Essa é a grande revelação e primeira grande reviravolta da
história? Eu espero que não, pois já era algo esperado que pudesse acontecer e
discutido anteriormente por todos nós.
Mas finalmente, um episódio mais sólido e com um suspense
trabalhado de forma intrínseca dentro da trama. Eu gostei e conseguiu manter minha atenção e
interesse durante todos os 24 minutos de execução. A parte chata fica para a
falta de tato da equipe de produção em criar um clímax mais satisfatório e nem
falo pelo fato da revelação de Mei nem ter abalado Kouchi, mas repassaram isso
para o espectador de uma forma tão sem graça, que se a revelação fosse ela
dizendo que é evitada por todos porque
tem gonorreia, teria me causado muito mais impacto. Vejam bem como todo
esse mote trabalhado na PARTE A (Vou
supor que agora os rumos e o foco do anime será outro. Sai Mei dos holofotes, e
entra a questão do aluno morto misterioso e certamente toda a investigação que
irá se desencadear até os dois últimos episódios, momento decisivo do anime e
de botar as cartas na mesa), onde eles fizeram algumas pegadinhas bem
bacanas, como o reflexo de Mei refletindo no espelho e deixando a todos
confusos (afinal, todos sabem que no
folclore japonês, e até no ocidente, fantasmas não refletem no espelho – muito embora,
ultimamente vampiros andem brilhando no sol), o Estúdio M, uma loja onde
ninguém entra e a própria Mei continuar indo para escola, mesmo sendo um fantasma
e agindo como uma pessoa normal – Mais importante, Yukari, a representante de
classe que claramente parecia ter visto a garota, e imediatamente dado meia
volta.
Enfim, misturaram isso com uma tentativa de suspense em
volta desse “mistério”, afinal, ela realmente existe? E funcionou, envolveu a
todos em boas discussões. Em meio a isso, injetaram elementos sobrenaturais que
nos deixassem em dúvida sobre sua real natureza. Agora o mais importante, Kouchi
completamente passível diante disso tudo. Todos sabem que os espectadores se
veem através dos olhos do protagonista. Se Kouchi tem tanta certeza que Mei não
existe, nos mostre o motivo pelo fato dele ter tanta convicção assim nessa
possibilidade. Pra piorar a situação, quando a Mei finalmente revela que sim, é
humana, ele ainda diz: “então, você
existe mesmo!?” como se fosse a coisa mais natural do mundo. É descabido
criar um suspense em cima desse fato, para depois solta-lo como se não tivesse
importância alguma, sinto como se tivesse sido feita de idiota. Você não?
Afinal, te levaram a ficar em dúvidas se ela realmente existia ou não, durante
4 episódios.
Quanto às bonecas, fica a questão: Elas realmente serão necessárias?
Por que, sinceramente se a intenção ao colocar aquelas bonecas dançando e
aparecendo a todo o momento era me botar medo ou me deixar ansiosa, não
funcionou. Logo, sorrirei feliz se forem um elemento importante dentro do
enredo. Afinal, a Mei usa um olho de boneca.
Outra crítica é quanto ao fato de Kouchi continuar
indiferente às mortes de seus colegas e conhecidos. Que sujeito frio. Um amigo
dele acabara de morrer no dia anterior, e ele se mostra inabalável. A
enfermeira, sua grande parceira investigativa, morrera anteriormente também, e
ele ao menos se mostra perturbado com todos esses eventos. Todos em sua volta,
continuam a morrer continuamente e ele não se toca, continua fazendo as
perguntas sem ao menos se questionar com os efeitos que isso acarreta. Kouchi é
lento. Muito lento. Ele não é
esperto. Você me dizer que (sim, você
mesmo), ele esteve certo o tempo todo sobre a Mei, é o mesmo que me dizer,
que o Seiya de Cavaleiros dos Zodíacos, vencer adversários infinitamente
superiores a ele e até Deuses do olimpo, é a coisa mais natural do mundo e não
uma forçada de roteiro. Kouchi se mostra indiferente a todas as mortes ao seu
redor.
E isso é agravado pelo fato de que nunca vemos toda a extensão de suas
reações e pensamentos. Os sentimentos e anseios do personagem não são expostos
na trama. Em um mangá ou livro, isso não é tão discrepante pelo fato de que sempre
iremos ver a questão por um ponto narrativo; seja do autor, do personagem
principal ou de um terceiro que assiste a tudo de uma certa distância. Mas em
um anime, não temos esse recurso narrativo. É completamente discrepante e uma
grande falha isso não se mostrar aparente (para
não mostrar, é preciso haver uma forte razão. Será que haverá uma grande trollada
no final?). Animes de mistério precisam fazer sentido entre a ação e
reação. E o suspense para que seja amplamente degustado, precisa um personagem
central que consiga ser a figura do espectador dentro daquele contexto.
Eu posso até brincar às vezes, mas não acho justo julgar
Another, pelo fato dele não assustar ninguém (que animes realmente assustam alguém?). Isso não é importante.
Another tem um mote bem de terror clássico japonês, envolvendo folclore, superstições,
lendas e espíritos e aquilo não assusta ninguém. Não como um terror psicológico
(e Another não é isso). Aquilo é pra
gerar “horror” nas pessoas, é pra causar terror e não te botar medo. E histórias
de mistério são algo intricado na cultura japonesa e sempre andou de mãos dadas
com os elementos do “terror”. Então minhas críticas quanto a Another, nunca foi
sobre essas questões, mas no que diz respeito a execução.
Comparo Another, com o filme “Os Outros”, com atuação
brilhante de Nicole Kidman (uma das
melhores em sua carreira). Assim como Another, ele é categorizado também
como suspense e terror. Mas o pov ali está no suspense psicológico, e o terror,
é apenas um sentimento a ser explorado nos personagens e não visualmente. Assistindo,
você se sente aterrorizado. Não com medo. E isso só foi possível, pois a
protagonista da senhora Kidman, foi excecional e envolveu a todos os
espectadores. Os sentimentos dela, vivendo em meio a todos aqueles eventos que
acontecem no filme, foi totalmente crível. Já Kouchi, só está interessado na Mei, desde o principio. Não na figura que
ela representa, mas interessado nela como par romântico mesmo e isso faz
Another parecer mais um “ef - a tale of memories” (Um conto de memórias), do que um anime de suspense e com ambiente
hostil. E a Mei, ainda não mostrou 1/3 de seu potencial (sinceramente, tenho medo dela ser usada como figura decorativa).
Como eu disse, eu gostei, seguraram o clima de suspense, do
inicio ao fim, só pecando no clímax, que não acompanhou a boa tensão proporcionada
pela trama, e claro, Kouchi. Já praticamente na metade do anime, muitas
perguntas respondidas, novas surgindo e outras, ainda ficando em stand-by, para
o momento final. Me surpreendeu que exista um aluno morto entre eles, e que não
sabe que sua existência não mais existe. Isso é bem interessante, apesar de não
ser novo em se tratando em histórias sobrenaturais com elementos de terror. A
questão é se saberão trabalhar bem esse mote, assim como aquela que agora deve
se tornar a questão central de Another até os momentos finais: a investigação
de todos esses fatos. Mas sim, pode não parecer, estou mais empolgada, mas com
um pé lá atrás.
Aliás, com essa regrinha tomada como contra medida de evitar
a maldição, eles ignoram a Mei, para manter o equilíbrio e evitar que a
existência do aluno morto, seja sentida. Mas agora eles estão ignorando Kouchi
também. Não deveria haver um desequilíbrio, ai? Aguardemos então pra ver o desfecho
disso tudo. E ficam as perguntas: Quem é o aluno morto, que pensa estar vivo?
Quem é a outra? Ou outro original? E a melhor de todas: Quem será a próxima
vitima? Essa é a minha principal diversão em Another e do qual, não tenho nada
o que criticar.
ü
Ep. 1 – Prima de Misaki Mei
ü
Ep. 2 - ?????
ü Ep. 3 - Yukari
ü Ep. 4 - Sanae
ü Ep. 5 - Takabayashi
ü Ep. 6 - ????????
Agora que metades das respostas foram dadas, sem clímax
algum na verdade, o grande desafio de Another é conseguir manter o suspense,
que vem conseguindo nos últimos episódios, sendo que neste episódio, certamente
foi o auge – Inclusive, os diálogos não se mostraram tão banais e chatos, foram
interessantes. E sim, Another soa bem melhor desde sua estreia. Uma direção
mais afiada, e seria sem dúvida, o concorrente de Nisemonogatari na temporada em
termos de execução (independente deste estar apelativo, de se gostar ou não, a direção
desse anime é fora de série).
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