Kore wa Zombie Desu ka? of the Dead é a segunda temporada de
Kore wa Zombie Desu ka?. A história
que é uma sátira de gêneros famosos da fantasia [Zumbi, Mahou Shoujo, Vampiro,
o Necromante que é uma espécie de bruxo/mago e claro, muitas criaturas
sobrenaturais], combinando com um harém de personagens que fogem do censo
comum; Haruna, a loli tsundere, que se auto-intitula gênio (“Haruna: Eu não vou limpar casa. Ayumu: Mas isso é algo que só um
gênio é capaz de fazer. Haruna: Se é assim, eu faço.” – Pohã....)e que vive
fazendo trocadilhos entre as palavras Mahou shoujo com Masou shoujo, além ser
especialista em fritar ovos (verdade
seja dita, sua única especialidade). Eucliwood Hellscythe (que atende pelo “Yu”), uma necromance
loli que não pode abrir a boca pra falar, de tanto poder que possui e que vive
nas fantasias do pervertido Ayumu. Seraphim, uma ninja (!!!) vampira agressiva e toda sexy, com sua técnica secreta de Tsubamegaeshi.
E claro, nosso protagonista de coração frágil, que além de ser um cross-dressing zumbi-masou shoujo, com
laçinhos, figurino rosa e calçinhas listradas, é o alvo de toda a merda que
acontece na série.
Zombie Desu é uma comédia extremamente aleatória, que parodia
tudo. Não é suficiente que o macho principal da série se vista de mahou shoujo pra
salvar o mundo, é preciso subverter ainda mais e no lugar do cetro mágico, uma
motosserra falante (!). A segunda
temporada, também produzida pelo estúdio DEEN segue de onde paramos na primera,
mas adicionando mais personagens e ao mesmo tempo fazendo a história se tornar
maior. Mas claro, como a grande maioria das comédias [principalmente as parodias
e sátiras], Zombie Desu sempre volta pro status
quo e aqui tivemos uma temporada que introduziu uma nova história, mas não
a explorou devidamente nos 10 episódios que a segunda temporada ganhou.
Mas e daí? Zombie Desu não segue roteiros, mas explora
situações. O enredo é vago e segue de forma absurdamente aleatória, o que
parece ter se tornado síntese na segunda temporada – Uma vez que a primeira
consegue ser mais concisa e mesmo com voltas e voltas, apresenta um desfecho
definitivo. Episódios centrados na motosserra mágica de Haruna, Yu adoecida porque necromances têm
alergia a mexericas, Ayumu e Orito num maid-café [ou melhor, café cosplay "tsundere"] onde
ocorre desafio com boa parte das personagens do elenco que estão de garçonete
para o clã Sarasvati, e Orito e Ayumu precisam tentar
trazer pra fora o lado “dere dere” [Tsun = lado agressivo. Dere = lado amável.
TSUNDERE] de Yuki, Sera, Haruna e
até mesmo Eucliwood. Esse enredo não-linear acaba favorecendo o lado
cômico, permitindo que o autor ouse na abordagem e faça um “reset” no próximo
episódio, embora a linha narrativa seja contínua.
Essa abordagem também favorece a interação entre os
personagens, que acabam sendo um destaque para mim. E é um trabalho bem feito,
pois os personagens possuem boa química e o sentimento que os une passa um quê
de verdade – Certamente, as seqüencias mais singelas, onde fica evidente o que
sentem um pelo outro, são capazes de emocionar os mais sensíveis. Mas de um
modo geral, a impressão que se tem é que o autor faz uso de umas drogas pesadas
na hora de escrever os roteiros e definir seus personagens.
Chris, a personagem de cabelo rosa introduzida no final da
primeira temporada é uma fadinha alcoólatra e o suposto enredo gira em torno
dela. Mas... ah, foda-se o enredo, no fim ela termina na barraquinha de udon
bebendo saquê com sua arque rival e assistindo de camarote as desventuras de
Ayumu e suas waifus. Afinal, diversão é solução pra mim. Solução é um soluço
bem grande, como diria a Pitty [se você não entendeu, eu não vou explicar.
RISOS].
E para o bem, ou para o mal, essa segunda temporada é feita
de momentos escrotamente randons [o que para Zombie Desu, é um elogio e tanto].
A bizarríssima dança de Yukinori e Haruna que drenava energia das pessoas ao
redor é sem dúvida um dos momentos mais divertidos, e o que dizer do episódio
05, onde Sera se ausenta e Ayumu e Haruna precisam cuidar da Yu dodói?
O destaque fica para Yu, que mostrou um lado de mais
versatilidade aqui, do que na primeira temporada. Outra que se destacou em meio
a tantas personagens, é sem dúvidas a Sarasvati. É dela o jargão “amor de bunda” e sua variante “amor bundal”. Tem também aquele “my darling” que ela pronuncia com um tom
de voz deliciosamente repleto de sadismo. Nem quero imaginar quando ela colocar
as mãos na bunda do Ayumu. Aliás, eu quero sim. RISOS. No episódio 09, ela
acaba mostrando um lado mais dere dere
ao convidar Ayumu para o seu show. A forma como ela sorri quando entrega o
convite ao Ayumu, como ele se esforça pra cumprir o combinado e ir se encontrar
com ela – Sem dúvida, um dos momentos mais cativantes. Ayumu e Haruna continuam
ótimos e roubando a cena, Sera acabou ficando mais apagadinha e o circulador de
ar Dyson Air continua marcando presença. Dos personagens randons, Orito acaba
sendo o destaque negativo. Tipicamente aquele amigo chato do protagonista de
harém, ele consegue soar ainda mais irritante do que na primeira temporada.
Tecnicamente, a qualidade mediana de Zombie Desu parece se
ajustar perfeitamente ao estúdio DEEN. Se por um lado a movimentação e fluidez
da animação se mostraram bem sólida, a consistência visual era bem pobre, como
cenários, expressões faciais e o foco da câmera sempre distante. Apesar de que
não é algo que incomode, pode ser a coisa mais tosca do mundo, mas parece sempre
se adequar ao humor da série. Ainda assim é visível a melhora de um modo geral,
da primeira, pra segunda temporada. Mesmo o character designer está bem mais
sólido.
Zombie Desu traz aquele tipo clássico de humor idiota e repleto
de besteirol que nos faz morrer de rir nas fases áureas da vida [quando crianças/adolescentes].
Obviamente é algo que tende a ir de encontro a uma audiência mais purista, mas a
idiotice é o que dá toda a vibe a esta série. Ecchi [que foi mais explorado
nessa segunda temporada – seguido dos seus OVA’s – e que talvez acabe se
tornando mais expositivo na próxima season], humor besteirol e clichês acabam
se tornando algo positivo aqui. O timing é excelente, e muito se deve a
liderança de Takaomi Kanasaki como diretor. A sensação de a história estar
perdida e sem rumo não é um agravante de fato, levando em conta que o roteiro é
estruturado em tramas episódicas com um fiapo de história interligando a série –
E claro, haverá uma continuação direta. Obviamente que isso dá um efeito
dominó, enquanto essa estrutura tende a aproveitar e tirar o máximo do humor desses
simpáticos personagens, tal estrutura impossibilita desenvolvimento das
situações [isso mesmo na primeira temporada].
A quantidade de personagens e tramas novas sente-se como um
frescor e tentativa de fuga das temidas repetições e piadas desgastadas – Essa
segunda temporada de Zombie Desu acaba não conseguindo fugir disso
completamente, onde algumas inserções simplesmente não funcionam tão bem. De um
modo geral, acaba caindo no mal das seqüências e se mostrando inferior a
primeira temporada. Of the dead é repleto de situações toscas e hilariantes,
sem um pingo de inteligência. Mas foda-se, justamente por isso que é divertido.
A própria série se assume como uma bobagem. Mas uma bobagem simpática,
divertida e deliciosa.
Nota: 06/10
Estúdio: DEEN
Ano: 2012
Episódios: 10
Nota: 06/10
Estúdio: DEEN
Ano: 2012
Episódios: 10