.....................................apenas.................................................
CARAMBA! Quando disseram que esse episódio seria
surpreendente, realmente acertaram em cheio. Depois que ele terminou, eu fiquei
uns bons minutos boquiaberta e com a mente em traço “..............” tentando
assimilar tudo o que acabara de acontecer. Eu passei por três estágios:
1) CHOQUE – Wow, porra! Isso foi bom. Morno, mas... foi
bom...UAU...
2) ASSIMILAÇÃO – Caaaaralho, perai...quer dizer que aqui
termina a história do primeiro arco? ACABOU? Não tem mais Kirito e Asuna? Fim?......VÉÉÉÉIIII.....GEEEEEEENTE!!!
Oh my....não...não, isso foi sério...? Erm....
3) ACEITAÇÃO/REVOLTA – PUTAQUEPARIU, QUE MERDA!!! Qual a
foda desse primeiro arco? Wat wat wat....o autor tá quebrando suas próprias
regras!!
Bem, ainda agora, mesmo depois de ter ejetado um pouco do
veneno que corria em minhas veias (agradeçam
por existir twitter, ou eu estaria surtando enlouquecidamente aqui como fiz com
Muv-Luv) na minha tempolinha do
twitter, eu ainda estou meio que intoxicada de veneno com todo o câncer que foi
esse primeiro arco de SAO. Não, eu não sofro de Alzheimer nem nada, não vou
retirar os elogios que teci a episódios anteriores. Foram bons episódios, no
geral bem inúteis, mas isoladamente os episódios que se seguiram após as abomináveis
side stories conseguiram ter uma climática boa, e até foram divertidas. Ao
menos, boa parte deles.
Claro, eu tinha a sensação de a história não estar saindo do
lugar, de estar ciscando sem objetividade, MÃS, eu já havia me cansado de tanto
haterismo, e SAO tem a característica
de decepcionar sempre que a série precisa provar a que veio, mas nos momentos
leves, sempre foi tranquilo – Salve algumas abordagens erradas.
Mas, vejam comigo: De 14 episódios, apenas 2 foram realmente
importantes! O primeiro e o último. Concordo plenamente com o bom artigo do ex-Loser
Mano Rubio no Omnia Undique quando ele disse “...A escolha feita pelo anime
não foram das melhores, muito ficou faltando em troca de algo que nem foi
usado direito. As side stories funcionariam melhor como OVA’s ou mesmo
conteúdo sendo usado junto...” – Conceitualmente, eu entendo e apoio a
decisão da direção, essas side stories deveriam servir como desenvolvimento
para Kirito, e embasar melhor suas atitudes lá na frente, mas não funcionou,
porque a direção apenas jogou [porcamente] os eventos na tela.
Enquanto Kirito salvava uma donzela por episódio, a mecânica
e construção daquele mundo eram deixadas de lado, com apenas uma ou outra informação
realmente relevante sendo expostas, em meio a diversas incoerências e vácuos. A
intenção era boa, mas o enredo não foi trabalhado, nem os seus personagens, foi
uma saga sem objetividade alguma. A galera do A1-Pictures vacilou feio nessa
adaptação, que sim, como adaptação é claramente ruim. O original, por sua vez,
mesmo o autor reconhece como sendo fraco. Ok! Dá pra notar claramente que ele
não possuía muita habilidade como autor quando começou, mas parece que todos
são unanimes que o original é divertido e funciona.
Ora, vamos, o cara não explorou o próprio universo criado [o
provavelmente ele deve fazer nessa saga seguinte], saltando de um ponto a
outro, e não tirou o melhor que o seu enredo tinha para oferecer. Isso fica
claro nesse episódio final, que se parece mais com uma ejaculação precoce, sem
prazer algum, do que com uma catarse final. Isso de que ele queria fazer era
slice of life, para mim não é mais do que uma interpretação errônea do fã, caso
contrário ele não pediria desculpas. Nenhum autor habilidoso desperdiçaria um
cenário rico desses, dando voltas a esmo.
Em primeiro lugar, eu não me senti muito motivada e saber
mais sobre a série, então, para mim SAO era aquele mundo glorioso, que seria
explorado lentamente e destrinchado através de sagas. O próximo arco, o ALfheim
Online, imaginei que seria uma continuação direta, mas pelo que percebi, é uma
continuação indireta, com os mesmos personagens, só que resetados, com nova
história e tchã nam nam. Além de uma
mecânica que me parece muuuito mais interessante. Eu gosto desse sistema, dá
liberdade ao autor, e usar os mesmo personagens é uma boa sacada, eles já possuem
certa empatia com o público – e desde Tezuka, utilizar os mesmos personagens em
linhas de mundo diferentes é algo bem usual.
Esse episódio 14 seria uma bela reviravolta na história,
injetando gás novo e mais dinamismo, infelizmente como desfecho, os equívocos cometidos
neste episódio, e nos anteriores, acabam se destacando. A começar pela ação,
que no episódio passado foi muito bem feita levando em conta o nível da
animação em SAO como um todo, que não é boa. Mas neste episódio... estava
apenas ruim. Para uma luta final, se esperava bem mais do que poucos quadros,
muitos riscos na tela e gritaria para passar uma sensação falsa de velocidade e
dinâmica. Isso por si só já tirou parte do feeling gostoso do episódio passado
e não ajudou em muito no clímax com a revelação de que Heathcliff era o BOSS
final.
Eu realmente não esperava. Fiquei surpresa. Mas não alterou
em nada meus batimentos, não foi pulsante, me senti apenas indiferente. Cadê o
sangue correndo nas veias, a empolgação, aquele sentimento de que uma fase está
chegando ao fim, e de que foi tudo muito emocionante? Mesmo a luta contra Heathcliff
foi totalmente anticlimática, sem inspiração, sem vibração. Kirito estava apático,
com flashback para reafirmar algo que ninguém dá um foda, expressões ridículas,
Asuna se mexendo quando em hipótese alguma ela poderia se mover.
Foi uma luta sem emoção, artificial, sem muita técnica.
Pareceu fácil e muito automático. Eu admiro a decisão do autor em decidir por
um desfecho melancólico, mas para finais assim, é preciso mais do que coragem e
vontade. É preciso ter construído lá atrás uma boa estrutura que consiga
transmitir sinceridade para sequências como estas. SAO nunca foi melancólico,
nem mesmo quando tentou desenvolver
seu protagonista. Tudo sempre foi muito feliz, muita purpurina, muitas flores e
beleza, e pouca ameaça efetiva. Você só sabia que existia a ameaça, mas não a
sentiu em nenhum momento. Lembram-se do conceito “Show, Don’t Tell”? Vale pra
série, o que deveria ser feito é “Mostre, Não Diga”.
Asuna pular para salvar Kirito em direção à morte soou
apenas como ferramenta de roteiro. Assim como também foi o Kirito resistindo no
último momento e salvando o dia. Ferramenta esta que se mostraria nos minutos
finais. Foi apenas interessante, de certa forma surpreendente, mas não foi
emocionante, muito menos vibrante. Digo a vocês, que preferia mil vezes um
final feliz, com Asuna se reecontrando com o Kirito na terra, com todos os clichês
e previsibilidades possíveis, mas desde que com intensidade, que fosse divertido.
Dito isso, só me resta dizer que o momento com Kirito, Asuna
e Akihiko Kayaba naquele espaço, foi sim muito lindinho. A fotografia estava
ótima, como sempre, já que é uma das boas características do A1-Pictures. A
despedida entre Kirito e Asuna me soou muito sincera. Destaque para as
diferentes entonações de vozes dos dubladores desses dois personagens. Foi
sensacional, eles realmente se empenharam em passar sinceramente naquela
atuação. Eles que foram de longe a melhor coisa desse arco, ainda que como
personagens, sejam arquétipos mal desenvolvidos, como casal eles sempre convenceram
e conseguiram me convencer novamente nesse final. Mas a partir do momento em
que eles foram mortos, deveria ter acabado tudo. Kirito revivendo, arma de
Asuna não se desmaterializando, eles se encontrando no além.... É, soou
forçado.
Kirito acordando em prantos e gritando por ela, para mim foi
apenas o retrato do que foi SAO; melodramaticamente caricatural nos momentos
onde o drama deveria ser sutil – Esse tipo de drama descontrolado, só funciona
quando há bom desenvolvimento psicológico – e incoerências da narrativa. Depois
de 2 anos em coma, ele apenas se levanta (!!),
suas pernas não deveriam estar atrofiadas? Cena muito tosca e sem sutileza
alguma.
Enfim, episodio interessante – vejam que o temos aqui, é
mais do que vimos em 12 episódios juntos!!! – mas pouco inspirado, abrupto, sem
coordenação técnica por parte da direção, onde nem mesmo a querida Kajiura
conseguiu brilhar. O argumento deste final é bom, o desenvolvimento ao longo do
percurso, não. É apenas um amontado de ideias muito boas, jogadas como bostas
no ventilador.
E sim, verei o próximo arco. Sou gorda de curiosidade.
E sim, verei o próximo arco. Sou gorda de curiosidade.
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
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