lhes dá ouvido.
Mais a frente, a verdade vem à tona e Hoffmann descobre que esteve o tempo todo
apaixonado por uma boneca mecânica, e acaba sendo ridicularizado por todos.
Hoffmann acaba se envolvendo com outras mulheres, mas a que ele precisa mesmo,
é Olympia e em um surto de cólera, tenta convence-la a se tornar sua amante,
que aceita o capricho do poeta.
Os Contos de Hoffmann, última
ópera de Jacques Offenbach, é uma verdadeira exposição dentro do contexto de Barbara, onde as varias tramas da história
se desenvolvem em um ambiente lúgubre, pautado pela dúvida do fantástico e
grande enfoque no lado mais obscuro da alma humana. Comparando as duas obras,
se vê claramente os pontos comuns de cada uma e que Tezuka desenvolveu sua
história em cima daquela linha de pensamento. Desprezando Barbara por esta ser
uma alcoólica irrecuperável, ele sempre se apaixona por mulheres quase
inatingíveis, mas sempre descobrimos que se tratam de ilusões macabras,
situações que quase invocavam um humor negro. Como por exemplo, nas várias
situações de equivoco, era comum que sua amada fosse na realidade, um manequim,
um animal, ou até mesmo um fantasma. Inclusive, foram uma das coisas que me
surpreenderam e me assustaram positivamente em Barbara. Equívocos e mais equívocos, até onde iria isso e por quê?
Esse é o grande segredo e trunfo de Tezuka, que mesmo eu comentando abertamente
sobre Barbara, prefiro não revelar
ou até mesmo opinar, pois não se trata de uma leitura sustentada pelo mistério,
mas sim pela indagação e sua narrativa densa, ao mesmo tempo em que
involuntariamente bem humorada.
Só que a maior ilusão e incógnita
da história, é a própria Barbara, que vai nutrindo cada vez mais afeição por
parte do autor Yosuke Mikura. Tal qual Hoffmann sente pela androide Olympia.
Identificar pontos comuns entre Mikura e Hoffman é fácil, mas e entre Barbara e
Olympia? Ambas são preteridas pelos amados, que se envergonham delas, mas que
também não conseguem tira-las do pensamento, que a tornam suas amantes. Imagino,
que a essa altura imaginem que eles são os grandes vilões, mas adivinhe, aqui
não temos vilões ou mocinhas. Apenas um retrato da forma mais verossímil
possível do comportamento humano. Na verdade, é o Yosuke Mikura que se encontra
nas situações de maior fragilidade emocional, frente às ilusões que ele se
depara.
Mas Mikura também faz o modelo de
homem cafajeste, já na faixa dos seus 30 anos, é boêmio e conquistador, com uma
vida sexual ativa. Algo fácil para aqueles que têm pinta de galã. Retratado
como um homem viril, e como era comum à época, Mikura não se faz de rogado na
hora de dar uns bons tabefes em Barbara, agindo violentamente sempre que esta
lhe tirava do sério. Neste caso em especifico, as questões feministas precisam
ser deixadas de lado, em favor da ficção. É magnifico a peça conflituosa
ensaiada por Tezuka em cima do casal. Barbara é fugaz, atrevida e fala o que
lhe dá na telha, pra completar o quadro, ela ainda rouba seus pertences
pessoais para comprar mais bebidas, além de beber todo seu vinho e whisky
descaradamente. Barbara não tem pudor algum, não se comporta como uma dama da
sociedade, mas tem algo que toda mulher possui indiscutivelmente: Adora
provocar, seja sexualmente ou falando mais do que deveria. Mikura, claro, se
sente completamente envergonhado pelas atitudes dela, mas é incapaz de manda-la
embora. O comportamento de Barbara é de um gato desapegado ao seu dono. Aliás,
novamente, quem é Barbara? Ela é múltipla, uma adolescente rebelde, talvez até
mesmo o Diabo. A despudorada e o guarda costas, talvez essa seja a melhor
descrição para esses dois, quem sabe!?
O fato é que Mikura está
convencido de que nada pode criar sem a presença de Barbara. Ela é quem lhe dá
impulso e inspiração. Ao lado dela, ele se sente capaz de dar a luz a sua obra
prima, o melhor livro de sua carreira (seria
ai o Tezuka se vendo em Mikura, já que este também ansiava com Hi no Tori criar
sua obra máxima?). Mas ao mesmo tempo, Barbara que é o antidoto, também é a
figura do câncer. Sua sensual musa inspiradora. Barbara é quase uma Lolita (Um dos mais cults romances da literatura
inglesa, de autoria de Vladimir Nabokov, lançado inclusive, em 1955, antes de
Barbara ser concebido), tão provocativo e doentio, quanto. Mesmo a
obsessão, ainda hoje é um dos temas mais complexos e interessantes de se olhar.
O próprio Tezuka já trabalhou bastante em cima disso, e como já mencionei, é o
seu lado que mais admiro. Tocando e abraçando o lado mais repugnante do ser
humano, Tezuka criou obras de qualidades imensuráveis, como a já citada Ayako e Adolf ni Tsugu. Mas não poderia deixar de citar MW (se pronuncia MU), uma história também
pautada na obsessão, onde o tema é “A vingança é um prato que se serve frio”,
ao qual ele desenvolve um relacionamento complexo e sedutor entre os dois
protagonistas da obra, ao mesmo tempo em que faz sua critica social ao atual
momento do Japão na época.
Mas bem, voltando a falar de
Barbara, Tezuka é influente hoje, mas também foi influenciado e soube utilizar
muito bem isso. Em um dos capítulos, ele introduz a mãe de Barbara na história,
como uma deliciosa metáfora para a deusa grega Mnemosyne. Inclusive, ela tem a aparência da Venus de Willendorf, também conhecida como a Mulher de Willendorf –
Uma figura feminina, que estudiosos afirmam ter sido feita entre 24.000 e
22.000 aC. – e apesar de controverso, recebeu o apelido devido a clássica
imagem da deusa da mitologia romana, Vênus.
Não sei quanto a vocês que me leem, mas adoro essas referências históricas,
seja em qual série for. Apesar do editor chefe, responsável pelo lançamento de
Barbara na França, não entender em sua nota ao final do mangá sobre a relação
da personagem Barbara com Calíope, a primeira das nove musas da mitologia
grega, filhas de Zeus e Mnemosine, a meu ver não é nada mais do que as
características apontam, com o fato de Calíope ser a musa da poesia épica, tida
como a inspiração do maior poeta grego da história, Homer, autor da Ilíada e de a Odisseia. Tal qual, Barbara é a musa inspiradora do romancista
Mikura, que originalmente seria o poeta d’Os Contos de Hoffmann.
Um fato interessante é que Neil Gaiman, autor da aclamada
Graphic Novel; Sandman, também se
utiliza da figura de Calíope em sua obra (que
eu considero) máxima. Também interessante notar que tanto Sandman, quanto Barbara trabalham em cima dessa linha
de desejo e os perigos que corremos na euforia de realizar nossos sonhos a
qualquer custo, que acabam trazendo consequências nada prazerosas. Outro
detalhe no que diz respeito a referências, são a inclusão de poemas do poeta
francês, Paul Verlaine e outras referências ocidentais. Citemos ai a aparência
ocidental dos personagens, como Mikura e suas sobrancelhas espessas, estrutura
fácil padrão do norte americano, com seu nariz torto, óculos e cigarro na boca.
Representa a imagem do escritor intelectual e elitista. Já Barbara em seu
narizinho arrebitado, é mostrada do alto de suas pernas longas e curvas
perfeitas. Assim como suas roupas, se mostra de uma forma sexualmente
provocante.
Bom, pra finalizar, Tezuka diz no posfácio que Barbara é a história de um homem
cambaleando entre o esteticismo decadente e a doença mental. Em Barbara, a relação entre a musa e o
artista, é desenvolvida por Tezuka de uma forma surreal, grotesca e ambígua. Tezuka
acabou se influenciando muito no estilo gekigá, que tem como proposta histórias
maduras (inclui se ai sexo e violência)
voltadas para o público adulto, que vinha ganhando bastante atenção nessa
época. Mas é possível notar o inconfundível humor gráfico, que se tornou uma
prática comum nos mangás modernos e que foi fundado por Tezuka, continua
presente em Barbara. A arte é
ligeiramente diferente do estilo arredondado e infantil, algo mais cartunesco
que acabou se tornando sua marca registrada, acredito eu. Os enquadramentos são
excelentes, para a época em que a obra foi produzida, apesar de ser bem básico,
há todo um aspecto artístico que é impressionante, detalhe para a forma como
Tezuka reproduz os personagens na cerimonia do segundo volume, onde ele
desenvolveu uma ação gráfica alucinante.
Barbara possui reviravoltas excepcionais e um desfecho que,
certamente é surpreendente. Sexo, loucura alucinante, violência, uma relação
tempestuosa assim não poderia acabar de outra maneira. E acredito que não seja
estragar o prazer da leitura, revelar que Barbara acaba violentamente morta por
ele, mas que de alguma forma acaba voltando. Mas como? Bem, a resposta é de uma
melancolia que só. Barbara volta e se torna a mulher elegante que Mikura sempre
sonhou e os dois acabam decidindo se casar. Aqui, Tezuka mescla do misticismo e
culto à magia negra, com a cerimonia acontecendo em um estranho lugar escondido
de todos e organizados por uma seita que mantêm um "culto da deusa-mãe. Em
um tom de tragédia grega, o culto é interrompido pela policia e...bem, pra
saber como termina essa fantasiosa e doentia história, apenas lendo o mangá, eu
não vou contar. Não é tão eficaz quanto Ayako,
nem muito menos tão grandioso como Adolf,
Buda ou com o background de um Black Jack ou MW, mas tem seu lugar garantido como um dos mais divertidos de ser,
de forma despretensiosa. O que acaba, causando uma surpresa positiva, pois a
história trás diversos temas interessantes, como a subcultura que invadia o
Japão na época e que acaba se tornando um excelente pano de fundo pra
fantasiosa história com diversas referências interessantíssimas. Uma última
curiosidade, é que Tezuka costumava fazer algumas aparições em várias de suas
histórias (quase um Alfred Hitchcock,
que tinha o mesmo costume), e não é diferente em Barbara. Espero um dia ver
este mangá sendo publicado nos EUA ou até mesmo aqui, a compra será garantida.
E não deixem de conferir a página oficial do #TezukaDay, com link de TODOS os blogs, sites, podcasts e vlogs participantes [http://www.facebook.com/tezukaday]
Uma surpresa inesperada foi
quando li a resenha de Fuusuke lá no VisualNovel Brasil, feito pelo Rúbio. Jamais imaginaria o Tezuka escrevendo algo
assim: “A vagina da minha filha pode
prever o futuro”. No Mangás Cults,
resenha de Tetsu no Senritsu, que parece ser bem bacanudo. O MagaTologia, comenta em seu podcast
sobre Tezuka reinterpretado por outros. E por falar em reinterpretação, lembra
que lá em cima eu citei Pluto? Então, o tsundere do Panina lá do Subete Animes, comentou a história de
Astro Boy, de onde Pluto se baseia. E pra terminar, minhas queridas amigas,
Mary com seus excelentes comentários, dessa vez sobre Metrópolis, a versão em
mangá no Across The Starlight. A
super Rah, comenta empolgadamente sobre Black Jack, o doutor House nipônico, em
seu blog, Special Days.
Acessando o link acima, você tem
acesso ao endereço de todos os posts do #TezukaDay,
mas deixo aqui a minha dica pessoal de postagens:
ARTIGOS
No blog Otakismo, o Kauê nos guia à história de Tezuka e sua influência,
com um foco um tanto maior, americana e também da própria cultura japonesa em
suas histórias. No Nahel Argama,
você tem acesso ao mesmo tema: influência, mas dessa vez com um enfoque maior
no cinema, na tv, ou seja, a herança de Tezuka para o vídeo. Já a querida Valéria, faz um esboço tão
gostoso como pudim, no Shoujo Café,
sobre as contribuições do mestre Tezuka para os mangás e trás uma visão
peculiar sobre o mito e o shoujo. Leiam.
O Lancaster, em seu blog, Maximum Cosmos, faz uma belíssima introdução,
defendendo seu ponto de vista sobre as obras infantis de Tezuka, que são
constantemente alvos de críticas. Os meninos do site Troca Equivalente, fazem um esboço interessante sobre influência,
estilo e importância de Tezuka para a indústria.
REVIEWS/ANÁLISES
No Chuva de Nanquim, há uma conversa agradável do Dih, com seus
leitores sobre Pluto, a prestigiada obra de Naoki Urasawa, onde seu mundo, se
mistura ao de Tezuka e seu Astro Boy. No blog Netoin!, o Carlírio dá jus a sua marca registrada, de comentar
histórias sensíveis e simples, sobre o cotidiano. Dessa vez é Fushigi wa Melmo,
de Osamu Tezuka. Você também pode ficar sabendo um pouco mais sobre Dororo,
lançado aqui no Brasil pela NewPOP e belamente resenhado no blog Radix.
Para quem procura algo mais
obscuro, adulto e maduro, no MangasUnderground, temos uma curta e ótima análise sobre Ode to Kirihito.
Temos o Vídeo Quest, comentando de forma cool, um dos melhores trabalhos de Tezuka, Adolf. E por falar em “melhores
trabalhos”, o Graveheart comenta com eficácia sobre Buda no Blog do Graveheart. A pequena e simpática
Mei comenta um mangá, que, particularmente considero como um soco no estomago,
MW, lá no Virtual Meinsanity.
Fechando com chave de ouro, o
Denys escreve uma grande análise sobre Apollo’s Song, ao qual recomendo ler com
certa calma e tempo, lá no Gyabbo!.
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