terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Comentários: Another Episódio #06 - Um Fiasco



Que episodio chato. Me engaram, eu quero meu dinheiro do ingresso de volta e-OH ESPERE!!! Mas olha bem, tá tudo errado e acho que perdi o fio condutor da trama em algum momento, pois não me recordo de quando que Another virou slice of life romântico. Sério, eu quase chorei nos 12/13 minutos de exibição quando começou a tocar aquela música triste. Me senti assistindo Clannad novamente. Tá tudo errado. TUDO ERRADO NESSE ANIMU. Demitam esse roteirista e esse diretor pelo amor de Deus. Eu me senti completamente violentada moralmente com esse episódio. Poucas vezes na vida assistir algo tão esdrúxulo, acho que desde..... De.... School Days? Nesse exato momento, eu estou quase chorando aqui, chorando de puro nervosismo. MEEEEODEOS, QUE EPISÓDIO RUIM. /ela grita e dramatiza

Esse episódio me pareceu mais uma tentativa de ser Susumiya Haruhi, misturado com Clannad e Keion. Sinceramente, estou ofendida e nesse momento nem a Deusa Athena pode ouvir meu clamor. Mas okay. Em respeito a vocês, irei respirar fundo, morder a língua, parar de destilar veneno e fingir que o episódio #06 de Another é digno de comentários sensatos. Vamos lá, 3... 2... let’s go!

Eu fiquei perplexa
Convenhamos que haja poucas coisas melhores quando se quer matar o tempo com um bom entretenimento, esperar chegar à noite/ ou madrugada, pegar sua pipoquinha e refrigerante e sentar na frente do seu monitor para assistir um bom anime de suspense e mistério, que prenda sua atenção e te envolva completamente. Mas infelizmente, não foi o caso deste episódio, que foi de doer. Foi chato em todos, literalmente todos, os aspectos. Apresentou uma narrativa precária que deixou uma impressão de emenda de situações desconjuntadas.

Pressupunha-se que esse episódio deveria trabalhar a relação entre Mei e Kouchi, e ao mesmo tempo desenvolver o mistério envolto da supersticiosa maldição que envolve a classe 3 e seus estudantes a 26 anos.

Eles realmente trabalham em cima de Mei e Kouchi, mas de uma forma completamente destoante da atmosfera do anime e o que já era problemático, se torna ainda mais frágil com um roteiro chupinhado de romance de banca de jornal, onde tentam uma construir uma relação, mas da forma mais preguiçosa possível e que acaba gerando um anticlímax como resultado. Claro, é fácil, posso até imaginar a discussão entre roteirista e diretor: “Vamos colocar o Kouchi completamente apaixonado pela Mei, escrevemos uns diálogos “mela calcinha” que as otakinhas adoram e deixamos a heroína o mais moe possível, para atrair o interesse dos otakinhos. Vamos fazê-los conversar sobre coisas do dia-a-dia, interesses em comum, mostra-los em um tour pela cidade numa áurea completamente romântica que lembre aqueles filmes infanto-juvenis idealizados. Pra completar, a cereja do bolo. Escolha ai um instrumental suave para os momentos de descontração e um mais melancólico, para os momentos mais emotivos. Vamos arrancar lágrimas dos espectadores num drama comovente”.

Another sempre nos trás referências. Dessa vez foi ao filme Pulp Fiction, para celebrar o Valentine's Day. Que injusto, senti vontade de sair dançando também, mas eu torci o pé

Isso quebrou completamente o já criticado clima. As consequências vieram, obviamente. Os diálogos com o professor Tatsuji Chibiki na biblioteca e Reiko Mikami já na residência e com os avos maternos de Kouchi, são cruciais para o enredo, não preciso nem saber dos spoilers pra perceber isso, mas acabam perdendo completamente o impacto, a tensão e o gozo que deveriam ter. Ocuparam apenas 1/5 do episódio e soaram como uma recompensa para os bravos guerreiros que resistiram à comédia romântica barata, imposta na maior parte do tempo com um roteiro fraco e constrangedor. Acaba que eu já estava completamente saturada e com os sentidos dormentes, que mal pude aproveita-los. Na verdade, eu tive que revê-los, porque eu estava praticamente dormindo com todo aquele blá blá blá (afinal, não assisto Another, esperando slice of life e romance, já tem outros que cumprem bem o papel).

Acho que eu estou sendo muito dura. não fui tocada pela magia do amor
A primeira pessoa morta não é a Misaki Mei, mas Yomiyama Misaki, um homem. Ai sim, uma boa surpresa e que faz jus ao titulo, OUTRO. Além disso, Another nos dá um solo para pisar, ao elucidar as regras que envolvem a maldição e fala mais sobre o aluno extra, mas nada muito elucidativo. Intrigante mesmo é Reiko Mikami, que certamente é uma peça importante nesse quebra-cabeça. Ela esconde algo que envolve a morte da mãe de Kouchi, acredito eu, caso siga pelos velhos clichês. Mas podem nos reservar ai um bom plot twister e ela ser o morto, como especulado no Subete Animes. Faz sentido completamente, com somente estas pistas que temos em mãos, mas eu não acredito muito nessa possibilidade. Penso mais que, ela viu algo ou fez parte desse algo, envolvendo a tragédia de anos atrás.

Realmente estou exigindo muito de Another. Preciso rever meus conceitos
Mas bem, pequenas conjecturas, fragmentos estilhaçados em uma execução lastimável e ESCOLHAS duvidosas. Another é pretencioso e acaba caindo em sua própria armadilha e se contradizendo. Kouchi apenas mostrou ser o tipo de personagem que eu já imaginava que fosse. Mei é apenas um arquétipo e nada mais, como eu temia. Ela é o objeto, Kouchi é o espectador otaku e assim a trama segue ao som de “HARE HARE YUKAI” de Suzumiya Haruhi no Yuuutsu, com Mei e Kouchi dançando no centro do salão numa sequência até então inimaginável numa série do porte garboso de Another. Nós somos os alunos ao fundo, completamente alheios à graça daquilo e sem entender a lógica em tal inserção. O escopo é bom, a ideia é não é nova (nunca é), mas infelizmente a execução é pífia. Vamos ser honestos, as expectativas já começavam a minguar antes que alguém visse o primeiro episódio, mas até aquelas estimativas baixas nunca tenderam ao medíocre. Mesmo faltando sazon em Another, e com todo o “mimimi” pela parte consumidora assídua desse tipo de material, este sempre se mostrou um anime no mínimo, bom/competente (pecando na falta de tato) e feito na medida para o povão da internet (já que ao que parece, nem com todo moe do mundo, Another será tão popular no Japão).

Aquele cliffhanger foi sensacional, quase morri de rir com o andar do professor e toda encenação

Esse episódio mostra que, infelizmente em Another, as partes individuais valem muito mais do que a soma. Como um pseudosuspense, a câmera simplesmente observa. Não há preparação, configuração, tensão. Há apenas premissas de mistério dentro das cenas. Enquanto séries mais competentes preenchem o tempo com diálogos intrigantes e inquietantes, Another se segura com a utilização aleatória do tempo e tenta imaginar se o público ainda está presente. No final, todos nós ainda estamos presentes, só que um pouco cansados e aborrecidos, como ficaríamos com um agradável convidado para jantar que se excede em sua permanência e histórias pessoais que pouco interessa aos outros na mesa.

No fim, tudo será explicado tintim por tintim, Another terá “inovador” em sua proposta e em meio à haters e fanboys, com sorte, algo assim não será copiado posteriormente (e se juntará na mesma cova de Blood-C – Amém). A sua waifu se salva da morte, mas o anime não.

P.S.: A zica tava solta nesse episódio, pois a animação não estava fluente como de costume, com os personagens duros, se movendo como robôs. Espero que volte ao normal, no próximo, tanto roteiro, como animação.

Mas essa minha opinião, sobre a visão que tenho desse episódio e o que ele representa. Sinta se a vontade para expressão a sua ou até mesmo questionar a minha. O mundo seria entendiante sem boas discussões.