Você percebe que o mercado de
mangás está realmente mal quando vê obras lançadas hipoteticamente há 30 anos
atrás, sendo relançadas com qualidade igual ou surpreendentemente inferior a
que foi lançada originalmente. Já digo logo que não vejo problemas em relançamentos, considero uma tendência
natural. É algo que a cena musical começou com seus infindáveis revivals, e seu
saudosismo cheirando a naftalina, a indústria do cinema que entrou numa crise
que aparentemente vai demorar para sair, vide os remakes, o grande foco em adaptações
de quadrinhos e livros juvenis entre outros fatores que denunciam a escassez de
ideias originais. Mas olha, se livros podem ser lançados e relançados num
espaço de tempo onde eu mastigo uma jujuba e enfio a mão no pacote pra pegar
mais, POR QUE O MEU MANGÁ NÃO PODE? Não só pode, como deveria se tornar uma
prática comum, para obras lançados quando eu ainda fazia cocó nas fraldas e tem
grande potencial comercial, logo, sucesso financeiro. Já dizia o Kuroi (Mangás da Panini-fã site),
"EDITORAS NÃO SÃO INSTITUIÇÕES DE CARIDADE, CACETE" (o cacete é por minha conta).
No mundo dos negócios, funciona
uma regrinha básica: Lei da Oferta e
Procura, também chamada de Lei da Oferta e da Demanda. Oferta é a quantidade do
produto disponível em mercado, enquanto procura é o interesse existente em
relação ao mesmo. Afinal, por que cargas d'agua eu preciso ficar procurando em
sebo, mangás velhos e amarelados, de uma época em que as editoras de uma modo
geral, gerenciavam seus negócios da mesma forma que o seu Madruga gerenciava o
seu, ao deixar o Chaves tomar conta de sua banda de churros, rs!? Nem tão pouco
tenho que ver absurdos que resultam da lei da oferta e da procura. EXEMPLO:
Sakura Card Captos, custando em
média POR EDIÇÃO, 200 reais. Tipo, 200 FUNKING DILMAS em uma edição escrota, de
meio tanko (um volume dividido em dois),
lançado na era jurássica e que devido ao amadorismo das editoras (Jbc falha muito, mas ela não está só e
nunca esteve, aliás), envelheceram MUUUUUITO MAL. O fator determinante para
a procura de um determinado produto é quando este deixa de ser o preço, assim
sendo, o preço se torna algo determinado pelo próprio consumidor. O preço a ser
fixado é determinado levando em consideração a relação entre a procura e a necessidade
do consumidor final, e claro, os custos gerados em sua produção/manutenção.
OKAY, pensando nisso, que as
editoras precisam fazer caixa para que seu querido Monster ou qualquer outro mangá que está longe de ser atrativo para
a massa (qualidade e diversão nem sempre
andam de mãos dadas), seja lançado. Mas também é vergonhoso, relançar um
produto de 10 anos atrás, com uma qualidade igual, ou surpreendentemente
INFERIOR ao lançado anteriormente. Jbc e Panini ultimamente agem como caranguejos,
olhando pra frente, mas andando pra trás. Em curto prazo, beleza. O consumidor
fica feliz com o relançamento de seu mangá preferido, a editora fica feliz com
os bolsos cheios de Dilmas (R$), mas e à longo prazo? Já dizem os velhos, pra
colher, é preciso plantar. Olhar com maturidade para o mercado ao qual sua empresa
trabalha, é tratar o seu público consumidor com respeito e o material que tem
em mãos, de forma profissional. Pensar nessas questões deveria ser a função de
um editor geral, mas será que nossas duas maiores editoras de mangás no Brasil,
possuem este tipo de profissional empreendedor num cargo que é tão importante
quanto à função de técnico de futebol? Afinal, não adianta apenas ter um bom
produto em mãos, é preciso saber trabalha-lo corretamente. Que o fracasso da Conrad
não tenha sido em vão e que os profissionais comecem seriamente a pensar mais a
longo prazo. Pois o público amadurece e com 25 anos, mãe e dona de casa, eu vou
ser ainda mais seletiva com o que compro.
Edição recente, que parece ser a antiga |
A Jbc até o momento, não vem
apenas falhado miseravelmente, mas também se envergonhando (até mundialmente) com o acabamento dispensado em Evangelion, Cavaleiros do Zodíaco e possivelmente, acontecerá o mesmo com o
aguardado Sakura Card Captors. E a
Panini, trazendo One Piece e Monster em papel jornal, sem as páginas
brancas, costurado,ou qualquer coisa que diferencie positivamente da edição
lançada anteriormente pela Conrad, também mostra seu comodismo e se porta como
editora pequena. Pensando assim, estamos vivendo de um retrocesso bizarro, onde
a Conrad infelizmente não fez escola (tá,
ainda podemos olhar para a NewPOP e L&PM com certa esperança, com seus bons
acabamentos físicos e investimento no mercado de livraria, como Solanin e obras
do Tezuka, entre outras), e seus mangás lançados na época do meio tanko,
quando ainda existia animes na tv aberta e Band Kids (QUÊ IÇU? Sei lá, mas sempre comentam), continuam com uma qualidade
muito melhor do que o lançado em pleno ano apocalíptico de 2012 ou ao menos, no
mesmo padrão. Ou seja, realmente é o fim dos tempos.
Vale conferir e refletir na
mensagem deixada no blog Nahel Argama, do Cuerti, que toca na mesma tecla.
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